Adriano Filadoro, da Online Data Cloud, aponta SETE competências fundamentais para ‘pisar nas nuvens’ com segurança
Muitas empresas estão migrando para a
nuvem por questões de agilidade, inovação e redução de custos. Mas, de acordo
com Adriano Filadoro, diretor da Online Data Cloud que é
especialista no assunto, há muita desorientação nessa jornada. “Não se trata de
mágica. Mas, quando usada corretamente, a nuvem pode transformar um negócio.
Por outro lado, quando as empresas tomam decisões sem conhecer em detalhes componentes
importantes, ou ainda quando não se preocupam em implantar uma cultura de
mudança para evitar que as pessoas com ou sem intenção depreciem a iniciativa,
os resultados podem ser comprometidos. Por isso é fundamental que a direção da
empresa conheça em profundidade suas equipes, seus aplicativos e serviços,
tendo em mente quais gargalos poderão ser solucionados com a migração para a
nuvem. Caso contrário, será um desperdício de esforços e recursos”.
Para evitar desgastes e perdas
financeiras, Filadoro revela SETE competências fundamentais para que as
empresas possam migrar seus dados, aplicativos e serviços para uma ou mais
nuvens com chances aumentadas de sucesso:
1. Saber em
profundidade quais são os gargalos da empresa
A primeira pergunta a ser respondida é:
Que problema precisa ser resolvido? A partir daí é possível desenvolver uma
estratégia de nuvem, seja para reduzir a emissão de carbono, seja para aumentar
a agilidade dos desenvolvedores, ou ainda para reduzir custos. “É importante conhecer
os gargalos para encontrar na nuvem soluções para os principais problemas. No
caso da agilidade, por exemplo, é necessário ser capaz de alavancar serviços de
nível superior, como serviço de banco de dados, recursos de aprendizado de
máquina etc. A infraestrutura se torna praticamente desnecessária, já que esses
recursos são acessíveis por meio de APIs (Interface de Programação de
Aplicações) – responsáveis pela integração de sistemas com linguagens
totalmente distintas de forma segura e rápida”, diz o especialista.
Filadoro diz, ainda, que o provedor de
nuvem lida com toda a infraestrutura, middleware e dimensionamento automático,
enquanto os desenvolvedores podem criar rapidamente aplicativos de negócios de alto
valor em cima desses serviços. Já se a estratégia é migrar para a nuvem para
ganhar mais escalabilidade e confiabilidade, a modernização de aplicativos e a
criação de novos aplicativos nativos em nuvem são a melhor resposta. “O recado
aqui é muito claro: é preciso conhecer os gargalos do negócio para criar uma
estratégia de nuvem que atenda a demandas específicas”.
2. Estar pronto para
lidar com a cultura da empresa e a resistência das pessoas
Sempre que uma nova tecnologia é
implantada numa empresa, há três componentes de mudança que devem ser tratados:
pessoas, processos e a própria tecnologia. “Antes de iniciar a jornada para a
nuvem, é fundamental preparar as equipes para lidar com esse tipo de mudança.
Há casos, por exemplo, que toda a iniciativa de migração para a nuvem cai por
terra pelo simples fato de que a cultura da empresa está engessada, as pessoas
não se esforçam para entender como esse salto tecnológico facilitará sua rotina
e poderá melhorar o desempenho do lugar em que trabalham. Em muitos casos,
antes é necessário implantar planos de prevenção a possíveis problemas
relacionados ao comportamento do grupo”.
3. Conhecer em
detalhes o portfólio de aplicativos
Assim como é fundamental conhecer a
cultura da empresa e fazer ajustes quando necessário, antes de migrar para a
nuvem é importante ter uma clara noção do desempenho dos aplicativos que fazem
parte do portfólio atual da empresa. São as características deles que vão
determinar a complexidade, os custos e a duração da migração para a nuvem. “É
preciso responder: Quais são os aplicativos essenciais para o negócio? Eles têm
requisitos de alta segurança e conformidade? Existem aplicativos de mainframe?
Existem candidatos para migrar para aplicativos SaaS? Como são as arquiteturas
dos aplicativos? Os aplicativos estão prontos para a nuvem ou exigirão um
esforço de modernização? Alguns aplicativos podem ser excluídos, suspensos ou
transferidos para a nuvem sem qualquer esforço ou prejuízo? Apesar de parecer
uma tarefa inglória, principalmente para empresas que têm centenas de
aplicativos, ser capaz de fazer essa análise permitirá determinar uma ordem de
prioridade e até mesmo o custo da migração”, alerta Filadoro.
4. Definir quais
tecnologias estão aptas a atender todas as demandas
“Não existe um provedor de nuvem que
atenda de uma vez só todas as necessidades de uma empresa. Existem várias
tecnologias específicas para cada demanda interna, incluindo hardware, software
e recursos que precisam ser integrados para alcançar resultados comerciais
positivos. Sendo assim, existe uma abordagem específica para cada organização
migrar para a nuvem. É um erro tentar fazer tudo com um único provedor, já que
cada provedor de nuvem tem seus pontos fortes. Portanto, em muitos casos é
altamente recomendável contar com vários provedores, garantindo que os
fornecedores escolhidos possam ser integrados sem problemas. Isso é justamente
o que torna a nuvem tão empolgante: sua capacidade de integrar recursos. Só
assim é possível gerenciar uma grande quantidade de dados de clientes
armazenados em servidores, analisar tudo usando um software de inteligência
artificial e ainda usar essas informações para melhorar a tomada de decisões”,
diz o executivo.
5. Determinar
responsabilidades pelos dados da empresa
Um dos grandes temores de muitos
empresários é crer que perderá o controle sobre os dados da empresa, ficando na
dependência do fornecedor de nuvem. Outros, por sua vez, acreditam que, uma vez
realizada a migração, se desincumbem de qualquer responsabilidade. “É certo que
o provedor de serviços em nuvem assume determinadas responsabilidades que antes
eram de propriedade interna. Mas o nível de responsabilidade é determinado pelo
modelo de serviço em nuvem que o provedor está fornecendo, seja software como serviço
(SaaS), plataforma como serviço (PaaS) ou ainda infraestrutura como serviço
(IaaS)”, explica Filadoro.
O provedor de IaaS em nuvem geralmente
assume a responsabilidade de gerenciar e proteger a camada de infraestrutura. A
empresa ainda é proprietária do gerenciamento e da proteção da pilha de
aplicativos, da camada do aplicativo e da camada do usuário. Mas a segurança é
uma responsabilidade compartilhada entre o fornecedor e a empresa. Já no modelo
PaaS, o provedor de serviços em nuvem aumenta a pilha e assume ainda mais
responsabilidades – embora a empresa ainda possua a segurança do próprio
aplicativo. Por fim, no modelo SaaS, a empresa terceiriza todo o gerenciamento
e a segurança da tecnologia para o provedor de serviços, ficando sob seu encargo
apenas a administração e o gerenciamento de contas dos IDs (identificações).
Segundo Filadoro, a maioria das empresas
acaba combinando dois ou mais modelos de serviços. “Por isso, é fundamental
saber com clareza quem é responsável pelo gerenciamento e proteção dos dados –
o que faz com que muitas empresas terceirizem a gestão dos serviços em nuvem.
Afinal, é essencial entender como cada provedor de serviços gerencia suas
responsabilidades e saber lidar com a integração entre os vários componentes de
tecnologia dos fornecedores”.
6. Saber o que cada
parte deve fazer durante a jornada para a nuvem
De acordo com Filadoro,
quando uma empresa migra seus dados, serviços ou produtos para uma plataforma
de nuvem privada, ela geralmente conta com as ferramentas de migração e os
serviços profissionais oferecidos pelo provedor especialmente desenhados para
ela. Já quando se trata de nuvem pública, apesar de mais comum, a migração
poderá ser um pouco mais complicada. “Todo o hardware, software e outras
infraestruturas de suporte são fornecidos e gerenciados pelo provedor de nuvem
– sendo que o cliente compartilha esses dispositivos de hardware, de
armazenamento e de rede com outras organizações. Neste caso, o acesso aos
serviços e o gerenciamento da conta são realizados por meio de um navegador da
web. Os provedores de nuvem pública dão prioridade máxima à oferta
de ferramentas de migração, backplanes e serviços profissionais para ajudar a
empresa a executar essas migrações com rapidez, baixo custo e risco mínimo”.
O executivo explica ainda que, para a
migração de aplicativos, as empresas podem embalar as cargas de trabalho sem
precisar reescrever os aplicativos existentes, diminuindo assim os riscos
técnicos normalmente associados a migrações complexas. Para migrações de dados,
as empresas devem usar os padrões de armazenamento, processamento e
posicionamento da carga de trabalho para garantir disponibilidade, desempenho,
segurança, proteção, conformidade e outras exigências de nível de serviço
necessárias para todos ativos movidos para a nuvem.
7. Ter uma ampla
noção de custos
“A migração para a nuvem é bastante
motivada pelo custo. Não são poucas as empresas que decidem migrar para a nuvem
a fim de reduzir custos e consolidar ou eliminar data centers. A nuvem pode
resultar numa redução relevante de custos se for gerenciada corretamente. Mas
sem uma estratégia de otimização de custos, o investimento pode não dar o retorno
esperado. No modelo de data center, muito dinheiro é gasto para recursos
ociosos ou usados em
uma fração de sua capacidade. No modelo adotado pela nuvem, chamado de pay-as-you-go,
a empresa paga pelos recursos de que precisa e somente quando precisa. Pode
parecer simples, mas exige que a direção da empresa compreenda bem como
funcionam preços e finanças na nuvem”, esclarece o executivo da Online Data
Cloud.
Fonte: Adriano Filadoro - sócio-diretor da Online Data Cloud – empresa com 25 anos de atuação na indústria de
tecnologia da informação. www.onlinegroup.com.br
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