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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Cobalamina e seu papel no sistema nervoso




O cobalto é um mineral essencial para a saúde humana, uma vez que é componente importante da estrutura da vitamina B12, também conhecida como cobalamina. Esta vitamina é primordial na manutenção de diversos processos metabólicos no organismo, tais como a redução dos níveis de homocisteína plasmática, metabolismo de lipídeos e carboidratos, síntese de DNA e RNA e ainda, indispensável para a formação e maturação das células vermelhas do sangue.

Para adquirirmos esta vitamina tão importante, é necessária a ingestão de alimentos de origem animal, já que espécies ruminantes (como a vaca, cabra e ovelha) são capazes de produzir sua própria vitamina B12 através da síntese bacteriana em seu organismo. Entretanto, a disponibilidade de B12 nos mesmos depende diretamente da disponibilidade de cobalto no solo. Isto é, sem o substrato necessário que deve ser obtido por meio da dieta dos ruminantes, as bactérias não são capazes de realizar a síntese do nutriente e consequentemente, suas quantidades nos tecidos animais tendem a ser menores. Além da ruminação, outra forma de incorporação da cobalamina em tecidos animais é a partir da ingestão de alimentos contaminados.

Apesar da deficiência isolada de cobalto não ser descrita historicamente em humanos, pois o elemento por si só não desempenha funções específicas no organismo; a deficiência de B12 gera desdobramentos significativos à saúde. Alterações gastrointestinais, anemia, manifestações psíquicas e neurológicas são consequências importantes associadas a baixos níveis de cobalamina.

Em especial, as implicações relacionadas ao sistema nervoso estão diretamente ligadas com o aumento de homocisteína plasmática e, ao contrário da anemia, são consideradas sinais tardios da deficiência. Nos casos de déficit crônico, estas manifestações podem vir a ocasionar danos neurais irreversíveis.

A carência de cobalamina pode favorecer o processo de desmielinização neuronal e promover lesões progressivas do sistema nervoso central e periférico. São comuns relatos de déficits de memória, disfunções cognitivas, demência e transtornos depressivos. Acredita-se que indivíduos com deficiência de B12 possuam 70% mais probabilidade de desenvolver quadros de depressão grave do que indivíduos sem a deficiência. Alguns estudos sugerem inclusive que a cobalamina poderia ser utilizada como uma forma de tratamento para a doença e melhora dos sintomas.

O aumento de homocisteína plasmática ocasionado pelo quadro também pode culminar em maior risco para doenças cardiovasculares, como a aterosclerose e acidente vascular cerebral, ressaltando ainda mais a influência do nutriente na saúde humana.

Por isso, manter uma dieta equilibrada e que forneça todo o aporte nutricional necessário, principalmente de B12, é fundamental na manutenção de uma boa saúde em todos os seus aspectos. De acordo com o Institute of Medicine, a recomendação de ingestão diária de B12 para adultos a partir de 19 anos é de 2,4 µg, podendo ser facilmente alcançada por meio do consumo de alimentos fontes, que incluem carnes, peixes, ovos, leites e derivados. 


A fertilização do solo com cobalto é o caminho para disponibilizar o nutriente para os vegetais e, assim, manter os alimentos supridos deste nutriente. É adubando o solo que podemos fornecer alimentos nutritivos e balanceados.





Daniel Magnoni, consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração – Hcor, Mestre em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; especializado ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral pela Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal de Medicina – CFM 



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