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Estudo da American Academy of Pediatrics com
mais de 11.000 crianças revelou que crianças com distúrbios respiratórios do
sono (6 meses em diante ) têm de 40% a 100% mais probabilidade de mostrar, aos
7 anos, sinais de hiperatividade, problemas de interação, concentração,
agressividade e incapacidade de seguir regras, problemas comportamentais
semelhantes às com diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Outro estudo, do Journal of American Osteopathic Association,considera
que até 15% das crianças têm apneia do sono, mas 90% são diagnosticadas
erroneamentecom sintomas atribuídos a problemas psicológicos. Dr. Alfredo
Lara, otorrinolaringologista e cirurgião craniomaxilofacialexplica
que "uma vez que identificamos a apneia do sono, o tratamento é geralmente
muito eficaz. O desafio é pegá-lo cedo, antes que surjam efeitos colaterais que
interfiram nas habilidades de aprendizado”.
Os estudos explicam que o desenvolvimento
neurocognitivo, regeneração celular e crescimento de tecidos e ossos ocorrem
durante o estágio do sono profundo. Com a respiração obstruída o cérebro volta
ao sono leve, impedindo mente e corpo de processos restauradores. Sintomas incluem
ronco, sono agitado, sonolência excessiva, ranger de dentes, enxaquecas,
enurese noturna e irritabilidade. Laradiz que dentistas podem rastrear o
problema e recomenda encaminhamento para equipe multidisciplinar:
otorrinolaringologista pediátrico especialista em sono, dentista treinado em
desenvolvimento craniofacial e terapeuta miofuncional.
Bebês com problema na amamentação ou crianças com
atraso na fala podem estar em risco de desenvolver apneia do sono.
"Muitos
problemas nas vias aéreas vêm da má estrutura da mandíbula e da língua, crucial
na formação da boca, mandíbula e cavidade nasal", revela Lara.
Segundo ele, existem soluções cirúrgicas de remoção de amígdalas ou adenoides
para crianças diagnosticadas, mas se persistirem os sintomas, dentistas podem
empregar expansor ortodôntico maxilar para expandir o céu da boca e cavidade
nasal, melhorando padrões respiratórios. "Os primeiros anos são críticos
para desenvolver as capacidades vitais do cérebro. É essencial que esta
condição esteja no nosso radar", alerta.
Dr.
Alfredo Lara - Cirurgião crâniomaxilofacial
da Associação Brasileira de Cirurgia CranioMaxiloFacial. Preceptor de
otorrinolaringologia do Instituto FELIPPU de Otorrinolaringologia. Doutorando –
HCFMUSP, Chefe dos serviços de otorrinolaringologia e Cirurgia
CranioMaxiloFacial dos hospitais São Luiz Morumbi, Villa Lobos e Defeitos da
Face. Especialista em rinoplastia, apneia do sono e cirurgias respiratórias e
ortognáticas.

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