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quarta-feira, 24 de julho de 2019

ANSIEDADE EM CRIANÇAS: SAIBA COMO IDENTIFICAR E LIDAR COM O TRANSTORNO


Distúrbio pode desencadear doenças físicas e psicológicas graves; investigação minuciosa de médicos e mudanças de atitudes ajudam no tratamento 


A OMS (Organização Mundial de Saúde) apontou recentemente o Brasil como país mais ansioso do mundo. Temos 18,6 milhões de pessoas sofrendo com esse transtorno que não tem idade para começar e que afeta mais e mais crianças e adolescentes a cada ano. A ansiedade, que pode começar já na primeira infância, gera sintomas físicos e psicológicos e exige acompanhamento médico e tratamento adequado.

Os fatores que podem desencadear a ansiedade nas crianças vão desde os mais graves e conhecidos, como a perda de um ente querido ou sofrer bullyng e violência física, até fatores aparentemente menos danosos, como a superproteção dos pais que, ao demonstrarem medo com relação a tudo que a criança passa, geram uma sensação constante de risco e de insegurança.

“Há cada vez mais crianças sem tempo para serem crianças, muitas vezes se comportando como ‘mini-adultos’, que tomam para si responsabilidades impostas e que não pertencem a eles pela sua idade, vivenciando traumas e sem tratamento adequado frente ao problema”, relata a pediatra Fabíola Toffoli.  “Falta tempo para os filhos e para a família”, enfatiza. 


Como diagnosticar?

O diagnóstico de um quadro de ansiedade é complexo e passa, necessariamente, por uma investigação minuciosa por meio da anamnese, entrevista inicial com o paciente ou responsáveis, que leva em consideração fatores familiares, uso de medicações e os sintomas relatados, além de fatores ambientais, como escola, dinâmica familiar, amizades, traumas vividos etc.

Os sintomas mais comuns da ansiedade são: palpitações ou dor no peito, sensação de falta de ar, boca seca, baixo rendimento escolar, alterações gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia), agressividade, choro desproporcional ou aparentemente sem motivo, tremores, sudorese em extremidades, enurese, involução do desenvolvimento, cefaleia, tonturas e sensações de  desmaio, dificuldades para dormir, insônia, sono agitado com pesadelos,  cansaço excessivo,  tensão muscular,  medo exacerbado e agitação, podendo até fazer com que a criança se isole e deixe de fazer as atividades habituais em casos mais intensos.

Além disso, quadros de ansiedade podem desencadear doenças pelo aumento da liberação de adrenalina e cortisol (hormônio do estresse) como doenças de pele, arritmias, doenças hormonais, doenças pulmonares, obesidade, enxaqueca e hipertensão arterial.


Dicas para lidar com a ansiedade

A convite da Weleda, líder mundial na produção de medicamentos antroposóficos produzidos a partir de ingredientes naturais e orgânicos, a pediatra Fabíola Toffoli dá três dicas práticas para os pais lidarem com a ansiedade dos filhos e evitarem assim que essas crianças se tornem adultos ansiosos:


1.   Converse com seus filhos

Quando a criança tiver uma atitude inadequada, converse e explique o motivo de estar errado e de que maneira seria melhor agir. Não tenha atitudes que condenem e nem use de violência para que ela possa entender e confiar no adulto.

2.   Faça reforços positivos

Com relação a lições de casa ou notas baixas em provas, por exemplo, explique que ela deve estudar um pouco mais, sem deixar para última hora, pois precisará de mais tempo. Reforce que não é necessário tirar 10 e sim entender o que está sendo ensinado e que dará certo, pois ela é capaz. 

3.   Use críticas construtivas

Criticar com frequência e não levar em consideração os potenciais e limites dos filhos pode gerar grande frustração nesta criança e a crença de que nada que ela faz é bom o suficiente. As críticas são necessárias, mas devem ser feitas com afeto, sempre acolhendo a criança. Ressalte as qualidades e o esforço que foi feito e analise a situação junto com a criança a fim de chegar a melhor solução. 

Medicina integrativa

Nos consultórios de médicos integrativos com especialização em antroposofia, a ansiedade tem sido uma queixa constante de pais de crianças e adolescentes. Essa prática parte de um conceito que busca compreender e tratar o ser humano considerando a sua vida emocional, sua individualidade e a sua relação com a natureza. Para fazer um diagnóstico amplo e individualizado, por exemplo, ela leva em conta não apenas o quadro clínico, os sintomas, os exames físicos e laboratoriais, mas toda a história de vida do paciente. Isso também vale para as crianças; é preciso entender seu ambiente familiar, sua personalidade, seu desenvolvimento emocional e sua vitalidade.

No tratamento da ansiedade das crianças, assim como outras doenças e transtornos, a medicina integrativa com base na antroposofia busca reequilibrar o organismo. Essa prática indica terapias exclusivas como a artística (musicoterapia, desenho, pintura etc), euritmia (forma de dança que une movimento, emoção e pensamento), aconselhamento biográfico, entre outras. Medicamentos orgânicos e naturais também podem ser receitados em combinação com medicamentos alopáticos, ou não, se necessários.   






Dra. Fabíola Toffoli - Graduada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes, com Residência Médica em Pediatria pelo Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, complementação em Urgências e Emergências Pediátricas pelo Instituto da Criança - FMUSP, título de Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria.  Experiência em emergências, preparo pré-operatório e pós-operatório, com ênfase em crianças portadoras de necessidades especiais. Atualmente atua em consultório e como diarista das unidades de internação do Hospital da AACD, além de coordenar a equipe de Pediatria (UTI e unidades de internação) do Hospital da AACD.

Weleda


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