Preconceito de gênero é percebido por 82,8% das
entrevistadas
O
mercado de trabalho, pouco a pouco, está se transformando para alcançar a
igualdade de gênero. No entanto, ainda estamos muito longe de encontrar a equidade,
principalmente na área de tecnologia. A fim de entender os principais desafios
enfrentados pelas mulheres que atuam na área, a Yoctoo, consultoria de
recrutamento especializada na seleção de profissionais de TI e digital,
realizou uma pesquisa qualitativa em sua base de candidatas. O levantamento
feito pela empresa ouviu as dificuldades e os anseios enfrentados por elas.
De
acordo com a pesquisa, 82,8% das mulheres entrevistadas relata já ter vivido,
ou ainda vivenciar, preconceito de gênero dentro do seu ambiente de trabalho.
Já no ambiente escolar, seja universidade ou cursos de tecnologia, 61,8% das
respondentes afirmam ter vivido ou vivenciar preconceito de gênero. “É um
cenário preocupante, que mostra o quanto ainda estamos longe de tornar a área
de tecnologia um ambiente igualitário, afirma Paulo Exel, diretor da Yoctoo.
Entre
as entrevistadas, 91% afirma que ainda existe preconceito dentro das empresas e
que elas ainda estão engatinhando no quesito implementação de políticas de
diversidade e inclusão dentro de suas estruturas. Outras 72%, afirmam que o
ambiente familiar não costuma incentivar meninas a gostarem de brincadeiras ou
mesmo carreiras ligadas à tecnologia. “Isso ajuda a explicar o motivo de ainda
vermos poucas mulheres em cursos relacionados à tecnologia ou interessadas em
seguir carreira na área”, comenta. Cerca de 64% das entrevistadas acreditam que
ainda é muito baixo o número de mulheres ligadas à tecnologia que servem de
inspiração e espelho para as novas gerações.
Quando
perguntadas sobre as dificuldades que enfrentam enquanto mulheres atuantes na
área, 42% das participantes afirmam que o maior desafio é ter de provar a todo
o tempo que são competentes tecnicamente. Em seguida, contabilizando 40% das
respostas, aparece o fato de não serem respeitadas e reconhecida por pares,
superiores e subordinados do gênero masculino e até por outras mulheres.
Felizmente, essa pesquisa também sinalizou que 71% das entrevistadas acreditam
que os ambientes empresarias estão amadurecendo e se transformando para tornar
a área de tecnologia mais inclusiva para as mulheres. No entanto, elas ainda
enxergam essa mudança como algo lento e gradual.
Questionadas
sobre o que é mais urgente ser feito para que mais mulheres atuem na área de
tecnologia, as opiniões são diversas. Mais de 36% acredita que precisamos
incentivar desde a infância o interesse das meninas pela tecnologia, 18%
defende a equiparação salarial em todos os níveis, 13% aposta na transformação
do machismo estrutural na sociedade, 12% gostaria que fossem promovidos mais
debates nas escolas/universidades sobre esse tema. Já 8% argumenta que é
urgente a criação de políticas empresariais de diversidade e apenas 3%
concordam que deveriam ser criadas políticas de cota para mulheres em cursos de
tecnologia. As demais divergem sobre as abordagens e os próximos passos.
A
diversidade e inclusão de mulheres, para a Yoctoo, vai muito além do combate ao
machismo na sociedade. Trata-se de trazer visões diferentes e abrangentes para
o desenvolvimento do mercado de TI. “Cada vez mais, vemos executivos com
olhares atentos para suas equipes de TI, que são majoritariamente masculinas. A
diversidade de gênero é benéfica para o ambiente, não só por agregar em termos
de pontos de vistas diferentes, mas também pelos frutos que se têm ao poder
contar com novas abordagens e experiências”, acredita.
De
acordo com Exel, quanto maior a diversidade de uma equipe, melhores são as
discussões e a assertividade das entregas. “Nunca se colocou tanto em evidência
a importância da ‘experiência do usuário’ e isso, consequentemente, ressalta a
importância de termos cada vez mais equipes diversas, uma vez que é função dos
criadores/implementadores das tecnologias compreender como é estar na pele de
seus usuários, que na maior parte das vezes, transitam em ambos os gêneros
(homem e mulher)”. A questão da diversidade de gênero e, de tantos outros
aspectos, como idade, etnia, formações, não só é uma questão competitiva, mas
também necessária para a sustentabilidade das marcas num novo contexto de
mundo.
Paulo Exel - diretor de operação da Yoctoo, formado em Administração de Empresas,
possui MBA executivo em Gestão de Negócios e tem certificação em coaching. Exel
tem mais de 10 anos de experiência no recrutamento especializado nas áreas de
Tecnologia, Digital e Vendas.
Yoctoo
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