Hospital Alemão
Oswaldo Cruz dá dicas para que a saúde seja preservada durante a folia
Entre os brasileiros a ideia de que o ano se
inicia somente após o Carnaval se proliferou de tal maneira que os primeiros
meses do ano são dedicados aos planejamentos da folia. Independentemente de
como e onde a festa será comemorada o importante é inserir na lista de
prioridades os cuidados para que durante e após o agito a rotina possa ser
retomada normalmente.
Alergias e irritações
Ninguém quer passar desapercebido no Carnaval e o
glitter é peça-chave dos ornamentos. Porém, certos cuidados são necessários
para que ele não atrapalhe a diversão. A irritabilidade provocada pelo contato
com a pele ou com os olhos deve ser tratada com a lavagem imediata do local
afetado.
Caso a exposição seja acidental com pouco contato
com o produto, faça uma limpeza com sabão neutro, seguido de uma fita adesiva
com pouca cola, que permite tirar manualmente o foco do glitter. Já nos casos
de exposição abrangente, recomenda-se o uso de uma substância oleaginosa e
neutra durante o banho, como por exemplo óleo de coco, seguido da lavagem com
sabão neutro. A preferência pelo óleo de coco se dá pelo seu PH mais neutro e
menor potencial de irritabilidade.
Nas circunstâncias em que o contato se dá apenas
na face, demaquilantes convencionais bifásicos são eficazes na remoção do glitter.
Sua característica bifásica faz uma camada entra a pele e o glitter e após a
segunda demão, o glitter sai. Se o globo ocular for atingido, recomenda-se a
lavagem imediata com água corrente e se não houver melhora instantânea deve-se
procurar um serviço de emergência para uma avaliação médica.
Infecções urinárias e banheiros químicos
Sendo a hidratação parte importante da
brincadeira, a ingestão de grande quantidade de líquidos aumenta a vontade de
urinar. No Carnaval de 2019, de acordo com a Prefeitura de São Paulo, estarão à
disposição 1.485 banheiros/dia. Porém, há aqueles que se privam do uso dos
banheiros químicos e seguram a urina por um longo período.
Em meio a confetes e serpentinas, uma pausa para
ir ao banheiro é recomendada. Principalmente para as mulheres, segurar a urina
pode acarretar uma cistite ou infecção urinária alta, que em certos casos
requer internação. Nos homens, pelo fato da uretra ser mais longa, há uma
proteção adicional para quadro de infecção urinária.
Não usar banheiro químico não traz qualquer risco
de infecção. Recomenda-se apenas cuidados básicos de higiene como usar sempre
calçado e evitar sentar no assento diretamente, em especial se estiver sujo.
Não se esqueça de lavar as mãos.
Preservativos – prevenção às DSTS
A camisinha é o único método anticoncepcional que
também evita doenças sexualmente transmissíveis como HIV, HPV, herpes genital,
gonorreia, hepatite B e C e sífilis. O número de casos de HIV entre a população
mais jovem cresceu nos últimos anos. Entre 2007 e 2017, o aumento foi de quase
140% na população em geral: de 6.862 a 16.371, de acordo com o mais recente
Boletim Epidemiológico de HIV/Aids lançado pelo Ministério da Saúde. Entre
jovens de 15 a 19 anos do sexo masculino, o aumento chegou a 590%.
O país tem registrado, anualmente, uma média de
40 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos. A maior concentração dos
casos no Brasil foi observada nos indivíduos com idade entre 25 e 39 anos, em
ambos os sexos. Dentro dessa faixa etária, 52,6% correspondem ao sexo masculino
e, entre as mulheres, 48,7% do total de casos registrados de 1980 a junho de
2018.
Folia para todos
Não há limite de idade para participar da festa,
mas alguns cuidados são essenciais para os idosos, mais propensos a alguns
riscos, como o de quedas. Portanto, a escolha a ser feita são pelos calçados
firmes e confortáveis em detrimento daqueles que causam instabilidade como
chinelos. O alongamento é importante antes e depois da festa para evitar lesões
osteomusculares e é recomendado sentar-se de tempos em tempos para evitar
quedas de pressão.
Pela maior propensão à desidratação, ingerir
água, sucos naturais, água de coco e isotônico permite a hidratação adequada. A
alimentação tem que ser fracionada a cada 3h. Já a proteção em relação ao sol é
feita com protetor solar, chapéus, viseiras e bonés que evitam a exposição,
queimaduras e lesões malignas na pele. Os medicamentos de uso continuo devem
ser mantidos, e não devem ser consumidos concomitantemente com bebidas
alcoólicas.
Ressaca
Os excessos corriqueiros com a bebida alcoólica
no Carnaval podem ser minimizados quando se privilegia a hidratação. A ingestão
de muito líquido, principalmente a água, junto a sucos, chás e água de coco
naturais, pareado com bebidas com teor alcóolico reduzem os efeitos colaterais.
A ressaca é o principal efeito sentido pelos foliões e é acarretada pelo efeito
diurético do álcool, que desidrata o organismo.
Um período de sono de pelo menos 7 horas de
repouso auxiliam na recuperação, assim como, analgésicos para dores de cabeça.
Junta-se a esses fatores a alimentação apropriada, pois o álcool estimula o
refluxo. Nesse momento, evita-se frituras e priorizam-se grelhados, frutas e
arroz menos temperado. Para dar energia, o recomendado são os carboidratos,
como massas e frutas.
Dores
Os vários dias de comemoração deixam dores pelo
corpo, semelhantes as deixadas pelos exercícios físicos. A dor é um efeito
colateral da exposição, de brincar e pular e sua intensidade determina a
necessidade ou não de se procurar um especialista. Há as dores recorrentes
apenas da fadiga muscular e as desproporcionais, que podem sinalizar a fratura
de algum membro ou uma lesão que requeira um tratamento médico.
Nos casos em que não há lesões, os analgésicos ou
relaxantes musculares podem ser usados, caso não haja contraindicações. O uso
do gelo no local da dor promove alivio imediato por agir como um analgésico.
Para os que apresentam inchaço nas pernas, elevar as pernas com a ajuda de um
travesseiro contribui para o funcionamento habitual do retorno venoso.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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