Risco está em bebidas com
adição de metanol. Saiba
como se proteger.
O
consumo de bebidas alcoólicas no Brasil supera a média global segundo
levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado em 2018. Os dados
do Ministério da Saúde apontam que a ingestão
abusiva atinge 27,1% dos homens contra e 19,1% das mulheres no
país. No período do carnaval nem é preciso dizer que a população
bebe ainda mais. O maior problema é a comercialização por destilarias
clandestinas de bebidas com mais metanol do que o permitido pela legislação.
Segundo
o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do
Instituto Penido Burnier dependendo da concentração, esta substância causar
neurite óptica, uma lesão no nervo óptico que pode levar à perda definitiva da
visão. O especialista ressalta que o máximo de metanol permitido nos destilados
pela legislação é 0,25ml/100 ml de álcool anidro, limite que geralmente é
desrespeitado no uísque, vodka e até na
cachaça falsificada.
Sintomas
e diagnóstico
Queiroz
Neto afirma que quando o metanol é metabolizado produz substâncias que provocam
neurite óptica, uma desmineralização do
nervo óptico que tem como
sintomas dor de cabeça, náuseas, vômitos , queda na visão de
contraste e até cegueira. Simultaneamente causa
danos nos rins. fígado, coração, pâncreas e até alterações na camada
externa do cérebro que caracterizam a esclerose múltipla. A intensidade dessas
reações, observa, depende da quantidade
ingerida e mesmo que a intoxicação passe
despercebida deixa sequelas que
podem dar sinais depois de algum tempo.
O
diagnóstico da neurite óptica é feito
com ressonância nuclear magnética dos nervos ópticos . “Para minimizar as
sequelas de uma possível esclerose múltipla, o paciente é encaminhado a um
neurologista”, afirma. Estudos mostram que mulheres afetadas pela neurite
óptica têm o dobro de chance de ter esclerose múltipla quando comparadas à
população masculina.
Tratamento
O
especialista afirma que o tratamento depende da avaliação de cada caso, mas
geralmente são aplicadas injeções de corticóide para reduzir a inflamação do
nervo óptico. A recuperação pode demorar semanas ou meses e ocorrer queda da
visão de contraste e de cores, mesmo nos casos em que a exposição ao metanol é
pequena. Nas exposições mais intensas as lesões no nervo óptico causam perda
irreversível da visão.
Prevenção
Antes
de comprar qualquer bebida no carnaval, as dicas do oftalmologista para prevenir complicações são:
·
Evitar o consumo de doses caso não possa checar o rótulo
·
Checar o lacre da garrafa
·
Verificar no rótulo da garrafa o registro do Ministério da
Agricultura.
Outros riscos
Queiroz
Neto ressalta que no carnaval as
aglomerações em salões fechados também aumentam a propagação de conjuntivite,
inflamação da conjuntiva , membrana que reverte a pálpebra e a parte branca dos
olhos. . O tipo mais comum é a viral, causada por suor, compartilhamento de
maquiagem e mãos suja, salienta. Ao primeiro desconforto, geralmente
identificado como sensação de areia nos olhos,
indica fazer compressas frias. Não desaparecendo os sintomas em dois
dias é necessário consultar um oftalmologista. A penetração de maquiagem,
espuma de carnaval e glitter nos olhos pode causar a conjuntivite alérgica que
também tem como primeiro socorro a
aplicação de compressas frias para diminuir a coceira.
As
dicas de prevenção do médico que garantem a curtição da festa com mais conforto
para seus olhos são: lavar as mãos com frequência, não compartilhar
maquiagem e evitar o excesso de brilho.
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