O último dia de fevereiro é
marcado pelo Dia Mundial das Doenças Raras, neste ano será em 28/02. A data foi instituída a fim de promover o conhecimento sobre essas
doenças, que contabilizam aproximadamente oito mil tipos, bem como, o diagnóstico
precoce, um dos grandes desafios, visto que muitos pacientes chegam a
passar por até dez médicos antes de ser feita a descoberta.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma
doença é considerada rara quando afeta uma a cada duas mil pessoas,
entende-se que no Brasil já existem mais de 13 milhões de raros.
Mais de 80% dessas doenças são causadas por alterações genéticas e os outros
20% por fatores imunológicos, infecciosos, reumatológicos e cânceres. Esses
números contam histórias de luta de milhares de pessoas que têm doenças
progressivas, de difícil diagnóstico e de tratamento específico, fatores que
afetam diretamente a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes.
Veja abaixo algumas das doenças consideradas
raras:
Acromegalia
Acromegalia é uma doença
rara e crônica, que se desenvolve por meio de um tumor
benigno na hipófise - localizada no cérebro – fazendo com que o hormônio
do crescimento (GH) seja produzido em excesso na fase adulta, entre 30 a 50
anos de idade. Os principais sintomas da condição são: dores articulares, suor
excessivo, alterações de pele, inchaços nas mãos e pés, crescimento de língua e
queixo, espaçamento de dentes e mudanças na voz.
Por seu desenvolvimento lento e pela doença ser
desconhecida até para alguns médicos não especialistas, os primeiros sintomas
são confundidos com outras doenças, fazendo que seu diagnóstico seja tardio e
em estágio avançado, quando já ocorreram mudanças físicas.
Alfa Manosidose (MPSs)
A Alfa Manosidose,
considerada um dos tipos de MPSs, é uma doença ultrarrara, que se
caracteriza pela ausência genética ou mau funcionamento da
alfa-manosidase – uma enzima envolvida na quebra celular de moléculas complexas
de açúcar – essa ausência faz com que exista um acúmulo tóxico progressivo nas
células de muitos tecidos e órgãos. Seus sintomas mais frequentes são: traços faciais irregulares,
deficiência intelectual, distúrbios da função motora progressiva e incapacidade
física, deficiência auditiva, fala prejudicada, imunodeficiências e infecções
recorrentes, sintomas psiquiátricos e anormalidades esqueléticas.
A doença tem progressão
lenta, seu prognóstico a longo
prazo é geralmente ruim, com expectativa de vida reduzida.
Doença de Batten
ou Lipofuscinose Ceroide Neuronal (CLN2)
A CLN2 é uma doença genética rara, causada por uma
deficiência na enzima tripeptidil peptidase 1 (TPP1). Sem ela, materiais
lisossômicos se acumulam, principalmente, em células cerebrais e oculares,
contribuindo para a perda ou desaparecimento de funções cognitivas, motoras e
visuais. Ela acomete crianças entre 2-4 anos, quando os primeiros sintomas são
percebidos, e é a principal causa da demência infantil. Os pais, geralmente,
são portadores assintomáticos, ou seja, possuem o gene mutado, mas não são
portadores da doença.
A doença neurodegenerativa tem uma progressão rápida e
devastadora, causando graves deficiências e morte precoce.
Fenilcetonúria (PKU)
Fenilcetonúria é uma doença genética rara, caracterizada pelo
excesso do aminoácido fenilalanina (Phe) no sangue que, em altas concentrações,
é tóxico ao sistema nervoso central, composto pelo cérebro e medula espinhal. A
doença se manifesta desde o nascimento da criança, por ambos os pais terem o
gene mutado causador e passar para o bebê. Os principais sintomas
aparecem nas primeiras semanas de vida, sendo: choro constante, irritabilidade e
urina com forte odor. Já em seus primeiros meses, a criança apresenta atrasos
para sustentar a cabeça, sentar, falar, entre outros.
Caso a
doença não seja diagnosticada nos primeiros meses de vida, ela pode ocasionar
desde uma leve alteração de comportamento até uma deficiência intelectual
irreversível.
Mucopolissacaridoses (MPSs)
As MPSs são
um grupo de doenças genéticas raras que produzem uma quantidade insuficiente de enzimas que
eliminam os glicosaminoglicanos (GAGs), o acúmulo dessas substâncias nas células faz com que os
órgãos tenham um mau funcionamento, desenvolvendo complicações respiratórias,
comprometimento esquelético e dificuldade motora, auditiva e visual. Os
principais sintomas aparecem na infância, a criança com MPS tem um desenvolvimento
muito distinto se comparado com outras da sua idade, além de
mudanças na aparência.
A doença tem uma
rápida progressão que pode diminuir a qualidade e expectativa de vida do
paciente, por isso o diagnóstico precoce é crucial.
Tumores Neuroedócrinos (TNEs)
Os Tumores
Neuroendócrinos são um grupo de tumores raros que se desenvolvem nas células
do sistema neuroendócrino e tem a
capacidade de produzir de forma desenfreada hormônios
e outras substâncias semelhantes que tem ação sobre
diferentes órgãos. Por isso, existem diversos tipos de TNEs, incluindo
tumores carcinoides, TNEs gastrointestinais, TNEs
pancreáticos e TNEs pulmonares. Os seus sintomas também são variados,
dependendo do tipo de TNE. A doença acomete pessoas entre os 50 a 60 anos.
Por
seu lento desenvolvimento e variados sintomas, é uma doença de difícil
diagnóstico afetando significativamente na qualidade de vida do paciente e nas
chances de cura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário