Relatório do Fórum Econômico Mundial identificou que o fracasso nas
políticas ambientais interfere diretamente no desenvolvimento socioeconômico,
no bem-estar da população e na segurança nacional
Os eventos climáticos extremos lideraram a lista de riscos para
o mundo apontados pela Pesquisa Global de Percepção de Riscos, durante o Fórum
Econômico Mundial 2019, na Suíça. A conferência realizada neste mês reuniu
líderes mundiais da política, economia e academia, para levantar e discutir
soluções para um mundo melhor.
No relatório, os eventos climáticos extremos
são apontados como principais motivos de preocupação, por impactarem na
conservação da biodiversidade, no desenvolvimento socioeconômico, no bem-estar
e na segurança nacional. “As alterações climáticas têm
ocorrido com uma grande velocidade e as políticas ambientais para contê-las não
têm acompanhado esse ritmo. Por isso, é necessário estudar este cenário para
entender o presente e desenvolver estratégias para o futuro”, destaca a bióloga
Juliana Baladelli Ribeiro, analista de Soluções baseadas na Natureza da Fundação
Grupo Boticário.
Entre as consequências
dos eventos climáticos extremos
apontados pelo relatório estão crises de fome, hídricas, conflitos entre
Estados, instabilidade social e migração involuntária em larga escala. Outro
ponto decorrente do fracasso das políticas ambientais é o aumento do nível do
mar. Segundo a pesquisa, até 2050, o nível do mar deve ter um aumento médio de
0,5 metro, atingindo 800 milhões de pessoas que residem em mais de 570 cidades
costeiras vulneráveis.
Para controlar a situação nos
oceanos, a Pesquisa Global de Percepção de Riscos aponta três estratégias
principais: desenvolvimento de engenharia para manter a água fora das cidades;
Soluções baseadas na Natureza; e estratégias baseadas no deslocamento de
pessoas e empresas para terrenos mais seguros.
Juliana Baladelli explica que
o controle da água e o deslocamento de pessoas e empresas são estratégias
arriscadas, que podem ter consequências negativas se realizadas de forma
isolada. “As Soluções baseadas na Natureza são inspiradas em ações que
acontecem no meio ambiente, simulando processos naturais para resolver
problemas das grandes cidades, principalmente relacionados à água. Por isso,
elas podem ter melhor custo-benefício do que as infraestruturas tradicionais
construídas pelo homem. A integração entre os diversos tipos de soluções
disponíveis é essencial”, afirma.
Sobre a
Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é
fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual
presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi
criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental
mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em
todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente.
Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e
manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da
biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de
contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução
para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização,
sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das
pessoas.
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