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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Carnaval: álcool e o coração


As consequências atreladas ao abuso de álcool no feriado podem acarretar em alterações cardíacas


A menos de uma semana para o carnaval, boa parte da população se prepara para cair na folia e aproveitar o feriado nos bloquinhos ou desfiles. Apesar de toda a animação, é preciso também ficar atento ao ritmo intenso de festas e principalmente ao excesso de álcool durante esse período. Segundo dados divulgados em 2018 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 13,5% das mortes de pessoas na faixa dos 20 anos tiveram relação com o excesso de bebidas alcoólicas. A situação fica ainda mais complicada quando falamos de épocas festivas, outra pesquisa realizada pela SPTuris (São Paulo Turismo) mostrou que um a cada três foliões afirmaram não terem visto a presença de ambulâncias para atendimento emergencial durante a passagens de blocos.

O cardiologista Diego Garcia explica que o consumo exagerado de álcool pode aumentar o risco de arritmias e insuficiência cardíaca, mesmo em pessoas que não apresentam antecedente pessoal ou familiar de cardiopatia. "O álcool promove uma agressão direta sobre as células cardíacas, podendo comprometer o funcionamento do músculo e do sistema de condução do estímulo elétrico no coração", diz o especialista. Dentre os sintomas de alerta estão: palpitações, dores no peito, falta de ar e inchaço nas pernas.

Outro hábito perigoso do Carnaval é a mistura de bebidas alcoólicas com energético. O problema ocorre porque os dois aumentam muito a chance de arritmias. "Uma lata de energético estimula muito mais o coração do que 1 xícara de café. Essa combinação acelera os batimentos, podendo causar alguma arritmia e também elevação da pressão arterial", explica o cardiologista.


Síndrome Cardíaca de Feriado

A síndrome trata-se da manifestação de alterações cardíacas que são provocadas pelo abuso do álcool. "Há várias teorias que tentam explicar essa ocorrência e dentre elas podemos citar: ativação suplementar do sistema nervoso simpático, ação direta do álcool e seus metabólitos no coração ou distúrbios dos eletrólitos causados por diurese excessiva", explica Diego.

A condição foi descrita pela primeira vez em 1978, pelo médico Philip Ettinger, que descreveu a ocorrência de distúrbios do ritmo do coração logo após o feriado em 24 jovens que não possuíam nenhuma doença cardíaca subjacente e haviam exagerado no consumo de bebidas nesse período.

A melhor forma de evitar qualquer problema e ainda assim curtir o feriado é ter moderação na hora do consumo. Vale lembrar que apesar de existirem recomendações a respeito do consumo máximo de álcool recomendado, esse limite varia consideravelmente de acordo com a tolerância individual.

Não deixe de curtir esse período, sendo na folia ou descansando, mas atente-se não só para a moderação no consumo de bebidas alcoólicas, mas também para a ingesta hídrica abundante, alimentação leve e uso de protetor solar.





Dr. Diego Garcia - medico cardiologista com área de atuação em cardiologia geral, ecocardiografia, cardio-oncologia, medicina preventiva e medicina do estilo de vida.


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