Falta
de limpeza
pode acarretar em inflamações na área genital, que vão desde
coceiras e infecções por fungos e bactérias a até mesmo o câncer de pênis
Para alguns, parece óbvio;
para outros nem tanto. Mas a higiene do pênis é fundamental para proteger
contra doenças e manter em alta sua performance sexual. E está equivocado quem
pensa que basta aquele banho de gato, tomado de forma superficial. Afinal,
ninguém deseja ser surpreendido pelo cheiro forte na cueca e o pênis cheio de
secreção bem na hora H, ainda mais em pleno Carnaval!
A falta de higiene
íntima, tanto para o homem quanto para mulher, pode acarretar
em inflamações e irritações na área genital, que vão desde coceiras até
infecções graves por fungos e bactérias. Em casos ainda mais críticos, pode
ocasionar o câncer de pênis. Segundo dados do comitê científico do Instituto
Lado a Lado pela Vida, todos os anos cerca de 1600 homens precisam
amputá-lo parcial ou totalmente no Brasil por causa do câncer no membro.
Embora seja difícil de
acreditar, a falta de higiene é a principal causa de câncer de pênis. Isso porque
a limpeza correta da genitália evita doenças sexualmente transmissíveis,
diminuindo as chances do desenvolvimento da doença. “Há uma forte associação
entre a presença do prepúcio (pele que recobre a glande ou cabeça do pênis) e o
surgimento do câncer peniano. Além disso, as DSTs caminham lado a lado com este
tipo de câncer”, explica Dr. Aguinaldo Nardi, urologista e membro do comitê
científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Segundo ele, muitos homens
acreditam que estão fazendo a higiene adequada do pênis durante o banho, mas
podem estar se esquecendo de detalhes simples. "A limpeza envolve puxar o
prepúcio até o aparecimento total da glande, passar água com espuma de sabão ou
sabonete sobre a superfície da mucosa e/ou pele suavemente, até sair toda a
camada de gordura acumulada", explica o urologista. A essa gordura, damos
o nome de esmegma. Ela é uma secreção branca composta de células descamadas da
pele e óleos produzidos por glândulas penianas, e precisa ser retirada
completamente para que seja afastado o risco de proliferação de bactérias e
fungos no local.
Um ponto importante
destacado pelo médico é a limpeza adequada do pênis
depois do ato sexual, pois ela ajuda a remover resíduos de sêmen e excesso de
lubrificante do preservativo. A higiene também serve para retirar o muco da
lubrificação natural da mulher junto com resíduo de secreção espermática após a
ejaculação, já que ambos são ricos em substâncias que servem como meio de
cultura para bactérias e fungos.
Além disso, o uso de
preservativos em qualquer relação sexual é fundamental, seja durante o Carnaval
ou em todo as demais épocas do ano. Essa atitude previne contra o vírus HIV e
as demais doenças sexualmente transmissíveis, como HPV, herpes genital,
gonorreia, hepatite B e C e sobretudo sífilis, doenças que vem apresentando
aumento no número de ocorrências no Brasil, acompanhando uma tendência mundial.
Câncer de pênis tem maior
incidência no Norte e Nordeste
Entre os fatores de risco
pra que o pior aconteça, o especialista menciona a fimose, que impede a
exposição da glande (cabeça do pênis) por causa do estreitamento do prepúcio, o
acúmulo de esmegma (secreção branca resultante da descamação celular) e
principalmente a falta de informação. “Pessoas em situação socioeconômica
desfavorável, moradoras das regiões mais carentes, são as mais afetadas pelo
câncer de pênis”, ele explica.
Apesar de rara nos países
europeus e américa do norte, esse tipo de tumor é uma condição frequente em
muitos países africanos, sul americanos e asiáticos. No Brasil, ele representa
2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas
regiões Norte e Nordeste. O número de mortes chega a 400 por ano, segundo dados
do INCA (Instituto Nacional do Câncer).
Dados da literatura
brasileira demonstraram que dos pacientes com câncer de pênis, 75% eram
brancos, 23% negros e 2% orientais. Noventa por cento dos casos são oriundos do
Sistema Único de Saúde (SUS). Isso sugere que o câncer de pênis tende a afetar
os mais pobres, não circuncidados e com hábitos precários de higiene.
Mesmo com todos os cuidados,
é essencial buscar um profissional ao menor sinal de problema. “Os homens
precisam ficar de olho na aparição de manchas, verrugas, úlceras e feridas no
pênis. Quanto antes for diagnosticado, maiores são as chances de sucesso no
tratamento e da não remoção do pênis”, finaliza Dr. Nardi.
Instituto
Lado a Lado pela Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário