A
exposição solar ainda é motivo de impasse entre algumas especialidades médicas,
mas é consenso que se expor moderadamente ao sol é benéfico para a saúde e pode
ajudar na prevenção de algumas doenças. Um desses benefícios é que essa
exposição proporciona a vitamina D, cuja a deficiência é muito comum no Brasil
e afeta ambos os sexos, inclusive muitos adolescentes.
A
vitamina D contribui para o bom funcionamento do organismo e pode ajudar na
prevenção de doenças autoimunes, neurológicas, cardiovasculares, metabólicas e
alguns tipos de câncer. Também ajuda na absorção do cálcio e do fósforo no
intestino, fortalece ossos e dentes, aumenta a produção de músculos, melhora o
equilíbrio, fortalece o sistema imunológico; previne alguns tipos de câncer,
como os de cólon, de reto e da mama e o envelhecimento precoce. Obesidade,
diabetes, depressão, Alzheimer, doença cardiovascular, câncer de mama, câncer
colorretal, câncer de próstata e artrite reumatoide.
De
acordo com a Dra. Simone Neri, dermatologista da Clínica Medcin, a Vitamina D é
um pró-hormônio produzido a partir da ação do raio ultravioleta B na pele. As
duas principais formas são a vitamina D2 (ergo calciferol) e a vitamina D3
(cole calciferol). No fígado, a vitamina D3 é transformada em 25
hidroxi-vitamina D e é esta a vitamina D medida pelos médicos nos exames de
sangue. Porém, a forma ativa da vitamina D é o calcitriol, obtido a partir da
transformação da 25 hidroxi nos rins. O calcitriol é um hormônio que facilita a
absorção de cálcio pelo organismo.
Muitos
estudos mostram que grande parte da população tem deficiência de vitamina D, o
que aumenta a chance de desenvolver doenças. A população de maior risco são
mulheres acima de 55 anos, na pós–menopausa. Mas, homens e mulheres de
diferentes idades também apresentam com frequência níveis baixos da vitamina D.
Os valores considerados adequados em adultos são acima de 30 ng/ml, conforme
recomendação do Consenso da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, divulgado em
agosto de 2018. Para o bom funcionamento do corpo, são necessárias, no mínimo,
200 UI (unidade internacional usada para a vitamina D) para os adultos, por
dia. Já entre as crianças, as doses variam de acordo com a idade.
“É
importante que a exposição solar seja cuidadosa. Deve ocorrer no início da
manhã, antes das 10h ou no final da tarde, após as 16h, para evitar os efeitos
nocivos dos raios ultravioletas, de preferência em áreas não expostas
cronicamente a luz solar, como palmas e plantas dos pés, costas e pernas”,
explica a Dra. Simone Neri.
Quanto
ao uso de filtros solares é importante salientar, que não há impacto sobre a
produção da vitamina D, como demonstra estudo recente conduzido pela Sociedade
Brasileira de Dermatologia onde dois grupos de pessoas foi exposta ao sol,
sendo que uma delas com filtro solar e outra sem filtro. Foi realizada a
dosagem da Vitamina D antes e depois da exposição e o que se observou é que não
houve diferença de produção de vitamina D no grupo de pessoas expostas ao sol com
filtro solar quando comparado ao grupo controle sem filtro solar. Portanto, ao
contrário do que muitos pensam, é fundamental o uso dos protetores solares,
principalmente em áreas do corpo cronicamente expostas a radiação ultravioleta,
na prevenção ao câncer de pele.
Além
da exposição controlada ao sol, a alimentação também contribui para a produção
da vitamina D. Alimentos como óleos de salmão, atum e sardinha, gema de ovo,
fígado, leite, iogurte e queijos ajudam na produção do hormônio. Mas somente a
alimentação não é suficiente para manter um nível adequado de vitamina D no
sangue. O banho de sol, portanto, é a principal forma de conseguir a quantidade
indicada. Em alguns casos, a suplementação também se faz necessária.
“A
suplementação normaliza os níveis de vitamina D em torno de 3 meses após o uso
diário ou semanal de forma contínua. A dose correta de suplementação depende de
idade, nível de deficiência e fatores de risco que cada paciente apresenta. A
deficiência da vitamina D pode ser silenciosa, ou seja, não produzir sintomas.
Mas, pessoas com níveis muito baixos podem apresentar sintomas de fadiga,
fraqueza muscular e até dor crônica”, conta a Dra. Simone Neri.
Antes
de tomar qualquer suplemento é importante checar a dosagem do nível de vitamina
D no sangue já que as consequências do excesso do pró-hormônio no organismo
também geram problemas sérios à saúde. Entre eles, o enfraquecimento dos ossos,
elevação dos níveis de cálcio que pode gerar pedras nos rins, arritmia
cardíaca, falta de apetite, náuseas, vômitos, aumento da frequência urinária,
fraqueza, hipertensão arterial, sede, coceira na pele e nervosismo. Portanto, é
fundamental procurar um médico e fazer um check-up anual para verificar a
dosagem de vitamina D no sangue.
“Sabemos
que a radiação solar é essencial à vida no planeta, e seres humanos privados do
sol desenvolvem uma série de doenças físicas e psiquiátricas. Entretanto, é
possível expor-se ao sol com cuidado, de forma leve e gradual, evitando
queimaduras, câncer da pele e minimizando o envelhecimento, a fim de se
beneficiar do bem-estar que ele nos proporciona”, finaliza a Dra. Simone Neri.
Dra. Simone Neri -
DERMATOLOGISTA - Possui 25 anos de formação em
Clínica Médica e em Dermatologia. É graduada em Medicina pela Universidade de
Santo Amaro UNISA, possui residência em Clínica Médica pela Universidade de
Santo Amaro UNISA, residência em Dermatologia pela Universidade de Santo Amaro
UNISA, é ex-preceptora do Ambulatório de Dermatologia da Faculdade de Medicina
da Universidade de Santo Amaro UNISA, médica plantonista do Pronto Socorro do
Hospital São Luiz, ex-coordenadora médica do Pronto Socorro do Hospital São
Luiz Anália Franco. Participa ativamente de Congressos, tanto como
ouvinte quanto como palestrante e destaca-se na área de Cosmiatria e Estética
com expertise no manejo de Preenchedores, Toxinas e Lasers, sendo uma das
poucas profissionais da área a dominar a técnica consagrada de MD Codes de
harmonização facial. Na área de inovações em técnicas cirúrgicas, participou de
um grupo de estudos no Instituto Butantã no tema Toxina Botulínica em Processos
Inflamatórios do Couro Cabeludo, com apresentações em Congressos Nacionais e
Internacionais. Já na área da Dermatologia Clínica investe exaustivamente em
atualizações científicas, com tratamentos inovadores como os chamados
Medicamentos Imunobiológicos em doenças crônicas como Psoríase e Hidrosadenite.
Atualmente é dermatologista na Clínica Medcin. CRM 80.919.
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