Dermatologista que atua em Ipanema explica os
gatilhos que desencadeiam a doença
Queda
de cabelos é um tema que assusta homens e mulheres de diversas idades. Um
tipo, em especial, vem chamando a atenção de dermatologistas. Trata-se de
uma alopecia progressiva e irreversível, mais frequente em mulheres.
Dados
epidemiológicos sobre a chamada alopecia fibrosante frontal (AFF) ainda não
estão disponíveis, porém observações de dermatologistas ao redor do
mundo reforçam o aumento do número casos da doença. “A AFF foi descrita pela primeira
vez na literatura médica há cerca de 20 anos e nos chama a atenção pelo número
crescente de pacientes que desenvolveram o problema”, explica o dermatologista
Dr Rodrigo Pirmez, coordenador do Departamento de Cabelos da Sociedade
Brasileira de Dermatologia-RJ, vice-presidente da International Trichoscopy
Society e membro da European Hair Research Society e North American Hair
Research Society.
"A
AFF se manifesta principalmente pelo perda dos cabelos na linha de implantação.
A paciente tem a sensação de que a testa está ficando cada vez maior. Outro
sinal característico é a perda das sobrancelhas que muitas mulheres atribuem a
idade, o que acaba retardando a procura pelo dermatologista”, detalha o médico
que atua em clínica em Ipanema.
O
especialista ressalta ainda que outras manifestações podem acompanhar a doença:
"Perda dos pelos do corpo é muito comum. Alguns pacientes tem alterações
na textura da pele do rosto, como se fossem bolinhas. E outros podem também
apresentar manchas acizentadas na face"
Dr.
Rodrigo Pirmez, especialista no assunto de alopecia, explica alguns possíveis
gatilhos para o surgimento desse tipo de queda de cabelo:
- Acredita-se que alterações hormonais tenham um papel importante no desenvolvimento da alopecia, uma vez que a doença afeta predominantemente mulheres e é associada com o período perimenopausa.
- O surgimento recente da doença leva pesquisadores a acreditarem que fatores externos que tenham sido introduzidos há pouco tempo no meio ambiente tenham possam estar atuando como gatilho da doença. Fatores já aventados incluem uso de protetores solares e cosméticos, exposição à telas de computadores, contraceptivos orais e diferentes dietas. No entanto, ainda não há nenhum desses fatores seja responsável pela gênese da doença.
- A autoimunidade, ou seja, quando o próprio organismo se ataca, também é considerada. Estudos sugerem que pacientes com AFF tem maior incidência de doenças autoimunes.
- Há ainda a impressão de que a gênese da alopecia fibrosante frontal possa ser multifatorial e que um único gatilho não seria suficiente para desencadear a doença.
“É
importante ressaltar que esses estudos da doença são iniciais e que não há
confirmação de que nenhum dos fatores estudados possa ser, de fato, um gatilho
para o surgimento da doença. Portanto, não existem recomendações oficiais no
sentido de se proibir ou estimular o uso de nenhum produto ou comportamento
específico”, reforça dr. Rodrigo Pirmez.
“Minha
recomendação é que o paciente busque a consulta com dermatologista
especializado em doenças dos cabelos e couro cabeludo e realize os exames
indicados para confirmar o tipo de alopecia, que podem ir desde a tricoscopia,
exames de sangue ou até mesmo uma pequena biópsia de pele. A partir
de uma avaliação individualizada o médico irá prescrever o tratamento adequado.
A AFF tem tratamento e o diagnóstico precoce é chave para o sucesso do
tratamento", conclui o dermatologista.
Dr. Rodrigo Pirmez - Médico dermatologista com Graduação e Residência Médica
em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É
membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, European Hair Research Society
e North American Hair Research Society.Atual coordenador do Departamento de
Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Rio de
Janeiro. É um dos fundadores e atual vice-presidente da International
Trichoscopy Society. É professor do Centro de Estudo de Doenças dos Cabelos e
Couro Cabeludo da Santa Casa da Misericórdia – Instituto de Dermatologia Professor
Rubem David Azulay.É
autor de capítulos de livro e de diversos artigos científicos publicados em
revistas médicas. Frequentemente palestra e coordena eventos médicos nacionais
e internacionais.
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