Nova orientação do Ministério da Saúde está
alinhada com a OMS e o CTAI, após comprovação da eficácia da vacina contra
tuberculose em crianças que não ficam com cicatriz
Crianças que não apresentarem cicatriz vacinal após
receberem dose da vacina contra tuberculose (BCG) não precisam ser revacinadas.
A nova recomendação do Ministério da Saúde está alinhada com a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) após
estudos comprovarem a eficácia do imunobiológico também em crianças que não
ficam com cicatriz depois da vacina. A orientação foi encaminhada aos estados e
municípios na última sexta-feira (1º/2).
“Seguimos a recomendação da OMS com relação a BCG
porque a ausência da cicatriz vacinal não significa que a criança não está
protegida contra a doença”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de
Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
A medida foi discutida com especialistas em 2018,
durante reunião do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) com base no
último Position Paper da OMS, publicado no ano passado. Instituído em
1991, o CTAI é integrado por representações de várias instituições ou
organizações reconhecidas nacional e internacionalmente, como a Sociedade
Brasileira de Imunizações (SBIm); Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI);
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Sociedade Brasileira de Imunologia
(SBI); Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas); Associação Brasileira de Saúde
Coletiva (Abrasco); entre outros.
A principal maneira de prevenir a tuberculose em
crianças é com a vacina BCG, ofertada gratuitamente no SUS. Ela deve ser dada
às crianças ao nascer nas maternidades, ou na primeira visita da criança no
serviço de saúde, o mais precocemente possível. A vacina também está disponível
na rotina dos serviços para crianças menores de cinco anos de idade. A vacina,
que necessita de apenas uma dose, protege as crianças das formas mais graves da
doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.
Cobertura
vacinal contra a Tuberculose
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir
doenças, por isso o Ministério da Saúde tem alertado periodicamente a população
sobre a importância de manter a vacinação em dia.
A vacina BCG é uma das vacinas com maior adesão. Em
2017 registrou 96,2% de cobertura vacinal em todo o país, acima do preconizado
pelo Ministério da Saúde que é de, pelo menos, 90%. Em anos anteriores a taxa
da cobertura vacinal ultrapassada os 100%, sendo: 2011 (107,94%); 2012
(105,7%); 2013 (107,42%); 2014 (107,28%); 2015 (105,08%); 2016 (95,55%). Os
gestores têm até o mês de abril para atualizar no Sistema de Informação do
Programa Nacional de Imunização (SIPNI) a situação vacinal local, mas dados
preliminares já indicam uma cobertura em 2018 de 87,5%.
“Não podemos descansar com relação à vacinação. Só
com altas coberturas vacinais é que conseguimos manter bem longe das nossas
crianças doenças como a tuberculose, que pode até matar”, enfatiza Carla
Domingues.
O Ministério da Saúde oferta gratuitamente nas mais
de 36 mil salas de vacinação do SUS todas as vacinas recomendadas pela OMS no
Calendário Nacional de Vacinação. Atualmente, são cerca de 300 milhões de doses
de imunobiológicos, por ano, para combater mais de 20 doenças, em todas as
faixas etárias. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas
específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Amanda Mendes
Agência Saúde
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