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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Conheça 4 erros mais comuns cometidos pelos pacientes com asma



De acordo com especialista, muitos asmáticos entram em um conformismo que os faz pensar que a vida com sintomas característicos da doença é normal


Quem não conhece pelo menos uma pessoa que sofre de asma? No Brasil, mais de 26 milhões de pessoas possuem asma1, doença que leva a inflamação das vias aéreas causada por fatores externos variados. No entanto, apenas 12,3%2 das pessoas diagnosticadas com asma no Brasil estão com a doença controlada, ou seja, sem nenhum sintoma.

"Os pacientes que realizam o tratamento de forma correta não devem sentir sintomas e conseguem viver uma vida completamente normal", afirma o dr. Mauro Gomes, médico chefe de equipe de pneumologia do Hospital Samaritano de São Paulo. Ainda, segundo ele, muitas vezes as pessoas que tem asma entram em uma situação de conformismo que os leva a acreditar que certos sintomas são rotineiros e não tem solução. Isso pode levar também a alguns descuidos com relação ao tratamento.

Diante disso, Gomes destacou os quatro erros mais cometidos pelos pacientes com asma e que devem ser evitados. Veja abaixo:


Prática de esportes

Gomes explica que, quando controlada, a asma não é impeditiva para nenhum tipo de prática esportiva. A prática regular dos esportes melhora o condicionamento físico do asmático, além de reduzir o risco de crises. 

Importante, para poder realizar a prático de esporte, é manter o tratamento continuado para evitar o risco de ter falta de ar ou crise. Atletas como o nadador Cesar Cielo – que atualmente é embaixador da campanha "Asma – Não é normal ter sintomas" – é um grande exemplo da eficiência dos esportes no tratamento. O atleta, que possui 11 medalhas de ouro em mundiais, começou a praticar natação para lidar com a asma.


Adesão ao tratamento

É muito importante o paciente seguir à risca o tratamento prescrito pelo médico. A asma é uma doença crônica, que ainda não tem cura. Então, mesmo quando os pacientes não estão com sintomas, é necessário manter o tratamento para se manter os brônquios livres, sem nenhuma obstrução e prevenir o risco de crises.


Corticoide oral X Corticoide inalatório

A base do tratamento regular de manutenção, que previne e evita o risco de crises, é o corticoide inalatório. Utilizado por meio de "bombinhas", ele possui mínimo risco de efeitos colaterais e deve ser usado por praticamente todos os asmáticos. De modo bastante diverso, o corticoide oral, popularmente chamado de cortisona, deve ser utilizado somente em alguns casos de asma grave e especialmente nos momentos de emergência. Deve-se evitar o uso excessivo de corticoide oral devido aos seus diversos efeitos colaterais, como o aumento do risco de obesidade e diabetes, aumento da pressão arterial, problemas no trato digestivo, problemas oculares como catarata e piora do glaucoma, osteoporose, insuficiência da glândula adrenal e até doenças psiquiátricas como depressão. Em crianças, a obesidade e o retardo do crescimento são os efeitos colaterais mais comuns4-10", afirma Gomes, que também reforça a necessidade de sempre consultar um médico, de preferência um alergologista ou pneumologista.


Automedicação

Como Gomes afirmou anteriormente, a presença de sintomas em pacientes de asma significa que a doença não está controlada. De acordo com o especialista, se os sintomas persistirem, é necessário consultar um médico para ver se o tratamento passado continua sendo o mais adequado. "A terapia para asma é composta por cinco etapas, que são determinadas de acordo com a medicação necessária para controlar a doença. Com as medicações atuais, a grande maioria dos pacientes asmáticos permanece sem sintomas. Para que isso aconteça, é muito importante seguir à risca o tratamento recomendado pelo médico. Utilizar medicações não prescritas pode prejudicar o paciente".







1. To T et al. Global asthma prevalence in adults: findings from the cross-sectional world health survey. BMC Public Health. 2012 Mar 19;12:204.
2. Dados populacionais IBGE - disponível em http://www.ibge.gov.br, acessado em novembro de 2018.
3. JED et al. Respira project: Humanistic and economic burden of asthma in Brazil. J Asthma. 2018
4. ASBAI- Associação brasileira de Alergia e Imunologia. Tratamento da asma. Disponível em http://www.asbai.org.br/secao.asp?s=81&id=311. Acesso em novembro de 2018.
5. GINA. Global Strategy for Asthma Management and Prevention Disponível em http://ginasthma.org/wp-content/uploads/2018/04/wms-GINA-2018-report-tracked_v1.3.pdf. Acesso em novembro de 2018.
6. Waljee AK, Rogers MA, Lin P, et al. Short term use of oral corticosteroids and related harms among adults in the United States: population based cohort study. BMJ. 2017;357:j1415.
7. Journal of Asthma and Allergy. Adverse outcomes from initiation of systemic corticosteroids for asthma: long-term observational study. Disponível em: http://www.dovepress.com/adverse-outcomes-from-initiation-of-systemic-corticosteroids-for-asthm-peer-reviewed-fulltext-article-JAA. Acesso em novembro de 2018.
8. Asthma Australia. What treatments are used for severe asthma? Disponível em: http://www.asthmaaustralia.org.au/nt/about-asthma/severe-asthma/treating-severe-asthma/what-treatments-are-used-for-severe-asthma-/oral-corticosteroids. Acesso em novembro de 2018.
9. The Journal of Allergy and Clinical Immunology. Oral corticosteroid exposure and adverse effects in asthmatic patients. Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091-6749(17)30680-2/fulltext. Acesso em novembro de 2018.
10. Journal of Managed Care & Specialty Pharmacy. Dose-Response Relationship Between Long-Term Systemic Corticosteroid Use and Related Complications in Patients with Severe Asthma. Disponível em: http://www.jmcp.org/doi/10.18553/jmcp.2016.22.7.833. Acesso em novembro de 2018.

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