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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Você sabia que a Síndrome do Intestino Irritável pode ter relação com intolerância à lactose? Entenda.


 Com sintomas semelhantes, as pessoas nem sempre procuram diagnóstico e convivem com a doença sem tratamento; especialista explica diferenças e quando é possível minimizar desconfortos como diarreia


No mundo, por volta de 60% a 70% da população possui dificuldade de digestão ou deficiência da enzima lactase, sendo então intolerante à lactose. Já a Síndrome do Intestino Irritável (SII) é a mais frequente doença funcional gastroenterológica e acomete 10% a 20% da população. Não se sabe ao certo quantas destas pessoas terão acesso a diagnóstico e tratamento, mas as doenças têm um fator em comum: os principais sintomas. Eduardo André, Doutor pela FMUSP e Pós-Doutor em Gastroenterologia pela Universidade de Londres esclarece as diferenças entre as condições e quando é o momento de buscar tratamento.

O especialista afirma que a Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio do trato digestivo, que se caracteriza pela modificação da função intestinal. Os sintomas típicos são: desconforto ou dor abdominal, geralmente localizados na região baixa do abdômen,  associados à alteração do hábito intestinal, com constipação, diarreia ou alternância de uma e outra. Sinais muito parecidos com os de intolerância à lactose. Neste caso, pessoas com deficiência da lactase, açúcar do leite, também costumam ter diarreia ou constipação, mas após o consumo de leite e derivados.

O Dr. Eduardo André explica que as duas condições demandam atenção e necessitam de acompanhamento médico. “Há pessoas que se afastam do convívio social pelo receio dos sintomas e não buscam diagnóstico e tratamento. Para minimizar os desconfortos, há alternativas que ofereçam mais qualidade de vida aos pacientes”.


Como tratar? 

O médico alerta para outro fato importante: “pode existir ainda uma sobreposição de ambas, isto é, alguém que possua SII pode, ao mesmo tempo, ser intolerante e vice-versa. O tratamento de cada condição, porém, é muito diferente e, por isso, exige um correto diagnóstico”. Para pacientes com a síndrome, a terapêutica vai depender da natureza e intensidade dos sintomas, do grau de comprometimento funcional e dos fatores psicossociais envolvidos. Cada vez mais, medidas de atenção primária, aquelas que refletem o melhor controle, são tomadas. Deste modo, a maneira mais adequada de tratar é por meio de uma abordagem ampla, integral e individualizada.1

Já na intolerância à lactose, a opção é utilizar a enzima lactase, suplementação que pode ser utilizada diariamente. Ela auxilia a digestão do açúcar do leite e derivados. “No mercado, existem diversas apresentações. Como médico, indico suplementos que possuam estudo clínico de eficácia comprovada, como a Perlatte, da Eurofarma”. 

Para finalizar, o Dr. André lembra que “após perceber a existência de algum desconforto como os que mencionamos, o ideal é procurar auxílio médico para investigação diagnóstica. As condições, atualmente, não têm cura, mas é possível minimizar os sintomas proporcionando liberdade e bem-estar”.


A intolerância à lactose

Segundo pesquisa conduzida pelo DataFolha, 35% da população com idade acima dos 16 anos, cerca de 53 milhões de pessoas, informam ter desconforto digestivo após o consumo de derivados do leite. No mundo, por volta de 60% a 70% da população possui dificuldade de digestão ou deficiência da enzima lactase.1

A pesquisa mostra que, entre pessoas que relataram algum tipo de desconforto gastrointestinal, 88,2%, jamais receberam um diagnóstico médico, a maioria homens com mais de 35 anos. Apenas 4% das pessoas relataram terem ido procurar ajuda médica e, dentre esses, 1% foi diagnosticado com Intolerância à lactose, o que corresponde a 1,5 milhão.1

As mulheres, por outro lado, apresentam maior incidência da doença, correspondendo a 59% dos casos. É importante, portanto, ficar alerta ao que desencadeia sintomas e, quando necessário, procurar atendimento por um profissional da área.






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