Recentemente a ONU, Organização das
Nações Unidas, protagonizou a campanha #AcabeComAPoluiçãoPlástica, onde o
plástico aparece como um dos principais causadores de danos ao meio
ambiente. Ao destacar apenas pontos negativos, a ação reforça a ideia
de que este produto é sinônimo de poluição e leva os extremistas a enaltecerem
o discurso de acabar com o seu uso.
Sou absolutamente contra o mote dessa
campanha, que decidiu – de maneira irresponsável – que o plástico é um monstro
poluidor. Tudo o que está em nossa volta contém, é transportado ou
acondicionado por um material plástico. Nos hospitais, ele está nos
medicamentos, vacinas, materiais cirúrgicos e implantes. Os alimentos e a água
são transportados e acondicionados por ele.
Outro exemplo emblemático é a sacola
plástica distribuída nos supermercados. Querem eliminá-la e usar a retornável,
de tecido. Ok, mas depois de usadas, as sacolas retornáveis precisam ser
higienizadas. Usaremos água e detergente? E quem vai tratar essa água? E a
natureza? Esse não era o grande apelo para eliminarmos o plástico?
Não precisa lavar a sacola retornável?
Depois de alguns usos, essa sacola estará conduzindo, transmitindo e será vetor
de multiplicação de bactérias, microrganismos e fungos, estará contaminada e
será um perigo para a sociedade. Enfrentaríamos seríssimos problemas de saúde
pública.
Desafio alguém a conseguir viver sem o
plástico, um único dia! Plástico é um produto do bem, é útil e importante. O
grande vilão é a sociedade, que não dá o destino adequado. Temos que utilizar
menos, reutilizar e encaminhar para o descarte adequado. Jogá-lo na natureza é
uma irresponsabilidade. Até hoje nunca vi uma sacolinha com perninha indo tomar
banho de rio. A ONU deveria aproveitar seu prestígio para transformar as
pessoas, conscientizando-as a dar o destino adequado ao lixo.
Para que a gente construa um futuro
humano e digno – para nós mesmos, mas principalmente para nossos filhos e netos
– a separação e destinação do lixo para reciclagem precisa fazer parte da nossa
rotina. Dar o destino correto ao lixo é um assunto sério e muito urgente, é uma
mudança de atitude para a vida, em favor da vida, e deve acontecer agora.
Albano Schmidt - Presidente do Simpesc - Sindicato da Indústria de Material
Plástico de Santa Catarina
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