Campanha mundial pela amamentação acontece entre os dias 1 e 7 de agosto
"Aleitamento materno: a base da vida". Este é o tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) de 2018, que acontece entre os dias 1 e 7 de agosto. Definido pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação (WABA, sigla em inglês) a ação ocorre em 120 países, incluindo o Brasil, e busca destacar a importância do tema na saúde de mães e filhos.
Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e
da Organização Mundial da Saúde (OMS), em colaboração com o Global
Breastfeeding Collective, publicado em 2017, apenas 23 dos 194
países pesquisados registraram índices de amamentação exclusiva acima de 60%,
em crianças menores de 6 meses.
No
Brasil, o índice foi de 38,6%.
O leite materno, comprovadamente, oferece a nutrição ideal e ajuda no
amadurecimento do sistema imunológico do bebê, prevenindo e combatendo
infecções. "Também está provado que o primeiro desenvolvimento cognitivo
do bebê se inicia junto à mãe, nas mamadas, ao fixar o olhar materno, recebendo
os estímulos visuais e auditivos que aumentam as conexões e sinapses cerebrais.
Sabemos das dificuldades na rotina do dia a dia das mães, mas reforçamos sempre
os benefícios para os dois", destaca a Dra. Denise Bedoni, pediatra
coordenadora do Hospital Leforte, Unidade Morumbi.
Para as mulheres, amamentar também contribui para a prevenção do
diabetes e do câncer de mama. Estudo publicado na revista JAMA
Internal Medicine revelou que a amamentação por períodos mais
longos foi associada a uma redução graduada em 25% a 47%, na incidência de
diabetes (https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2668634).
O Fundo Mundial para Pesquisa sobre Câncer, do Instituto Norte-Americano
para Pesquisa sobre o Câncer inclui a amamentação entre as recomendações para
prevenir o câncer de mama. De acordo com a entidade, amamentar reduz o risco de
incidência da doença no caso da mãe e de sobrepeso ou obesidade, no caso da
criança.(https://www.wcrf.org/dietandcancer/recommendations/breastfeed-your-baby)
Outro ponto que merece destaque durante a campanha se refere à
alimentação da gestante. "A futura mãe costuma ficar preocupada com a
produção do leite. Por isso, a recomendação é buscar uma alimentação com
produtos com a menor taxa possível de industrialização. A dieta tem que ser variada,
incluindo pães e cereais, frutas, legumes, verduras, derivados do leite e
carnes. Uma boa ingestão de água, além de sucos e chás, também é importante,
dando a certeza de que a sede está sendo saciada", explica Marisa Diniz
Graça, nutricionista do Hospital Leforte, Unidade Liberdade.
A amamentação será um dos temas debatidos durante a IV Jornada de
Pediatria, que o Hospital Leforte realizará no próximo dia 18 de agosto, em São
Paulo. O evento reunirá pediatras de todo o País, para discutir, também, distúrbio
do sono, diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas e vacinação, entre
outros assuntos, com a participação de especialistas renomados.
Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre
amamentação
1. Existe leite fraco?
Mito: Cada mãe produz o leite adequado para as
necessidades de seu bebê. Se a criança mama regularmente e está ganhando peso,
não há motivo para preocupação. O leite materno é menos encorpado e mais
claro que o leite de vaca. Mas isso não impede que seja rico em nutrientes.
Essa é a maior dúvida entre as mães, que acabam interrompendo o aleitamento
materno exclusivo.
2.Stress interfere na produção de leite?
Verdade. Mães que estão passando por situações de stress
ou muita tensão podem, muitas vezes, produzir uma quantidade anormal de
adrenalina, que bloqueia a oxitocina, um dos hormônios que influenciam na
amamentação. Por este motivo, essas mulheres tendem a produzir leite em
quantidade insuficiente.
3.Amamentar acelera a perda de peso da mãe?
Verdade. Mantendo uma dieta rica e balanceada, a mãe que
amamenta de maneira exclusiva nos primeiros meses volta mais rapidamente ao seu
peso normal. O corpo gasta cerca de 700 calorias todos os dias, somente para
produzir leite para o bebê.
4.O bebê necessita mamar a cada três horas?
Mito. Não há uma regra rígida em relação ao horário e a
periodicidade. Essas questões variam conforme a demanda do bebê. A mãe deve
oferecer o leite em "livre demanda", ou seja, toda vez em que o bebê
sentir fome, o que pode variar de duas a três horas. Uma atenção especial deve
ser dada a bebês que dormem muito. Acima de quatro horas, deve ser acordado
para mamar, evitando casos de desidratação e hipoglicemia.
5.Alimentos consumidos pela mãe influenciam no
sabor do leite?
Verdade. Pesquisas indicam que, desde a amamentação, o bebê
já pode sentir os sabores e aromas dos alimentos consumidos pela mãe por meio
do leite. Isso o deixa mais disponível para aceitar os mesmos alimentos durante
a introdução da alimentação complementar.
6.Canjica e cerveja preta aumentam a produção de
leite.
Mito. Não existe nenhuma relação entre a ingestão de
alimentos e o aumento ou diminuição da produção de leite. O que aumenta a
quantidade de leite é a sucção regular da criança. Portanto, quanto maior a
oferta de mamadas, maior será a produção de leite.
7.É preciso revezar as duas mamas para amamentar.
Mito. O ideal é que o bebê esvazie uma mama e na próxima
mamada seja oferecida a outra. Isso é importante porque o leite posterior só é
alcançado depois de alguns minutos de mamada. Essa é uma porção rica em açúcar
e gordura que ajuda o bebê a se saciar e ganhar peso mais rápido. Caso não
ingira esta parte do leite, ele terá fome mais rapidamente.
8.Amamentação deve ser exclusiva até os seis meses.
Verdade. O recomendado é que a criança seja amamentada de
maneira exclusiva até os seis meses. A partir daí, deve-se intercalar a oferta
de alimentos pastosos, sólidos e outros líquidos. O aleitamento deve continuar
até os dois anos.
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