Benefício gratuito disponibilizado
pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde não deve ser ignorado para proteção
individual e em massa
Preocupada com a queda da cobertura vacinal no território
nacional, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)
orienta e reforça a importância das vacinas que previnem doenças, muitas delas,
desconhecidas da população devido à erradicação e controle pela eficácia do
procedimento. As vacinas são medicamentos que oferecem, em maior ou menor
grau, proteção individual contra doenças, e a depender de sua eficácia,
imunidade populacional, ao bloquear a circulação dos agentes causadores destas
doenças. As campanhas de vacinação, que buscam essencialmente a proteção da
população, fazem parte da história de vários países e especialmente do Brasil,
que conta com um dos melhores programas de imunização do mundo. O
calendário básico de vacinação pode ser conferido em: https://goo.gl/F3PWCn.
As explicações para a diminuição nas taxas de vacinação
englobam diversos fatores. "Um deles é o possível desabastecimento
das vacinas em algumas cidades. Além disso, o Brasil está recebendo milhares de
refugiados a cada mês. Independentemente do país de origem, essa população não
recebe os cuidados adequados devido à falta de uma política pública que
direcione um olhar sanitário maior, assim como os viajantes que entram e saem
do país, sem nenhum controle vacinal. Ainda sobre política pública, como o
crescimento de adeptos do movimento anti-vacina, não há um monitoramento do
Ministério da Saúde ou Anvisa para entendimento, argumentação e até propostas
de diálogo", argumenta Denize Ornelas,
médica de família e diretora da SBMFC.
Uma solução é ação educativa individual nas Unidades Básicas de
Saúde para conhecimento sobre quais são os medos e receios não só dos pais, mas
de adultos que querem se vacinar, mas adiam o procedimento por falta de esclarecimentos
e não terem um acolhimento necessário quanto as suas dúvidas.
“Hoje há também uma dificuldade de vacinação e adesão de acordo
com a proposta do Ministério da Saúde, principalmente pelo horário de
atendimento da maioria das Unidades Básicas de Saúde ainda ser das 8h às 17h,
de segunda a sexta-feira, muitas vezes incompatível com o horário de trabalho
dos pais e cuidadores das crianças. Precisamos aproveitar melhor os dias de
campanhas de fim de semana, em que há uma facilidade para atualização das
vacinas para quem perdeu o prazo”, explica Denize .
Vacinação de adultos
Algumas vacinas são necessárias novas doses na fase adulta, como
a contra sarampo, caxumba e rubéola nas mulheres, na faixa etária entre 20 e 30
anos. Uma oportunidade de atualizar a imunização dos adultos é utilizar os dias
de campanhas infantis, quando os pais levam os filhos para se vacinarem, porém
é necessário checar a política desse tipo de evento de cada município e estado.
Importância de tomar todas as doses
Muitas vacinas têm mais de uma dose, e elas se complementam, não
é um reforço como muitos pensam. Caso tenha até três doses, todas devem ser
tomadas para que a imunização completa seja realmente efetivada, pois cada uma
age de uma forma diferente e só completam a proteção, quando todas as doses
forem realizadas. “O sistema imunológico precisa de todas as doses para que
organismo tenha uma reação de proteção e possa gerar as células de defesa e
memória imunológica produtoras de imunoglobulinas, que são os anticorpos
que vão combater o vírus ou a bactéria responsável pela doença”, comenta
Denize.
Hoje, o Sistema Único de Saúde oferece um sistema vacinal
efetivo e gratuito disponibilizado em Unidades Básicas de Saúde de todo o país.
Além da proteção individual, também proporcionam a proteção em massa,
principalmente sobre as doenças que são transmitidas por vírus como o sarampo
ou caxumba, cuja transmissão é por via respiratória, em alguns ambientes
fechados como ônibus e metrôs. E muito mais que proteger das doenças, as
vacinas também protegem contra as consequências e sequelas.
Efeitos colaterais
Uma reação que pode acontecer, principalmente em crianças é a
febre pelo menos 48 horas após o período da vacina. É uma reação do corpo que
está produzindo os anticorpos contra aquela substância presente na vacina e
esta tenha o efeito esperado no organismo. Algumas mães, até orientadas por
médicos, dão antitérmicos antes da vacina para prevenir, mas o recomendado é
esperar a febre se manifestar, pois cada criança vai reagir de um jeito e
também muitas, mesmo com 38º graus continuam brincando normalmente, outras não,
têm sintomas mais fortes e necessitam de cuidados dos pais e cuidadores. “A
orientação é observar a reação da criança e caso a febre se manifeste de forma
a deixar a criança sonolenta, enjoada, com falta de apetite, e outros sintomas,
o ideal é consultar o médico de família ou pediatra que faz o acompanhamento
para checar o melhor medicamento e dose”, ressalta Denize.
Dor na picada
Outro fator que afasta as mães e pais a não levarem os filhos
para se vacinarem é a dor que a agulha da injeção proporciona. É possível
também que o local fique dolorido por 24 horas depois da aplicação da vacina, o
conselho é fazer compressa para aliviar a dor.
Uma dica importante que já é usada em alguns serviços públicos e
privados para proporcionar que o momento da vacinação seja mais tranquilo é a
amamentação simultânea. Está cientificamente provado que o leite materno tem
substâncias analgésicas que diminuem a dor, além do conforto e aconchego que o
bebê sentirá no contato com a mãe.
As vacinas que estão na cobertura do SUS utilizadas na infância
para proteção em massa são para prevenção de caxumba, rubéola, sarampo
(tríplice viral) e também contra varicela (tetra viral), meningite, coqueluche,
difteria, tétano, hepatite B e também a contra a poliomielite, doença
erradicada do país há muito tempo devido à disponibilidade das campanhas e
vacinas gratuitamente. E lembre-se, sempre que tiver alguma dúvida sobre o
assunto, consulte sempre seu médico de família e comunidade na unidade de saúde
mais próxima.
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