Consultora em
aleitamento materno dá dicas importantes para as mães
É sabido que o leite materno é o alimento mais
completo e equilibrado para os bebês. Ele atende todas as necessidades de
nutrientes e sais minerais fundamentais até os 6 meses de idade. Mas, apesar de
extremamente prazerosa para algumas, a amamentação é um processo que pode
causar diversos desconfortos para a mãe, como mamas inchadas e duras, dor,
mamilos rachados, produção de muito ou pouco leite e, ainda, bicos invertidos
ou planos.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil,
cerca de 40% das mães conseguem manter a amamentação exclusiva até os seis
primeiros meses de vida do bebê. Embora esta taxa seja o dobro da taxa
apresentada em países como Estados Unidos, Reino Unido e China, especialistas
apontam que o índice brasileiro ainda pode ser melhorado. Para tirar todas as
dúvidas sobre o assunto, a consultora e especialista de aleitamento materno da
Philips Avent, Eneida Souza, listou as principais vantagens da amamentação,
assim como, algumas técnicas que ajudarão aliviar os desconfortos causados por ela.
Vantagens da amamentação:
1. Previne doenças nos bebês: o leite
materno colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne
alergias, obesidade e intolerância ao glúten. Além disso, bebês que se
alimentam exclusivamente do leite materno têm menor risco de desenvolver asma e
artrite reumatoide.
2. Preserva a saúde do intestino dos pequenos: o
colostro, leite materno produzido nos primeiros dias, contém uma molécula
chamada PSTI (Pancreatic Secretory Trypsin Inhibitor – em português, Inibidor
da Secreção da Tripsina Pancreática), responsável por proteger e reparar o
intestino delicado dos recém-nascidos. Essa molécula cria uma proteção
permanente para a ingestão de todo alimento consumido posteriormente pelos
bebês.
3. Estreita o vínculo entre a mãe e o filho: o momento
da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho. Esse impacto nas emoções de
ambos é causado, principalmente, pelo estímulo dos sentidos físicos dos bebês.
O cheiro e o som do batimento cardíaco e o calor do corpo da mãe funcionam como
impulsos para o bebê e o deixam tranquilo e seguro.
4. Estimula o crescimento dos prematuros: Quando o
ômega 3 está presente no leite materno, ele ajuda no desenvolvimento e
crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida. Isso acontece porque o
ômega 3 está relacionado com o crescimento celular. Para estimular o nutriente,
é importante que ele seja consumido pela mãe durante a gestação e após o
nascimento do bebê.
5. Reduz chances de câncer na mãe: Amamentar
o bebê, gera benefícios também para as mães. A amamentação pode proteger a mãe
contra o câncer de mama e de ovário. Quanto maior o período de amamentação,
maior é a proteção. A explicação é que a amamentação possui efeitos positivos
sobre a produção de hormônios femininos, prevenindo a ação de células
cancerígenas.
6. Reduz o risco de síndrome metabólica feminino: Estudo
publicado na American Journal of Obstetrics revelou que a amamentação reduz o
risco de a mulher desenvolver síndrome metabólica (doenças cardíacas,
cerebrovasculares, renais e diabetes) após a gravidez, inclusive para aquela
que teve diabete gestacional. A associação é relacionada com o equilíbrio
hormonal feminino estimulado pela amamentação.
Desafios da amamentação:
1. Mamas inchadas e duras
Este problema ocorre quando o ducto da mama está
sobrecarregado. Com isso, o leite materno fica parado, impedindo a amamentação
e deixando os seios inchados, duros e quentes. Nestes casos, a mãe sente muita
dor, ainda mais quando o problema é acompanhado por um nódulo, similar a um
caroço.
Como solucionar: cinco
minutos antes de amamentar, faça massagem com movimentos circulares por toda a
mama. Em seguida, coloque o bebê para mamar ou retire o leite com extrator de
leite. Para evitar que os dutos voltem a entupir, vista roupas confortáveis e
use sutiãs sem aro, que apoiam bem os seios sem comprimir as mamas e amamente
com frequência.
2. Dor durante a amamentação
Todas mulheres que amamentam perdem a primeira pele
do mamilo e, com isso, as terminações nervosas ficam expostas e geram
desconforto durante as primeiras pegadas do bebê.
Como solucionar: o
desconforto passa à medida que a amamentação é estabelecida e a pega do bebê
esteja correta. Para aliviar as dores, use lanolina 100% purificada, alterne as
mamas e a posição do bebê durante a mamada, o que diminui a pressão sobre a
área lesionada e alivia o incômodo. Caso a dor persista, verifique se a posição
do filho está correta: a ponta do nariz e do queixo dele precisam estar
encostados na mama durante todo o aleitamento. Se ainda assim o incômodo
permanecer, coloque o dedo na boca da criança para diminuir a pressão que ela
está colocando na mama e, então, reinicie a pega correta.
3. Mamilos rachados e doloridos
Rachaduras nos mamilos podem ocorrer, mas nem por isso
causam menos desespero, dores e sangramento. Isto acontece devido à posição
errada do bebê durante a amamentação ou ao ressecamento do mamilo.
Como solucionar: após
amamentar, passe um pouco de leite materno no mamilo e deixe secar. Em seguida,
utilize lanolina 100% purificada. Caso a rachadura esteja muito profunda,
massageie as mamas e drene manualmente o leite. O uso da concha protetora à
base de silicone também ajuda a preservar o seio do contato direto com o tecido
e atrito ao sutiã e pode ser utilizado juntamente com a lanolina.
4. Produção de muito leite
Quanto mais o bebê mama, mais rápido ocorre a
descida do leite e, à medida que o bebe não esvazia a mama adequadamente, o
risco de fissuras no bico dos seios por pega incorreta, acúmulo de leite e
mastite (contaminação das mamas devido ao leite parado) pode aumentar e
dificultar o processo de amamentação do bebê devido ao desconforto da mãe.
Como solucionar: antes de
amamentar, extraia um pouco do leite com a mão para facilitar a pega correta. Após
amamentação, se necessário, extraia das mamas o que restar de leite com um
extrator elétrico ou manual.
5. Produção de pouco leite
A dificuldade de produzir leite pode ser causada
por diversos fatores, como a pega incorreta, amamentação insuficiente ou
estresse emocional e/ou físico da mãe.
Como solucionar: deixe o
bebê mamar sempre que ele quiser e pelo tempo que desejar desde que a mãe não
tenha dor/desconforto durante a amamentação e não esteja exausta. E, para
estimular a produção do leite é importante usar o extrator de leite após cada
mamada, ou quando a mulher se sentir mais descansada entre os intervalos das
mamadas, ou após um banho quente.
6. Bico do seio invertido
Os bicos invertidos são aqueles que não se projetam
para fora ao serem estimulados. Eles também podem ter a aparência plana,
suavemente ou completamente invertida no centro. Este caso não impede a
amamentação.
Como solucionar: é
essencial estimular o mamilo com as mãos e, inclusive, com o extrator de leite,
durante 30 a 60 segundos, antes do bebê mamar. Além disso, a mama não deve
estar muito cheia porque isso dificulta a pega correta. Outra dica é usar
corretor de mamilo invertido, uma solução não cirúrgica que promove a sucção
suave dos mamilos e pode ser utilizado antes da gestação ou após o parto (não
podendo ser usado durante a gravidez).
Eneida
Souza -parceira da Philips Avent, enfermeira pediatra, consultora em
aleitamento materno pela Universidade da Califórnia em Angeles (UCLA-CA) e
terapeuta sistêmica para família, casal, individual.
www.philips.com/newscenter.
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