Em um
momento onde o feminismo e a busca pelo protagonismo de suas próprias vidas
estão cada vez mais em destaque, quais são os atuais desafios das mulheres
hipermodernas? Pós-graduada em Psicologia Positiva, a coaching Renata Abreu, em
comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de Março, lista
alguns aspectos ligados ao conceito de felicidade e faz reflexões sobre a
problemática enfrentada pelas mulheres nos dias de hoje.
Mas como é
ser mulher no mundo de hoje? O que é ser feliz pra elas? Autora do livro
"Felicidade feminina: uma escolha possível com práticas da psicologia
positiva", Renata destaca algumas dessas questões na obra, baseada na
Psicologia Positiva. A especialisa busca responder essas dúvidas utilizando
estudos científicos para sugerir a possibilidade de escolha por uma vida com
propósito, pautada em atitudes conscientes, resultados significativos e,
consequentemente, maior bem-estar.
A autora diz
que felicidade é um tema complexo e o anseio por uma vida repleta de
realizações em seus diferentes aspectos deixa homens e mulheres inquietos.
Segundo pesquisas, nos últimos 40 anos, as mulheres se tornaram mais infelizes,
ansiosas e estressadas se comparadas aos anos 70. Se, por um lado, a luta pela
igualdade de direitos trouxe mais oportunidades, influência e renda, por outro,
observa-se que há um grande acúmulo de tarefas, que não necessariamente trouxe
bem-estar para o sexo feminino. Pelo contrário. O grande dilema da mulher
contemporânea é a multiplicidade de papéis e como exercê-los.
Renata Abreu
sugere uma reflexão e autoavaliação com base em 10 hipóteses, respaldadas por
estudos científicos, que podem ter impacto na forma como as mulheres gerenciam
a própria vida e o bem-estar.
– Hoje, as
mulheres agem como juízas implacáveis de suas próprias vidas e isso causa um
sentimento de culpa tão grande que elas não se dão conta de como isso prejudica
as suas relações profissionais e afetivas, tendo grande impacto na busca pelas
realizações -, analisa a escritora.
Ausência
de inteligência hormonal
De que forma
os hormônios podem estar influenciando a estrutura dos pensamentos? É importante
conhecer como nos comportamos perante as ações hormonais e aprender a
administrá-las.
Dupla
jornada e preconceito velado
Ainda na
infância, as meninas já sofrem com a distribuição desigual das tarefas
domésticas, limitando suas perspectivas. No trabalho, as mulheres têm menor
probabilidade de ocupar cargos de liderança e sofrem com salários menores,
ainda que estejam no mesmo cargo que os homens.
Vontade
de ser e fazer "tudo ao mesmo tempo"
A perfeição
é vista como inimiga para a mulher moderna. Elas estão se tornando infelizes ao
tentarem desempenhar tantos diferentes papéis simultaneamente e de modo
perfeito. Por não conseguirem dar conta de tudo, as mulheres têm a sensação de
sempre estarem falhando.
A
cultura do overwork e o sucesso na atualidade
"Se
você se emprenhar, terá sucesso e quando tiver sucesso, será feliz". O
efeito dessa forma incorreta de pensar pode levar ao excesso de esforço. A
felicidade precede o sucesso. O cultivo da positividade estimula nossa
eficiência, resiliência e produtividade, levando a níveis mais elevados de
desempenho.
O
aumento do estresse e do uso de medicamentos
49% das
mulheres relatam ter o nível de estresse aumentado nos últimos anos, enquanto
apenas 30% dos homens têm essa percepção. A prevalência da depressão nas
mulheres tem caráter genético e hormonal, mas também está ligada ao maior
envolvimento emocional que acontece com elas e com pessoas a sua volta.
As
crenças e mitos quanto ao prazer e à felicidade
Se comportar
de acordo com as crenças dos mitos da felicidade aumenta as chances de escolhas
erradas, decisões equivocadas e da ampliação da eterna sensação de vazio. É um
mito acreditar que "vou ser feliz quando" ou "eu não poderia ser
feliz se".
A
utopia maléfica de uma beleza impossível
Estudos
apontam que a vergonha com o próprio corpo pode estar tão enraizada na psique
que gera vergonha e complicações em outras áreas da vida, como sexualidade,
maternidade e até mesmo na habilidade da mulher de falar e se posicionar com
autoconfiança. Há pesquisas de psicologia positiva que mostram que a beleza não
tem correlação com a felicidade. Pessoas felizes são mais prováveis de
perceberem tudo a sua volta de forma mais positiva e otimista, incluindo aí a
própria aparência.
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