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No Dia Internacional da Mulher, a pesquisa “A voz das redes”
revela dados sobre os desafios e possibilidades no enfrentamento às violências
contras as mulheres no ambiente digital.
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Estão entre os dados destacados o crescimento das menções sobre
violência e assédio, perfis e quais tipos de relatos são mais abordados e em
quais plataformas.
8 de março,
Dia Internacional da Mulher, o Instituto Avon lança, em parceria com a Folks
Netnográfica, a pesquisa inédita: “A Voz das
redes: o que elas podem fazer pelo enfrentamento das violências contra as
mulheres”. O levantamento traz dados
sobre as discussões de assédio e violência no ambiente digital e como as redes
podem se tornar facilitadores dos discursos, mas por outro lado podem criar
obstáculos para a promoção de diálogos mais construtivos e acolhedores.
O assédio é
discutível. A violência é uníssona.
Em 2017, o
assédio foi o 26º assunto mais comentado na internet. Somente nos últimos 3
anos, as menções cresceram 324%, com destaque para um novo tipo de assédio, o
virtual, que cresceu mais de 26 mil%. Entretanto, o debate sobre o assédio
ainda está mais inserido em discussões gerais sobre gradações e raramente se
mantém com o mesmo foco do início.
Já as
postagens de marcas e coletivos, que tratam da violência, são normalmente bem
aceitas e bastante aplaudidas dentro das redes. Há mais unicidade no discurso
sobre o combate irrestrito às violências contra as mulheres.
O que é
ruído e o que é sinal?
De 14
milhões de menções, analisadas entre 2015 e 2017, apenas 3 milhões de fato se
aprofundaram na discussão sobre assédio e violência. Quando analisadas somente
as menções à violência, o tema se restringe mais ainda, caindo para 90 mil. Ou
seja, 11 milhões de menções são apenas ruído que se dispersaram para outras
discussões.
Além disso,
quem realmente sofre a violência, pouco fala. Do universo de interações e menções
sobre o assédio e a violência, apenas 3% corresponderam às vítimas. Em geral, a
maioria delas usa o meio online para buscar o esclarecimento de dúvidas sobre
seus casos, dicas que ajudem no processo de rompimento com o agressor e,
felizmente, muitas se tornam "voluntárias digitais" para dar suporte
às outras mulheres.
"Fazer
essa escuta no ambiente digital nos permitiu ter contato com diversos
ensinamentos que, sem dúvida, serão importantes para nortear o nosso trabalho
de enfrentamento às diferentes formas de violência contra as mulheres. Falar
sem medo, mas também escutar sem julgamento, ainda são comportamentos que
precisamos fomentar. Notamos ainda que a internet é, ao mesmo tempo, um canal
rico em oportunidades de ajuda às vítimas, mas também um meio
crescentemente utilizado para um novo tipo de assédio, o digital.
Paradoxalmente, ela representa uma das mais poderosas ferramentas de
fortalecimento das vítimas e um novo inimigo a combater.”, ressalta Daniela
Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.
Haters: uma
barreira virtual
Protegidos
pela impessoalidade que a internet proporciona, os haters são responsáveis pela
maior parte das menções que desqualificam o relato das vítimas, principalmente
as de assédio e agem de forma agressiva, julgando, desmerecendo e, por vezes,
até ameaçando as mulheres que buscam transmitir mensagens importantes para
fortalecer essa luta.
Afinal,
quem são os haters? Homens brancos e da classe média alta. De acordo com a
pesquisa, 96% são homens; em sua maioria de classe média e alta - 34% classe B,
31% classe C e 19% classe A - e 79% são brancos. Cerca de 61% das vezes esses
homens agem de forma agressiva e desqualificadora e apenas 6% apoiam.
"O estudo buscou, extraiu, filtrou e
tratou estatisticamente mais de 14 milhões de menções espontâneas, postadas e
comentadas online nos últimos três anos. Todo este big data digital
– que é público, e está disponível na internet brasileira, em fóruns, sites, aplicativos
e redes sociais – foi catalogado e analisado, quantitativa e qualitativamente,
por meio de Data Science e de Netnografia. Foram
quase duas centenas de aprendizados, insights e recomendações estratégicas,
revelando que a internet não é apenas um canal-chave, de importância crucial
para o debate, mas acima de tudo, se transformou em um canal de informação,
orientação e apoio informais, onde as mulheres falam e são ouvidas. Neste
ambiente de solidariedade, e, cada vez mais, de serviço, muitas mulheres
estão conseguindo dar um novo significado, de superação, à experiência do abuso
sofrido", ressalta Bernardo Lorenzo-Fernandez, diretor-geral da Folks
Netnográfica.
A pesquisa
Foram coletadas, por meio
das redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), 14.043.912 menções
relacionadas ao assunto de assédio e violência contra a mulher e termos
variados. O intervalo analisado foi de 35 meses (01/2015 a 12/2017). Os termos
centrais utilizados na coleta primária foram: violência contra mulher, mulher,
assédio, assédio moral, assédio sexual, assédio, transgênero e transexual.
Outras pesquisas nas fontes de RSS, Reclame Aqui, Blogs, Websites também foram
coletadas e estruturadas como fonte métrica porém sem utilização de dados em
análises semânticas.
SOBRE O
INSTITUTO AVON
Criado há
14 anos, o Instituto Avon é a organização ligada a AVON, empresa privada que
mais investe financeiramente em ações voltadas à mulher no Brasil. Até 2016,
foram investidos pela Avon R$ 137 milhões em 257 projetos e ações focados na
superação de dois dos principais desafios à plena realização da mulher: a detecção
precoce do câncer de mama e o enfrentamento à violência contra a mulher.
O grande
diferencial da organização é a capacidade de mobilizar diferentes stakeholders
para a concretização de seus projetos: empresas públicas e privadas, ONGs,
movimento social, organismos internacionais e órgãos públicos em todas as
esferas; e a força de vendas da empresa de cosméticos Avon, com 1,5 milhão de
Revendedores que disseminam conhecimento sobre as causas e atuam como
rastreadores de necessidades específicas de atendimento e recursos em suas
respectivas comunidades. Essa capilaridade e abrangência permitem ao Instituto
estar presente em 100% dos municípios brasileiros e beneficiar mais de 5
milhões de pessoas. Visite o site: www.institutoavon.org.br
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