Especialista destaca
que atualizar a carteira de vacinação deve fazer parte do planejamento familiar
O período de férias é um momento aguardado por
toda a família. Para os pais, chegou a hora de descansar um pouco da estafante
rotina entre conciliar o trabalho com as atividades de casa. Já as crianças
aproveitam a pausa escolar para curtirem ainda mais o tempo livre. A época
também é propícia para colocar o pé na estrada. Entretanto, seja de carro,
ônibus, avião ou navio, antes de embarcar, há um item obrigatório na bagagem: a
carteira de vacinação atualizada.
A imunização é um dos principais mecanismos de
prevenção contra doenças que podem impactar na qualidade de vida da população.
“É fundamental que as pessoas se informem e se vacinem antes de viajar. A
imunização vale para todas as distâncias. Uma viagem doméstica, mais curta,
também requer proteção, pois o local visitado pode ser foco de alguma doença.
Existem várias enfermidades não erradicadas no Brasil e em outros países. Com
isso, se o turista não estiver devidamente imunizado, com as doses de reforço
em dia, ele pode não só se infectar, mas também levar o problema para o local
de origem. No caso da hepatite A, por exemplo, o vírus pode estar na água ou em
alimentos contaminados, ou seja, em qualquer circunstância ou localidade”, explica
a pediatra Tania Petraglia, vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIm/RJ).
Cuidados
sanitários recomendados antes de viajar pela especialista Tania Petraglia, da
SBIm:
- Atualizar a carteira de vacinação antes de chegar ao destino, principalmente em relação às hepatites A e B;
- Prestar atenção no consumo de alimentos e na qualidade da água;
- Levantar o máximo de informações possível sobre o local visitado;
- Procurar saber sobre a situação sanitária do destino escolhido;
- Saber se a região é foco de alguma doença que exija vacinação específica
- Crianças devem evitar aglomerações e locais fechados, o que diminui o risco de um problema respiratório;
Conheça duas doenças importantes, que podem
impactar na saúde das pessoas, principalmente em viagens, mas que podem ser
prevenidas por meio da carteira de vacinação atualizada:
Hepatite
A
-
Causada por um vírus que pode ser veiculado pela água, alimentos contaminados
com esgoto/dejetos humanos ou alimentos preparados por indivíduos com a doença
(com ou sem sintomas), devido às mãos sujas ou mal lavadas.
-
A doença afeta o fígado, causando mal‐estar, náusea, vômito, icterícia (cor amarelada
da pele), e, em alguns casos, pode levar à morte1
Hepatite B
Doença
infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite B (HBV). Em
pessoas adultas infectadas, 90 a 95% se curam; 5 a 10% permanecem com o vírus
por mais de seis meses, evoluindo para a forma crônica da doença. Os sintomas,
quando presentes, são inespecíficos, predominando fadiga, mal-estar geral e
sintomas digestivos. A transmissão pode ocorrer por meio de: relações
sexuais desprotegidas; intervenções odontológicas e cirúrgicas, hemodiálise,
tatuagens, perfurações de orelha, colocação de piercings - situações nas quais
não se adota esterilização adequada e material descartável; uso de drogas com
compartilhamento de seringas, agulhas ou outros equipamentos; transfusão de
sangue e derivados contaminados; transmissão vertical (mãe/filho);
aleitamento materno; e acidentes perfurocortantes2.
Esquema
vacinal das hepatites A e B
Hepatite A
|
Hepatite B
|
2 doses
|
3 doses
|
0-6 meses
|
0-1-6
meses
|
*
Hepatite A e B: três doses, no esquema 0-1-6 meses. A vacinação combinada para
as hepatites A e B é uma opção e pode substituir a vacinação isolada para as
hepatites A e B. Fonte: Sbim3
Referências
1 - Centro de Vigilância Epidemiológica
(CVE) ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/hidrica/doc/surtodta_pergresp.pdf
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