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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Butantan desenvolve nanopartículas capazes de combater fungo causador da candidíase

Nanopartículas com ação antifúngica são eficazes na contenção de fungos do gênero Candida sp que causam sérios problemas à saúde de seres humanos, incluindo infecções hospitalares; também agem contra perdas em plantações.

 

Pesquisadores do Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo, desenvolveram nanopartículas de prata (AgNP) biogênicas capazes de conter o crescimento de fungos do gênero Candida, responsáveis por infecções moderadas e graves em humanos. Segundo estudo publicado na revista Antibiotics, essas nanopartículas também evitam a proliferação de fungos responsáveis por danos às plantações de cana-de-açúcar, arroz, feijão e milho, entre outras culturas, servindo como um fungicida alternativo.

 

“Exploramos a ação antimicrobiana das nanopartículas e vimos que elas têm ação importante no combate a fungos do gênero Candida sp que causam sérios problemas, incluindo as infecções hospitalares, e em alguns fungos que são prejudiciais à produção de grãos”, explica a pesquisadora do Laboratório de Desenvolvimento e Inovação (LDI) do Instituto Butantan, Ana Olívia de Souza, líder do estudo publicado na revista Antibiotics.

 

As nanopartículas desenvolvidas pelo Butantan apresentaram atividade antifúngica contra seis espécies do fungo Candida sp de importância clínica (Candida albicans, Candida krusei, Candida glabrata, Candida parapsilosis, Candida tropicalis e Candida guilliermondii). Um exemplo das infecções em humanos causadas por esses fungos é a candidíase, que provoca infecções orais, vaginais, de pele e sistêmica, sendo a originada por Candida albicans a mais comum. Consideradas um problema de saúde pública mundial, as infecções fúngicas acometem mais de 300 milhões de pessoas todos os anos, resultando em mais de 1 milhão de mortes.

 

O estudo descreve também a atividade antifúngica das AgNPs em seis espécies de fungos do gênero Fusarium (Fusarium oxysporum, Fusarium phaseoli, Fusarium sacchari, Fusarium subglutinans, Fusarium verticillioides) e no fungo Curvularia lunata, todos patógenos comuns em plantas e cereais. “O uso destes nanomateriais na agricultura pode ser uma alternativa aos fungicidas atualmente em uso, cuja utilização sistemática vem causando resistência dos fungos, causando mais dificuldade no controle das pragas, além de um grande impacto na agricultura e na economia”, destaca a pesquisadora.

 

No estudo do Butantan, as nanopartículas foram obtidas utilizando espécies de fungos isoladas de plantas de Manguezal e da Caatinga. Essas nanopartículas mostraram estabilidade por longo período em temperatura ambiente e, além do efeito antimicrobiano, em outro estudo publicado na revista Environmental Science Nano, o grupo mostrou a ausência de toxicidade de baixas dosagens das nanopartículas em organismos aquáticos, como zebrafish e camarão, que são indicadores da condição ambiental.


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Meningite: neurologista responde às principais dúvidas sobre o tema

Problema grave de saúde pública, doença acomete membranas do cérebro e medula espinhal 

 

Dentro da área de infectologia, as meningites são uma das maiores emergências médicas, devendo ser prontamente suspeitada e reconhecida nos prontos-socorros. Informação é a principal forma de prevenir a propagação desta doença, que causa tantos danos. Pegando como gancho o Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado em 24 de abril, a Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, convidou sua embaixadora na área de Neurologia, Dra. Leticia Rebello, para tirar dúvidas da população sobre o assunto. Confira:

 

O que é meningite?

R: Meningite é a inflamação grave das meninges, que são as membranas que revestem o cérebro e toda a medula espinhal. Pode ser causada, principalmente, por vírus e bactérias, e, em menor frequência, por parasitas ou fungos.

 

Quais os principais sintomas?

R: A doença possui uma tríade de sintomas clássica: febre; rigidez de nuca e alteração do estado mental. Além desses sintomas, pode ocorrer cefaleia e vômitos de repetição, muitas vezes com característica "em jato". Os sintomas são, em grande parte dos casos, refratários a analgésicos sintomáticos.

 

Como é feito o diagnóstico?

R: Deve-se avaliar a presença de sinais meníngeos, sendo os principais deles a rigidez de nuca e os sinais de Kernig e Brudzinski, junto com alteração de nível e conteúdo de consciência (muitos pacientes apresentam-se mais sonolentos) e febre. Na suspeita de meningite, recomenda-se ainda a realização de exame de imagem com o objetivo de se descartar formações expansivas (exemplo: abcesso cerebral) que poderiam contraindicar a coleta do Líquido Cefalorraquidiano (LCR). O passo seguinte na propedêutica, é a coleta imediata do LCR com o objetivo de se identificar o agente causador da meningite, e assim, guiar a escolha terapêutica. No entanto, em casos de impossibilidade de realização do LCR, não se deve atrasar o início da terapia, mesmo que de forma empírica, com amplo espectro. O atraso no início do tratamento tem relação direta com o prognóstico do paciente. Em geral, para o tratamento empírico, emprega-se antibióticos e antiviral.

 

Quais os tipos e principais causas existentes? Quais as diferenças?

R: Elas podem ser causadas principalmente por bactérias, vírus ou fungos. As meningites bacterianas e virais, em geral, têm um curso de evolução mais agudo (menor do que 7 dias), enquanto as meningites crônicas, causadas por fungos, tuberculose e sífilis, possuem um curso mais arrastado (maior do que 7 dias), muitas vezes dificultando o diagnóstico.

 

Como é realizado o tratamento?

R: O tratamento com antiviral ou antibiótico deve ser direcionado para o tipo de patógeno isolado no líquor. A antibioticoterapia pode ser escalonada a depender da condição de base do paciente (casos de imunossupressão, infecção nosocomial), severidade do quadro, além de resposta inadequada a terapia inicial.

 

Como a doença é transmitida?

R: As principais meningites podem ser transmitidas por contiguidade em casos de sinusites e otites complicadas, além de contato com pessoas infectadas, pela via aérea (gotículas de secreções do nariz e garganta).

 

Como prevenir a doença?

R: A melhor forma de prevenção das meningites é mantendo a caderneta de vacinação atualizada: vacina meningocócica C e pneumocócica 10. De fato, com a implementação da vacinação contra a meningite no calendário vacinal, a incidência da doença reduziu de forma drástica.

 

Todo mundo está sujeito a contrair a doença? Quem corre mais risco de contrai-la de forma grave?

R: As meningites mais graves acontecem em pacientes em extremos de idades: crianças e idosos. Uma parcela da população que merece cuidado especial são pacientes portadores de doenças que afetam o sistema imunológico, como o câncer, HIV e uso de medicamentos imunossupressores.

 

Meningite pode levar à morte? Em quais casos?

R: A meningite é uma doença grave e pode levar a morte, principalmente quando há atraso no diagnóstico e início do tratamento. Além disso, pode evoluir para duas outras formas de alta severidade e letalidade: a encefalite (quando atinge a estrutura cerebral) e a meningoencefalite (quando acomete ambos o cérebro e medula). Além do alto potencial de letalidade, a meningite, quando complicada com encefalite, pode gerar sequelas importantes, tanto motoras, quanto de linguagem e comportamental, a depender da estrutura cerebral mais afetada. Os pacientes com maior fragilidade, múltiplas comorbidades, imunossuprimidos e extremos de idades são os casos mais graves.

 

A doença deixa sequelas? Quais?

R: Dependendo da severidade, a doença pode deixar sequelas irreversíveis. As principais são: alterações comportamentais e cognitivas (perda de memória), perdas visuais e auditivas, além de perda de força em membros e alterações de linguagem.


 

Inspirali



ViaQuatro, ViaMobilidade e Instituto CCR, em parceria com a co.liga, oferecem mais de 40 cursos gratuitos em economia criativa

Parceria tem como meta atingir a formação de 100 mil jovens em todo o Brasil até 2025


Artes visuais, gastronomia, design e tecnologia. Esses são alguns dos mais de 40 cursos gratuitos oferecidos pela co.liga, escola digital da Fundação Roberto Marinho (FRM) e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), em parceria firmada com a ViaQuatro, ViaMobilidade e o Instituto CCR, entidade responsável pelos projetos socioeducacionais do Grupo CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil.  

A iniciativa visa promover a inclusão produtiva e educacional de 100 mil jovens em situação de vulnerabilidade social até o primeiro semestre de 2025, fomentando emprego e renda por meio da economia criativa. Para alcançar esse objetivo, o Grupo se comprometeu a investir R$ 1,5 milhão ao longo de três anos, distribuído em diferentes fases, como o aumento das inscrições na plataforma, o desenvolvimento de um curso inédito e a criação de dois laboratórios totalmente equipados em uma de suas instalações, oferecendo acesso gratuito aos estudantes. Atualmente, iniciativa possui 51 laboratórios distribuídos em 11 estados brasileiros. 

Para se inscrever nos diversos cursos oferecidos, como Edição e Tratamento de Fotografia, Programação Criativa, Introdução ao Roteiro Audiovisual, Fundamentos de Empreendedorismo e Segurança Alimentar na Gastronomia, bem como História e Fundamentos da Programação, que abrangem temas como CSS, HTML, Javascript, entre outros, é necessário ter mais de 15 anos e acessar a plataforma virtual coliga.digital. Após a conclusão dos cursos, os participantes recebem certificados, os quais podem ser utilizados para comprovar suas habilidades no currículo, aumentando suas chances de inserção no mercado de trabalho.  

De acordo com dados da co.liga, quatro em cada dez alunos conseguiram empregos remunerados após a conclusão dos cursos. Atualmente, o site conta com mais de 50 mil inscritos do Brasil e de outros 12 países, tendo emitido mais de 15 mil certificados.

 

Serviço – Cursos em economia criativa


Parceria: ViaQuatro, ViaMobilidade, Instituto CCR e co.liga

Site para realizar a inscrição: coliga.digital 

Faixa etária: Jovens com mais de 15 anos 

Gratuito 

 

Cursos: são mais de 40 opções disponíveis

 

·         Edição e tratamento de fotografia;

·         Programação criativa e introdução ao roteiro audiovisual;

·         Fundamentos de empreendedorismo e segurança de alimentos na gastronomia;

·         História e fundamentos da programação;

·         CSS, HTML, Javascript, entre outros.


Você sabe as formas de transmissão da malária?

Especialista alerta sobre os principais cuidados para prevenir a doença
 

Neste Dia Mundial da Luta contra Malária, médica infectologista e coordenadora do ITPAC Cruzeiro do Sul/Afya no Acre, Suiane Negreiros, reforça a importância do conhecimento sobre a doença, especialmente na região amazônica

 

Nesta quinta-feira (25/04), é lembrado o Dia Mundial da Luta contra a Malária. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2022 foram registrados 128 mil casos da doença no Brasil, uma redução de 7,8% em relação a 2021. Já o número de mortes caiu de 58 para 50, entre os dois períodos. Os estados localizados na região amazônica são os que apresentam a maior parte de transmissão em áreas rurais, como Maranhão, Acre, Rondônia e Pará. 

A malária é uma doença infecciosa transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo microrganismo Plasmodium. No Brasil, a espécie predominante é o Plasmodium vivax, sendo menos agressiva que a Plasmodium falciparum que prevalece na África. De acordo com Suiane Negreiros, médica infectologista e coordenadora do ITPAC Cruzeiro do Sul/Afya no Acre, a espécie africana é mais grave por conta do seu próprio ciclo biológico, que compromete o maior número de hemácias do organismo, pois não tem preferência por hemácias específicas. 

Apesar de ser menos grave, ainda assim a malária é perigosa no Brasil. “O mais importante é conhecer a forma de transmissão da doença, que é por meio da picada do mosquito. É preciso intensificar o desenvolvimento da educação em saúde para que a população tenha esse conhecimento, principalmente quem mora em áreas mais afetadas, como a região amazônica. A proteção do próprio corpo ou da casa irá ajudar a impedir a transmissão. À medida que nos vestimos de forma apropriada, protegendo nosso corpo, colocando as telas em casas, dormindo embaixo dos mosquiteiros e cortinados, tudo isso irá melhorar a proteção, sendo a melhor forma de prevenir a doença”, orienta a médica Suiane Negreiros. 

É preciso ficar alerta com os sintomas também. A malária é uma doença febril, então este é um dos principais sinais, além de dor de cabeça intensa, dor na região lombar e muita fraqueza. “Os pacientes costumam ter uma indisposição importante em decorrência do comprometimento das células do sangue, já que o agente causador causa a destruição das hemácias”, explica a especialista. A doença é identificada por meio do exame de lâmina, onde é feito um pequeno furo na ponta de um dos dedos do paciente para obter uma gota de sangue, com posterior leitura pelo microscopista. Este é considerado o exame padrão ouro na detecção da malária. 

Há tratamentos específicos para cada espécie, e medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS e ministrados pelos agentes de saúde comunitários. “No entanto, durante esse percurso de tratamento, dependendo da quantidade de vezes que a população, se expõe à doença, pode ser necessário modificar o cuidado. Especialistas precisam intervir para tratar as especificidades, porque se a infecção não for gerenciada de forma adequada e se perpetuar na comunidade, ela vai ser considerada fonte de infecção frequente, podendo dificultar ainda mais a resolução do problema. Tratar adequadamente o paciente e interromper o ciclo de transmissão são estratégias muito importantes para o controle da malária”, alerta Suiane Negreiros. 



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Pressão alta mata 388 por dia no Brasil e tem aumento de incidência entre mais jovens e idosos


Especialista da Santa Casa de Chavantes alerta que doença é silenciosa e destaca a importância da medição da pressão regularmente 

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a hipertensão é responsável por 388 mortes diárias no Brasil. Essa condição crônica se caracteriza pelo aumento da pressão sanguínea nas artérias, o que demanda um esforço adicional do coração para garantir uma distribuição adequada do sangue pelo corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco para uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), doença renal e outros problemas de saúde.

 

Uma pesquisa realizada nas capitais brasileiras pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), que compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, revelou um aumento no diagnóstico de hipertensão arterial entre jovens de 18 a 24 anos. De acordo com a pesquisa, em 2021 foi registrada incidência de 3,8% nessa faixa etária, aumentando para 5,6% em 2023.

 

“A hipertensão arterial pode surgir em qualquer idade, sendo desencadeada por uma série de fatores, incluindo estilo de vida, predisposição genética e condições médicas subjacentes. Entre os jovens, há uma associação entre os maus hábitos alimentares, falta de atividade física, tabagismo e estresse crônico”, explica o presidente da Santa Casa de Chavantes e cardiologista, Dr. Anis Ghattás Mitri Filho.

 

O estudo da VIGITEL também apontou um aumento na prevalência de hipertensão entre os idosos. Em 2021, cerca de 61% das pessoas com mais de 65 anos tinham a doença. Em 2023, esse número aumentou para 65,1%.

 

“O envelhecimento é algo natural do corpo. Com o envelhecimento das artérias, ocorre seu endurecimento e diminuição de sua capacidade de distender. Além disso, o indivíduo da terceira idade fica mais tempo exposto a condições que favorecem o desenvolvimento da hipertensão arterial, como consumo excessivo de sal, estresse e obesidade. Condições médicas subjacentes como diabetes e doenças renais também tendem a colaborar com o desenvolvimento da hipertensão”, explica o presidente da instituição.

 

O mês de abril traz uma importante campanha de saúde, marcado para acontecer no dia 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, que tem como propósito conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento dessa doença.


 

Sintomas e tratamento:


A hipertensão não costuma apresentar sintomas, exceto em casos em que a pressão se eleva muito, podendo ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a doença. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão pelo menos uma vez por ano. Se houver casos de pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes por ano.

 

A hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada por meio de medicamentos e tratamentos médicos. “Além de fazer o uso de medicamentos recomendado pelo seu médico, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável, como manter o peso adequado, não abusar no consumo de sal ou de alimentos gordurosos, moderar o consumo de álcool, abandonar o fumo, praticar exercícios físicos e controlar a diabetes”, declara Dr. Anis.


Dificuldade de chorar? Veja 4 possíveis causas

Cerca de 30% dos adultos relataram dificuldade de chorar por questões sociais, de saúde ou desconhecidas, diz estudo

 

As emoções são parte da vida de qualquer ser humano: um estudo publicado no Journal of Health Psychology apontou que os indivíduos experimentam algum tipo de sentimento em cerca de 90% do tempo, sendo que as emoções positivas ocorrem 2,5 vezes mais do que as negativas. E, quando elas vêm à tona, seja por tristeza ou alegria, o choro surge como uma válvula de escape, como uma forma de restaurar o equilíbrio emocional, segundo estudo da Universidade de Yale. 

Entretanto, para algumas pessoas, pesares ou dores não funcionam como gatilhos imediatos para o choro. Uma revisão sistemática de estudos internacionais publicada no Comprehensive Psychiatry encontrou uma prevalência média de 30% de adultos que relataram dificuldade ou inabilidade de chorar por questões sociais, de saúde ou desconhecidas. 

“Por isso, pessoas que não conseguem chorar podem ser mais tensas, estressadas e ansiosas, já que não têm no choro um meio de aliviar as emoções”, afirma Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. 

Diversos fatores podem contribuir para a supressão emocional, dificultando a capacidade de chorar. Neste 23 de abril, Dia do Choro, especialistas apontam as possíveis causas por trás das lágrimas represadas.

 Experiências na infância: para quem cresceu em um ambiente carente de apoio e validação emocional, é possível que existam dificuldades ao reconhecer e expressar sentimentos. Um estudo publicado na Frontiers in Psychology, por exemplo, sugere que o apego evitativo está associado a emoções reprimidas e à crença de que chorar não é uma forma saudável de expressar emoções. 

Segundo Danielle H. Admoni, psiquiatra geral e da Infância e Adolescência, pesquisadora e supervisora na residência de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM); as vivências durante a primeira infância desempenham um papel significativo no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças. 

"Os neurônios-espelho, que são ativados em resposta a comportamentos observados, podem condicionar a criança a anular emoções, se ela estiver cercada por indivíduos emocionalmente reservados". 

Conforme a médica, especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), nos primeiros anos de vida, os mecanismos de regulação emocional do cérebro, especialmente no córtex pré-frontal, podem se tornar hiperativos, suprimindo respostas naturais como o choro. “Daí a importância de dar espaço e oportunidades para a criança expor, à sua maneira, seus sentimentos e suas dúvidas sempre que precisar”.

 

Repressão Emocional: também chamado de estigma, constipação emocional, supressão emocional, entre outros nomes, o quadro se refere às emoções contidas e que não são facilmente acessíveis ou demonstradas. 

Segundo a terapeuta sexual Claudia Petry, especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC), e professora no Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville (SC); graças às redes sociais, a sociedade tem cultuado cada vez mais a invulnerabilidade. 

“Celebridades são traídas, terminam relacionamentos, são ofendidas, mas não descem do pedestal. Adotam uma postura de dominância como mecanismo de defesa e lotam as redes sociais com fotos de alegria plena e textos que mais parecem de autoajuda. Além de afastar o direito de sentir e exteriorizar suas emoções, essa armadura emocional enaltece a cultura do ‘chorar é sinal de fraqueza’”. 

Para a psicóloga Monica Machado, host do podcast Ame.Cast, mostrar o lado humano está fora de cogitação. “O exemplo que as pessoas famosas têm passado é algo como: engole o choro, levanta a cabeça, seja superior e vida que segue! Só que isso não é vida real”. 

Segundo as especialistas, essa conduta acaba viralizando um padrão de comportamento que reprime as emoções consideradas negativas, motivando as pessoas a acreditarem que expressá-las pode resultar em julgamento por parte dos outros.

 

Transtornos mentais: determinados problemas de saúde mental também podem comprometer a facilidade do choro. Conforme a psiquiatra Danielle Admoni, pessoas com transtorno bipolar e transtorno esquizoafetivo têm um afeto plano e uma pequena gama de emoções. 

“Já a depressão, ao contrário do que se pensa, não se manifesta necessariamente por meio de choro constante. Dentre seus diversos tipos e sintomas, a melancolia pode gerar uma sensação de vazio emocional e desconexão, tornando difícil reagir aos eventos e a capacidade de chorar”. 

A anedonia, outro sintoma da depressão, é caracterizada pela perda total de interesse por qualquer atividade. “Pessoas com anedonia não sentem mais prazer nas coisas que costumavam fazer, e também podem ter uma resposta reduzida a estímulos negativos, incluindo sentimentos adversos e facilidade para chorar”, diz Danielle Admoni.

 

Estresse pós-traumático: passar por traumas durante a infância ou adolescência pode interferir no processo de regulação das emoções, gerando alterações complexas no cérebro, que seguem em desenvolvimento até os 25 anos. 

Um estudo da Nature mostrou que jovens com histórico de Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) apresentavam aumento da atividade na amígdala, uma região do cérebro responsável pelo processamento das emoções e do choro. Essa situação se torna ainda mais severa quando há exposição a traumas que provocam sequelas psicológicas múltiplas, como é o caso do abuso sexual. 

“A violência sexual tem um impacto especialmente severo na saúde física e mental de um indivíduo, sobretudo para crianças. O trauma pode perdurar até a adolescência e mesmo até a idade adulta”, elucida a sexóloga Claudia Petry, especialista em Educação Sexual Infantil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC).

 

Considere ajuda profissional: a terapia pode ajudar a entender o que está sentindo, a processar essas emoções de forma saudável e a aprender a expressá-las. “Caso você tenha tido dificuldade para desabafar através do choro e perceba que seus níveis de estresse, tensão ou ansiedade aumentaram, talvez seja o momento de buscar um profissional que explore e compreenda suas questões internas”, finaliza Danielle Admoni.

 

Seconci-SP: prevenir a hipertensão arterial requer exames periódicos

Entidade já seguia as novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre medições da pressão

 

A hipertensão arterial, uma doença crônica, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão do sangue nas artérias, pode levar a hemorragias, AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais), infarto e óbito, se não for controlada. Por isso, todos os trabalhadores da construção e as pessoas em geral devem fazer exames preventivos periodicamente, mesmo que não tenham sintomas.

A recomendação é do dr. George Fernandes Maia, cardiologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), por ocasião do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26 de abril). Segundo ele, apesar de toda a informação disponível para prevenir a hipertensão, grande parte dos casos atendidos pela primeira vez na Cardiologia do Seconci-SP é de pacientes que já apresentam a doença.

O dr. Maia explica que o Seconci-SP segue há muito tempo a recomendação básica das Novas Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório, lançadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em 12 de abril. Segundo a SBC, 24% dos brasileiros sofrem de hipertensão.

De acordo com essas diretrizes, o diagnóstico definitivo de hipertensão arterial não deve considerar apenas os resultados obtidos nas medições de pressão realizadas em consultório, mas também incluir informações destas medições realizadas no dia a dia do paciente. Isto evita que um paciente seja diagnosticado e medicado por hipertensão apenas por estar tenso e estressado na medição em consultório, mas que no dia a dia apresenta pressão arterial saudável; ou o contrário, caso do paciente hipertenso, mas que na medição em consultório não apresenta a pressão alterada.

“O paciente do Seconci-SP tem a pressão medida em três consultas: na inicial, quando recebe orientações sobre os cuidados a serem tomados em seus hábitos e na alimentação; no retorno, para aferir o resultado dessas orientações; e em um novo retorno. Além disso, é orientado a fazer a MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial), em que a medição é realizada de manhã e à noite durante cinco dias, em casa ou onde haja um medidor de pressão.


Sintomas e causas

Entre os sintomas, estão tonturas, dores de cabeça e um mal-estar como se a pessoa se sentisse andando nas nuvens.  Entretanto, o paciente pode não apresentar sintoma algum.

O cardiologista explica que o trabalhador com hipertensão, quando esta não estiver controlada, não pode trabalhar em altura, sob risco de queda, nem carregar excesso de peso. “Ele precisa vir ao Seconci-SP, mesmo sem sintomas. As consultas periódicas são importantes e preventivas, e aqui fazemos a maioria dos exames, o acompanhamento e orientamos sobre a prevenção”, afirma.

Entre as causas e fatores que contribuem para a hipertensão, estão: faixa etária acima de 60 anos (atingindo mais de 60% destas pessoas), maior percentual entre homens até 50 anos e entre mulheres após essa idade (negras em sua maioria), excesso de peso (com maior prevalência desde idades jovens), ingestão aumentada de sal, sedentarismo, prevalência entre indivíduos de menor escolaridade e estilo de vida pouco saudável, fatores genéticos e casos na família, síndromes metabólicas, diabetes, anomalias nos níveis de lipídios (gordura) no sangue, alterações no funcionamento da tireoide, problemas renais e doenças cerebrais-vasculares.


Diagnóstico

A hipertensão será caracterizada se a pressão sistólica (nos vasos sanguíneos, quando o coração se contrai) for igual ou maior que 140 mmhg (medida de pressão) e/ou a pressão diastólica (quando o coração relaxa) for igual ou maior que 90 mmhg. Se a pressão for monitorada em casa ou no trabalho, a medição igual ou maior que 130X90 mmhg caracterizará hipertensão.

O diagnóstico também inclui exames de laboratório, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, raio X de tórax, ultrassonografias de carótidas e vertebrais. Todos estes exames podem ser feitos no Seconci-SP.


Prevenção e tratamento

A hipertensão pode ser leve, moderada ou severa, e para cada uma há um tratamento específico, conclui o especialista.

Para prevenir ou controlar a doença, o dr. Maia aconselha: mudar o estilo de vida, realizar atividades monitoradas de condicionamento físico de no mínimo 40 minutos (por dia ou a cada dois dias, e não apenas as atividades domésticas), controlar o peso, reduzir a ingestão de sal e de café, deixar de beber álcool e de fumar, dormir em torno de 8 horas por dia, controlar o estresse psicossocial, e não deixar de tomar os medicamentos prescritos.

 

Sequelas pós AVC

 

Aumento de AVC em Jovens Adultos e os Benefícios do Uso da Toxina Botulínica nas Sequelas pós AVC. 

Um Alerta Para o Tratamentos de Ponta Para Sequelas do AVC. 

 


O aumento dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em jovens,  tem chamado a atenção de especialistas em saúde ao redor do mundo.

Convidamos a Dra. Gladys Arnez Médica Neurologista, especialista em tratamentos com Toxina Botulínica na Neurologia , para falar sobre o assunto.



MAS, AFINAL O QUE DE FATO É O AVC?

Segundo a Dra. Gladys, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma condição médica grave que ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro é interrompido ou reduzido, impedindo que o tecido cerebral receba oxigênio e nutrientes. Isso pode resultar na morte das células cerebrais e causar danos permanentes.

Ela diz que é  crucial conscientizar o público sobre os sinais e sintomas do AVC, bem como promover hábitos de vida saudáveis e medidas preventivas, pois a detecção precoce e o tratamento imediato podem salvar vidas e reduzir as chances de sequelas graves após um episódio de AVC.


Os sintomas prévios podem incluir :

- Dores  de cabeça súbita e intensa, 

- Fraqueza ou formigamento em um lado do corpo,

- Confusão mental,

- Dificuldade na fala ou compreensão, - Alterações na visão,

- Desequilíbrio, tontura ou alteração no andar.

As consequências do AVC podem ser extensas, variando de fraqueza muscular e perda de controle dos movimentos a dificuldades de comunicação e alterações na visão.



O TRATAMENTO

O tratamento do AVC depende do tipo e da gravidade. No entanto, hoje temos uma grande aliada no tratamento das sequelas de AVC: A Toxina Botulínica.

toxina botulínica é uma ferramenta valiosa no tratamento das sequelas do acidente vascular cerebral (AVC) e a Dra. Gladys Arnez sabe bem como lidar com este tratamento, uma vez que ela é especialista nos tratamentos utilizando a Toxina Botulínica  dentro da Neurologia.

A espasticidade é comum em pacientes que sofreram um AVC. Ela se manifesta como movimentos diminuídos e músculos rígidos, muitas vezes resultando em deformidades, como a mão em forma de garra.

Desta forma, a toxina botulínica pode ser aplicada para relaxar os músculos afetados - explica a Dra Arnez:- Ela funciona bloqueando as terminações nervosas, impedindo que os neurotransmissores sinalizem ao músculo para se contrair.

Quanto aos Resultados esperados, a Dra. Gladis aponta a  Redução da espasticidade, melhora da mobilidade e facilitação das atividades.

Espera-se deste tratamento,  a melhora da mobilidade e prevenção de complicações relacionadas à contratura.
Além da espasticidade, a Toxina Botulínica também pode ser usada para tratar outras sequelas do AVC, como a sialorreia (salivação excessiva).
Os resultados variam de acordo com o paciente, mas geralmente incluem melhora funcional e alívio dos sintomas.

Lembrando que o tratamento com toxina botulínica deve ser realizado por profissionais qualificados e individualizado para cada paciente.

Por isso, a Dra. Gladys Arnez, alerta sobre o cuidado em procurar um médico especialista para avaliar suas necessidades específicas.

 

Dra. Gladys Arnez - Médica Neurologista infantil e Adolescencia, Especialista em Transtornos do Neurodesenvolvimento e e no uso da Toxina Botulínica para diversos Tratamentos Neurológicos.
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Dor de ouvido: por que as crianças são mais suscetíveis?

Estudos confirmam maior pré-disposição de ocorrência de otite média no público infantil; médica do Hospital Paulista explica as razões e orienta os pais como diminuir a frequência desses episódios


Dor de ouvido é uma queixa comum entre as crianças. Quem tem filho(a) ou mesmo convive com o público infantil já deve ter reparado isso. Diferentemente dos adultos, que têm menor incidência com esse tipo de problema, nos pequenos, trata-se de algo bastante costumeiro - especialmente quando se trata da chamada “otite média”. Isto é, a inflamação ou infecção da cavidade do ouvido que fica atrás do tímpano.

Mais do que uma impressão, a otorrinolaringologista Dra. Bruna Assis, do Hospital Paulista, explica que essa é uma tendência já comprovada por estudos científicos.

"Vários estudos comprovam que as crianças têm uma maior incidência de otite média em comparação com os adultos. Um mais recente, publicado pela revista científica ‘Pediatrics’, mostra que a otite média aguda é mais comum em crianças menores de 2 anos e diminui à medida que a idade aumenta", destaca a especialista.

A principal razão, segundo a médica, está na anatomia do corpo das crianças. "Por ainda estarem em processo de desenvolvimento, elas têm as tubas auditivas (estruturas que fazem a ligação entre a orelha média e a faringe) mais curtas e horizontais, o que torna mais fácil para as bactérias e vírus se espalharem e causarem infecções no ouvido médio", explica.

Outro fator que também corrobora para essa pré-disposição é a questão da imunidade. "Da mesma forma que ocorre com a estrutura do ouvido, o sistema imunológico também está em desenvolvimento na fase infantil. Por essa razão, as crianças frequentemente têm resfriados e infecções respiratórias superiores. Esses quadros, por sua vez, também acabam ensejando a dor de ouvido. Por isso, elas são tão frequentes nessa fase.”

A boa notícia, contudo, é que isso passa ao longo dos anos. "À medida que as crianças crescem, suas tubas auditivas (também chamadas de trompas de Eustáquio) se tornam mais verticais e seus sistemas imunológicos se fortalecem, reduzindo a incidência de otite média", destaca a Dra. Bruna.

Até lá, a dica é adotar algumas precauções para evitar, ou ao menos reduzir, a frequência desses episódios. Abaixo, as principais recomendações:

1) Mantenha as mãos limpas: lave as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente antes de tocar no rosto da criança.

2) Evite fumar perto da criança: a exposição ao tabagismo passivo pode aumentar o risco de otite média em crianças.

3) Amamentação: o leite materno ajuda a fortalecer o sistema imunológico da criança, reduzindo o risco de infecções, incluindo a otite média.

4) Vacinação: certifique-se de que a criança esteja atualizada com todas as vacinas recomendadas, incluindo a pneumocócica, que pode prevenir certas infecções que podem levar à otite média.

5) Evite o contato com pessoas doentes: tente manter a criança longe de pessoas doentes, sempre que possível.

6) Higiene nasal: ensine a criança a assoar o nariz corretamente e mantenha as vias nasais limpas e úmidas.

7) Não permita que a criança durma deitada com uma mamadeira: isso pode causar refluxo e aumentar o risco de otite média.

8) Consulte um médico se a criança apresentar sintomas de infecção respiratória superior: infecções respiratórias superiores, como resfriados, podem levar à otite média. Se a criança apresentar sintomas como dor de ouvido, febre ou congestão nasal, consulte um médico imediatamente.


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Casos de infertilidade em homens poderiam ser menores com detecção precoce

Padrão cultural faz com que eles desenvolvam condições que poderiam ser revertidas

 

Homens vão menos ao médico do que as mulheres. Se essa já era a percepção no dia a dia e em consultórios e hospitais, uma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada no início de 2023, mapeou que pelo menos 31% de toda a população masculina não tem costume de ir ao médico. A diferença no número de atendimentos entre os gêneros chegou a 58 milhões de consultas a mais para elas. 

O abismo fica ainda mais evidente quando se fala no cuidado com os órgãos reprodutivos: em 2022, houve mais de 1,2 milhão de atendimentos femininos por ginecologistas, enquanto a procura dos homens por urologistas ficou em apenas 200 mil atendimentos. E isso tem reflexo direto também nos casos de infertilidade masculina, aponta o Dr. Mauro Bibancos, urologista e especialista em reprodução humana da Fertility, unidade em SP do FERTGROUP. 

“Esse ainda é um padrão cultural muito forte, do cuidado ser mais frequente no público feminino. Os homens vão pouco ao médico e, quando vão, são normalmente por incentivo de alguma mulher em sua família. Isso é um complicador para toda a saúde, inclusive nos casos de infertilidade. As mulheres, por exemplo, vão ao ginecologista desde muito cedo e, caso tenham alguma condição que possa levar à infertilidade, as medidas são tomadas no começo, evitando complicações e melhorando prognósticos. Isso é o oposto do que acontece com os homens: normalmente eles chegam ao médico quando já tentaram engravidar e não conseguiram, ou seja, o problema já está instalado. E, muitas vezes, esse quadro seria diferente se houvesse essa detecção precoce”, explica. 

Cerca de 40% dos casos de infertilidade são causados por condições no homem, apontam dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Varicocele, condições anatômicas e hormonais, entre outras questões, podem levar a diminuição na produção de espermatozoides. 

“O espermograma, que pode ser feito por qualquer homem em idade reprodutiva, identifica problemas, além de um exame de imagem, que é capaz de fornecer informações detalhadas sobre o órgão, são fundamentais logo no início da vida adulta. Em muitos casos, quando detectados precocemente, podem ser revertidos”, comenta. 

Em situações em que há uma perda gradual mais acelerada que o normal e irreversível, a Reprodução Assistida pode ajudar, por exemplo, no congelamento dos espermatozoides para a realização de uma Fertilização In Vitro (FIV) no futuro. “Neste caso, o conhecimento sobre as condições do paciente também é fundamental para que a qualidade da coleta seja suficiente. Os procedimentos dependem muito do material para terem sucesso”, analisa. 

Bibancos reforça que as inovações em Reprodução Assistida vem avançando no Brasil e no mundo, permitindo que muitas pessoas possam ter filhos. Mas que a detecção precoce continua sendo uma premissa fundamental para toda a saúde. “O laboratório pode fazer muito, e tem feito, mas as chances de sucesso são sempre melhores se as condições de saúde também o forem”.
 

Técnicas em Ecografia ajudam na Reprodução Assistida 

Inovações que vêm sendo desenvolvidas também contribuem para as chances de sucesso na Reprodução Assistida. É o caso de uma nova técnica de ecografia (ultrassom), que aumenta a mobilidade dos espermatozóides em até 266%. Uma pesquisa, publicada na revista Science Advances e desenvolvida pela Universidade Monash, em Melbourne, Austrália, descobriu que a exposição a ultrassons induzia o movimento dos espermatozóides imóveis e melhorava a velocidade daqueles com baixa mobilidade. 

Os investigadores descobriram que a técnica aumentou a velocidade dos espermatozóides móveis e ajudou 34% dos espermatozóides vivos e imóveis a se tornarem-se móveis. "Esse é um avanço considerável para melhorarmos as chances de sucesso, já que a mobilidade do espermatozóide é fundamental para a fertilização em laboratório e um dos problemas que enfrentamos no dia a dia. Ser capaz de alterar a mobilidade pode modificar a escolha no tipo de terapia e os resultados, com aplicação de opções menos invasivas e mais acessíveis", finaliza Mauro Bibancos.


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