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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Dia do padroeiro dos pescadores no RJ tem lançamento de cartilha e gibi educativos



O Dia de São Pedro, padroeiro dos pescadores, será celebrado em 29/6. Mas, na Baia de Guanabara (Rio de Janeiro), além da missa e procissão, a data contará com o lançamento da cartilha educativa “Saúde da pele do pescador” e do gibi “Histórias verdadeiras de pescador”. O AquaRio, maior aquário marinho da América do Sul, localizado na cidade do Rio de Janeiro, fará ação educativa durante a semana de 26 a 30/6, distribuindo a cartilha educativa.

As publicações orientam sobre proteção solar, câncer de pele e riscos da poluição à saúde e ao meio ambiente, além de primeiros socorros em caso de acidentes com animais marinhos, insetos, objetos perfurocortantes.

O trabalho, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, é fruto de estudo do médico dermatologista Fred Bernardes Filho que mapeou, em 2014/15, os acidentes mais comuns, além de constatar que os pescadores utilizam tratamentos caseiros perigosos, desconhecem informações básicas sobre primeiros socorros e muitos nunca usaram filtro solar.

Com o grande afluxo de banhistas às praias e incremento da pesca comercial e esportiva, além de atividades como mergulho autônomo e pesca submarina, acidentes com animais aquáticos têm aumentado. “A coleta de dados da atividade pesqueira é fundamental como subsídio para qualquer política de fomento à pesca, organização do setor e quantificação de eventuais perdas decorrentes de acidentes ambientais ou com os pescadores. O elevado índice de acidentes revela carência de treinamento e educação em saúde. A pesca é atividade perigosa e coloca os pescadores em risco de morte sete vezes a mais ao de outros setores industriais juntos”, alerta o dermatologista Fred Bernardes Filho.


Pesquisa

Foram entrevistados 388 pescadores das colônias de pesca da Baía de Guanabara (Zona-8, Z-9, Z-10, Z-11 e Z-12) das comunidades de Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Itaboraí, Magé e Guapimirim e da colônia Z-13, da Urca até o Pontal do Recreio, com núcleos em Jacarepaguá e na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Os pescadores responderam a questões referentes às características socioeconômicas, época do ano e horário de prática da pesca, uso de protetor solar, história de lesões cutâneas e/ou envenenamentos relacionados à prática da pesca, local do corpo que ocorreu a lesão, agente causador, sintomas e tratamentos da lesão e/ou envenenamento, número de acidentes sofridos e necessidade de afastamento.


Cenário

A Baía de Guanabara é a terceira maior baía do Brasil, com 380 km2 de área superficial, 59 km2 de ilhas e 80 km2 de manguezais. A bacia hidrográfica tributária abrange área aproximada de 4.000 km2 e contribui por meio de 35 rios principais.

O Boletim do Registro Geral da Atividade Pesqueira de 2012 do Ministério da Pesca e Aquicultura estimava mais de 30 mil pescadores em atividade e uma média de 10.100 pescadores na Baía de Guanabara.  Apesar do aumento da poluição e da diminuição da pesca, o número de pescadores da região aumenta a cada ano. Aproximadamente 1/3 dos entrevistados apresentavam renda per capita superior à do Rio de Janeiro em 2015, que foi de R$ 1.284, assim como média de escolaridade superior à do Brasil, que é de 7,4 anos.



Resultados da pesquisa

Os 388 entrevistados tinham entre 18 e 86 anos, com média de 46 anos, sendo 368 (94,8%) do sexo masculino e 20 (5,2%) feminino.

O uso de filtro solar foi relatado por apenas 68 pescadores, 30 (9,7%) pescadores responderam ter tido um único acidente durante a atividade pesqueira, 40 (12,9%) de dois a cinco acidentes, 10 (3,2%) de seis a dez acidentes e 229 (74,1%) mais de dez acidentes. Dentre os que já foram vítimas de acidentes durante a atividade da pesca, 77 (24,9%) relataram que já foi necessário afastamento devido a algum dos acidentes. Três (0,8%) pescadores relataram antecedente de hanseníase e 12 (3,1%) de câncer de pele. Todos disseram nunca ter recebido visita de um médico para orientação/assistência no local em que eles praticam a pesca. O estudo terminou no ano em que houve as competições aquáticas das Olimpíadas 2016 na Baía de Guanabara. Ao longo do estudo, apesar de obras de saneamento para viabilizar o evento terem aumentado o índice de tratamento de esgoto em toda a cidade, a poluição foi queixa constante durante as entrevistas.


Cartilha e gibi

A cartilha e o gibi foram produzidos pela agência Texto & Cia Comunicação, de Ribeirão Preto-SP. A agência tem 24 anos de atuação e é responsável por outras campanhas educativas como a campanha “Todos Contra a Hanseníase” da Sociedade Brasileira de Hansenologia. O gibi tem ilustrações de José Carlos Fecuri, de Ribeirão Preto, que atua há mais de 40 anos como cartunista, chargista e ilustrador em mídias impressas. Apoiam o projeto FIPERJ (Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro), www.protetoresdapele.org.br, Instituto de Dermatologia Prof. Rubem David Azulay, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Fluminense, Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de Dermatologia, Academia Nacional de Medicina, CILAD (Colegio Ibero-Latinoamericano de Dermatología).

Acesse aqui, a cartilha e o gibi.


Agenda
26/6 a 30/6
Distribuição da cartilha “Saúde da Pele do Pescador” no AquaRio
28/06 (quarta-feira)
09h
: Reunião Mensal da Sociedade Brasileira de Dermatologia RJ – apresentação da cartilha e gibi
10h: Colônia de Pescadores Copacabana – distribuição da cartilha e gibi
13h: Escola Municipal Cuba (Praia do Zumbi 25/Ilha do Governador) – distribuição de cartilhas e gibis
29/06 (quinta-feira, Dia de São Pedro)
09h
: Niterói - Missa na Capela de São Pedro (Av. Carlos Ermelindo Marins 2438/Niterói) – distribuição de cartilhas
10h: procissão terrestre e marítima
14h: AquaRio (Praça Muhammad Ali/Gamboa) – distribuição da cartilha

Números da pesquisa
Causa do ferimento
Número
%
     Bagre
201
65
     Caranguejo, siri
165
53,4
     Água-viva, caravela, medusa
114
36,4
     Ouriço do mar
100
32,4
     Peixe-espada
98
31,7
     Corais
82
26,5
     Arraias
68
22
     Anchova
66
21,4
     Mangangá
56
18,1
     Moreia
27
8,7
     Corvina e tainha
16
5,2
     Robalo
13
4,2
     Mexilhão
13
4,2
     Baiacu
10
3,2
     Guaibira e bicuda
9
2,9
     Polvo
7
2,3
     Camarão e peixe voador
4
1,3
     Solteira, pescadinha, peixe sapo e cocoroca
3
1
     Peixe cangulo e peixe olho-de-cão
2
0,6
     Xerelete, tamboril, peixe cirurgião, peruá e gaiado
1
0,3
Materiais de pesca
232
75,1
Objetos perfurocortantes
122
39,4
Outras causas


     Acidente com a embarcação
22
7,1
     Picada de abelha/marimbondo no mangue
14
4,5
     Trauma ocular com chumbada do anzol
1
0,3
     Mordida de rato na praia
1
0,3

Tratamento
Número
%
     Procurou atendimento médico
132
42,7
     Partes do peixe
113
36,6
     Gelo
101
32,7
     Álcool
85
27,5
     Urina
65
21
     Sal
54
17,5
     Calor local
21
6,8
     Bebida alcoólica
19
6,1
     Querosene
17
5,5
     Fumo
10
3,2
     Torniquete
8
2,6
     Erva e pó de café
6
1,9
     Gasolina
4
1,3
     Orações
3
1
     Própolis
2
0,6
     Graxa, planta saião, mel
1
0,3








26 de junho - Dia Internacional de Combrate às Drogas: como saber se o meu filho está usando drogas?



Psicóloga aponta os típicos disfarces do uso de entorpecentes na adolescência


O conhecimento dos pais sobre o ritual de iniciação no mundo das drogas e sobre os primeiros sinais que os filhos revelam quando começam a ter contato com entorpecentes pode ser fundamental para evitar os danos causados pela dependência química. O problema é que, na maioria dos casos, os pais só percebem os sinais depois de 3 a 4 anos do primeiro contato dos jovens com as drogas.

Na palestra “Sinais e disfarces do uso de drogas", marcada para o dia  27 de junho, a psicóloga Ana Café quer apontar as ferramentas para que os pais possam fazer a detecção precoce do consumo de substâncias ilícitas e evitar o agravamento da dependência pelos filhos.

“O objetivo é abordar os sintomas e comportamentos característicos do uso de drogas bem como mostrar aos pais como eles podem reconhecer alguns dos materiais que são utilizados para o consumo das drogas, enfrentando o problema de frente”, explica Ana Café, que é diretora do Núcleo Integrado – uma clínica multidisciplinar voltada para o atendimento e acompanhamento psicológico - e presidente da Associação Mãe Capitulina, uma ONG de apoio a dependentes químicos.

A palestra faz parte da Semana Nacional de Combate às Drogas e Entorpecentes, período instituído para intensa campanha contra a dependência química. Ana Café afirma que há várias motivações que levam o adolescente a usar algum tipo de droga, e a principal delas é simplesmente a curiosidade típica da fase e a falta da noção de risco dos jovens.

“Nossos filhos antes de estarem nos traindo, estão perdidos em si mesmos. Eles tentam descobrir quem são, se individualizar, mas nesse processo correm muitos riscos . Morremos de medo das crianças atravessarem a rua, mas não podemos deixar nossas jovens-crianças atravessarem sozinhas essa estrada que vai da adolescência a fase adulta”, explica.

Com base na experiência do atendimento em consultório, ela elaborou uma lista que identifica os comportamentos mais comuns adotados pelos jovens dependentes e os materiais que eles costumam utilizar:


Disfarces

• Tenta aparentar normalidade;
• Permanece fora de casa de 2 a 3 horas até o efeito da droga passar;
• Evita encontrar os pais;
• Desvia o olhar, não olha nos olhos;
• Dorme fora de casa para não levantar suspeitas;
• Telefonemas incompreensíveis, tudo é falado em gíria;
• Boca seca ou saliva bastante espumosa no canto da boca;
• Ponta dos dedos amarelados e queimados;
• Ventiladores e janelas abertas para camuflar cheiros;
• Tapam as frestas das portas e colocam pano na soleira;
• Utilizam odores fortes para camuflar o cheiro: perfumes, desodorantes,  spray e produtos de limpeza, acendem  incensos ou enchem o ar com fumaça de cigarro;
• Ataques à geladeira, depois dormem pesadamente;
• Distorção do senso de tempo e espaço;
• Geralmente o uso moderado de cocaína e outras drogas costumam passar despercebidos, pois os sintomas são menos exuberantes que os da maconha;
• O efeito da cocaína pode muita vezes ser confundido com o da bebida – importante checar o hálito.


Material que pode ser encontrado (característicos do uso)

• Isqueiros;
• Papel de seda “maricas”(cachimbos artesanais feitos com diferentes materiais e em diversas formas);
• Caixinhas e recipientes plásticos usados para guardar as “pontas”;
• “Pilador” (espécie de socador para pressionar a maconha já enrolada dentro da seda),
• Estojinho, saquinhos e pacotinhos com forte cheiro da maconha;
• Pequenos comprimidos ou drágeas, restos de cogumelos (com cheiro de esterco), pequenos frascos;
• Latas ou bisnagas de cola, frascos de lança-perfume, restos de sólidos ou nódoas em panos, lenços ou sacos plásticos.

A psicóloga Ana Café alerta para a presença dos pais como figuras disciplinares fundamentais na vida dos adolescentes.

“Os jovens testam a vida, testam a autoridade do pai e da mãe e a própria liberdade sem culpa. Cabe aos pais ensinar princípios éticos e morais, sem achar que os filhos irão errar”, conclui.




Dra. Ana Café - Ana Café é psicóloga clínica, graduada pela Universidade Estácio de Sá.  Possui especialização no Tratamento e prevenção dos Transtornos do Impulso e na prevenção do uso de drogas pela Faculdade Federal de Santa Catarina. É diretora do Núcleo Integrado Village.  Teve seu trabalho de conclusão de curso sobre a Terapia Cognitiva Comportamental e é membro da Associação de Terapia Cognitiva. Capacitada pela Secretaria Especial de Prevenção às Drogas do Rio de Janeiro como Agente Multiplicador e formada pela Universidade de Havana na Reinserção social do paciente portador de transtornos mentais e emocionais.




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