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segunda-feira, 26 de junho de 2017

26 de junho - Dia Internacional de Combrate às Drogas: como saber se o meu filho está usando drogas?



Psicóloga aponta os típicos disfarces do uso de entorpecentes na adolescência


O conhecimento dos pais sobre o ritual de iniciação no mundo das drogas e sobre os primeiros sinais que os filhos revelam quando começam a ter contato com entorpecentes pode ser fundamental para evitar os danos causados pela dependência química. O problema é que, na maioria dos casos, os pais só percebem os sinais depois de 3 a 4 anos do primeiro contato dos jovens com as drogas.

Na palestra “Sinais e disfarces do uso de drogas", marcada para o dia  27 de junho, a psicóloga Ana Café quer apontar as ferramentas para que os pais possam fazer a detecção precoce do consumo de substâncias ilícitas e evitar o agravamento da dependência pelos filhos.

“O objetivo é abordar os sintomas e comportamentos característicos do uso de drogas bem como mostrar aos pais como eles podem reconhecer alguns dos materiais que são utilizados para o consumo das drogas, enfrentando o problema de frente”, explica Ana Café, que é diretora do Núcleo Integrado – uma clínica multidisciplinar voltada para o atendimento e acompanhamento psicológico - e presidente da Associação Mãe Capitulina, uma ONG de apoio a dependentes químicos.

A palestra faz parte da Semana Nacional de Combate às Drogas e Entorpecentes, período instituído para intensa campanha contra a dependência química. Ana Café afirma que há várias motivações que levam o adolescente a usar algum tipo de droga, e a principal delas é simplesmente a curiosidade típica da fase e a falta da noção de risco dos jovens.

“Nossos filhos antes de estarem nos traindo, estão perdidos em si mesmos. Eles tentam descobrir quem são, se individualizar, mas nesse processo correm muitos riscos . Morremos de medo das crianças atravessarem a rua, mas não podemos deixar nossas jovens-crianças atravessarem sozinhas essa estrada que vai da adolescência a fase adulta”, explica.

Com base na experiência do atendimento em consultório, ela elaborou uma lista que identifica os comportamentos mais comuns adotados pelos jovens dependentes e os materiais que eles costumam utilizar:


Disfarces

• Tenta aparentar normalidade;
• Permanece fora de casa de 2 a 3 horas até o efeito da droga passar;
• Evita encontrar os pais;
• Desvia o olhar, não olha nos olhos;
• Dorme fora de casa para não levantar suspeitas;
• Telefonemas incompreensíveis, tudo é falado em gíria;
• Boca seca ou saliva bastante espumosa no canto da boca;
• Ponta dos dedos amarelados e queimados;
• Ventiladores e janelas abertas para camuflar cheiros;
• Tapam as frestas das portas e colocam pano na soleira;
• Utilizam odores fortes para camuflar o cheiro: perfumes, desodorantes,  spray e produtos de limpeza, acendem  incensos ou enchem o ar com fumaça de cigarro;
• Ataques à geladeira, depois dormem pesadamente;
• Distorção do senso de tempo e espaço;
• Geralmente o uso moderado de cocaína e outras drogas costumam passar despercebidos, pois os sintomas são menos exuberantes que os da maconha;
• O efeito da cocaína pode muita vezes ser confundido com o da bebida – importante checar o hálito.


Material que pode ser encontrado (característicos do uso)

• Isqueiros;
• Papel de seda “maricas”(cachimbos artesanais feitos com diferentes materiais e em diversas formas);
• Caixinhas e recipientes plásticos usados para guardar as “pontas”;
• “Pilador” (espécie de socador para pressionar a maconha já enrolada dentro da seda),
• Estojinho, saquinhos e pacotinhos com forte cheiro da maconha;
• Pequenos comprimidos ou drágeas, restos de cogumelos (com cheiro de esterco), pequenos frascos;
• Latas ou bisnagas de cola, frascos de lança-perfume, restos de sólidos ou nódoas em panos, lenços ou sacos plásticos.

A psicóloga Ana Café alerta para a presença dos pais como figuras disciplinares fundamentais na vida dos adolescentes.

“Os jovens testam a vida, testam a autoridade do pai e da mãe e a própria liberdade sem culpa. Cabe aos pais ensinar princípios éticos e morais, sem achar que os filhos irão errar”, conclui.




Dra. Ana Café - Ana Café é psicóloga clínica, graduada pela Universidade Estácio de Sá.  Possui especialização no Tratamento e prevenção dos Transtornos do Impulso e na prevenção do uso de drogas pela Faculdade Federal de Santa Catarina. É diretora do Núcleo Integrado Village.  Teve seu trabalho de conclusão de curso sobre a Terapia Cognitiva Comportamental e é membro da Associação de Terapia Cognitiva. Capacitada pela Secretaria Especial de Prevenção às Drogas do Rio de Janeiro como Agente Multiplicador e formada pela Universidade de Havana na Reinserção social do paciente portador de transtornos mentais e emocionais.




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