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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cegueira por glaucoma pode crescer 25% no Brasil




Um em cada 4 brasileiros com glaucoma dependiam da distribuição de colírios gratuito que foi interrompida. Especialista dá dicas de  dicas de como economizar no tratamento.

O  glaucoma, maior causa de cegueira irreversível, atinge cerca de um milhão de brasileiros. O consenso dos especialistas é de que mais da metade dos portadores nem desconfia ter a doença. Ainda assim, anualmente são diagnosticados 2,4 milhões de novos casos no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Para o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a a cegueira por glaucoma pode crescer 25% no Brasil. Isso porque, um em cada quatro brasileiros que têm a doença  dependiam da distribuição de colírio gratuito no programa de assistência do Ministério da Saúde que foi interrompida. 

O especialista ressalta que a única forma de evitar a perda da visão no glaucoma de angulo aberto que representa 90% dos casos da doença é o uso contínuo de colírio. Ele explica que o glaucoma é decorrente de enfermidades que dificultam o escoamento do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular. Isso leva ao aumento da pressão intraocular que comprime o nervo óptico e causa a  morte de suas células que não se recompõem. Para interromper este processo são indicados colírios que mantêm a pressão interna do olho em nível normal, entre 10 e 21 mmHg. 

O problema é que a doença não apresenta sintomas e a perda da visão só é percebida quando mais de 40% das células da camada do nervo óptico foram perdidos. Por isso,  metade dos diagnosticados em campanhas não buscam pelo segundo frasco de colírio e  20% dos portadores abandonarem o uso. 

Como economizar
Queiroz Neto afirma que um frasco de colírio antiglaucomatoso  pode custar mais de R$ 200. As dicas do médico para economizar no tratamento são: 

Cadastro nos programas de fidelização: Alguns dos maiores laboratórios de medicamentos instalados no país, mantém programas de fidelização que oferecem descontos de até 60% nos colírios para glaucoma. Maiores informações podem ser obtidas de segunda a sexta, durante o horário comercial, através de ligações gratuitas  para: 0800.204.2020, 0800.770,0558, 0800.012.6644 e 0800.707.1080. 

Para se cadastrar aos programa é necessário ter o CRM do médico e seu número de CPF. No site das empresas podem ser encontradas a relação de farmácias mais próximas.

Internet: As melhores ofertas de medicamentos  na web estão disponíveis  nos sites especializados consulta remédios e no clique farma.

Planos de saúde: Alguns planos de saúde firmaram parceria com redes de farmácia e disponibilizam descontos para grupos de medicamentos que variam de 10% a 65%. A dica é verificar qual a cobertura do seu plano sobre medicamentos

Uso correto: Um estudo conduzido por Queiroz Neto com 2,7 mil pacientes mostra que 67% fizeram uso incorreto de colírio. Desses 58% desperdiçaram o medicamento instilando mais de uma gota no olho. Para interromper a evolução do glaucoma as dicas do médico no uso dos colírios são:

  • Lave as mãos antes da aplicação.
  • Verifique no frasco se é recomendado agitar o produto antes de usar
  • Incline a cabeça para trás.
  • Flexione a pálpebra inferior com o indicador. 
  • Com a outra mão segure o dosador
  • Coloque o medicamento  sem relar  no bico dosado, evitando a contaminação.
  • Feche os olhos por 3 minutos para garantir o efeito
  • Pressione com o polegar o canto interno do olho para reduzir efeitos colaterais
  • Se usar lentes de contato retire-as antes da aplicação
  • Recoloque as lentes de contato depois de 10 minutos da aplicação
  • Em caso de prescrição de mais de um colírio aguarde 15 minutos entre um e outro
  • Só aplicar medicação dentro do prazo de validade estipulado na embalagem

29/5 – Dia Mundial da Saúde Digestiva





Má digestão atinge cerca de 40% da população
Sensação de “estufamento” após as refeições, arrotos frequentes, náusea e dor abdominal são alguns dos sintomas da doença

Em referência ao Dia Mundial da Saúde Digestiva (29), data instituída pela World Gastroenterology Organisation (WGO), a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) alerta sobre azia e má digestão, condições ocasionadas por algum desequilíbrio no organismo ou doença, que atingem grande parte da população, mas que acabam sendo menosprezadas. Segundo o médico endoscopista e coordenador de comunicação da SOBED, Bruno Martins, a má digestão ou dispepsia funcional atinge entre 20% e 40% da população. “Os principais sintomas da má digestão são a sensação de ‘estufamento’ após as refeições, arrotos frequentes, náusea e dor abdominal. Como são sintomas comuns de outras doenças, é muito importante o acompanhamento de um especialista para que possa descartar outras causas como gastrite, úlcera ou refluxo”, esclarece.

Ainda segundo Martins, a azia - aquela sensação de queimação no peito ou na garganta que algumas pessoas se referem como acidez - é o principal sintoma da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) e deve ser levada a sério e tratada. “Principalmente porque quase 12% da população urbana no Brasil sofre com retorno do ácido gástrico”, explica.

Confira as dicas da SOBED para melhorar a azia e má digestão e ter uma saúde digestiva adequada:
    
1 - Emagreça (se estiver acima do peso) - O excesso de peso e acúmulo de gordura corporal geram pressão abdominal e favorecem o refluxo.

3 - Evite café, chocolate, álcool, gorduras e frituras - As substâncias presentes nesses alimentos e bebidas relaxam o esfíncter esofágico inferior, possibilitando a volta dos alimentos.

4 - Pare de fumar – o cigarro contém substancias tóxicas que agridem as mucosas do esôfago e do estômago, deixando o trato gástrico propenso, inclusive, à gastrite e úlcera.

5 - Fracionar refeições e evitar refeições copiosas – o ideal é se alimentar com pequenas porções e reduzir os intervalos entre as refeições. Isso evita o refluxo e a má digestão.

6 - Evite se deitar por pelo menos três horas após a refeição –
É comum o refluxo em pessoas que costumam dormir logo após almoço ou jantar.  Esperar algumas horas antes de se deitar e elevar a cabeceira da cama pode ajudar para diminuir o problema.

FORÇA TAREFA NO COMBATE AO TABAGISMO




Até a década de 80, cigarro era símbolo de status, com o tabagismo estimulado exacerbadamente pela mídia, informativos, patrocínios, resvalando em uma imagem de empoderamento, sedução e conquista, criando um mundo especial para aqueles que o praticassem. O fato é que, importantes ações públicas realizadas, de lá para cá, surtiram efeito e o que era um hábito comum nas gerações dos anos 50, 60 e 70, passou a ser visto como antiquado.

Entre essas medidas estão a criação de leis, tais como: a de comercialização de produtos fumígeros, com a regulamentação quanto à forma e local de propaganda, a inserção dos alertas obrigatórios sobre os riscos impostos à saúde nas embalagens dos mesmos, com a proibição do termo light; a antifumo, que proíbe o uso do cigarro em locais fechados públicos e privados; a alteração da tributação; além das recorrentes campanhas de conscientização quanto à propensão para o surgimento dos cânceres de boca e de pulmão e todas os demais malefícios que o cigarro traz à saúde.

De todo modo, a luta contra o tabagismo não deve parar. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2015, cerca de 6 milhões de pessoas morrem em decorrência do hábito e, de acordo com o órgão, os prognósticos não são animadores. Estima-se que o número de vítimas atinja a marca dos 8 milhões, por ano, até 2030.

O fato alarmante é que, mesmo com as mudanças de comportamento da sociedade, a instalação do hábito de fumar começa aos 15 anos de idade e os problemas decorrentes da prática podem ser colhidos até 30 anos depois. Muito diferente do que a maioria das pessoas pensa, o cigarro vicia muito mais rapidamente do que a cocaína. São necessários de sete a 14 dias de consumo para a pessoa já se tornar dependente, segundo pesquisa realizada pelo Hospital do Câncer de São Paulo. Além disso, para largar o vício é infinitamente mais difícil, uma vez que as pesquisas confirmam que 80% dos fumantes querem parar, mas somente 3% das pessoas que tentam largar o vício, de fato, conseguem e, somente, após a quinta tentativa.

Não é de hoje que o assunto é de extrema preocupação mundial. No Brasil, especificamente, a situação é ainda mais grave, principalmente ao que tange à odontologia. Além de toda a carência no acesso aos serviços básicos da área, a população que adere ao tabagismo acaba potencializando inúmeros problemas, como o excesso de tártaro que leva à doença periodontal (inflamação que acomete os tecidos de suporte e sustentação dos dentes) e à perda dos dentes; e à xerostomia, que é a diminuição do fluxo salivar, aumentando a possibilidade de lesão de cárie. Isso sem falar nas questões estéticas e de paladar, na qual os componentes do cigarro, como a nicotina, influenciam na superfície dos dentes, causando uma pigmentação escura não só neles, mas também nas mucosas e na gengiva; e quanto á alteração do paladar devido às toxinas presentes no tabaco que atrofiam as papilas gustativas.

Os profissionais da área odontológica, portanto, exercem papel preponderante na disseminação da informação quanto aos riscos que o fumo traz para a saúde. Estimular o autoexame de câncer bucal, orientar sobre feridas, manchas, placas e edemas que insistem em permanecer após o período de 15 dias são algumas das muitas abordagens realizadas dentro dos consultórios.

De todo modo, todos na sociedade devem incutir e melhorar continuamente seus papeis. O legislador e os pesquisadores devem continuar atentos à problemática e aos novos hábitos de consumo, tal qual o uso do cigarro eletrônico ainda incipiente e que requer ampla investigação e estudos, uma vez que passa a ideia de ser menos prejudicial face ao cigarro convencional; o Executivo, de fiscalizar todas as leis já em vigor e, inclusive, inibir a entrada de mercadorias piratas que, invariavelmente, acabam contendo insumos de procedência infinitamente piores; os pais, de orientar os filhos na fase da pré-adolescente quanto aos impactos na qualidade de vida e, obviamente, aos que fumam, que percebam os malefícios e incorporem novos hábitos para servirem de exemplo a toda a família; e os profissionais da área da saúde e da educação que permaneçam em campanha ativa contra este que, na minha opinião, é o verdadeiro mau do século.

Patrícia é especialista em ortodontia, pós-graduada em Ortodontia Auto-ligada pela New York University (EUA) e diretora da rede Odontomazza.

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