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sábado, 4 de novembro de 2023

Saúde Mental não é fast-food: Imediatismo atrapalha o tratamento de transtornos psicológicos

 

O psicólogo Claudio Melo, da Holiste Psiquiatria, explica que independente do diagnóstico, o tratamento é a parte mais complexa e importante para reconquistar o bem-estar


Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem com a depressão. No entanto, isso não significa que todas apresentem os mesmos sintomas ou que devam seguir o mesmo tratamento. Para o psicólogo Cláudio Melo, especialista da Holiste Psiquiatria, é muito importante ter em mente que o diagnóstico de um transtorno mental é apenas o primeiro passo de um processo muito mais complexo e singular para cada paciente.

"Um transtorno não se reduz ao diagnóstico, este é apenas uma ferramenta para orientar o tratamento. Contudo, vivemos numa sociedade em que as pessoas buscam se identificar com uma imagem, um ideal. E com certeza isso vai influenciar no tratamento, porque não é algo de você tomar uma medicação aqui ou fazer um procedimento psicoterápico ali e pronto, resolvido, é um processo demorado, complexo", explica o psicólogo.

Para o especialista, ainda é importante se atentar para a cobrança que a sociedade faz para que as pessoas apareçam sempre felizes e bem-dispostas, como se fosse possível chegar e escolher uma personalidade na prateleira do supermercado. Para Claudio Melo, o que preocupa nesse processo de identificação é que as pessoas ficam presas a esses rótulos e, de alguma forma, entendem que o tratamento deveria aproximá-las desse ideal e não de si mesmas.

"No geral, isso tudo é uma grande fuga para não nos confrontarmos com nós mesmos. O grande perigo que há nisso para pessoas que realmente têm um transtorno mental, é banalizar o processo de adoecimento psíquico. Diferente de olhar para uma imagem ideal e ir buscá-la, pelo contrário, no acompanhamento terapêutico é necessário compreender o que verdadeiramente há do sujeito, o contexto das relações familiares envolvidas, as relações sociais e a história", complementa Melo.

É claro que hoje é possível cuidar de sintomas mais graves e oferecer uma melhora na qualidade de vida do paciente de maneira efetiva, mas o psicólogo destaca que isso não significa que existe uma solução mágica, o tratamento leva tempo, mas sempre vale a pena. Para mais informações sobre saúde mental, acesse o site da Holiste Psiquiatria:  https://holiste.com.br/

 

Holiste 

www.holiste.com.br

 

A canalização da alegria

Os Jogos Olímpicos de 2012 foram realizados em Londres. Uma das modalidades mais disputadas nos ingressos é o Atletismo. A prova dos dez mil metros costuma ser dominados pelos inevitáveis etíopes ou quenianos. Um atleta inglês, magro e alto, mas não tão magro quanto os africanos, entrou na prova sem nenhum favoritismo. O favorito era um corredor da Etiópia. O nome desse corredor era Mo Farah. Era o décimo primeiro no ranking. A prova começou, e Mo Farah ficou correndo nos nove primeiros quilômetros lá no fundão, sem deixar os africanos da frente desgarrar na frente. Quando faltava apenas um quilômetro para chegar, Mo Farah disparou e emparelhou com o lendário etíope. O estádio entrou em delírio. Começaram a gritar o seu nome. Mo Farah correu como nunca. A última volta foi em inacreditáveis cinquenta e dois segundos. O campeão, outrora imbatível, ficou comendo poeira. Na sua entrevista, o atleta inglês também estava incrédulo com o resultado. Falou que, sem o incentivo do público, provavelmente não teria chegado tão longe. O afeto e a alegria do público serviram como uma espécie de doping para o corredor. Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, Mo Farah ganhou a prova dos cinco e dos dez mil metros, a última depois de cair durante a corrida, com o público brasileiro gritando seu nome.

O que fez um atleta que nunca tinha sido um corredor de ponta virar um bicampeão olímpico, numa prova sempre dominada por corredores de uma etnia diferente da sua? A sensação de estar sendo carregado pelo afeto das pessoas mudou a seu desempenho de um jeito que emocionou quem entende e não entende do esporte.

Nos primeiros meses da Pandemia, a preocupação e o medo se espalharam mais do que o vírus. Para manter a atividade física com a academia fechada, eu andava com minhas duas cachorras de médio porte pelas ruas desertas daquela época. Comecei a fazer um exercício para combater a tristeza e a sensação de isolamento: quando as duas pets andavam emparelhadas, eu sentia uma alegria de tê-las e de estar vivo, mesmo com toda a incerteza. Durante a caminhada eu sempre conseguia evocar essa alegria durante alguns minutos. Fiz um exercício de canalização da alegria, para enfrentar o clima de velório dos noticiários.

Nosso Cérebro não é programado para o otimismo. Sua programação é para evitar situações de risco ou de sofrimento. O medo é mais potente que a alegria. Lembrar de experiências negativas é mais frequente e comum do que saborear uma lembrança feliz. Mas a alegria e o prazer são o combustível para enfrentar o medo. Vencer a própria limitação e o cansaço fazia os humanídeos trazerem comida para casa. E ainda fazem.

Mo Farah descobriu, com o estádio gritando o seu nome, que era um atleta muito maior do que imaginava. De um corredor mediano ele virou uma lenda, inebriado pela energia que o cercava. Mas não precisamos de um estádio gritando nosso nome para superar nossas limitações. Se não dá para ficar alegre o tempo todo, também é possível incorporar a alegria como uma prática. Como um músculo, que aumenta com o treino. Você pode treinar a alegria ao acordar. Ao sair de casa para trabalhar. Ao ter gratidão por coisas simples, como estar vivo, passeando na rua. Essa prática melhora a Memória, a capacidade de trabalho e a qualidade de vida.

A alegria não vem de graça no seu jardim. É uma planta que precisa ser cuidada e regada. E limpa das ervas daninhas da amargura. Aliás, para terminar essa coluna: foi uma grande alegria compartilhar esse texto com vocês, leitor e leitora.

 


Marco Antonio Spinelli - médico, com mestrado em psiquiatria pela Universidade São Paulo, psicoterapeuta de orientação junguiana e autor do livro “Stress o coelho de Alice tem sempre muita pressa”



Psicóloga dá dicas de como ter boa relação com a sogra

Maria Letícia de Araújo Ribeiro
Reality show da Netflix trouxe novas discussões sobre a relação entre familiares


A relação entre genros e noras e suas respectivas sogras sempre foi um tema de grande relevância, mas recentemente ganhou ainda mais destaque com o novo reality show da Netflix, "Ilhados com a Sogra". O programa revelou diversas relações conturbadas entre as famílias, destacando a importância de manter um relacionamento saudável com a figura da sogra.

Para ajudar a entender melhor os desafios e estratégias para manter uma boa relação com a sogra, a psicóloga Áurea Spricigo compartilha algumas dicas valiosas. Confira!


  1. Compreenda os desafios comuns

Áurea ressalta que as relações podem ser complexas devido às diferenças de gerações, tradições e entendimento do mundo. É essencial reconhecer que essas relações não são sempre espontâneas, o que pode exigir esforço adicional de ambas as partes. A comunicação é frequentemente um ponto crítico, e os desentendimentos podem surgir de discrepâncias culturais e expectativas.

  1. Importância do bom relacionamento

O bem-estar do casal é sustentado por uma variedade de fatores que fortalecem a conexão entre eles. Isso inclui a reciprocidade na relação, a capacidade de oferecer apoio mútuo, compartilhar tempo de qualidade, expressar demonstrações de afeto, bem como a tolerância diante dos erros do parceiro e uma parceria incondicional, entre muitos outros aspectos. 

“O bom relacionamento entre genros e noras com as sogras é um dos elementos relevantes, mas não é, geralmente, o que vai manter o equilíbrio entre o casal. Ainda assim, é importante para que o agregado se sinta pertencente à família”, explica a psicóloga, ressaltando que existem prioridades em cada relacionamento, e a sogra é apenas uma delas.

  1. Estabeleça comunicação eficaz

Áurea destaca a importância da comunicação assertiva, onde você expressa o que pensa e sente de maneira respeitosa, sem se anular. Estabelecer limites de como deseja ser tratado(a) é fundamental para uma interação saudável.

  1. Lidando com diferenças culturais

Para lidar com diferenças culturais, valores e expectativas, é necessário demonstrar flexibilidade psicológica. Áurea orienta aceitar erros, discutir dificuldades abertamente e respeitar os limites do outro.

  1. Estabelecimento de limites saudáveis

Sinais de que a relação pode estar se tornando prejudicial incluem comportamentos invasivos e tentativas de manipulação. A falta de delimitação pode levar a problemas nas relações. Estabelecer barreiras requer dar e receber feedback, o que gradualmente ajuda a definir as expectativas.

“Grande parte dos problemas surgem da falta do estabelecimento destes limites, cada um acha que pode agir conforme considerar adequado, mas aquilo que é sinceridade pra mim, pode parecer grosseria para o outro, por isso, dar e receber feedbacks é a forma que estes limites serão estipulados gradativamente, até que se torne natural respeitar a forma de ser do outro” explica.

  1. Lidar com conflitos de forma construtiva

Ouvir os feedbacks da sogra, considerar suas opiniões e dar feedbacks sobre como você se sentiu diante de seus comportamentos são passos importantes para resolver conflitos de maneira construtiva.

A empatia e a compreensão são essenciais para evitar mal-entendidos na comunicação e construir uma boa relação com a sogra. “Se colocar no lugar do outro ajuda a entender o que a pessoa pensou quando disse algo que te feriu, fazendo com que você se aproxime de uma visão mais coerente com a realidade e compreenda a intenção dela”, afirma a psicóloga. 

  1. Estratégias para incluir a sogra na vida da família

É comum que, devido aos conflitos na relação, a sogra seja isolada do convívio familiar. No entanto, é importante considerar o papel da sogra na vida do parceiro e a importância de manter os laços familiares. Áurea sugere desenvolver uma comunicação livre de pré-julgamentos, construir confiança mútua e abordar desconfortos ou desentendimentos de forma respeitosa. 

  1. Autocuidado

O autocuidado desempenha um papel importante em expressar suas necessidades emocionais e opiniões, sem reprimir seus sentimentos. Isso contribui para uma relação mais saudável.

A relação com a sogra pode ser desafiadora, mas a comunicação aberta, a empatia e o estabelecimento de limites saudáveis desempenham um papel crucial na construção de uma relação harmoniosa. Manter um equilíbrio entre a inclusão da sogra na vida da família e o respeito aos limites individuais é a chave para uma relação bem-sucedida com essa importante figura familiar.

É importante lembrar que, assim como em qualquer relacionamento, a relação com a sogra evolui com o tempo e exige paciência e dedicação de ambas as partes. Aprendendo a valorizar as diferenças e celebrando as semelhanças, ambos podem fortalecer ainda mais o vínculo familiar e criar memórias ao longo desse caminho. O convívio não é para ser uma disputa, e sim algo positivo e construtivo para a sogra e para os cônjuges.

 

Ilhados com a Sogra

Áurea explica que produzir um programa como este é uma grande responsabilidade, ainda mais quando questões emocionais são o foco central. Portanto, é necessário se atentar para o impacto emocional na vida de cada um dos participantes durante e após o reality show, fornecendo suporte, auxílio e elaboração das dificuldades relacionais que podem surgir das dinâmicas realizadas nesse processo. 

“Quando falamos de dificuldades relacionais, não temos um marcador objetivo para mensurar se o programa trouxe benefícios ou fomentou as dificuldades nos relacionamentos entre sogras e genros/noras, mas existe uma necessidade evidente de que os participantes sejam atendidos em suas necessidades emocionais para elaborarem o que se passou ao longo do programa”, finaliza a psicóloga.


Enem 2023: psicóloga orienta como lidar com a pressão decisiva da prova

Os candidatos podem observar sinais de esgotamento como sensibilidade exagerada, cansaço excessivo, crises de ansiedade, entre outros




Muitos jovens estão ansiosos e em contagem regressiva para a prova do Enem 2023, que será aplicada nos dias 05 e 12 de novembro. A preparação para um exame tão importante pode ser desafiadora e estressante, e com a aproximação da prova a tensão só parece crescer.

O primeiro aspecto que podemos considerar é a questão do valor dessa prova, destaca a psicóloga Thayanna Tavares. “O Enem é posto socialmente como uma prova que decide a vida. Os jovens se preparam e dedicam grande parte de sua existência para este processo, portanto, o exame chega para estes grupos como algo “decisório” e balizador de competências”, esclareceu.

Diante desse contexto, informa Thayanna, o estudante pode depositar grande expectativa para o momento. “Vem a necessidade de consolidar decisões como, ‘O que serei profissionalmente?’, ‘Esta profissão me fará uma pessoa bem sucedida?’, ‘Darei conta de prover autonomamente minhas necessidades’? Estas questões bases dão vazão para muitos outros questionamentos que podem levar o jovem ao estresse, angústia, ansiedade, transtornos alimentares, transtorno obsessivo compulsivo, alterações do sono, depressão e muitas outras patologias”, enfatizou a psicóloga.



Sinais de esgotamento

Thayanna Tavares descreve inúmeros sintomas físicos e emocionais que os candidatos podem observar como sinais de esgotamento ou sobrecarga emocional. Doenças crônicas, gastrites, problemas cardíacos, cansaço excessivo, falta de energia, cefaleia tensional, diminuição da libido, imunidade baixa, dores e tensões musculares pelo corpo, bruxismo diurno, alergias de pele, alterações no apetite (comendo demais ou perdendo a fome), dores na região da mandíbula (DTM), sensibilidade exagerada, excesso de empatia, choro fácil, alterações no sono e no apetite, aumento da irritabilidade, medo desproporcional, angústia, crises de ansiedade, sensação de vazio, lapsos de memória, falta de motivação para atividades rotineiras, problemas para dormir e quando consegue tem dificuldade para acordar.

Sobre as melhores maneiras de lidar com a pressão dos pais, familiares ou expectativas sociais durante o processo de preparação para o Enem, ela afirma que o diálogo e o estabelecimento de limites claros são boas ferramentas para quaisquer tipos de relacionamentos. “A mediação entre as expectativas dos pais e familiares e as próprias expectativas deve ser um ponto de discussão mesmo antes da chegada do Enem. Diante de conflitos de interesses, é importante que o jovem tenha clareza das suas escolhas e tomadas de decisão. É recomendável que pais e familiares evitem impor seus desejos diante das experiências do futuro universitário”.



Autocuidado

O equilíbrio é uma das premissas da saúde mental que ajuda os estudantes a lidar com essa contagem regressiva para enfrentar a prova com confiança e conquistar um bom desempenho do Enem, frisa a psicóloga. “Existem diversas estratégias e técnicas de estudo, que variam de pessoa para pessoa. Cada um define sua melhor forma de adquirir conhecimentos”.

Porém, um cronograma de estudos preestabelecido e uma rotina bem consolidada são ferramentas potentes de estudos, orienta a psicóloga Thayanna Tavares, que também é professora do curso de Psicologia da UniFTC Petrolina. “É fundamental ter estudos com pausas, momentos de ócio, lazer e também uma quantidade de horas de sono satisfatórias”, argumenta.

Para além disso e não menos importante, o acompanhamento psicológico pode possibilitar espaços de reflexão que viabilizem contato com suas questões pessoais proporcionando assim, melhor conhecimento de suas potencialidades e resiliência psicológica.


Bullying: entenda como prevenir

 Especialista indica ações cruciais para evitar as consequências do crescente problema 


Segundo dados do IBGE, 40% dos alunos já enfrentaram situações de 'bullying', com um alarmante aumento em comparação a 2009, quando essa parcela era de 30,9%. A pesquisa revela que 24% desses alunos afirmam que a vida não vale a pena, destacando a gravidade das consequências emocionais desse fenômeno. Nesse cenário, a prevenção é fundamental para garantir um ambiente escolar seguro e reduzir incidentes traumáticos que afetam alunos em todo o mundo. 

Danilo Suassuna, Doutor em Psicologia, autor e professor, especialista em Gestalt-terapia, explica que, com a crescente importância dessa questão, escolas têm adotado estratégias proativas para combater e prevenir o bullying entre os alunos. “A conscientização e educação desempenham um papel crucial no combate ao problema. Programas educacionais, palestras e discussões em sala de aula podem ensinar sobre o impacto do bullying e como combatê-lo”, destaca.

A prevenção do bullying é um compromisso essencial para a promoção de uma sociedade mais saudável e inclusiva. “No Instituto, buscamos oferecer suporte psicológico a indivíduos que enfrentam desafios, incluindo situações relacionadas ao bullying, por meio do projeto “ Todos Cuidados”, revela.

Ele acredita que a implementação de políticas antibullying é fundamental. Definir claramente o que constitui o problema, suas consequências e o processo de denúncia é essencial para desencorajar tal comportamento.

Além disso, fornecer apoio aos alvos é vital. Aconselhamento com psicólogos escolares, grupos de suporte e estratégias para fortalecer a resiliência desses alunos são medidas importantes. A intervenção precoce é ainda essencial para deter as consequências dessa questão. Educadores devem estar atentos aos sinais e agir prontamente.

Promover um ambiente Inclusivo, baseado na empatia, diversidade e respeito mútuo, reduz a incidência de bullying. “O envolvimento dos pais também é importante. Escolas devem incentivá-los a participar de programas e discussões sobre o tema, promovendo a comunicação aberta entre família e instituição", pontua.

Monitoramento e avaliação são práticas necessárias para garantir a eficácia das estratégias adotadas. Só com ações pensadas para a prevenção do bullying será possível reduzir o risco de incidentes traumáticos, promovendo um ambiente de aprendizado mais saudável e positivo para todos os alunos. É um componente essencial para criar escolas seguras e acolhedoras.

 

Danilo Suassuna - Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o instagram: @danilosuassuna


Instituto Suassuna
Para mais informações, acesse o site ou através do instagram e canal no youtube.

 

"Síndrome do Fim de Ano" – como combater o aumento de casos de crise de ansiedade e depressão

À medida que o ano se aproxima do seu término, uma preocupação constante entre os psiquiatras é o aumento observado no número de pacientes que enfrentam crises de ansiedade e depressão. Essa tendência se estende não apenas aos que já são diagnosticados com esses transtornos, mas também àqueles que até então eram mentalmente saudáveis.

Esses casos atingem seu ponto crítico durante o período de Natal e o início de janeiro, o que levou muitos no meio médico a denominarem essa situação como a "Síndrome do Fim de Ano".

O Dr. Vicente Beraldi Freitas, médico e consultor em saúde da Moema Assessoria em Medicina e Segurança do Trabalho, esclarece: "Conforme nos aproximamos do fim do ano, um período em que muitos refletem sobre suas realizações anuais e estabelecem novas metas, é natural que surjam sentimentos conflitantes. Enquanto alguns encontram felicidade e satisfação, outros podem sentir-se insatisfeitos, tanto pessoal quanto profissionalmente, o que pode desencadear problemas de saúde mental."

Diversos fatores contribuem para esses casos de depressão e ansiedade no final do ano, incluindo rupturas pessoais, dificuldades financeiras, perda de entes queridos e frustrações no trabalho, entre outros.

Por outro lado, a exposição constante das conquistas e felicidade nas redes sociais cria uma ilusão de um mundo perfeito e inatingível para aqueles que já enfrentam dificuldades emocionais, tornando-se um terreno fértil para o agravamento desses problemas.

É essencial que as pessoas estejam atentas a esses sinais e ajam rapidamente para evitar que esses casos se aprofundem. Buscar tratamento adequado é crucial, e as empresas, por sua vez, devem estar preparadas para oferecer suporte.

O Dr. Vicente Beraldi Freitas observa que, principalmente entre os jovens, tem havido um aumento alarmante de casos relacionados à ansiedade, que afetam diretamente suas vidas, relacionamentos e desempenho profissional. "Houve casos em que as pessoas não conseguiram continuar trabalhando e pediram demissão como resultado. Embora haja medidas para mitigar essa situação, os desafios estão se tornando cada vez mais complexos."

Esses transtornos mentais, incluindo ansiedade e depressão, são caracterizados por uma preocupação excessiva e constante com eventos negativos que podem ocorrer.

As crises de ansiedade frequentemente fazem com que as pessoas se desconectem do presente, resultando em sintomas físicos como falta de ar, sudorese e arritmia cardíaca. O Dr. Vicente Beraldi Freitas destaca a complexidade dessas situações.

"A ansiedade pode ser desencadeada por fatores internos e externos, e a pandemia, com todas as incertezas e desafios que trouxe, serviu como um gatilho para muitas pessoas, exacerbando também os casos de depressão."

O especialista observa que algumas pessoas são mais propensas a esses problemas e têm dificuldade em lidar com eles. "Normalmente, pessoas mais flexíveis tendem a se adaptar melhor e sofrem menos de ansiedade", analisa.

No entanto, mesmo antes dos eventos recentes, como a pandemia e as brigas políticas, já se observava um aumento nas taxas de ansiedade, especialmente entre as gerações mais jovens. Isso pode ser atribuído em parte ao estilo de vida moderno, no qual o uso constante de smartphones e computadores leva a uma desconexão das experiências do mundo real.

"Os jovens estão cada vez mais mergulhados no mundo virtual, e a sociedade muitas vezes perpetua a ideia de que o sucesso pessoal e profissional é facilmente alcançável. Essa discrepância entre a realidade e as expectativas pode levar à ansiedade", adverte o Dr. Vicente Beraldi Freitas.

Para combater esses problemas, é fundamental que as pessoas reconheçam os sintomas, tanto em si mesmas quanto nos outros, e levem o assunto a sério, em vez de considerá-lo como frescura. O tratamento imediato é essencial, pois o tempo desempenha um papel fundamental na resolução desses problemas.

No contexto empresarial, a prevenção pode envolver a promoção do bem-estar por meio de iniciativas de medicina do trabalho. As empresas podem criar grupos de apoio e treinamento para ajudar os funcionários a lidar com situações e pessoas difíceis. Além disso, a capacitação das equipes de recursos humanos para lidar com essas questões é crucial.

Um exemplo de combate a esses problemas é a empresa Confirp Contabilidade. De acordo com Rose Damélio, gerente de Recursos Humanos, a empresa adota uma série de ações. "Nossa equipe de RH busca se aproximar cada vez mais dos colaboradores, fornecendo suporte desde o momento da contratação. Se identificarmos algo que possa indicar um problema, iniciamos ações mais aprofundadas", detalha.

Embora a complexidade dessas questões seja inegável, as empresas têm um papel importante a desempenhar ao se aproximarem dos colaboradores que enfrentam desafios emocionais, resultando em maior produtividade, redução da rotatividade e um ambiente profissional mais saudável.


Associação Nacional de Atenção ao Diabetes promove exames gratuitos em São Paulo

 Campanha ocorrerá de 6 a 11 de novembro na sede da entidade na Vila Mariana e espera atender cerca de 3 mil pessoas

 

A Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD) oferecerá oito tipos de exames e avaliações de saúde gratuitamente à população durante a 26º Campanha Nacional Gratuita em Diabetes de Prevenção das Complicações, Detecção, Orientação e Educação, de 6 a 11 de novembro. A iniciativa ocorrerá na sede da entidade, na Rua Eça de Queiroz, 198, Vila Mariana, São Paulo (SP), das 9h00 às 16h00.

Serão realizados exames de glicemia e de hemoglobina glicada (A1C) e avaliações de olhos, boca, atividade física, fisioterapia, vascular e nutricional, além de aferição da pressão arterial e eletrocardiograma.

A ação, que espera atender em torno de 3 mil pessoas, conta com uma equipe de profissionais de saúde formada por endocrinologistas, cardiologistas, oftalmologistas, enfermeiros, nutricionistas, profissionais de educação física, dentistas e podólogos.

Após a realização dos exames, as pessoas atendidas receberão orientação e, se necessário, encaminhamento gratuito para tratamento. Além disso, os participantes da campanha receberão orientações sobre prevenção a diabetes, dieta saudável e estilo de vida ativo.


Campanha visa pessoas com diabetes ou em grupos de risco

A campanha da ANAD é voltada para pessoas com mais de 18 anos já diagnosticadas com diabetes e para que as que tenham histórico familiar da doença ou façam parte de grupos de risco -- idosos, obesos e hipertensos, por exemplo. É preciso apresentar documento de identificação e pegar uma senha para a triagem.

Entretanto, crianças poderão ser excepcionalmente atendidas, desde que já tenham diagnóstico de diabetes ou demonstrarem algum grau de obesidade. Neste caso, precisam estar acompanhadas do responsável e também apresentarem um documento de identificação.

“Nosso objetivo principal é a detecção precoce do diabetes, a identificação de complicações que possam surgir e a educação das pessoas sobre como gerenciar melhor a sua condição. Estamos profundamente comprometidos em fazer a diferença na vida das pessoas afetadas por esta doença”, afirma a professora Lilian Fanny de Castilho, superintendente da ANAD e Coordenadora Geral da Campanha Dia Mundial do Diabetes.

A campanha tem parceria da Biomm e de Abbvie, ANBED, AstraZeneca, Grupo BIMBO, Camil, Coringa, Celer, Diatt, DiabetTX, Hi Clean, Lowçucar, Mec3, MERCK, Nestle, Novo Nordisk, One Touch, PANUTRIR, Roche, Wickbold e União, com apoio de International Diabetes Federation, CONASS, CONASEMS, COSEMS SP, SBD, SBCM, SBO, SBN, SBPC – ML, SBGG, SBAN, SBP, SBH, SBCCP, SONESP, SBU, IPEPO, Abiad, Svicvesp, SBACVSP, CELAFISCS, Agita São Paulo, Bhase, Hospital São Paulo, Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariatrica e Metabólica.

 

Biomm

Para mais informações, acesse biomm.


Sobre a Anad

A Anad é uma Entidade beneficente sem fins lucrativos, com 43 anos de trabalhos, que atende, ampara, educa e trata as pessoas com Diabetes, com médicos, nutricionistas, dentistas, podólogos e outros profissionais de saúde.

 

 

“26º Campanha Nacional Gratuita em Diabetes de Prevenção das Complicações, Detecção, Orientação e Educação”

Data: 06 a 11 de novembro 

Atendimento: 09h às 16h

Local: Rua Eça de Queiroz, 198, Vila Mariana, São Paulo (SP).



Cinco coisas que todo profissional de beleza e estética precisa saber sobre a LGPD


A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) completou cinco anos recentemente e está cada vez mais presente em nosso dia a dia, mudando a forma de tratamento de dados pessoais no Brasil. Acontece que muitas pessoas e empresas ainda não estão dando a devida importância a esta lei, pois ela tem despertado muitas dúvidas, principalmente sobre como, onde e a que ela se aplica, já que neste ano a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) iniciou as fiscalizações e já está aplicando multas e advertências às instituições que ainda não se adequaram à LGPD.

Vale ressaltar que as regras também valem e para a área de Estética e Beleza, tanto para estabelecimentos fisicos quanto para e-commerces e perfis de redes sociais. O Brasil é o quarto maior país do mundo neste mercado, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão e economicamente, movimentou US$ 29,2 milhões nos primeiros quatro meses de 2023.

Sendo assim, os profissionais deste setor devem ficar atentos às regras e adequações da Lei Geral de Proteção de Dados, uma vez que também lidam com pacientes são responsáveis tanto pelos procedimentos realizados e produtos vendidos, quanto pelos resultados obtidos. Pensando nisso, a advogada Simone Faleiros, especialista em LGPD e Beauty Law e Sócia Proprietária do Escritório Faleiros Niemann Sociedade de Advogados, listou abaixo cinco coisas que todo profissional de estética e beleza deve saber sobre LGPD. Veja:

 

1 – Nomeação do Encarregado de Dados (DPO)

Exceto em algumas situações previstas na lei e cumpridos determinados requisitos, a nomeação de um encarregado de dados, também conhecido por DPO (Data Protection Officer), é uma exigência legal para todas as empresas que lidam com dados pessoais. 

O DPO é responsável por supervisionar a conformidade com a LGPD e deve ser o ponto de contato para questões relacionadas à privacidade de dados, como por exemplo, fazer valer os direitos dos titulares de dados, tais como, o direito de acesso, correção, exclusão e portabilidade de seus dados.

Independentemente da obrigatoriedade, a presença de um DPO configura boa prática para a manutenção do programa de conformidade da clínica de estética.

2 – Treinamento de equipe

Existem várias pesquisas que apontam que a maior causa dos problemas relacionados a vazamento de dados se dá por causa humana. Portanto, é importante que todos os funcionários da clínica recebam treinamento adequado em privacidade de dados para entender a LGPD e suas responsabilidades.

3 – Termo de consentimento

A clínica deve obter o consentimento claro e específico dos clientes antes de coletar e processar seus dados pessoais. O consentimento deve ser informado e documentado. 

É importante ressaltar, que o consentimento previsto na LGPD não se confunde com o termo de consentimento para a utilização de produtos em procedimentos estéticos. Suas finalidades são distintas.

4 – Política de Privacidade

Mesmo que a clínica seja pequena e não possua site, é importante que tenha uma Política de Privacidade, que informe de maneira clara aos seus clientes, como seus dados serão tratados. Agindo assim, a clínica cumprirá os princípios da boa-fé e da transparência, ambos previstos na lei. 

5 - Segurança dos Dados

A clínica deverá implementar uma Política de Segurança de Dados para proteger os dados pessoais contra acessos não autorizados, divulgação, alteração ou destruição. 

A maior parte dos dados tratados numa clínica de estética, são dados sensíveis. Portanto, a gestão do acesso dos dados é importante na medida em que minimiza a possibilidade de acessos indevidos e possíveis vazamentos de dados.

 

Simone Faleiros - advogada especialista em LGPD e Beauty Law, Sócia Proprietária do Escritório Faleiros Niemann Sociedade de Advogados.



No Dia Nacional do Riso, Estação Brás da CPTM promove ação especial de saúde bucal

 No dia 6 de novembro, serão distribuídos 600 kits de higiene bucal gratuitamente aos passageiros. Ação é parceria com o Hospital Adventista de São Paulo

 

Nesta segunda-feira, dia 6 de novembro, a Estação Brás, que atende as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral e 12-Safira da CPTM, será palco de um evento especial que promete levar risos e cuidados com a saúde bucal para os passageiros da CPTM. Em comemoração ao Dia Nacional do Riso, serão distribuídos 600 kits de higiene bucal gratuitamente. O evento ocorrerá das 10h às 14h.

Os kits doados terão uma escova de dentes, creme dental e informações sobre a importância da higiene bucal.

O Dia Nacional do Riso é uma ocasião para lembrar a importância de manter o bom humor e a alegria, uma vez que o riso é conhecido por seus benefícios para a saúde mental e emocional. Esta iniciativa do Hospital Adventista de São Paulo, em conjunto com a CPTM, vai além e reconhece que a saúde bucal é uma parte vital do bem-estar geral das pessoas.


"Estamos entusiasmados em celebrar o Dia Nacional do Riso de uma maneira tão significativa. Acreditamos que o riso e a saúde bucal estão ligados à nossa qualidade de vida. Ao distribuir os kits de higiene bucal, esperamos contribuir para a saúde das pessoas e levar um sorriso bonito e saudável para todos", diz Dra. Maria da Silva, representante do Hospital Adventista de São Paulo.


Hospital Adventista de São Paulo (HASP)


Serviço
Dia do Riso
Local: Estação do Brás, que atende as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral e 12-Safira
Data: 6/11/2023
Horário: das 10h às 14h

 

Mais que piedade ou óbolos, PcD demandam espaço de aprendizado e trabalho

Em 1957, ano de epidemia no Brasil, nascíamos Reinaldo Lima, atacante do CAM; Lilia Cabral e eu. Nova vacinação contra a Pólio, nos EUA, resposta ao grave incidente de 55, quando centenas de pessoas foram infectadas por lote de vacinas problemáticas.

Com eficácia confirmada, a vacina Salk e seu criador foram criticados por Albert Sabin: a vacina protegia contra efeitos graves da pólio, mas não eximia da infecção nem impedia a disseminação da doença. Era eficaz contra consequências, mas ineficiente na prevenção.

Albert Sabin nasceu em 1906, dois anos antes de Landsteiner isolar, pela 1ª vez, o agente causador: o Poliovírus.

O pesquisador, em paralelo a Salk, apresentou imunizante que impedia danos e interrompia o fluxo de infecções. O imunizado não sofre paralisias ou óbitos, não se infecta nem dissemina a doença pelo chamado efeito manada na vacinação. A vacina é oral, minimiza custos de transporte, logística e aplicação.

Para estimular crianças e seus responsáveis na decisão de se imunizar, Darlan Manoel Rosa criou, em 1986, o personagem Zé Gotinha, ícone impulsionador da vacinação contra a pólio.

A FDA - órgão controlador da produção e distribuição de medicamentos nos EUA, resistiu ao imunizante. Assim, Sabin, originário do leste europeu, levou o produto em 1960 para teste na então URSS, com excelentes resultados.

Com isso a FDA aprovou, após os testes soviéticos. Mas nem a vacina Sabin erradicou a poliomielite. Sabin, como Salk, declinou da patente, reduzindo custos de produção, logística e zelo, dispensando especialistas na aplicação.

A vacina integra a grade de imunização da maioria das Nações. Exceto em poucos países da África e Ásia, o mal, que matou ou sequelou milhões de pessoas, praticamente desapareceu.

Doenças como a poliomielite, já erradicadas, voltam a atemorizar o mundo. Com focos em países deflagrados/convulsos, surgem dramas logísticos que expõem a população ao risco de nova infestação. 

Cidadãos contaminados se tornam vetores da doença. Estados alvos de migrações e com baixa imunização vivem o risco de novos focos, pois o tempo de incubação do vírus varia de 7 a 15 dias. 

Pólio sentencia a pena perpétua ou capital. O contagiado pode morrer – coima capital; ou sofrer sequelas irreversíveis – sentença perpétua. 



Mário Sérgio Rodrigues Ananias - administrador, gestor público e autor do livro "Sobre Viver com Pólio"



Reforma tributária abre espaço para aumento de impostos sobre bebida alcoólica e cigarro

Especialista em direito tributário explica sobre a criação do chamado Imposto Seletivo, que incidirá sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente


O substitutivo da reforma tributária foi apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no último dia 25 pelo relator Eduardo Braga (MDB-AM). O texto da PEC 45/2019 traz mudanças significativas em relação ao relatório enviado pelos deputados em agosto. Entre elas, estão um mecanismo para limitar o crescimento da carga tributária e a abertura de espaço para a criação do Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos maléficos à saúde, como bebida alcoólica e cigarro.

O Imposto Seletivo incidirá sobre a produção, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. A maior parte desse tributo (60%) vai para estados e municípios.

Conforme Rodrigo Totino, advogado especialista em direito tributário, o Imposto Seletivo é um imposto proposto de competência da União que deve substituir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

“O IPI já tem na natureza dele a questão da essencialidade do bem, as alíquotas seletivas que nós chamamos. Então, o IPI já tem dentro da natureza jurídica dele a seletividade das alíquotas. Ou seja, quando um produto é essencial, a alíquota é menor, tende a zero. E quando é um produto supérfluo, ele tem a possibilidade de ter uma alíquota maior, o imposto dotado de extrafiscalidade”, explica.

Bebida alcoólica e cigarro

Segundo o advogado, no tocante ao imposto seletivo, o texto da PEC apenas deixa mais clara a questão da seletividade e que produtos prejudiciais à saúde terão alíquotas mais elevadas.

“Então, de acordo com a PEC, há essa possibilidade de acontecer um aumento de impostos sobre bebida alcoólica e sobre cigarro. Mas isso, óbvio, vai depender depois da lei específica do imposto seletivo. A PEC só delimita esse novo tipo de imposto, e aí caberá à lei específica colocar as alíquotas referentes a isso”, enfatiza Totino.

“Um ponto interessante do Imposto Seletivo é que a PEC exclui a previsão de incidência sobre energia elétrica e telecomunicações. São dois setores reconhecidos como essenciais – energia elétrica e telecomunicações – e, então, não poderá haver cobrança do Imposto Seletivo sobre esses dois tipos de serviço”, acrescenta o advogado tributarista.

Entenda as mudanças nos tributos

A PEC 45/2019 não faz a reforma toda, mas muda a Constituição para permitir que outras leis completem a reformulação do sistema tributário. Atualmente, cinco tributos são cobrados na área de serviço e comércio: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Programa de Integração Social (PIS); Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); e Imposto Sobre Serviços (ISS).

Com a reforma, serão criados a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir o IPI, PIS e Cofins, no âmbito federal; e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para unir o ICMS e o ISS, com gestão dos Estados e dos municípios.

A expectativa é que o relatório da reforma seja votado no plenário do Senado Federal entre os dias 7 e 9 de novembro.

 

Os principais direitos do consumidor na "Black Friday"

Quem é que não gosta de uma promoção, não é mesmo? Descontos são sempre bem-vindos! E por falar em desconto, logo teremos mais uma edição da Black Friday. Durante esse período, as interações entre lojas e consumidores são regidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Mesmo quando os preços dos produtos são reduzidos, isso não implica na flexibilização da proteção oferecida pelo CDC contra práticas comerciais abusivas, especialmente após a compra. 

Mas quais são os principais direitos que o Consumidor deve ficar atento com a aquisição dos produtos no período da Black Friday? O primeiro deles é a venda de produtos com vícios/defeitos, uma questão comum durante esse período, sejam eles visíveis ou ocultos (facilmente perceptíveis ou não). Alguns estabelecimentos aproveitam essa época para comercializar itens que estão em estoque há bastante tempo ou que apresentam pequenos defeitos. 

A prática em si, não é ilegal, contanto que o consumidor seja informado antecipadamente e o defeito não comprometa a funcionalidade do produto. Entretanto, se o produto apresenta vícios que o consumidor não estava ciente no momento da compra, devido à falta de informação, e que independe do conhecimento do comerciante sobre o vício, o Código de Defesa do Consumidor assegura o direito de exigir que a empresa corrija o problema, dentro de um prazo de 30 (trinta) dias. Passado este período, o consumidor poderá requerer a substituição do produto por outro igual ou do mesmo valor; ou a restituição do valor pago; ou então, o abatimento do valor pago em função do vício, conforme previsto no artigo 18 do CDC. 

As opções citadas acima devem ser exigidas pelo consumidor dentro de um período de 30 dias para produtos não duráveis (itens de consumo imediato) e 90 dias para produtos duráveis (itens que não se deterioram com o uso). 

O outro direito que o consumidor deve estar atento é se o anúncio foi feito, o vendedor precisa cumprir. Caso uma empresa divulgue uma promoção e posteriormente se recuse a cumpri-la, o consumidor tem o direito de exigir o cumprimento dessa obrigação. 

Por fim, o direito de cancelar a compra realizada online. O Direito de Arrependimento, também conhecido como Direito de Cancelamento, é o direito do consumidor ao comprar produtos ou serviços online, o qual, em regra geral, permite que o consumidor desista da compra realizada pela internet dentro do prazo de 7 (sete dias), sendo o prazo contado a partir da entrega do produto. 

Já que estamos falando do Código de consumidor, é sempre bom lembrar, que referido Código não obriga a empresa trocar o produto quando este foi adquirido em sua loja física e não apresentar vício, ou seja, neste caso não há “direito de arrependimento”.  Até mesmo para aquela lembrancinha que você comprou para um amigo querido e ele resolveu trocar, pois é, neste caso, a empresa não é obrigada a realizar a troca por lei, porém, existem muitas empresas que adotam essa política para privilegiar o seu consumidor, embora não haja a obrigatoriedade legal. 

Esses são os principais direitos do consumidor para você ficar esperto nesta Black Friday 2023! Boas compras, sempre com consciência e conhecimento.  




Priscilla Bortolotto Ribeiro - especialista em Direito do Trabalho, professora e tutora dos cursos de pós-graduação na área de Direito no Centro Universitário Internacional (UNINTER).


Mulheres em Zonas de Conflito: Violência em Tempos de Guerra

 

Estamos vivendo um mundo marcado por conflitos armados, as consequências para as mulheres em zonas de guerra frequentemente passam despercebidas. Mulheres que vivem nessas áreas enfrentam desafios inimagináveis, incluindo violência e violações constantes de seus direitos humanos. Uma situação complexa e multifacetada. Elas são frequentemente alvo de violência sexual, tráfico humano, casamentos forçados e outras formas de abuso. Essas violações são não apenas agravadas pelo conflito em si, mas muitas vezes utilizadas como armas de guerra para intimidar, humilhar e desestabilizar comunidades. As mulheres são frequentemente forçadas a fugir de suas casas, deixando para trás suas vidas e sustento. 

Existem organizações e iniciativas comprometidas com a proteção e o apoio a essas mulheres. 

Uma das iniciativas mais notáveis é a Resolução 1325 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em 2000. Esta resolução reconhece o impacto desproporcional dos conflitos sobre as mulheres e destaca a necessidade de sua participação nas negociações de paz e na tomada de decisões. 

Além disso, organizações não governamentais e grupos locais desempenham um papel crucial na assistência às mulheres em zonas de conflito. Eles oferecem refúgio, serviços médicos, apoio psicossocial e oportunidades de empoderamento econômico. A conscientização global e a mobilização são essenciais para garantir que essas iniciativas recebam o apoio necessário. 

As experiências documentadas das mulheres em zonas de conflito, devem servir de pressão por políticas mais eficazes que protejam seus direitos humanos. Ao entender melhor os desafios que essas mulheres enfrentam, estratégias devem ser mais direcionadas e eficazes para protegê-las. 

As mulheres que desempenham o papel de mães ou chefes de família frequentemente se encontram entre os grupos mais vulneráveis em contextos de conflitos armados em diversas regiões do mundo. No entanto, acima de tudo, são heroínas que, em muitas ocasiões, asseguram o destino de seus filhos e entes queridos. Elas desempenham essa função não apenas como guardiãs inerentes de seu papel materno, mas também como tias e mentoras. Além disso, fornecem uma fonte de esperança em relação a um mundo melhor, mesmo em meio a consideráveis instabilidades e violações do direito internacional humanitário. 

A situação das mulheres em zonas de conflito é uma questão de urgência. Urge um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres, onde o sofrimento em tempos de guerra seja minimizado e suas vozes sejam ouvidas e respeitadas.

 

Raquel Gallinati - Delegada de Polícia. Diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil. Pós-graduada em Ciências Penais, Direto de Polícia Judiciária e Processo Penal. Mestre em Filosofia.



Doutor em Psicologia explica como manter a calma e superar o medo do ENEM

Exame Nacional do Ensino Médio acontece em novembro e costuma deixar muitos estudante ansiosos


O ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, é uma prova destinada a estudantes que desejam ter acesso ao ensino superior no Brasil. Ela costuma deixar muitos estudantes ansiosos e com medo e, neste ano, acontece nos dias 5 e 12 de novembro. Como fazer para lidar melhor com as emoções e manter a tranquilidade neste momento?

Segundo Danilo Suassuna, Doutor em Psicologia, autor e professor, especialista em Gestalt-terapia, manter a calma é crucial para o estudante se dar bem no ENEM. “Acredite em si mesmo, respire fundo e lembre-se de que você se preparou bem para o exame. Evite pensar em dúvidas e foque no que sabe”, orienta. 

Quem tem verdadeiro pavor de pensar no Exame precisa tentar superar o medo e confiar no preparo. “Lembre-se das horas de estudo e prática. Também é útil desenvolver técnicas de relaxamento, como a respiração profunda”, diz Suassuna. 

O especialista explica que, para manter a confiança, os estudantes que farão o ENEM não devem duvidar de suas habilidades. “Não é hora de mudar tudo o que você estudou. Mantenha-se fiel ao seu plano de estudo e confie no seu conhecimento”, aconselha. 

Suassuna também afirma que é melhor descansar na última hora antes do exame do que tentar revisar materiais, pois isso pode aumentar a ansiedade em vez de ajudar. “Recomendo que, em vez disso, o estudante relaxe, faça algo que o tranquilize e chegue ao local do exame com uma mente calma”, finaliza.




Danilo Suassuna - Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o instagram: danilosuassuna



Instituto Suassuna
Para mais informações, acesse o site , instagram e canal no youtube.



Em semana de F-1, Detran-SP lança campanha contra velocidade nas ruas com Rubinho Barrichello e filho


Acelerar nas pistas é esporte. Nas ruas, nem pensar” vai ao ar durante a primeira quinzena de novembro; foco é reduzir sinistros de trânsito por velocidade

A realização do Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, de 3 a 5 de novembro, virou tema da nova campanha publicitária de prevenção do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP). Desta vez, a mensagem é baseada no uso da velocidade somente em locais apropriados e com a devida segurança. As peças adotam o mote “Acelerar nas pistas é esporte. Nas ruas nem pensar” e trazem os pilotos Rubinho Barrichello e seu filho, Fefo Barrichello, para enfatizarem a mensagem de segurança. O intuito da campanha é mostrar que a velocidade, quando utilizada em local apropriado, é considerada esporte; mas que, nas ruas, torna-se uma ameaça para todos.

 

Promovida pelo órgão de trânsito paulista, a campanha educativa foi desenvolvida com a verba proveniente do fundo de multas, criado para reversão do dinheiro arrecadado com infrações em conscientização para motoristas, resultando em vidas salvas e na redução de sinistros nas vias de São Paulo. Para transmitir essa mensagem, Rubinho Barrichello aparece dirigindo em diferentes momentos na capital paulista. Fefo, que acabou de completar 18 anos, diz que levará os ensinamentos do pai das pistas para as ruas, tomando todos os cuidados na direção.

“Ter o piloto profissional como personagem acaba desassociando a imagem de que ele sempre corre e, assim, esse personagem acaba ocupando papéis diferentes, a depender do contexto. Na vida fora das pistas, ele é um cidadão comum e respeita os limites de velocidade”, comenta Eduardo Aggio, diretor-presidente do Detran-SP.

 

Criada pela agência Babel, a campanha vai ao ar durante toda a primeira quinzena de novembro, tendo como alvo prioritário o público jovem e masculino, com o objetivo de conscientizá-los sobre a importância de respeitar as leis de trânsito e evitar condutas de risco. O Detran-SP acredita que a iniciativa desempenha um papel significativo na sensibilização do público e na promoção da segurança no trânsito. As peças serão veiculadas na televisão, na internet e em mobiliário urbano, visando atingir uma ampla parcela da população durante este período. O filme está disponível neste link: https://youtu.be/pwNv7MGy27M.

 

Foco constante na conscientização

Desde fevereiro, o Governo de São Paulo, por meio da nova gestão do Detran-SP, promove campanhas educativas com o intuito de conscientização para a diminuição de sinistros, seja no trânsito das cidades ou nas estradas. No Carnaval, a mistura fatal entre álcool e direção foi enfatizada. O mote adotado foi “Palavras mentem. Números, não” para o slogan “Neste Carnaval, não dê desculpas. Se beber, nem pense em dirigir”. As peças demonstravam que não cabem desculpas esfarrapadas para justificar o injustificável, como a direção combinada ao álcool, pois ninguém está imune a tragédias.

 

Para a Semana Santa, em abril, o respeito aos limites de velocidade e manutenção prévia dos veículos foram as principais tônicas da campanha “Escute quem você ama, viaje com segurança”, com o objetivo de conscientizar os condutores sobre o respeito do limite de velocidade e às leis de trânsito, assim como da atenção à manutenção dos veículos antes de pegar a estrada no período do feriado. Já em maio, o foco da campanha sobre o Maio Amarelo foi “No trânsito, respeite a sua vida e a dos outros”, com o intuito de promover a reflexão diante de relatos reais de quem teve sua trajetória impactada por ocorrências no trânsito.

Nas férias de julho, o órgão estadual utilizou-se do humor para enfatizar a importância de ações que podem parecer corriqueiras - como usar o cinto de segurança também no banco de trás, guardar o celular enquanto estiver dirigindo e evitar a soma de álcool e direção -, mas que são condutas indispensáveis, especialmente nos períodos com maior movimento do ano, tanto nas estradas quanto nos municípios visitados por turistas. Só a partir de cuidados e respeito às leis de trânsito pelos motoristas é que a “morte” pode tirar férias. 

Durante a 68ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, finalizada no último final de semana de agosto, o Detran-SP promoveu a campanha com foco na região “Alô, galera de cowboy. Alô, galera de peão: quem gosta de rodeio não mistura álcool e direção”, baseada em versão de uma das mais conhecidas canções sertanejas. Foram promovidas entrega de material educativo, operação de conscientização e veiculação de cartazes e jingle em veículos locais e nas imediações do evento. A abordagem indicava a escolha do “motorista da rodada”, pessoa responsável por dirigir para quem estiver bebendo, evitando sinistros de trânsito causados pelo consumo de álcool.

 

Também em agosto, a autarquia lançou a campanha “Detran Festival: é show respeitar a vida no trânsito”, com objetivo de conscientizar sobre direção segura e alertar sobre a importância de não dirigir sob a influência de álcool e da escolha de alternativas de transporte público seguras, como o metrô e o trem, quando se faz a ingestão de bebidas alcoólicas. Para o período, um trem da linha Verde do Metrô e outro da Esmeralda da CPTM foram adesivados, ventarolas foram distribuídas em operação de fiscalização e estações do metrô, além de profissionais do Detran-SP terem realizado testes de bafômetro como medida educativa durante o festival.

 

Para a Semana Nacional de Trânsito, a campanha apresentou o mote “A vida está sempre em trânsito. No trânsito, escolha a vida”, com a proposta de conscientização da população de que, em momentos diferentes, todos podem assumir papéis diversos no trânsito, de motoristas, condutores, passageiros ou pedestres. Então, a lei é priorizar o respeito à vida.

 



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