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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Kaspersky traz cinco hábitos digitais saudáveis para adotar em 2023!

De troca de senhas até soluções para evitar ser vítima de um vazamento de dados, a Kaspersky lista algumas medidas de segurança que podem ser implementadas no novo ano

 

O início de janeiro é um ótimo momento para iniciar hábitos mais saudáveis, e isso inclui os hábitos digitais. Nas promessas de começo de ano, a segurança on-line não deve ser deixada para depois e pode ser melhorada com ações simples. Os especialistas da Kaspersky prepararam uma lista de hábitos digitais saudáveis que podem reforçar a segurança de seus dados pessoais e até facilitar a vida nesse novo ano. Confira!

  1. Novo ano, novas senhas!

    Inicie essa nova etapa com uma boa revisão de senhas; agora é a hora de verificar e alterar senhas em todas as contas. Lembre-se da regra principal -- não repita a mesma senha para várias contas!

    Se você é como muitas pessoas e tem várias contas on-line, então um gerenciador de senhas confiável é uma boa ajuda. Os gerenciadores de senhas modernos têm recursos que simplificam muito a vida com senhas. Por exemplo, você pode usar recursos de preenchimento automático para diferentes navegadores e plataformas. Como resultado, um gerenciador de senhas irá ajudá-lo a gerar senhas únicas e complexas para cada conta - e você só precisa se lembrar de uma senha mestra.
     
  2. Assine serviços que notificam sobre vazamentos de dados da conta

    Além de senhas fracas, vazamentos de dados são outra ameaça para suas contas pessoais e corporativas. Se os detalhes da sua conta vazarem, os fraudadores poderão usá-los para assumir o controle de suas contas. No entanto, você pode se antecipar aos golpistas em 2023 ao usar serviços que digitalizam os vazamentos mais recentes e verificam se eles contêm seus dados, como monitoramento de CPF. Os gerenciadores avançados de senhas também incluem esse recurso e notificam rapidamente se algum dos logins ou senhas salvas for encontrado nos vazamentos de dados recentes.
     
  3. Precisa de mais privacidade, obtenha uma VPN

    Agora, a gama de cenários possíveis para usar uma VPN se expandiu significativamente. Ele permite fazer compras e acessar serviços online com segurança, como o Internet Banking. Os serviços VPN modernos também fornecem altas velocidades de tráfego e evitam queda de performance durante o uso.

    Além disso, uma VPN esconde o endereço IP de sites e anunciantes, garantindo melhor privacidade. O rastreamento web pode levar a consequências inesperadas, por exemplo, anúncios segmentados podem revelar os presentes que você comprou para sua família. Não deixe que os anunciantes estraguem a surpresa!
     
  4. Transfira documentos para um local seguro

    Como armazenar versões eletrônicas para que elas permaneçam seguras e não caiam em mãos indesejadas? Você pode criar uma pasta em seu computador ou enviá-la para uma nuvem protegida por senha - mas ambas as opções são potencialmente inseguras e podem levar à perda de dados pessoais.

    Uma alternativa segura seria armazenar documentos no aplicativo de gerenciamento de senhas que também ofereça uma área segura para documentos que criptografa os arquivos digitalizados (como PDFs) e os mantém protegidos.
     
  5. Saiba mais sobre os hobbies das crianças na Internet com crianças

    Para que o caminho de uma criança para o mundo digital seja seguro e interessante, é importante ensinar e compartilhar com ela as regras de segurança online desde a infância. Para tornar essas conversas mais agradáveis e interessantes, os pais podem usar jogos e outros formatos divertidos.

    Há também uma variedade de softwares de segurança infantil que podem ajudar os pais a aprender mais sobre os hobbies das crianças e ajudar as crianças a desenvolver hábitos digitais saudáveis desde pequenas. Aqui, você encontra uma proteção com limite de tela e filtros de sites e apps.

"Privacidade e segurança não são um resultado, mas um processo. Assim como você não pode entrar em forma ou se tornar uma pessoa com alimentação saudável da noite para o dia, proteger dados e as pegadas digitais também requer alguma dedicação. No entanto, pequenos passos, como a criação de senhas exclusivas para diferentes contas e o uso de ferramentas avançadas, como gerenciadores de senhas, podem aumentar muito sua privacidade, ao mesmo tempo que tornam essa tarefa muito mais simples", comenta Vladislav Tushkanov, cientista-líder de dados da Kaspersky 



Kaspersky
www.kaspersky.pt/

Administração é a área que mais abriu vagas em 2022, revela levantamento da Catho

Comercial e Vendas e setor financeiro aparecem na sequência como os que mais abriram postos de trabalho no ano

 

Levantamento realizado pela Catho, marketplace de tecnologia que conecta empresas e candidatos revelou que a área Administrativa foi a que mais abriu vagas de emprego em 2022.  O setor foi responsável por mais da metade das posições ofertadas com 1.108.680 anúncios no site, seguido pelas áreas Comercial e Vendas, com 412.706,  e Financeira com  279.926 anúncios.

A pesquisa levou em conta os mais de dois milhões de anúncios realizados via plataforma da Catho em 2022, que teve mais de 90 mil empresas anunciantes. 

Confira a lista dos setores que mais ofertaram vagas no período:

Top 10 Anúncios por Área

Administração

52%

Comercial e Vendas

19,6%

Financeira

13,3%

Informática

9,6%

Suprimentos

7,6%

Saúde

6,8%

Telemarketing

6,5%

Industrial

4,3%

Engenharia

4,1%

Comunicação e Marketing

0,03%

A Catho conta com mais de 280 mil vagas disponíveis para atuar em todos os setores mencionados no levantamento.  Para aqueles que desejam começar o ano com uma nova oportunidade de trabalho, os candidatos podem cadastrar o currículo de forma gratuita no site. Caso o candidato queira destacar seu currículo perante aos demais, a Catho oferece o Plano Profissional, opção que aumenta as chances de ser chamado para uma entrevista.


RH 5.0: Uma tendência que une tecnologia à uma gestão humanizada


Após um avanço vertiginoso no uso de tecnologias pelo setor de Recursos Humanos, as empresas conferem, agora, um papel estratégico para os profissionais da área, com base no conceito de RH 5.0, que prioriza uma gestão humanizada, com foco no bem-estar do colaborador e desempenho dos negócios, mas sem abrir mão das ferramentas tecnológicas que garantem o suporte necessário para tomadas de decisões mais assertivas.

Para se ter uma ideia do ímpeto do setor por soluções inovadoras, nos últimos 20 anos, os investimentos em HRTechs, startups focadas em tecnologia para RH, somaram U$ 3,6 bilhões, no Brasil, de acordo com levantamento da Distrito. Entretanto, só a partir de 2019 estes investimentos realmente se solidificaram, passando de U$ 4 milhões em 2018, para U$ 1,5 bilhão no ano posterior, dando força para a consolidação do que foi conhecido como RH 4.0.

Este crescimento se intensificou ainda mais durante os últimos dois anos e a pandemia desempenhou um papel decisivo para uma virada de chave, com a necessidade de mudanças nas formas de trabalho e de contratação, ao mesmo tempo em que revelou a demanda por ampliar o cuidado, sobretudo, com a saúde mental e bem-estar dos colaboradores, o que, certamente, acelerou o surgimento do RH 5.0.


Principais desafios para a implementação do RH 5.0

Assim como os demais setores, a área de Recursos Humanos também enfrenta obstáculos relacionados à esfera da inovação. Mesmo que o volume de soluções disponíveis para o setor tenha crescido e o poder destas ferramentas seja cada vez maior, não há impacto nos negócios se não houver uma equipe adaptada a estes recursos e aderente aos objetivos da empresa.

Por outro lado, isto pode ser visto também inversamente. Por vezes, excelentes gestores são subaproveitados por empresas que não oferecem ferramentas que contribuam para que estes profissionais possam desempenhar a função de maneira assertiva e adequada aos negócios da companhia.

Desta forma, certamente, um dos principais desafios para o avanço deste modelo de RH é conseguir unir as competências humanas às qualidades tecnológicas, uma aliança que se torna, cada vez mais, uma tendência para o segmento.

Parte disto acontece pela opção de algumas empresas em manter um RH generalista, em que o mesmo profissional é responsável pelos Recursos Humanos e pelo Departamento Pessoal. Ou seja, é ele o encarregado por todas as ações desde o recrutamento, fechamento de folha salarial, cálculo de férias e feedback com colaboradores.

Diante disto, o investimento e a utilização de tecnologias específicas para este segmento contribuem para a redução das atividades operacionais dos profissionais do setor, ampliando, assim, o tempo dos gestores para ações estratégicas e que tenham como foco tanto o colaborador, quanto o desenvolvimento dos negócios.

Atualmente, o mercado oferece soluções estratégicas desenvolvidas especialmente para facilitar a rotina destes gestores, com ferramentas que flexibilizam a configuração de diversos tipos de cálculos para pagamentos, que garantem uma organização completa dos benefícios pessoais de cada funcionário, mais agilidade, eficiência e flexibilidade na abertura de novas oportunidades de emprego dentro da companhia.

Além disso, estes modelos de solução fornecem, ainda, indicadores para decisões mais conscientes quanto à sucessão, promoção, bonificação e treinamento de colaboradores, bem como indicadores para gestão estratégica em tempo real, como custo da folha, banco de horas, benefícios, absenteísmo, rotatividade, acompanhamento de PDI, férias e evolução de colaboradores, por exemplo.

Assim, para que esta tendência, que já é realidade nas empresas, possa se potencializar, é preciso que as companhias aliem o que há de mais moderno em termos de tecnologia e soluções inovadoras, ao olhar humano, voltado, especialmente, para a diversidade, a cultura da empresa e o bem-estar dos colaboradores.

Com o RH 4.0, a tecnologia tornou-se protagonista no desenvolvimento do setor de Recursos Humanos. Agora, com o RH 5.0, é preciso alavancar a visão humanizada e colocá-la ao lado das ferramentas tecnológicas, para que possam trabalhar juntas para o desenvolvimento das organizações e das pessoas.


 

Fernanda Consoni - Gerente de Recursos Humanos do Grupo Benner, empresa que disponibiliza informações por meio de softwares e processos com o objetivo de revolucionar os negócios.


Estudo da Nielsen indica que campanhas no TikTok podem trazer maior retorno

  Estudo com cinco grandes anunciantes na indústria de bens de consumo aponta que investir em anúncios no TikTok pode ser 80% mais eficiente do que anunciar em mídias offline e 73% mais eficiente do que em outras mídias digitais

 

O TikTok vem ganhando cada vez mais destaque na indústria publicitária como uma plataforma estratégica que oferece às empresas, não apenas consideração de marca, mas também conversão de vendas. Um estudo da Nielsen, encomendado pelo TikTok, reforça esse entendimento: considerando-se o retorno sobre investimento em publicidade, as campanhas na plataforma de entretenimento podem ser 73% mais eficientes do que o retorno médio de outras mídias digitais e 80% mais eficientes do que em mídias offline.

O estudo da Nielsen aponta também que, em um ano, as campanhas no TikTok tiveram aumento de 80% no retorno sobre o investimento em publicidade. A explicação para isso é que, em 2021, poucas empresas anunciavam na plataforma e eram campanhas pontuais. Este ano, as ativações são mais longas e em um modo mais contínuo -- portanto, quanto mais semanas no ar, mais consistentes são os resultados e maior a eficiência.

"A Nielsen e o TikTok têm trabalhado em parceria ao redor do mundo para fornecer insumos valiosos aos anunciantes a fim de entender melhor como a plataforma os ajuda a impulsionar os resultados com a audiência. Neste recente estudo que realizamos para a operação no Brasil, envolvendo grandes anunciantes de alimentos e bebidas, foi possível mensurar a performance de TikTok como plataforma de mídia e entender a relação que sua execução tem com a geração de venda incremental de uma forma eficiente”, comenta Daniel Paez, Líder de Marketing Effectiveness da Nielsen para América Latina.

"TikTok tem demonstrado que não é uma ferramenta só para aumentar exposição da sua empresa, mas também uma plataforma de performance e as empresas têm percebido isso. Nos três primeiros trimestres deste ano observamos um crescimento de 151% no número de anunciantes aqui na América Latina. E ainda existe um potencial enorme a ser explorado pelas marcas, principalmente quando têm presença contínua na plataforma, para terem ainda mais performance em suas ativações", afirma Gabriela Comazzetto, Head de Soluções Globais para Negócios do TikTok para América Latina.



Transformando a experiência de compras

O TikTok está mudando a forma de se fazer compras online. Não é mais um caminho linear. Agora, é um ecossistema de engajamento, com conteúdo criativo, original e com autenticidade, que desencadeia a compra. Oitenta por cento dos usuários da plataforma no Brasil dizem que confiam e enxergam credibilidade nos vídeos que assistem. E 85% afirmam ter pesquisado um produto depois de tê-lo visto em algum conteúdo da plataforma. Essa autenticidade leva a um círculo vicioso. As pessoas usam o aplicativo para recomendar produtos ou fazer resenha dos que já possuem e, assim, influenciam a comunidade por meio do que se chama community commerce.



Novas soluções para empresas

"O TikTok é uma plataforma de entretenimento que busca inovar o tempo todo, então, estamos sempre testando novos recursos para trazer o que há de mais inovador e criativo para a nossa comunidade", diz Comazzetto.

A plataforma lançou ao longo deste ano uma série de novas soluções para as empresas, como Creator Market Place e Branded Mission, ferramentas focadas na conexão mais fácil e ágil entre esses dois públicos (marcas e criadores). Além disso, o TikTok passou a oferecer novos produtos de desempenho como foram os casos do: Pulse, que funciona como um horário nobre no TikTok, em que as empresas podem anunciar em conteúdos ou tendências com mais engajamento; Geração de Lead, onde as marcas têm a opção de inserir anúncios já com formulários atrelados ao conteúdo para que pessoas da comunidade TikTok possam se cadastrar e demonstrar interesse; Shopping Ads, uma solução inteligente e prática capaz de aumentar o alcance dos catálogos de produtos das marcas. Por meio do Vídeo Shopping Ads, as empresas podem destacar um ou mais produtos com anúncios em formato de vídeo no feed do TikTok.

 

Sobre o estudo do TikTok com a Nielsen:

A Nielsen realizou um estudo de Marketing Mix Modeling, avaliando o desempenho, bem como o impacto dos investimentos de cinco grandes marcas da indústria de bens de consumo - divididas entre Alimentos e Bebidas - em campanhas no TikTok e em outras mídias online e offline. Foi considerado um período de dois anos para essa meta-análise - de maio de 2020 a abril de 2021 e maio de 2021 a abril de 2022, mensurando os seguintes veículos: TV aberta e paga, out of home, rádio, online vídeo, display, TikTok e outras mídias sociais.


Guerra na Ucrânia sem perspectiva de fim

A guerra na Ucrânia já dura mais de 300 dias e completará um ano em fevereiro de 2023. Ucranianos e russos já realizaram quatro rodadas de negociações, mas seguem sem consenso entre os dois países.

Roberto Georg Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM Porto Alegre, avalia que o conflito seguirá em 2023, com desgaste para ambos e sem perspectivas de uma negociação de paz. “As incertezas são em virtude da recente visita do presidente Volodymyr Zelensky à Washington, nos Estados Unidos, quando se encontrou com o presidente americano Joe Biden, autoridades do Congresso Americano e políticos democratas e republicanos. Por outro lado, a Rússia tem dado sinais que está disposta a sentar à mesa para negociar. Mas, ainda está muito distante uma negociação definitiva para a região”, diz.

O especialista lembra que para se ter uma finalização, o governo russo pretende que a Ucrânia seda seus territórios do leste – região do Dombas. Já os ucranianos querem a saída da Rússia de suas regiões portuárias. “Infelizmente não conseguimos prospectar um cenário de finalização do conflito. Porém, observo que poderemos esperar avanços nas negociações de um cessar-fogo”, afirma.

 

Fonte: Roberto Georg Uebel - professor de Relações Internacionais da ESPM Porto Alegre

 

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

AbbVie apresenta inovações para o tratamento de enxaqueca crônica durante 16º Congresso da Federação Europeia de Cefaleia

  • A companhia mostra dados de 15 estudos sobre novas abordagens para pacientes de enxaqueca crônica 
  • Estima-se que a enxaqueca crônica corresponde a 14% das dores de cabeça1 
  • Estudos apontam que 60% de portadores de enxaqueca crônica chegam a perder uma semana de trabalho por mês em virtude das crises2 

A AbbVie (NYSE: ABBV) apresentou seu portfólio atual bem como terapias em fase de desenvolvimento para tratamento de enxaqueca crônica no 16º Congresso da Federação Europeia de Cefaleia 2022 (EHC 2022), que aconteceu em  Viena, Áustria, de 7 a 10 de dezembro.  No total, foram apresentados 15 trabalhos, incluindo dados sobre Toxina Onabotulínica A e atogepant, ainda em fase de desenvolvimento. 

"A AbbVie é uma das líderes em inovações terapêuticas para enxaqueca crônica. Trabalhamos ao lado de pacientes e profissionais de saúde para fornecer soluções para minimizar o impacto que essa condição traz para a qualidade de vida", disse a médica  Mudra Kapoor, vice-presidente global da área médica da AbbVie com foco em neurociências. “Nossas pesquisas apresentadas reforçam nosso compromisso com aqueles que convivem com a enxaqueca crônica”.   

Entre os trabalhos apresentados, destacam-se Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes – International (CaMEO-I) que observa pessoas com e sem enxaqueca crônica, com dor no pescoço e cefaleia, e também dados do estudo de Fase III, PROGRESS, com atogepant para o tratamento preventivo. Atogepant é um antagonista do receptor CGRP (gepant), administrado por via oral, desenvolvido especificamente para o tratamento preventivo da condição, ainda em estudo para aprovação no Brasil. O CGRP e seus receptores são expressos em regiões do sistema nervoso associadas à fisiopatologia da enxaqueca crônica.  

Foram também apresentados estudos com uso de toxina botulínica, aprovado pela primeira vez pela FDA em 1989 para dois distúrbios raros dos músculos oculares – blefaroespasmo e estrabismo em adultos. Hoje, é aprovado pela FDA para 12 indicações terapêuticas e, no Brasil, para 10 indicações, além de enxaqueca crônica*. 

 

www.abbvie.com.br
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*https://www.abbvie.com.br/content/dam/abbviedotcom/br/documents/Paciente_ANVISA_BOTOX.pdf



As técnicas de reprodução assistida e as novas famílias: como a ciência realiza sonhos e promove inclusão e diversidade

  

Formar uma família é um desejo de muitas pessoas e aparece na lista de prioridades para o novo ano que se inicia. Entre as transformações sociais e culturais das últimas décadas, a formação das famílias com certeza foi bastante influenciada e novas configurações surgiram. Neste contexto, o papel das técnicas de reprodução assistida (TRA) tem sido decisivo.

Os avanços da medicina reprodutiva, ramo da medicina que se ocupa da avaliação e tratamento das alterações da fertilidade humana, abriram inúmeras oportunidades para as mulheres receberem tratamentos avançados quando têm dificuldade de alcançar a maternidade. Além disso, ao esclarecer vários processos relacionados à ovulação e à gravidez, permitiu o desenvolvimento de técnicas e tratamentos antes impensados.

Em 1978, o nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê gerado a partir do processo da fertilização in vitro (FIV) graças ao trabalho inovador dos médicos Robert Edwards, Patrick Steptoe e Jane Purdue, na Inglaterra, surpreendeu o mundo. A reação ao feito extraordinário foi um misto de espanto e preocupação com a possibilidade de se criar vidas em tubos de ensaio e as consequências de tais avanços para as gerações futuras.

O desenvolvimento da FIV permitiu uma melhor compreensão da fisiologia feminina e o surgimento de procedimentos diagnósticos e medicamentos para

identificar e tratar desde distúrbios ovulatórios a doenças genéticas. O surgimento de técnicas de biópsia embrionária tornou possível o estudo genético de embriões humanos e a seleção de embriões saudáveis, eliminando o risco de doenças graves antes intratáveis, como a hemofilia e a fibrose cística do pâncreas. Estimativas atuais revelam que 8 milhões de bebês nasceram com uso da FIV em todo o mundo e, no ano 2100, cerca de 3% da população global população nascerá graças às TRA.

O progresso tecnológico após o nascimento de Louise Brown foi enorme e inclui atualmente uma gama de procedimentos que extrapolaram o tratamento da infertilidade e levaram a FIV para outras áreas da medicina, incluindo oncologia e genética, para citar algumas. Além disso, o uso das TRA abriu oportunidades de maternidade e paternidade para casais homoafetivos, bem como para solteiros, por meio do uso da doação de sêmen e de óvulos, e até do útero de substituição (“barriga de aluguel”).

Dados publicados pelo HFEA (Human Fertilisation and Embryology Authority), órgão britânico responsável pela fiscalização e controle da TRA, mostram que, embora as pessoas em relacionamentos heterossexuais (90%) ainda sejam a maioria de usuários de TRA, o número de casais homoafetivos femininas (6,4 %) e pessoas solteiras (3,2%) vem aumentando.

No início, procedimentos que agora consideramos padrão como a FIV foram recebidos com descrença, medo e até protestos. Os pioneiros da área provavelmente não poderiam imaginar o impacto que as TRA trariam para nossas vidas nem que poderia ser uma ferramenta de inclusão e diversidade, pois permitem a construção de famílias para todos. O congelamento de óvulos vem sendo cada vez mais utilizado por mulheres sem parceiros, refletindo uma tendência dos últimos anos de adiamento da maternidade, com aumento durante a pandemia, pois muitas mulheres decidiram postergar a gravidez e as taxas de natalidade diminuíram no período.

Dados publicados recentemente pelo HFEA mostram que os nascimentos de bebês após tratamentos com sêmen doado mais do que triplicaram de 2006 a 2019, principalmente devido ao aumento do uso da reprodução assistida por mulheres em relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras.

Apesar de todos os avanços, permanecem questões éticas e científicas relacionadas ao desenvolvimento embrionário, reserva ovariana e infertilidade masculina. O acesso universal às TRA configura um grande desafio a ser superado em todo o mundo. Além do custo elevado, barreiras religiosas e culturais limitam o uso desses tratamentos. Por isso, investir em educação e informação para que as pessoas possam fazer escolhas livres e informadas sobre sua saúde reprodutiva é fundamental. Os avanços são muitos e a medicina reprodutiva caminha a passos largos, permitindo a inúmeras pessoas a chance de ter seus próprios filhos. Médicos e pesquisadores espalhados pelo mundo trabalham incansavelmente superando limites, proporcionando a realização de sonhos e a construção de famílias para todos. 

 

Márcia Mendonça Carneiro - diretora científica da Clínica Origen BH e professora titular do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


Verão e crianças: 12 cuidados para adotar no período

Estação preferida da garotada, o verão traz dúvida aos pais e atenção redobrada com a saúde e a segurança

 

Férias, calor, alegria e diversão. Todos esses substantivos são sinônimos do verão, estação que costuma ser a preferida da garotada em todo o país.

O período, no entanto, é repleto de perigos que demandam atenção redobrada de pais e cuidadores, como riscos de afogamento, queimadura solar, desidratação, infecção gastrointestinal, micoses de pele e outros.

Dr. Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra que as crianças chegam nessa época do ano ansiosas e precisando de espaço e liberdade.

Para manter as crianças seguras o pediatra pede que pais e cuidadores fiquem atentos às seguintes dicas:


- Risco de afogamento. Crianças na piscina e mar devem sempre estar assistidas, usando boias e coletes adequados para a idade e tamanho, caso não saibam nadar. “Mas fique de olho o tempo todo, cuidado com distrações como o celular e bebidas alcoólicas!”


- Atenção ao excesso de sol, que pode causar insolação, além dos riscos das queimaduras solares em médio e longo prazos.


- Use muito protetor solar: “FPS 50 ou mais e repasse sempre que a criança for na água ou suar muito e/ou a cada 3 horas. Evite exposição nos horários de maior risco, entre 10h e 16h, em que o sol está mais forte. Chapéus e roupas com proteção UV são sempre bem-vindos”, ensina o médico.


- Cuidado com as picadas de inseto, especialmente nas regiões endêmicas, em que insetos transmitem doenças graves. Dr. Paulo recomenda o uso de maneira adequada do repelente, conforme instruções do produto e idade da criança, e sempre por cima do protetor solar quando for usar ambos.


- Atenção à desidratação! “Cabe aos pais, de maneira ativa, insistir para que as crianças tomem muita água ao longo do dia de diversão.”


- Fiquem atentos à alimentação: prefira alimentos mais leves, como frutas, legumes e grelhados e evite frituras e comidas prontas na praia e parques. Lave sempre as mãos antes das refeições porque as viroses intestinais e intoxicações alimentares também são mais comuns no verão.


- Os acidentes em parquinhos aumentam no verão: cuidado com escaladas, escorregadores e brinquedos altos.


- Se for pegar barcos e embarcações, deixem as crianças sempre com colete salva-vidas.


- Ao usar bicicleta, patins, skate e patinete, lembre-se sempre de usar equipamentos de proteção de maneira adequada, como capacete, joelheira e cotoveleira.


- As infeções fúngicas de pele aumentam muito no calor. “Prefira calçados ventilados e troque as roupas úmidas com mais frequência. Dê preferência a roupas leves e claras”, ensina Dr. Paulo.


- Mesmo nas férias, atenção ao sono e descanso adequados dos pequenos, porque de manhã precisam estar com as baterias recarregadas para mais um dia de diversão.


- Faça sempre a revisão do carro antes de viajar, descanse antes de dirigir e use sempre cadeiras de transporte adequados para cada faixa etária.


“Às vezes, medidas simples, como trocar o tênis pelo chinelo, passar repelente e protetor solar podem fazer toda a diferença na saúde e no bem-estar da criança e na tranquilidade e no descanso de pais e cuidadores”, conclui o pediatra.

 

Dr. Paulo Nardy Telles - CRM 109556 - Formado pela Faculdade de medicina do ABC, Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de medicina da USP, Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP, Título de Especialista em Pediatria pela SBP, Título de Especialista em Neonatologia pela SBP, Atuou como Pediatra e Neonatologista no hospital israelita Albert Einstein 2008-2012, 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura

@paulotelles 

Otite de verão: entenda tudo sobre a condição

O contato frequente com a água do mar e de piscinas pode ocasionar a otite de verão, com sintomas como sensação de ouvido tampado e perda de audição

 

Quando os termômetros alcançam altas temperaturas com a chegada da estação mais quente do ano, o convite para ir à praia bem como à piscina é mais do que bem-vindo. No entanto, o momento de lazer pede atenção, principalmente em relação aos ouvidos. De acordo com otorrinolaringologistas, o período pode ser marcado pela chamada otite de verão.

 

As causas da otite de verão 

Também chamada de otite externa, a condição pode ser causada pelo contato prolongado com água do mar, rio e piscina. “Como o canal auditivo é bastante estreito, a água entra e não seca totalmente, deixando a pele muito úmida e gerando fissuras que levam às infecções”, explica a otorrinolaringologista Maura Neves, da USP. 

Além do contato com a água, segundo a otorrinolaringologista Roberta Pilla, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF, o indivíduo acaba mais suscetível à otite externa quando causa algum trauma na orelha. Em outras palavras, quando ele faz uso de cotonetes e outros objetos - como palitos, grampos e tampas de caneta - para cutucá-la. 

Dessa forma, o traumatismo na região associado a retirada do cerume, secreção que serve para proteger o canal auditivo, podem aumentar a ocorrência da otite de verão. “Além disso, eczema, descamação no conduto auditivo externo, alergias e psoríase também estão relacionados à condição”, completa Dra. Roberta.

 

Sintomas da condição 

O diagnóstico final da otite externa demanda avaliação médica para que, então, o paciente possa passar pelo tratamento adequado. No entanto, suspeita-se da condição a partir de alguns sintomas apresentados pelo paciente. Os principais são:

  • Sensação de ouvido tampado;
  • Perda de audição;
  • Dor aguda;
  • Zumbido;
  • Tontura;
  • Febre.

 

“Na maioria dos casos, a perda auditiva é transitória e o paciente volta a ouvir normalmente no final do tratamento. Porém, há casos em que o tímpano é perfurado e a perda auditiva pode perdurar”, alerta Dra. Maura.

 

Tratamentos destinados à otite externa 

Para reverter a situação, é importante que o paciente procure por um especialista, ou seja, um otorrino. Assim, ele receberá a orientação adequada para tratar a otite de verão. Normalmente, o tratamento é feito com remédios prescritos pelo médico e, dependendo da gravidade do quadro, recomenda-se que o indivíduo fique em torno de dez dias longe da água do mar, bem como de piscinas. 

Caso o tratamento não seja feito corretamente, a situação pode complicar. “Ela pode evoluir para piora do quadro infeccioso, com infecções maiores e mais profundas, e até mesmo com lesão óssea e cartilaginosa. Além disso, ela pode resultar em problemas na audição, como perda auditiva, zumbido, e sensação de abafamento”, enumera Dra. Roberta.

 

Dicas do que fazer para prevenir a otite de verão 

Com a consciência de que o problema pode vir a surgir na estação mais quente do ano e atrapalhar momentos de lazer, é importante agir na prevenção do problema. Para isso, a Dra. Maura lista seis dicas de como evitar a otite de verão. Confira!

1. Após nadar, seque os ouvidos com a ponta de uma toalha;

2. Se sentir presença de água dentro do conduto, deite a cabeça de lado e encoste a orelha em uma toalha para a saída do líquido;

3. Se a água não sair e houver secreção no ouvido, que pode ser escura ou amarelada, é preciso procurar ajuda de um otorrinolaringologista;

4. Evite o uso de hastes flexíveis dentro do ouvido: elas servem apenas para limpar a parte externa da orelha e não devem ser introduzidas no canal auditivo.

5. O ouvido úmido pode causar coceira, mas é extremamente importante não colocar nenhum tipo de objeto dentro do ouvido para aliviar a sensação. É preciso prestar atenção, principalmente nas crianças, para que não se machuquem;

6. Em caso de dores, não se deve pingar remédios caseiros. Apenas o médico poderá dar a orientação adequada.



Dra. Maura Neves – Otorrinolaringologista, Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORL-CCF. Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP

Dra. Roberta Pilla - Otorrinolaringologia Geral Adulto e Infantil. Laringologia e Voz. Distúrbios da Deglutição. Via Aérea Pediátrica. Médica Graduada pela PUCRS- Porto Alegre/ Rio Grande do Sul (2003). Pesquisa Laboratorial em Cirurgia Cardíaca na Universidade da Pensilvania - Philadelphia/USA (2004). Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (2009). Mestrado em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS- Porto Alegre/RS) (2012-2016).

 

Verão, como evitar a intoxicação alimentar e qual a diferença da alergia alimentar

Médica explica como prevenir e tratar quadros de intoxicação causados por bactérias, fungos, vírus e suas toxinas, presentes em alimentos preparados sem os devidos cuidados 

 

A intoxicação alimentar, como explica a médica alergista e imunologista Brianna Nicoletti, formada pela Universidade de São Paulo (USP): “é uma doença causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias (Salmonella, Shigella, E. coli, Staphilococus, Clostridium), vírus (Rotavírus), ou por suas respectivas toxinas, parasitas, por fungos ou toxinas. A contaminação ocorre durante a manipulação, preparo, conservação e/ou o armazenamento da água ou dos alimentos”. 

No verão e na praia, é difícil resistir à tentação: pastéis, espetinhos, porções fritas e salgadinhos vendidos por ambulantes e quiosques. Todo esse cenário pode colocar a saúde digestiva em risco, já que o consumo em excesso desses alimentos pode agredir a mucosa do estômago e as bebidas alcoólicas aumentam o nível de acidez do suco gástrico --podendo provocar gastrite e, em casos mais graves, úlcera. 

A forma com que são servidos e expostos deixam esses alimentos facilmente contamináveis; sem a refrigeração necessária, como em buffets; manipulação e armazenamento de forma inadequada esses são os principais fatores para intoxicação alimentar.

 

Sintomas e ações a tomar 

Os primeiros sintomas podem surgir poucas horas após a ingestão de algo contaminado, variando de acordo com o micro-organismo causador. “O intervalo, no geral, vai de duas a 72 horas para o início dos sintomas”, explica a médica. Porém, os sintomas sempre são parecidos: náuseas, vômitos, diarreia, febre, dor abdominal, cólicas e mal-estar. “Nos quadros mais graves, ocorrem queda da pressão arterial, desidratação e perda de peso”, enumera. 

O primeiro passo, ao sentir um dos sintomas, é fazer repouso e ingerir muito líquido (principalmente água, água de coco e isotônicos, e evitar bebidas gaseificadas com excesso de sódio. “Quando há risco de desidratação (com vômitos e diarreia), há medicamentos para controlar as náuseas e é necessário procurar ajuda médica para repor líquidos e sais por via endovenosa”, indica Brianna. 

A boa notícia é que a grande maioria das intoxicações são consideradas leves e duram poucos dias. “As infecções bacterianas com colites e desidratação podem durar mais tempo. E, eventualmente, poderá ser necessário tratamento mais prolongado com antibiótico”, indica a médica. Daí a importância de consultar um médico para avaliar a gravidade e a necessidade do uso de medicamento.

 

Os vilões e como prevenir a doença 

Peixe e frutos do mar, processados e embutidos (por exemplo, o presunto), legumes e frutas lavados com água contaminada costumam ser os causadores mais comuns da intoxicação alimentar. 

O primeiro ponto determinante para evitar as contaminações está no cuidado com a água. “A prevenção das intoxicações está diretamente associada ao saneamento básico, ou seja, à boa qualidade da água para o preparo dos alimentos; aos cuidados ao cozinhar e armazenar, isto é, o modo de embalar e conservar em freezer ou geladeira; e a medidas básicas de higiene de quem os consome, como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro”, explica a especialista. Outra dica é nunca consumir alimentos em conserva com embalagens estufadas ou amassadas”.

 

Diferença entre intoxicação e alergia alimentares 

Vale distinguir a diferença que existe entre a alergia alimentar e a intoxicação alimentar. “A alergia ocorre quando nosso sistema imunológico passa a entender uma parte da estrutura do alimento como ‘alergênica’ e estranha, e responde com a produção de anticorpos (chamado de IgE) ou células, gerando um processo inflamatório”, explica a médica. 

A alergista detalha ainda que uma vez sensibilizado o organismo, o risco de uma reação alérgica mais grave, em um contato futuro existe, inclusive ao ter contato com uma mínima quantidade daquele alimento. “Mas, da mesma forma, as transformações frequentes do sistema imunológico podem trazer novas sensibilizações ao longo da vida, e pode também acontecer o que chamamos de ‘tolerância’ e, assim, depois de algum tempo, deixar de ter a alergia daquele alimento”. Os que mais causam alergias em adultos são: camarão, frutos do mar, amendoim, castanhas; nas crianças, são leite, ovo, soja, milho e trigo.

 

Dra Brianna Nicoletti - alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP)


Maior pesquisa sobre fotoproteção realizada no Brasil aponta que quase 2/3 da população não usa protetor solar

 

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Levantamento feito em 27 estados brasileiros revela também que 55% dos brasileiros não sabem que quantidade aplicar sobre a pele para a proteção efetiva contra os nocivos raios ultravioleta 

 

A maior pesquisa sobre utilização de fotoproteção no Brasil revela que 71% da população não usa filtro solar diariamente e 55% não sabe a quantidade ideal a ser aplicada sobre a pele contra os nocivos raios UVA e UVB. “Em todos os números, o levantamento de 2022 indica uma situação preocupante, que coloca em alerta a comunidade médica”, afirma o especialista em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lucas Portilho, que há sete anos lidera este estudo nacional sobre a utilização de fotoproteção. “Desde 2014, quando realizamos a primeira pesquisa, os números já eram altos, mas hoje estamos falando em quase dois terços da população brasileira exposta sem qualquer filtro à radiação ultravioleta”, observa.

Na pesquisa recente, 1.871 pessoas foram ouvidas em 27 estados brasileiros. Comparativamente, o estudo realizado em 2021 indicou que 62% da população não utilizava fotoprotetores em qualquer período do dia. “A redução no uso do filtro solar mostra que campanhas de conscientização precisam ser mais eficientes para que o brasileiro assimile uma rotina de aplicar fotoprotetores”, diz Portilho.

Neste último levantamento, uma questão em especial revela hábitos da pandemia. Entre os entrevistados, 62% disseram que deixaram de usar os filtros solares durante o período da quarentena. Para o especialista, que também é consultor científico da Consulfarma e atua há 15 anos no desenvolvimento de fotoprotetores, este é um dado com potencial para impactar o aumento no número de pessoas que não aplicam diariamente o protetor sobre a pele.

Um aspecto avaliado pelo coordenador do estudo é o preço do produto. “Talvez pelo alto custo e pela situação de crise financeira que se instaurou no País, a proteção solar passou a segundo plano no consumo do brasileiro”, diz.

Outro dado significativo apontado na pesquisa liderada por Lucas Portilho revela uma dúvida dos brasileiros. “O estudo mostra que, em 2022, 55% da população não tem a mínima ideia da quantidade de fotoprotetor a ser usada. E sem saber quanto aplicar, a pessoa pode achar que está protegida quando, na verdade, tem áreas descobertas na pele”, afirma.


Bronzeamento

Por se localizar em uma região tropical, o Brasil detém um dos maiores índices de incidência de raios ultravioleta do Planeta. “Paradoxalmente, a exposição solar é uma cultura no País, e nem sempre está associada a hábitos de saúde”, destaca o coordenador da pesquisa. Apesar do aumento do número de pessoas preocupadas em se protegerem dos raios UVA, ainda são 27% os brasileiros que consideram o bronzeamento uma prática saudável.

Lucas Portilho avalia que é preciso extremo cuidado com a radiação UVB, que causa as incômodas queimaduras solares. Mas a preocupação com fotoproteção não se restringe às praias e piscinas. “Há também os raios UVA, que atravessam vidros e janelas e penetram profundamente na pele, chegando à derme, onde estão as fibras de colágeno e elastina”, destaca. “Os radicais livres gerados por esta radiação promovem a degradação destas fibras e causam fotoenvelhecimento, rugas, linhas de expressão, flacidez e manchas.” O especialista atenta ainda para os riscos de câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no triênio 2020-2022, a estimativa é de 177 mil novos casos de câncer de pele não melanoma no Brasil.

 

Outros dados da pesquisa 

- FPS 30, 50 e 60 são os preferidos dos usuários. 

- 57% dos que utilizam protetor solar não reaplicam o filtro ao longo do dia. 

- 52%, mais da metade da população, não usam o produto em dias nublados. 

- 46% se expõem ao sol apenas pela manhã por acreditar ser o horário mais seguro. 

- 12% utilizam roupas como barreira de proteção solar. 

- 10% apenas consultam o dermatologista para indicação do melhor filtro. 

Muito além de diagnosticar hábitos do brasileiro sobre a exposição ao sol, a pesquisa demonstra a necessidade de medidas em larga escala para esclarecer a população sobre os malefícios da radiação ultravioleta. “É urgente que se façam ações permanentes de conscientização sobre a necessidade diária dos fotoprotetores e a aplicação correta dos filtros solares como forma de prevenção e saúde”, conclui Lucas Portilho.

 

Meu filho é gago, e agora?

 

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Especialista explica impactos sociais, fatores que podem levar a gagueira e intervenções eficientes no tratamento.

 

Motivo frequente de bullyng, os impactos na vida social de alguém que possui gagueira são inúmeros e muitas vezes são responsáveis por agravar o quadro, já que, situações de estresse, medos, insegurança, irritação, e excitações podem acentuar o transtorno. 

A gagueira é caracterizada como uma alteração da fala, singularizada pela ruptura do ritmo (fluência) da fala que causa repetição de sílabas e pausas longas entre palavras. Os estudos científicos dividem a gagueira em dois tipos comuns, a adquirida e a do desenvolvimento – sendo esta segunda a mais frequente em crianças. 

De acordo com a fonoaudióloga Camilla Guarnieri, doutora pela USP em transtornos da fala e linguagem em crianças, a gagueira do desenvolvimento é comum em crianças de 02 a 05 anos. Surge nas etapas iniciais de aquisição e desenvolvimento da fala e da linguagem e é idiopática, isto é, não tem nenhum motivo aparente. Essa gagueira pode ou não ser persistente e, tal característica, indica a necessidade maior de intervenção fonoaudiológica. 

Embora os especialistas ainda não tenham chegado em um consenso sobre a causa da gagueira, há muitos estudos sobre o tema, com diversos avanços relacionados ao transtorno. Além das pesquisas que apresentam indícios de um componente genético, também existem linhas científicas que mostram indicativos de dificuldades motoras e/ou no processamento auditivo que podem ser a causa dessa ruptura na fluidez da fala. Já outras investigações mostram ainda que questões ambientais e psicológicas podem agravar a gagueira. Por essas razões, o meio científico opta por falar da questão multifatorial que pode influenciar na gagueira, englobando assim todos esses fatores que interferem nela. 

Ainda que o distúrbio não tenha um fator de causa determinante, a gagueira tem sim tratamento, e o fonoaudiólogo é o profissional responsável por esse tratamento. A intervenção fonoaudiológica precisa ser específica para a promoção da fluência da fala e a duração desse processo, bem como a fluência da fala ao final do tratamento vai depender de uma série de fatores, como, por exemplo, o grau da gagueira, se a intervenção foi precoce ou tardia, etc. 

De acordo com Camila, é muito importante uma terapia individualizada e baseada em evidências cientificas, assim, o fonoaudiólogo consegue indicar, planejar e aplicar as melhores técnicas de terapia para aquela criança em específico. “É muito importante os pais participarem de todo esse processo, a transparência é fundamental para o tratamento. É necessário entender o que vai ser avaliado, o motivo, como, os resultados dessa avaliação, o que isso significa, qual o melhor tratamento para aquela criança, como ele vai acontecer, o que esperar, como os pais vão ajudar em casa... Tudo isso tem que ser muito bem conversado, porque não existe receita de bolo, mas sim todo um raciocínio por traz das dificuldades de cada criança e a participação ativa dos pais durante todo esse processo faz toda a diferença no final” – explica a especialista. 

Vale ressaltar que mesmo uma criança com gagueira há um tempo, é possível iniciar uma intervenção eficaz, porém, como não há idade mínima para iniciar o tratamento, o mais indicado é que comece o quanto antes. Uma intervenção precoce possui maiores chances de se obter êxito em seus resultados e, consequentemente, menores serão os prejuízos na vida da pessoa. O fonoaudiólogo vai adaptar todo esse tratamento para o nível de desenvolvimento da criança e fará com que isso seja conduzido de uma forma lúdica e prazerosa, para obter a colaboração desta.

A gagueira deve ser levada a sério e precisa de tratamento por conta dos impactos negativos na que ela pode proporcionar na vida de uma pessoa. O maior deles é observado no âmbito social, onde muitas crianças acabam sofrendo bullying e têm vergonha, ou até mesmo dificuldade em se comunicar. Isso afeta a vida social delas, trazendo abalos psicológicos, acadêmicos, profissionais, entre outros, que prejudicam a longo prazo com a gagueira. É a famosa frase: “Gagueira não tem graça, tem tratamento!”, portanto, ao notar que uma criança está gaguejando não hesite em buscar uma avaliação profissional especializada com um fonoaudiólogo capacitado. 



Camila Guarnieri acesse - (CRFa 2-18977), mestre e doutora em Fonoaudiologia pela USP,
https://dracamilla.com.br/
https://www.instagram.com/dra.camilla.guarnieri/

 

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