· Com o
mote Bem Me Quer, Bem Me Quero, iniciativa faz alerta sobre depressão e
ansiedade, abordando a necessidade do autocuidado, de se querer bem e da
importância da escuta ativa e sem julgamentos.
· Durante
o mês de prevenção ao suicídio, arte exclusiva sobre papel da rede de apoio
será exposta em três estações do Metrô de SP.
Com o objetivo de
conscientizar a população sobre depressão, ansiedade e prevenção ao suicídio
por meio da valorização do autocuidado e do papel fundamental da rede de apoio,
a ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de
Transtornos Afetivos) e a Viatris, empresa global de saúde, lançam a
campanha “Bem
Me Quer, Bem Me Quero: O diálogo sobre depressão e ansiedade pode salvar vidas”, a ser realizada durante
o Setembro Amarelo – mês de prevenção ao suicídio.
A iniciativa é um convite
ao acolhimento e à reflexão sobre a importância de fazer parte de uma rede de
apoio e ajudar quem precisa, bem como estimular as pessoas a procurar e aceitar
ajuda, se tornar protagonista da sua saúde e se querer bem.
Depressão e ansiedade são
problemas de saúde bastante conhecidos no Brasil. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS)¹, o país lidera o ranking de casos de depressão na
América Latina – mais de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a doença – e
ocupa o topo do mais ansioso do mundo - cerca de 19 milhões de pessoas têm
transtorno de ansiedade no país¹.
Segundo a OMS, a pandemia
vem agravando ainda mais esse cenário que já era preocupante - mais de 300
milhões de pessoas em todo o mundo sofriam de depressão antes da crise
sanitária². Os motivos vão desde o medo de contágio até o sentimento de perda e
luto, além do estresse causado pelos efeitos do confinamento. A preocupação com
o aumento significativo no número de casos dessas doenças no mundo nos últimos
18 meses fez com que a entidade lançasse recentemente um alerta às autoridades
de saúde³.
De acordo com a psiquiatra
e membro do Conselho Científico da ABRATA, Alexandrina Meleiro, no Brasil,
quase todos os casos de suicídio têm relação com trantornos mentais. Em
primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de
substâncias4.
“Praticamente todos
aqueles que tentam ou cometem esse ato têm alguma doença psiquiátrica e as
estatísticas mostram que mais da metade deles estava em acompanhamento médico
até uma semana antes do episódio. É importante ressaltar que quem pensa em
suicídio quase sempre dá sinais, mas a maioria das pessoas não está preparada
para identificá-los. Daí a importância do Setembro Amarelo, para ajudar a
esclarecer e conscientizar a população sobre o tema”, acrescenta a médica.
O atentado à própria vida
é a segunda causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos no mundo5.
No entanto, não é exclusivo dos adolescentes. Alexandrina explica que idosos e
populações vulneráveis, como os indígenas, LGBTQIA+, médicos, policiais e
membros das forças armadas também são grupos que demonstram alta incidência no
Brasil.
Arte exposta no Metrô de SP retrata a importância da rede de
apoio
A campanha adotou o
girassol como o símbolo da vida, que, assim como os seres humanos, precisa do
apoio de todo o ecossistema para se manter firme, mesmo em dias nublados. Essa
é a inspiração da iniciativa, que vai reunir diversas ações, com o objetivo de
valorizar o paciente como protagonista de sua própria vida e abordando a
necessidade do autocuidado, de se querer bem e da importância da escuta ativa
da rede de apoio, sem julgamentos.
A expressão de sentimentos
por meio da arte foi um dos caminhos escolhidos pela campanha para chamar a
atenção e engajar o público com a causa. O artista visual Apolo Torres, pintor
e muralista paulistano, que já exibiu seus trabalhos em diversos países, foi
convidado para desenvolver uma arte exclusiva, que retrata a importância do
autocuidado e do suporte da rede de apoio na qual o paciente está
inserido.
A arte será exposta nas
estações de Metrô de São Paulo - Sé, Luz e Consolação - durante o mês de
setembro, em uma parceria com o Metrô Social e o Governo do Estado de São
Paulo, com o objetivo de sensibilizar para a causa da campanha as milhares de
pessoas que passam diariamente por esses locais.
O personagem principal
figura no centro da obra, reforçando o protagonismo que o paciente com
depressão e ansiedade deve buscar assumir para estar no controle do tratamento
e da sua vida. A mulher ao lado ocupa o lugar da rede de apoio, fundamental
para quem sofre com esses transtornos, empunhando o girassol e oferecendo o
suporte necessário. A flor, símbolo da campanha, representa uma fonte de luz e
também proteção, ajudando o personagem a tentar ver o mundo de outra maneira.
“A predominância do roxo e
do amarelo conversa diretamente com as cores das peças da campanha. Optei pela
combinação de tons mais quentes com mais escuros e saturados em um cenário
ensolarado e, ao mesmo tempo, chuvoso para representar a mistura de sentimentos
pelos quais esses pacientes costumam passar ao longo do processo dessas
doenças”, detalha Apolo.
O público também poderá
apreciar e fazer download gratuito da arte no hotsite da campanha (www.bemmequerbemmequero.com). A página traz diversas informações sobre depressão,
ansiedade e suicídio, concentrando todos os conteúdos divulgados, perguntas
frequentes sobre os temas, entre muitos outros materiais que podem ajudar quem
está passando pelo problema e também a fomentar a discussão desses assuntos na
sociedade.
Além disso, durante o mês
de setembro, a campanha vai desafiar o público, por meio das redes sociais da
ABRATA e do artista, a manifestar seus sentimentos por meio de expressões
artísticas como música, poesia, dança, arte gráfica, etc. Quem quiser
participar poderá postar a arte nas suas redes com a hashtag #BemMeQuero.
“Como uma empresa global
de saúde, temos consciência do nosso papel junto à sociedade. Sabemos que
depressão e ansiedade estão entre as doenças que mais crescem no mundo. Por
isso, entendemos que é fundamental promover ações que estimulem o debate sem
preconceitos, reforcem a necessidade de o paciente buscar ajuda e incentivem a
população a cuidar de si e do outro”, lembra a neurologista e diretora médica
da Viatris, Elizabeth Bilevicius.
Assumindo o protagonismo e
construindo uma rede de apoio eficaz
A depressão não tem cura,
mas pode ser tratada e seus sintomas controlados. Para isso, é fundamental que
o paciente assuma o papel de protagonista da sua vida e busque ajuda
profissional e com as pessoas com as quais convive e confia.
“O primeiro passo é
admitir que se está doente, que precisa de ajuda. É muito comum a negação do
problema nesses casos. A partir daí, é importante se abrir com pessoas da sua
confiança e estabelecer um diálogo limpo e construtivo, uma vez que a rede de
apoio é um complemento fundamental à abordagem clínica. Sabemos que quem conta
com esse suporte costuma ter mais adesão ao tratamento”, reforça a presidente
da ABRATA, Marta Axthelm.
Para fazer parte da rede
de apoio eficaz, o primeiro passo é querer participar, ter empatia,
disponibilidade de tempo, compreender que se trata de uma doença e escutar sem
julgar. A rede de apoio vai bem além da família, são todos aqueles que fazem
parte do círculo social mais próximo do paciente e que estejam dispostos a
ajudá-lo.
Desinformação,
preconceito, banalização e tabus são os maiores inimigos da depressão. É comum
confundir a doença com tristeza, que é algo que todas as pessoas vivenciam em
algum momento da vida e é passageiro. A depressão costuma vir acompanhada de
indisposição generalizada, desinteresse em estar com a família e amigos, pelo
estudo e trabalho, baixa autoestima, irritabilidade, agressividade, sentimento
de inutilidade e sensação de ser um fardo para as pessoas em volta.
O mesmo vale para a
ansiedade, que é natural ao comportamento humano e que pode até ajudar na
preparação para algo que está por acontecer, como uma entrevista de emprego. “O
problema é quando a ansiedade atinge um nível muito alto e passa a atrapalhar a
concentração, a atenção, os relacionamentos e as atividades do dia a dia”,
esclarece Alexandrina.
SOBRE O ARTISTA
Formado em Desenho
Industrial pela Universidade Mackenzie (SP) e em Pintura pela School of Visual
Arts (NY), Apolo Torres cria
trabalhos que passeiam pela pintura clássica, street art e arte contemporânea.
Além de exposições individuais no Brasil, Itália e Estados Unidos, o artista
visual também conta em seu currículo com participações em festivais e
exposições coletivas em diversos países.
Rede social: Instagram
ABRATA - Associação Brasileira de
Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos
https://www.abrata.org.br/
Instagram; Facebook e YouTube
VIATRIS™
www.viatris.com/pt-br/lm/brazil.
REFERÊNCIAS
1. Organização
Mundial da Saúde. Disponível em https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/W?sequence=1.
Acesso em 06/07/2021 às 13h42
2. Organização
Pan-americana de Saúde. Disponível em https://www.paho.org/pt/topicos/depressao.
Acesso em 09/07/2021 às 11h23
3. Organização
Pan-americana de Saúde. Disponível em https://www.paho.org/pt/topicos/suicidio.
Acesso em 06/07/2021 às 14h12
4. Biblioteca
Virtual Ministério da Saúde. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/10-9-dia-mundial-de-prevencao-do-suicidio.
Acesso em 09/07/2021 às 10h38.
5. Organização
Mundial da Saúde. Disponível em https://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0008/507833/Declaration-IMHC-Athens-eng.pd.
Acesso em 06/07/2021 às 14h05.