Suryavan Solar ensina
como momento de dificuldades podem nos levar a boas colheitas
Há três anos que o Brasil
atravessa uma crise econômica, cujo resultado mais nefasto está nos altos
índices de desemprego. Segundo dados mais recentes divulgados pelo IBGE, a taxa
de desemprego no primeiro trimestre de 2018, está em 13,1%. É o maior percentual
trimestral desde maio do ano passado (13,3%) e representa 13,7 milhões de
pessoas sem trabalho no país. Ao mesmo tempo em que nos deparamos com tão
triste estatística, observamos crescimento considerável do empreendedorismo.
São brasileiros que tentaram se recolocar profissionalmente, mas sem sucesso, enxergaram no empreendedorismo a
saída para voltar ao mercado de trabalho. Segundo o Sebrae, 11,1 milhões de
empresas foram criadas por necessidade nos últimos 3,5 anos no Brasil.
Aprender a olhar com bons
olhos os momentos de crise de nossas vidas não é tarefa fácil, pois exige
despertar toda nossa coragem para sair de nossa zona de conforto. Mas a partir
do momento que conseguimos enxergar momentos difíceis como novas
possibilidades, o trajeto fica mais fácil e positivamente surpreendente. Esse é
um dos temas abordados pelo autor Suryavan Solar, fundador da Organização
Cóndor Blanco Internacional, em seu mais recente livro intitulado “As quatro
chaves para a realização ilimitada – como usar as tecnologias ancestrais para
ser feliz, próspero, cultivar a cultura e a liberdade mesmo quando o mundo
parece um caos”.
Para desenvolver um olhar
benevolente diante das crises, Suryavan diz ser necessário é deixar de lado
rótulos que usualmente associamos a esses momentos como fracasso, catástrofe,
negatividade, obscuridade, maldição, entre outras. “Em vez de contemplar esses
processos como caminhos através da degradação podemos aprender a vê-los como
fontes vibrantes de criatividade, oportunidades para redesenhar nossos sonhos e
renascer como uma fênix. Esse foi o caminho trilhado pelas pessoas que
decidiram empreender, por exemplo. Infelizmente, nem todos possuem essa
perspectiva”.
O autor explica que o primeiro passo para aceitar a
realidade é soltar as máscaras, permitir-se ser vulnerável, falar do que sente
e receber amparo de nossas redes de apoio. Porém, quando o duelo e a aceitação
do que sucede já foi elaborado, deve-se dar o segundo passo: olhar as crises
com bons olhos.
“Muitas pessoas conseguem aceitar que estão
enfrentando uma crise, mas ficam estancadas na negatividade, queixando-se das
situações que as oprimem e afligindo-se perante os demais. Neste ponto é
necessário cuidar que a aceitação e a vulnerabilidade não se transformem em
vitimização ou negatividade, uma vez que a queixa e a reclamação nos tomam
muita energia e poder pessoal, além de desviar do caminho da ousadia.
Desenvolver um olhar benevolente exige coragem e valentia, nos permite cultivar
a autorresponsabilidade, que é um dos pilares fundamentais da ousadia e nos
impulsiona no caminho para transformar as crises em forças criativas”, defende.
Ao contemplar os desafios a partir de uma nova
perspectiva, descobrimos que as crises são oportunidades grandiosas que trazem
muitos benefícios se soubermos aproveitá-las. Um de seus valores mais
apreciados é o alinhamento com nosso propósito de vida.
“As crises são a consciência que nos alinham a
nosso destino mais elevado. Quando não escutamos o destino de nossa alma ou
perdemos o rumo de nossa missão, a sabedoria da vida nos faz um chamado
através desses momentos turbulentos para nos despertar e reorientar ao nosso
propósito. São muitos os testemunhos de pessoas que contam como uma experiência
de ruptura transformou os rumos de suas vidas. Conheci uma moça que após 17
anos como bancária, foi demitia e resolveu dar uma volta ao mundo com o
dinheiro da indenização. Depois da viagem, teve muita dificuldade para
encontrar trabalho. Até perceber que poderia fazer de sua experiência pessoal
um modo de ganhar a vida”, conta Suryavan.
Ela começou a organizar pequenos grupos de mulheres
para viagens e hoje está muito satisfeita, pois segue viajando e trabalhando
com algo que a deixa muito satisfeita, não apenas profissionalmente, mas como
ser humano.
“Se olharmos para essa experiência específica, ela
seguiu esse roteiro com muita propriedade. Não se desesperou, não perdeu
energia lamentando o desemprego e conseguiu enxergar uma boa oportunidade. Os
seres que nos amam tentam nos alertar com seus conselhos quando nos veem
perdidos e desorientados, mas muitas vezes estamos tão enganados por nossos
instintos e desejos, pelas emoções baixas e a mente coletiva, que perdemos o
olfato ou nos tornamos cegos e surdos ante os sinais da vida. E sem força de
vontade ou poder pessoal suficiente para corrigir nossos erros, sem o amor
necessário para escutar a voz da intuição, carecemos da consciência fundamental
para perceber a verdade que nos libera do erro. Então a vida nos ensina através
das crises. E se estamos abertos aos sinais, aprendemos”, finaliza.
Suryavan Solar - Investigador
de culturas ancestrais e autor de mais de 50 livros, Suryavan Solar fundou a
Organização Cóndor Blanco Internacional há mais de três décadas. Junto com a
filha Sol Nyma, redefiniu o método Cóndor Blanco no final da década de 1990,
vocacionado a formar seres humanos integrais e apoiar o despertar de seres
autônomos. Para isso, utiliza ferramentas ancestrais, adaptadas ao mundo
moderno. Suryavan já realizou expedições nas quais resgatou técnicas ancestrais
e modernas que o tornaram especialista nas áreas de Naturismo, Liderança,
Coaching e Meditação. Com isso, é também instrutor de liderança, meditação e
Coaching. Foi nomeado Holy Man (Homem Sagrado) pelos índios Lakota e recebeu
ensinamentos do Budismo Tibetano diretamente do Dalai Lama. Atualmente, vive na
montanha da Organização Cóndor Blanco, no sul do Chile, meditando, escrevendo,
divulgando seus livros e realizando conferências e seminários. Por meio dessas
atividades, treinou centenas de aprendizes, dispostos a se tornarem líderes
servidores.