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quinta-feira, 1 de março de 2018

Diabetes dobra o risco de contrair catarata



É o que mostra estudo inédito. Também causa outras graves doença oculares que podem passar despercebidas. Saiba como preservar sua visão.


Dados do IDF (International Diabetes Federation), mostram      que hoje 14,25 milhões de brasileiros têm diabetes. A previsão é de que este número salte para 23,28 milhões em 2040. Pior: um estudo inédito realizado no Reino Unido com 56.510 participantes revela que o diabetes dobra o risco de desenvolver catarata. A doença responde por 49% dos casos de cegueira tratável no Brasil. 

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier isso acontece porque os depósitos de glicemia nas paredes do cristalino e as oscilações glicêmicas aumentam a formação de radicais livres que levam ao envelhecimento precoce da lente do olho. Portanto, o controle do diabetes desacelera a formação da catarata.


Grupos de risco

O oftalmologista afirma que muitas pessoas só descobrem o diabetes no consultório oftalmológico durante um exame de fundo do olho. Isso porque, os vasos da retina sofrem alterações que indicam a doença. O médico explica que o diabetes é causado pela produção insuficiente no pâncreas de insulina, hormônio que faz a glicose penetrar nas células. Também pode ser causado por resistência à insulina que impede a absorção da glicose pelas células. Resultado: a glicemia fica acumulada no sangue. 

Ele ressalta que 90% dos casos de diabetes são do tipo 2 que é assintomático. Os fatores de risco são o envelhecimento, sobrepeso, colesterol alto, stress e sedentarismo. “Todos estão em ascensão no Brasil, progridem sem alarme e fazem metade dos diabéticos nem desconfiar que estão doentes”, comenta. Por isso, recomenda para quem já passou dos 40 anos e tem algum familiar próximo com diabetes fazer  exame de sangue periodicamente. Esta simples prevenção pode fazer muita diferença na qualidade de vida.

Os sintomas do diabetes tipo 1 são claros: sede, aumento da micção, cansaço, perda súbita de peso e fome. O problema, ressalta, é que atinge apenas 10% dos que têm a doença. Quanto antes for iniciado o tratamento, menor o estrago para toda a saúde.


Cirurgia melhora acompanhamento

Queiroz Neto afirma que a catarata deixa a visão embaçada porque torna opaco o cristalino, lente interna do olho que responde pelo foco de imagens próximas e distantes. Quanto mais avança, maior é a dificuldade de enxergar, até a completa cegueira. O único tratamento é a cirurgia. A operação substitui o cristalino opaco por uma lente intraocular transparente. Em muitas pessoas elimina a necessidade de usar óculos, inclusive de leitura. “Os riscos da operação aumentam quanto mais avançada está a catarata. Isso porque, impossibilita ao cirurgião enxergar o fundo do olho e o cristalino fica muito rígido, podendo ocasionar lesões na retina durante a extração”, explica. Por isso, a cirurgia é indicada logo que a catarata começa atrapalhar as atividades cotidianas. Em diabéticos permite acompanhar as alterações na retina e continuar enxergando perfeitamente bem. O segredo é a prevenção. 


Outras doenças oculares

O oftalmologista afirma que o aumento da glicemia no sangue dificulta a circulação em todo o corpo, inclusive nos pequenos vasos do globo ocular. Isso faz com que além da catarata, aumente o risco de desenvolver glaucoma neovascular e retinopatia diabética, importantes causas de perda definitiva da visão.  “Depois do diagnóstico o padrão de tratamento é passar por consulta oftalmológica anual”, afirma. Quando o oftalmologista descobre alterações no fundo do olho, observa, os intervalos das consultas são menores e variam conforme a gravidade de cada caso. 

“A hiperglicemia também resseca o filme lacrimal e faz muitos diabéticos terem sensação de areia nos olhos, principalmente no calor que contribui com a maior evaporação da lágrima”, salienta. Uma dica do médico para diminuir o desconforto é beber bastante água. Quando a irritação persiste, indica consultar um oftalmologista.


Terapias

A boa notícia é que duas terapias de ponta para tratar alterações vasculares no fundo do olho hoje têm cobertura dos planos de saúde. Uma delas é a OCT (Tomografia de Coerência Óptica). Queiroz Neto ressalta que o exame permite a visualização detalhada da retina e do disco óptico. “É uma tecnologia fundamental para o bom acompanhamento do glaucoma neovascular e da retinopatia diabética, afirma.  Mas só deve ser usada quando o paciente está livre da catarata, observa. A outra é a injeção intraocular com antiangiogênicos, medicação menos tóxica que a quimioterapia e a radioterapia indicadas para retinopatia diabética, conclui.


Pedofilia pode estar associada ao transtorno bipolar



Tema em alta na novela “O Outro Lado do Paraíso”, a pedofolia pode ser um dos reflexos do Transtorno Bipolar. O psiquiatra Dr Diego Tavares do HC de SP comenta o caso.

Engana-se quem acha que bipolaridade é apenas uma alteração de comportamento e de humor. O médico, Dr. Diego Tavares, psiquiatra do Hospital das Clínicas de SP, explica que há uma parcela de indivíduos que sofrem com o transtorno bipolar e podem ser acometidos também por grande impulso sexual, inclusive pela necessidade e interesse por sexo com menores de idade.
O Psiquiatra e especialista em transtorno bipolar explica que bipolaridade na realidade é uma característica inerente a alguns cérebros em que ocorre desregulação no funcionamento para duas polaridades: para cima (aceleração, excitação) que aumenta os comportamentos e humor; e para baixo (lentificação, desativação) que reduz o humor e a expressão de comportamentos pela pessoa.
“Na bipolaridade, quando o cérebro acelera seu funcionamento nem sempre o humor será o mais alterado e em muitos pacientes o que mais se observa é o aumento de impulsos e uma delas pode ser a compulsão sexual. Isso significa que em pessoas predispostas o sistema nervoso alterado pode levar o indivíduo a buscar certos comportamentos de maneira impulsiva e excessiva, sem que a pessoa se dê conta de que está se comportando por uma necessidade. Um dos exemplos disso é o aumento do interesse sexual E da libido que faz estas pessoas sentirem a necessidade de ampliar a vida sexual para desejos até então desconhecidos e assim emitirem um comportamento sexual anormal, como por exemplo, a pedofilia. É muito importante não julgar porque vários comportamentos semelhantes na Psiquiatria muitas vezes podem fazer parte de doenças diferentes, um comportamento pedofílico, por exemplo, pode decorrer de um distúrbio da sexualidade, pode ocorrer no transtorno bipolar e até na esquizofrenia”, conclui o especialista.



Luta contra a violência e a violação dos direitos da mulher devem marcar a data em todo o país



Brasil registra assassinato de uma mulher a cada duas horas e quase
50 mil estupros ao ano


Chegamos a mais um dia 8 de março e, novamente, não há motivos para comemorar a data. O momento ainda deve ser se reflexão e mobilização para que, quem sabe, um dia possa ser comemorado. 

Ainda hoje, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, mulheres lutam por seus direitos, no combate à discriminação, violência moral, física e sexual. 

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, levantamento realizado em 2017 constatou, no ano anterior, 4.606 homicídios de mulheres, ou uma a cada duas horas. O mesmo documento aponta 49.497 ocorrências de estupro, número 3,5% maior que no ano anterior. 

"Estas mulheres precisam de profissionais treinados e capacitados para identificar os casos de violência, pois nem sempre elas apresentarão marcas físicas ou saberão expressar com clareza o que passaram", afirma o Dr. Thomaz Gollop, coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto (GEA) e membro da Comissão de Violência Sexual e Interrupção da Gestação Prevista por Lei da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). 

O número seria ainda maior se todos os casos fossem registrados, mas não é o que acontece. Muitos deles não são denunciados por medo, vergonha ou falta de informação. Prova disso está na conclusão de um levantamento realizado pela Fundação Perseu Abramo: uma em cada cinco mulheres considera já ter sofrido algum tipo de violência por parte de algum homem, conhecido ou não.

"Está na hora de acordarmos para esta triste realidade. A brutalidade da violência contra a mulher não está apenas no Estado Islâmico ou na Índia, mas também no Brasil, sem distinção de classe social ou grau de instrução", alerta Dr. Thomaz.


Direitos humanos

A violência contra a mulher acontece em diferentes frentes. Na saúde, inclusive. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 830 mulheres morrem em todo o mundo de complicações com a gravidez ou relacionadas com o parto todos os dias. 

A morte materna engloba episódios ocorridos durante a gestação ou até 42 dias após o parto. Isso inclui também as mortes por aborto inseguro, que são uma das principais causas, depois da hipertensão arterial na gravidez, hemorragia após o parto e infecções. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a mortalidade materna, no Brasil, em 2013, foi de pouco mais de 1500 mulheres. 

"O aborto inseguro é a quinta principal causa. Em algumas localidades, como Salvador, é a primeira", adverte Dr. Thomaz.

Parte destas mortes poderia ser evitada se as mulheres que recorrerem ao aborto clandestino não tivessem medo de procurar um serviço médico em caso de intercorrências. Este medo está relacionado à legislação brasileira, que considera o aborto crime, previsto nos artigos 124 a 128 do Código Penal Brasileiro, e prevê punição tanto para quem realiza o aborto como para a gestante. 

O aborto só não é considerado crime quando espontâneo ou acidental, ou ainda nos casos em que existe risco à vida da gestante, quando a gravidez é resultado de violência sexual ou nos casos de fetos anencéfalos. 

Vale destacar que nem o médico, nem o hospital que receber uma mulher com complicações resultantes de um aborto inseguro podem denunciá-la. Esta conduta é prevista pelo Código de Ética Médica. Sua violação é uma grave infração ética. 


Novo juramento médico

Além do Código de Ética Médica, o Juramento Médico, atualizado no final de 2017, também reforça a importância do sigilo médico e do respeito aos direitos humanos. O novo texto traz trechos como "respeitarei os segredos que me forem confiados, mesmo após a morte do doente" e "não usarei os meus conhecimentos médicos para violar direitos humanos e liberdades civis, mesmo sob ameaça". 

O novo Juramento Médico foi subscrito pela Associação Médica Mundial, pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina. Tendo sido publicado no Brasil, deve ser utilizado já a partir dos novos médicos que se formam este ano. 

Embora ainda preserve a essência do Juramento de Hipócrates, o novo documento reflete a evolução na relação entre médico e paciente, fazendo referência ao respeito pela autonomia e dignidade do doente. Destaca, também, que o dever do médico está acima de considerações sobre idade, doença ou deficiência, crença religiosa, origem étnica, sexo, nacionalidade, filiação política, raça, orientação sexual, estatuto social ou qualquer outro fator. 



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