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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Mudanças climáticas à vista na Região Amazônica




Pesquisa inédita da Fiocruz em parceria com o Ministério do Meio Ambiente aponta municípios mais vulneráveis à mudança do clima no Amazonas

A região nordeste do Amazonas poderá apresentar um aumento de 5°C graus na temperatura e uma redução de até 25% no volume de chuvas nos próximos 25 anos. Estas informações integram uma pesquisa inédita para a região Norte do país que identificou a vulnerabilidade à mudança do clima em 62 municípios na Região Amazônica. Coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o estudo é uma das atividades realizadas no âmbito do projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima.

Os resultados da pesquisa serão compartilhados hoje, 14/9, às 9h, no Hotel Quality, em Manaus, durante o Seminário Indicadores de Vulnerabilidade à Mudança do Clima. Para o coordenador do projeto, o pesquisador da Fiocruz Ulisses Confalonieri, a iniciativa permitirá à gestão estadual avaliar, por meio de mapas e gráficos, as áreas do território mais vulneráveis às alterações do clima e as mais aptas a se recuperarem de possíveis impactos climáticos. “Além do Amazonas, mais cinco estados estão sendo avaliados: Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná e Pernambuco. Também foi desenvolvida uma ferramenta, um software, para mensurar a vulnerabilidade humana às mudanças climáticas, conforme cada município”, destaca o pesquisador.

Dias mais secos e mais quentes
A pesquisa sobre os municípios amazonenses indica que a região nordeste do estado poderá ser a mais afetada em relação ao número de dias secos consecutivos no ano, índice chamado de CDD. Na cidade de Nhamundá, por exemplo, o aumento no número de dias seguidos sem chuva poderá chegar a 36%. O Vale do Javari e o sul do Amazonas, representados, respectivamente, por Atalaia do Norte e Boca do Acre, poderão apresentar uma elevação acima dos 20% para os períodos de estiagem.

Em relação à temperatura máxima, Manaus e a região metropolitana poderão apresentar uma elevação acima dos 4°C para os próximos 25 anos. A previsão para o sul do estado é um aumento de 5°C, com destaque para os municípios de Lábrea e Boca do Acre.
   
Método diferenciado
Para a realização da pesquisa são consideradas informações dos municípios referentes à preservação ambiental, a dados sobre a população, como saúde e condições socioeconômicas e a ocorrência de fenômenos extremos, a exemplo de tempestades e doenças relacionadas ao clima, entre elas, malária e leishmaniose tegumentar. Por meio do cruzamento e análise desses dados, é possível calcular o Índice Municipal de Vulnerabilidade (IMV). 

O cálculo da vulnerabilidade dos municípios é associado a três elementos - exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação da população, considerando dois cenários de clima futuro: um com redução nas emissões de gases do efeito estufa e menor aquecimento global, e outro que considera o aumento contínuo dessas emissões com maior impacto no clima.

No Amazonas, as previsões indicaram que os municípios mais expostos à mudança do clima são Careio da Várzea e Parintins, além da região metropolitana de Manaus, em virtude de desmatamentos, variações bruscas de temperatura e poluição. Em relação à sensibilidade, que indica a intensidade com a qual os municípios são suscetíveis aos impactos do clima, parte da região Centro-Sul – com destaque para a cidade de Tapauá e o Vale do Javari, representado por Atalaia do Norte – foi a mais vulnerável.

A pesquisa mostrou que municípios da região nordeste do estado, como Manaus e Presidente Figueiredo, são os mais adaptados para lidar com as mudanças clima, devido à existência de infraestrutura de saúde, como leitos hospitalares, plano de contingência de desastres e presença da defesa civil. A região do Vale do Rio Negro, representada por Santa Isabel do Rio Negro, seria a cidade menos adaptada.


Possíveis impactos na região amazônica


As projeções feitas no estudo indicam consequências diretas na Região Amazônica. Os impactos futuros do clima apontam uma possível diminuição da biodiversidade, em virtude das alterações no ciclo reprodutivo de plantas e animais. Outro efeito importante seria o processo de savanização da floresta amazônica, devido ao aumento da temperatura.
As mudanças do clima também podem provocar transformações em fenômenos naturais recorrentes na floresta amazônica, como o período das cheias dos rios. Por causa das alterações no volume de chuvas e elevação da temperatura, podem ocorrer eventos extremos, como secas e inundações. Estes fenômenos climáticos poderiam impactar a irrigação, a perda do potencial de pesca e a redução da produção agrícola, afetando diretamente a segurança alimentar das populações que vivem nessa região.




Agência de Notícias Fiocruz: www.agencia.fiocruz.br

Bárbara Borges é a madrinha da campanha #gravidezsemalcool contra a SAF, edição 2016




Mãe de Martin Bem, de 2 anos, e de Theo Bem, de apenas um mês, a atriz e apresentadora Bárbara Borges é madrinha da campanha #gravidezsemalcool contra a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), edição 2016. Intitulando-se “Mãe do Bem”, em alusão ao nome dos filhos, a ex-paquita abdicou de todos seus afazeres para dedicar-se plenamente à segunda gravidez e, agora, aos cuidados dos seus dois meninos.

A campanha #gravidezsemalcool visa conscientizar as futuras mamães sobre o risco da ingestão de qualquer quantidade de álcool durante a gestação. Evidências médicas demonstram que um só gole pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê. 

Há cerca de três anos, foi lançada nacionalmente a iniciativa permanente que visa combater a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), pela Sociedade de Pediatria de São Paulo. O apoio institucional parte da Marjan Farma, com cooperação da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo SOGESP, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Academia Brasileira de Neurologia, Associação Paulista de Medicina e Associação Brasileira das Mulheres Médicas. 

Bárbara, consciente da importância dos hábitos saudáveis nesta fase da vida e sempre, abraçou a ação a fim de contribuir na propagação de informação de qualidade e correta.

Este é o primeiro ano em que a madrinha da Campanha já deu à luz – Theo Bem nasceu em 15 de agosto. Nas edições anteriores as madrinhas foram a apresentadora Patrícia Abravanel, do SBT, e a jornalista Glória Vanique, do Radar SP, do Bom Dia São Paulo, da Globo. Ambas ainda aguardavam seus filhos quando abraçaram a causa.

Sobre a SAF

A exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê. Eles podem revelar-se logo ao nascimento ou mais tardiamente e perpetuam-se pelo resto da vida. A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais, mas as alterações comportamentais estão sempre presentes. Contabiliza, mundialmente, de 1 a 3 casos por 1000 nascidos vivos. No Brasil não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre a afecção; entretanto, existem números de universos específicos.
Para ter uma ideia, no Hospital Cachoeirinha, um estudo com 2 mil futuras mamães apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar à luz.

“É fundamental ressaltar que o melhor caminho é realmente a prevenção” completa a Dra. Conceição Aparecida de Mattos Ségre, do Grupo de Prevenção dos Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engravidar deve optar por tolerância zero à bebida alcoólica”.

Características

O conjunto de efeitos decorrentes do consumo de álcool, em qualquer dosagem ou período da gravidez, é chamado de “espectro de distúrbios fetais relacionados ao álcool”, que inclui a SAF. A frequência dessas implicações varia conforme etnia, genética e até mesmo a quantidade ingerida. Isso não significa que todos os bebês expostos serão afetados, mas a probabilidade é alta.

“Bebês com SAF têm alterações bastantes características na face, as chamadas dismorfias faciais. Além disso, faz parte do quadro o baixo peso ao nascer devido à restrição de crescimento intrauterino, e o comprometimento do sistema nervoso central. Essas são as características básicas para o diagnóstico no período neonatal”, comenta Claudio Barsanti, presidente da SPSP.

No decorrer do desenvolvimento infantil, o dismorfismo facial atenua-se, o que dificulta o diagnóstico tardio. Permanece o retardo mental (QI médio varia de 60 a 70), problemas motores, de aprendizagem (principalmente matemática), memória, fala, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Adolescentes e adultos demonstram problemas de saúde mental em 95% dos casos, como pendências com a lei (60%); comportamento sexual inadequado (52%) e dificuldades com o emprego (70%).

Diagnóstico e Tratamento

Em São Paulo, o Grupo da SPSP cria ações para conscientizar os pediatras, com distribuição de material em eventos científicos, publicações disponíveis na internet aos associados da SPSP e cursos voltados para equipes multidisciplinares de capacitação para reconhecimento e condutas nesses casos.

Nos Estados Unidos e Canadá, existe um teste que identifica produtos do álcool no mecônio ou cabelo do recém-nascido. É uma técnica de alto custo, que ainda não está disponível no Brasil.

“Vale lembrar que os efeitos do álcool ocasionados pela ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação não têm cura, por isso vale a máxima: o quanto antes parar, melhor para o bebê, sua família e a sociedade. O diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento multidisciplinar ainda na primeira infância podem abrandar suas manifestações”, completa a Dra. Conceição.



75% dos brasileiros dizem que o contrabando favorece a criminalidade, aponta Pesquisa Datafolha



Sociedade está ciente que o contrabando financia o crime organizado e o tráfico de drogas e armas e pede por revisão tributária

Metade da sociedade brasileira acredita o governo federal é o principal responsável pela entrada de produtos contrabandeados no país e 75% sabem que o comércio dessas mercadorias ilegais, como o cigarro, favorece o crescimento da violência e da criminalidade. O resultado é da pesquisa Datafolha, encomendada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e realizada em todo o território nacional com mais de duas mil pessoas.

Para 87% dos entrevistados as altas taxas de impostos sobre produtos fabricados no Brasil favorecem o aumento de produtos contrabandeados no território nacional, principalmente advindo do Paraguai. Ciente dessa realidade, praticamente a totalidade dos brasileiros é a favor da revisão de impostos sobre os produtos legais para tornar o seu preço mais acessível e mais competitivo em relação aos ilegais.

Consciente de que o contrabando de cigarros do Paraguai, principal produto contrabandeado, é quem abastece o caixa e financia as atividades das facções criminosas, como o PCC, 75% da sociedade concorda que a redução de impostos sobre os cigarros fabricados no Brasil contribuiria para o combate ao crime organizado.

Questionados sobre o consumo de produtos contrabandeados, 26% dos entrevistados admitem o hábito de comprar produtos ilegais, como eletrônicos, roupas, calçados, DVD’s de jogos e filmes e cigarros. Esse índice é ainda maior entre os brasileiros de 25 a 34 anos e entre as classes D e E, que ultrapassam os 30%. No entanto, mesmo cientes que o contrabando favorece a violência, 46% afirmam que continuam a comprar produtos ilegais.

“O levantamento evidencia que o principal estímulo ao contrabando é a diferença entre o preço, resultado da vantagem financeira que os criminosos têm em função da disparidade tributária entre o Brasil e o Paraguai. Ou seja, é necessária uma revisão dos impostos sobre os produtos nacionais para que tenhamos plena legalidade do mercado interno e mais segurança, pondera Evandro Guimarães, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial.

“A sociedade também está ciente da omissão do Governo Federal e de outras autoridades na entrada de produtos contrabandeados no Brasil e, consequentemente, do aumento da criminalidade, com o tráfico de drogas e de armas”, conclui Guimarães.   

Além da violência e o tráfico de drogas, o desemprego e a evasão fiscal também são rastros que o contrabando de produtos ilegais deixa por onde passa. Por ano, o Brasil perde cerca de R$ 115 bilhões com o comércio de mercadorias ilegais, montante suficiente para construir 974 hospitais, ou 57 mil creches ou ainda 22 mil escolas públicas.  

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