Novas
regras para o procedimento valem a partir desta segunda
Com os avanços de recursos,
os partos cesáreos passaram a fazer cada vez mais parte da vida das
brasileiras. Atualmente, no país, as cesarianas feitas por planos de
saúde correspondem a 84,6%. A recomendação da OMS (Organização Mundial da
Saúde) é que esse número seja de 15%.
Com o intuito de fiscalizar
melhor os médicos e hospitais, além de estimular a realização do parto normal,
o Ministério da Saúde, em conjunto com a Agência Nacional de Saúde Suplementar,
criou uma resolução com novas regras que passam a valer a partir desta segunda
(06) na rede particular de saúde.
Porém, muitas mulheres ainda
preferem as cesarianas por temerem o procedimento do parto normal. Um dos
motivos é o medo da dor. De acordo com um estudo da Fiocruz, realizado com 24
mil gestantes, esse receio atinge a maioria das mulheres.
O ginecologista do Hospital
San Paolo, centro hospitalar localizado na zona norte
de São Paulo, Gilberto Nagahama, explica que raramente o parto normal não
causará dor, mas há maneiras de minimizar a sensação.
“Existem
diversos trabalhos que mostram que a dor do trabalho de parto pode, em algumas
situações, ser aliviada por um bom acolhimento familiar e hospitalar. Em
hipótese alguma, o incômodo é de origem psicológica, mas parece que há uma
relação direta entre o estado emocional e o limiar da dor”, declara o médico.
Apesar desse ponto negativo,
o profissional afirma que os bebês nascidos de parto normal têm uma tendência a
serem mais saudáveis, caso não ocorra nenhuma intercorrência. De acordo com o
Ministério da Saúde, a cesariana sem indicação médica pode aumentar 120 vezes
os riscos dos problemas na respiração para o recém-nascido.
Outra grande diferença entre
os dois tipos de procedimentos está relacionada ao período pós-parto. Nesse
momento, as pacientes submetidas às cesarianas têm maior dificuldade na
mobilidade e apresentam um aumento dos riscos ligados a qualquer cirurgia, como
as hemorragias, infecções, anestesias, entre outros.
“A recuperação é o período
em que o corpo da mãe e seus órgãos internos retornam ao estado anterior ao da
gravidez. Esse fenômeno demora 42 dias. A grande diferença está nessa fase, que
é mais delicada e dolorosa para as pacientes que foram submetidas ao parto
cesárea”, diz Nagahama.
Contudo, o especialista
afirma que a cesariana sempre será necessária quando a evolução do trabalho de
parto aumentar o risco de resultados negativos para mãe ou bebê. “O melhor
parto é aquele que oferece o menor risco. Ter uma família saudável é o nosso
principal e único objetivo”, declara o médico.
Hospital San Paolo
Rua Voluntários da Pátria, 2786 - Santana