Dia Mundial de Conscientização, em 11 de abril, chama a atenção para condição neurodegenerativa que pode apresentar maior risco para as vítimas
Ainda serão necessárias diversas análises para entender quais
sequelas a covid-19 trará à população, mas já temos alguns alertas
sobre elas.
Neste Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, celebrado em 11 de
abril, um grupo específico de pacientes tem motivos para estar em alerta.
Isso porque a Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, divulgou
recentemente um estudo que aponta riscos 30% maiores de pessoas com Parkinson
serem vítimas fatais do coronavírus.
A conclusão que se chegou é de que a relação se dá, em parte,
porque os indivíduos com essa condição neurodegenerativa apresentam mais
problemas para se alimentar, especialmente pelo comprometimento da deglutição,
o que facilita a broncoaspiração e quadros de pneumonia - uma das principais
causas de morte de quem contrai o novo vírus.
“Não é uma notícia que deve gerar mais temor a este grupo de
pacientes, mas colocá-los em atenção tanto em relação aos cuidados de prevenção
contra a covid-19, como de manterem seus tratamentos da doença de Parkinson em
dia, principalmente no que tange às atividades de reabilitação funcional”,
explica o neurocirurgião funcional e doutor pela UNIFESP, Dr. Claudio Corrêa.
Os variados sintomas da doença de Parkinson
Apesar de serem mais famosos, não apenas os tremores das mãos
representam as manifestações mais comuns da doença de
Parkinson.
“Além da dificuldade na deglutição, temos alteração da potência
e tônus da voz, instabilidade postural, diminuição da capacidade de marcha ao
caminhar, contratura muscular, dor, depressão, entre outros”, explica o
especialista.
Para identificá-la, inicialmente é feita uma investigação do
histórico do paciente e uma avaliação neurológica que observa pelo menos três
de quatro sinais: lentidão e redução dos movimentos, tremores, rigidez nos
membros e problemas de postura.
Por ter sinais semelhantes aos de outras disfunções, o
diagnóstico da doença de Parkinson nem sempre é simples. Exames de imagem, à
exemplo da ressonância magnética e da tomografia computadorizada, raramente
descobrem alterações e não somam muito às suspeitas do médico.
Causas e tratamento
A doença ocorre em razão de uma degeneração dos neurônios
produtores de dopamina em uma região do cérebro conhecida como substância
negra, responsável pelo funcionamento de diversas funções de nosso organismo.
No entanto, não se sabe o motivo desta alteração acontecer.
O tratamento é pensado para atender as demandas apresentadas,
variando de acordo com o quadro. Entretanto, em comum está a necessidade de um
atendimento multidisciplinar, composto por diferentes áreas de atuação. Entre
elas estão a fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia, que somam na
reabilitação física e mental.
Para o tremor das mãos, pode ser indicado um procedimento
cirúrgico que é realizado com o paciente acordado. Conhecida como Estimulação
Cerebral Profunda, do inglês Deep Brain Stimulation, a técnica consiste no
implante de eletrodos em regiões específicas do cérebro que são responsáveis
pelo controle dos movimentos.
“É um método minimamente
invasivo e com excelente resposta, que já pode ser observada no ato enquanto o
cirurgião testa o alvo relacionado aos movimentos”, finaliza Dr. Corrêa.
Dr. Claudio Corrêa - possui mestrado e doutorado em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Especializou-se no tratamento da dor aliado a neurocirurgia funcional – do qual se tornou referência no Brasil e no exterior. É também o idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de diversas especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos seus pacientes.
Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734707Z5