A pandemia, algo que jamais havíamos esperado, vem em nossa direção e
modifica todo o nosso dia a dia e estrutura. Transformamos a nossa casa em
escola, trabalho, academia e tudo mais que frequentávamos no nosso dia a dia.
Não estávamos preparados para tamanho mudança de maneira inesperada nem
nós e nem a nossa casa. Algo que a gente acreditava que fosse durar no máximo
três meses, já está caminhando para quase um ano, e pelo que estamos
percebendo, pode ser que dure ainda por um bom tempo.
Ciente dessa realidade, muitas empresas estão adotando de maneira permanente
o home office, e nessa situação, temos que nos perguntar se estamos preparados
para isso.
Como profissional fisioterapeuta, percebo a grande quantidade de pessoas
que têm sido vítimas do home office. Isso aconteceu porque boa parte passou a
trabalhar mais horas e em um ambiente impróprio. E acabam tendo muitas dores na
região lombar, cervical ou cefaleias tensionais que são rebeldes aos
tratamentos medicamentosos, além da famosa coluna “travada”.
Percebi que estava em uma batalha injusta, as pessoas passam uma hora
por semana comigo, e o resto do tempo em seu posto de trabalho, que muitas
vezes é em uma mesa de jantar com uma cadeira de altura inapropriada, e com o
computador fora do alcance de seus olhos.
Percebi então que a intervenção terapêutica também deveria ocorrer no
“ambiente”. Após isso, comecei a ver que meu trabalho tinha melhores
resultados. Antes disso, era como se eu estivesse limpando o peixe jogando-o de
volta no aquário sujo.
Cada corpo, posto de trabalho, cada tipo de computador, são únicos e
precisam estar de acordo com cada usuário, ou podem causar desarmonias.
Precisamos entender o que precisa ser mudado. As pedras demoram a se
adaptar, mas a areia se adapta fácil. Então precisamos descobrir as pedras e
pedregulhos e deixar que a areia se adapte.
Foi então que hoje eu trabalho entrando de maneira virtual ou presencial
na casa dos meus pacientes e os ajudo a deixar o seu ambiente de home office
mais apropriado e menos nocivo para seu corpo. Foi assim que percebi que as
dores nas costas e as colunas travadas não tinham mais recaídas.
Se você sente dores nas costas, pescoço ou tem tido dores de cabeça no
final do dia, pode ter certeza que seu ambiente está inapropriado para tantas
horas em que você fica sentado na sua casa trabalhando.
Hoje estamos propondo ajustes no posto de trabalho e em alguns casos
tratamento com alongamentos e exercícios guiados de maneira virtual, para que
esse tempo de trabalho seja cada vez mais natural e menos nocivo.
Fábio Akiyama - Atua na área da saúde desde 2009. É
fisioterapeuta e trabalha com a microfisioterapia, terapia que estimula a auto
cura através do toque, ou seja, faz com que o corpo reconheça seu agressor e
inicie o processo de reprogramação celular. É pós-graduando em técnicas
osteopáticas e terapia manual, além da formação em osteopatia visceral,
posturologia clínica e equilíbrio neuro muscular. Possui curso na área de
tratamento da articulação temporomandibular (ATM) e introdução ao Método Rosen.
Em 2014, realizou um curso de especialização em prevenção e tratamento de
lesões de membros inferiores e análise biomecânica de corrida, pela The Running
Clinic no Canada. Atua desde 2012 também como instrutor de Pilates e
treinamento funcional. Em 2015, foi monitor no Instituto Salgado de Saúde Integral
no módulo avançado do curso de formação em microfisioterapia. Para saber mais,
acesse www.mindtouch.com.br
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