No ano passado,
dos 100 mil pacientes atendidos na MedicMais, apenas 25% eram
homens. A especialidade mais procurada por eles é a de Urologia, mas, em 75%
dos casos, os pacientes já chegam no consultório com algum tipo de problema ou
mesmo com uma doença em estágio mais avançado, o que dificulta a cura
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A cultura masculina de não se prevenir pode ser conferida na rotina de clínicas médicas populares. Na MedicMais, por exemplo, no ano passado apenas 25 mil homens passaram em uma das 40 unidades da marca. Número muito pequeno quando comparado ao de mulheres – 80 mil somente em 2018. De acordo com o sócio-fundador da MedicMais, Tiago Alves, o problema está enraizado na cultura brasileira. "A falta de interesse do homem em procurar um médico para cuidar da saúde é algo cultural. Além do preconceito com algumas especialidades específicas, o homem coloca a saúde como algo secundário", afirma.
Segundo o profissional, a maioria dos homens que chegam as clínicas já necessitam de algum tipo de interferência médica. "75% dos pacientes quando nos procuram já estão com algum problema. A parcela de quem faz consultas e exames de rotina é muito pequena e normalmente são homens com idade mais avançada", comenta. Tiago afirma que esse problema é ainda mais sério em determinadas regiões do país, como o Norte e Nordeste. "Além da cultura de 'que homem não precisa de médico', nestes locais as pessoas ainda precisam enfrentar maiores problemas com a falta de estrutura e a situação econômica não favorável", afirma.
:: Mulheres impulsionam setor da saúde
Outro dado interessante – e alarmante – é o da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). De acordo com a instituição, quatro em cada dez homens afirmam não realizar nenhum exame preventivo contra o câncer. No caso das mulheres, apenas uma em cada dez não realizam os testes necessários. Na MedicMais, elas já representam 85% de todo o faturamento da rede e investem, sempre que vão ao médico, cerca de R$ 300,00 entre consultas e exames. "O exame mais solicitado por elas é o de mamografia. As mulheres entendem que a doença é real e pode acontecer com qualquer pessoa, então praticam a prevenção para não ter surpresas desagradáveis no futuro", afirma Tiago. A rede de clínica médica popular realiza cerca de 5 mil mamografias por mês; o exame já representa 5% do faturamento da rede.
Número bastante considerável se levarmos em conta a quantidade de exames que a MedicMais oferece – são mais de 1 mil.
Para quebrar essa barreira que os homens possuem quando o assunto é médico, a MedicMais promove diversas campanhas e promoções ao longo do ano, como pacotes especiais de checkup e conscientização durante o Novembro Azul.
"Nesta época do ano conseguimos aumentar o número de consultas no Urologista e de realização de exames como o PSA, que ajuda a identificar o câncer de próstata", conta o sócio-fundador da rede. "O acompanhamento médico e o exame anual é extremamente necessário para o diagnóstico precoce da doença. Mas além do preconceito que existe em torno do exame de toque, muitos homens não possuem plano de saúde e não têm acesso a esse tipo de consulta no SUS, por isso, tentamos facilitar ao máximo os valores e condições
de pagamento", finaliza.