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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

5 dicas para curtir o carnaval sem risco de contrair DST’s e doenças ginecológicas 


Dr. Claudio Basbaum, ginecologista e obstetra, fala sobre alguns cuidados necessários para evitar contaminação nos dias de folia

  
O Carnaval é um período de festas e de grande apelo sexual, onde as pessoas abusam de bebidas alcoólicas e deixam de lado o uso de métodos contraceptivos durante as relações sexuais. Com isso, aumentam os riscos para a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis (DST) nessa época do ano. Causadas por vírus e bactérias, as DSTs são transmitidas, principalmente, durante o ato sexual sem proteção com uma pessoa infectada. O resultado é o aparecimento de feridas, corrimentos, bolhas e verrugas, que podem evoluir para complicações mais graves como câncer e até a morte. Por essa razão é recomendado, além da prevenção, o diagnóstico e o tratamento mais rápido possível.  

O ginecologista e obstetra Claudio Basbaum elaborou cinco medidas de segurança para você adotar no carnaval.   

1 – Use camisinha - Usar a camisinha além de evitar a gravidez indeseja, durante as relações sexuais e inclusive durante o sexo oral previne a contaminação não só da aids, como também hepatite; gonorreia; herpes; sífilis; tricomoníase; candidíase; cancro mole. Além de evitar a gravidez indesejada, previne a DST’s.  

2 – Evite contato com vasos sanitários - No Carnaval, os banheiros públicos costumam receber um número muito grande de foliões. Por isso, evite contato com os assentos dos sanitários e lave as mãos corretamente antes e depois do uso. Esses cuidados previnem o contágio de várias doenças infecciosas.  

3 – Não compartilhe objetos pessoais e roupas íntimas- É muito comum nesta época compartilhar copos, toalhas, roupas de banho, nas viagens com família e amigos. A prática também pode causar contaminação de diversas doenças transmissíveis, inclusive pela saliva.  

4 – Não fique com trajes de banho úmidos por tempo muito longo- Doenças fúngicas, como a candidíase, se proliferam em ambientes úmidos e quentes. O ideal é tomar banho logo após a praia ou piscina e vestir roupas secas.  

-  Evite beijar pessoas desconhecidas- O beijo transmite doenças como herpes labial, gengivite, cárie, candidíase, mononucleose, entre outros. Se a boca estiver ferida, ainda há risco da transmissão do vírus da aids, entre outros.  

 
Saiba mais sobre as DSTs  
 
Qual é a diferença entre candidíase genital e tricomoníase?  

A Candidíase genital é um tipo de micose que atinge os genitais da mulher (e às vezes, também dos homens) provocada por fungos ou leveduras. Um dos seus sintomas é um corrimento que tem aspecto de leite talhado, que provoca coceira, tanto na vulva quanto na vagina, e é provocado por um fungo existente no sistema gastrointestinal chamado Cândida albicans — o mesmo que causa aftas e sapinhos na boca dos bebês. Em geral, está relacionada a uso de antibióticos, estresse, queda da imunidade e a alimentação desequilibrada ou com muito açúcar. Já a tricomoníase é causada por um parasita, trichomonas vaginalis, e geralmente é transmitido por contato sexual, podendo haver também contaminação através de assento de vaso sanitário, roupa íntima e toalhas úmidas contaminas. Pode não provocar sintomas ou então apresentar corrimento amarelo-esverdeado com odor genital desagradável.  


Herpes tem cura?  

Não. Uma vez infectado, não há como se livrar do vírus, sendo apenas possível reduzir as chances dele manifestar clinicamente as lesões, mantendo uma boa higiene local, boa alimentação, cuidando da imunidade do corpo e evitando o estresse e a promiscuidade sexual. São lesões com aspecto circular constituída por pequenas bolhas que se rompem causando irritação e dor local. Seu ciclo dura cerca de 7 a 10 dias e é nesta fase aguda que se faz a transmissão do vírus.  


DST pode causar infertilidade?  

Sim. A Gonorreia, por exemplo, é uma infecção que atinge o colo do útero, altamente contagiosa, causada por bactéria (Gonococo) que geralmente quase não provoca sintomas, mas que pode causar infertilidade se não for tratada. A Clamídia também é uma doença que atinge o colo do útero e traz esse risco. Ambas devem ser tratadas com antibióticos e muitas vezes estão presentes simultaneamente.  

  
DST pode virar câncer? Sim.   

A HPV (papilomavírus humano) pode levar ao desenvolvimento de câncer do colo do útero. Ela é considerada uma das principais doenças sexualmente transmissíveis. Estima-se que de 50 a 75% dos homens e mulheres sexualmente ativos entrem em contato com um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Em cerca de 20% pode haver regressão espontânea das lesões, mas não devemos negligenciar com o tratamento, evitando a disseminação local e o potencial de transmissão. Há vários tratamentos locais, feitos com substâncias ácidas ou com laser, cuja margem de sucesso varia de 50% a 75% — não sendo entretanto incomum o reaparecimento das lesões. A Hepatite C também pode desenvolver o câncer. Extremamente infecciosa, ela pode evoluir para uma forma crônica, com chances de levar à falência do fígado, além de causar cirrose e câncer no fígado.  

Uma grávida pode passar DST para o bebê?  

Sim. As DSTs se não forem tratadas podem passar da mãe para o feto e, também durante a amamentação, causando sérias complicações — e até levar à morte do mesmo. Sífilis, AIDS e Hepatite B são as principais doenças que podem ser transmitidas.   


Há vacinas disponíveis para prevenção de DST?   

Sim, já existem vacinas para Hepatite B e HPV. As vacinas para o HPV, aplicadas em 2 ou 3 doses, têm sido preconizadas para jovens desde os 9 até os 28 anos e oferecem imunidade por 5 a 6 anos.  





Dr. Claudio Basbaum - médico, com especialização na Universidade de Paris, França.   Professor-Doutor em Ginecologia e Obstetrícia, pioneiro da laparoscopia no Brasil (1967), defensor de técnicas menos agressivas à mulher e ao bebê (como o parto de cócoras ou "Parto das Índias"), foi introdutor do Parto Leboyer (o "Nascimento sem Violência")  e da técnica Shantala de massagem para bebês no Brasil .  


8 perguntas e respostas sobre câncer de pênis


Urologista e professor da FMABC explica causas e prevenções; Quando descoberto no início, doença pode ter 90% de chances de cura

O câncer de pênis é um tumor raro que atinge homens na meia-idade. Exames de rotina e atenção aos sintomas são sempre fundamentais para o diagnóstico preciso de doenças graves, ainda no início. A importância para a descoberta de um câncer é que num estágio mais avançado, as chances de cura podem diminuir.  

A seguir, o professor do setor de uro-oncologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e responsável pelo setor de cirurgia robótica urológica no Hospital Brasil e rede D’Or, Dr. Marcos Tobias Machado, esclarece informações necessárias sobre causas, prevenções e tratamentos do câncer de pênis.


1. Primeiramente, o que é câncer de pênis?

O câncer de pênis é uma neoplasia maligna (doença em que as células anormais se dividem incontrolavelmente e destroem o tecido do corpo), caracterizada pela presença de um tumor que pode se localizar desde a base da haste peniana até a glande.


2. O que o causa câncer de pênis?

Os principais fatores envolvidos na gênese da doença são a presença de fimose, que predispõem a má higiene e ao acúmulo de esmegma (substância branca e pastosa), que tem um efeito tóxico promovendo metaplasia do epitélio e se transformando em células malignas. Outros fatores de risco são o tabagismo, a presença do HPV e a zoofilia. 

Condições precárias de educação e higiene, também são causas da doença, onde possui maior incidência na África, Ásia e América do Sul. No Brasil, os estados do Maranhão e Piauí são uma das maiores incidências de câncer de pênis do mundo, fazendo com que, alguns urologistas brasileiros sejam referência mundial no tratamento deste tipo de tumor. 

Em contrapartida, como as condições de higiene e educação são melhores nos EUA e nos países europeus, a indigência desta doença lá é bem menor.
Ainda segundo Dr. Marcos Tobias pesquisas estimam que entre 30 e 70% dos casos estejam ligados à presença do vírus do HPV. Neste sentido, uma vacinação na juventude de indivíduos do sexo masculino que ainda não tiveram contato com os subtipos causadores de tumor, poderia ter algum impacto na frequência do mesmo em populações de maior risco. Como o emprego da vacina para HPV tem pouco tempo de implantação, esta hipótese aguarda confirmação em estudos futuros. 


3. Quais os principais sintomas da doença?

Os principais sintomas, além da presença de fimose, são o abaulamento e tumor local, que constantemente é verrugoso, sangrante ao toque e apresenta mau cheiro. 


4. Como evitar a doença?

A prevenção pode ser realizada com higienização diária do órgão sexual, utilizando apenas água e sabão. “A Sociedade Brasileira de Urologia, há alguns anos, fez uma campanha nacional de prevenção onde o famoso atleta Zico segurava um sabonete na mão e dizia: Cuide bem do seu amigo!”, lembra o Dr., que reforça a necessidade de falar sobre o assunto. 


5. O câncer de pênis tem cura? Quais os tratamentos para a doença?

O tratamento em casos iniciais pode ser realizado com pomadas ou tratamentos tópicos como a crioterapia e o laser. No caso da pomada, se em 15 dias não apresentar melhoras ou até mesmo piorar, deve-se procurar um médico para a realização de biópsia da lesão.


O índice de cura para doença localizada superficial é maior do que 90%. Em pacientes com infiltração linfonodal (órgãos de defesa) de pequeno volume a cura chega a 80%. Pacientes com acometimento linfonodal significativo, mas removido cirurgicamente tem sobrevida de 40%, enquanto pacientes com doença metastática são incuráveis. Pacientes com doença metastática podem receber quimioterapia paliativa para melhorar os sintomas, mas não cura.


6. Qual a principal faixa etária que o câncer de pênis pode afetar os homens?

A doença pode acometer homens entre 40 e 60 anos.


7. O uso de prótese peniana é recomendado em qual caso?

Pode ser oferecida a reconstrução do pênis para pacientes motivados e onde a cura está estabelecida em longo prazo.


8. A retirada total de todo o órgão sexual e testículos é indicado em qual situação? 

A ressecção parcial ou total do pênis é indicada em casos mais graves, onde exige uma margem de segurança. A retirada dos testículos é raramente necessária.






Dr. Marcos Tobias Machado - Formado em Medicina pela Santa Casa, Dr. Marcos Tobias Machado acumula experiência e conhecimento em diversas instituições, tendo destaque para residência médica no Hospital das Clínicas da USP, fellowship em uro-oncologia na Universidade de Miami, especialização em laparoscopia e robótica no H.Henri Mondor em Paris, desenvolvendo cirurgias minimamente invasivas mais complexas, além de atualmente ser chefe do setor de uro-oncologia e cirurgia robótica em urologia do Hospital Brasil e urologista dos Hospitais da rede D’Or – Bartira, Assunção e São Caetano do Sul.


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