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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

ENDOWMENT – A Regulamentação dos Fundos Patrimoniais no Brasil



No último dia 04 de janeiro foi finalmente sancionada pelo Presidente Jair Bolsonaro a Lei nº. 13.800, que regulamenta a criação de fundos patrimoniais (também conhecidos como endowments) utilizados para arrecadar e gerir doações de pessoas físicas e jurídicas para programas e projetos em diferentes áreas, entre as quais, cultura e educação.

Essa modalidade de fundo foi concebida com a finalidade principal de buscar a perpetuidade das doações realizadas para a constituição de seu patrimônio. . Para tanto, há a segregação contábil entre o valor original doado, o qual  deve obrigatoriamente ser investido por terceiro independente de modo a garantir a geração de receita e a receita gerada por esse investimento, a qual será aplicada no custeio das despesas operacionais da causa apoiada, o que torna o fundo perene e sua continuidade independente da angariação de novas doações. Esse mecanismo é utilizado principalmente em universidades norte-americanas, mas no Brasil já existem endowments em fase inicial.

Os fundos patrimoniais se diferenciam dos fundos de investimento convencionais, pois enquanto nestes os investidores buscam essencialmente o retorno financeiro (embora já existam fundos que também buscam gerar impacto social positivo através de seus investimentos), naqueles o investidor visa a perenidade de uma entidade e a sua sustentabilidade financeira. Vale notar, porém, que parte dos valores dos endowments também podem ser investidos em fundos de investimento convencionais na busca de rentabilização do patrimônio arrecadado.

A nova legislação é inédita na regulação do mecanismo de funcionamento dos endowments e autoriza a administração pública a firmar instrumentos de parceria e termos de execução de programas e projetos com gestores dos fundos patrimoniais.

Os fundos patrimoniais envolvem os seguintes atores:

Doadores: pessoa física ou jurídica de direito privado com ou sem fins lucrativos que destinam recursos para o Fundo Patrimonial;

Fundo Patrimonial: conjunto de ativos administrados pela gestora do Fundo Patrimonial com o intuito de constituir fonte de recursos de longo prazo, a partir da preservação do principal e da aplicação de seus rendimentos em benefício da instituição apoiada para apoio de uma causa ou projeto de interesse público. Nasce com a formalização de um instrumento de parceria entre a gestora do Fundo Patrimonial e a instituição apoiada, que estabelece o vínculo de cooperação entre as partes e que determina a finalidade de interesse público a ser apoiada.

Instituição Apoiada: instituição pública ou privada sem fins lucrativos, beneficiários de programas, projetos ou atividades financiados com os rendimentos do Fundo Patrimonial;

Gestora: instituição privada sem fins lucrativos instituída na forma de associação ou de fundação privada com o intuito de atuar na captação e na gestão das doações oriundas de pessoas físicas e jurídicas e do patrimônio constituído;

Organização Executora: instituição sem fins lucrativos que pode atuar em parceria com as Instituições Apoiadas para execução dos programas, projetos e demais finalidade de interesse público.

O bom funcionamento de um fundo patrimonial depende de um conjunto de fatores, tais como pessoas do setor privado dispostos a doar, política de investimento dos recursos no mercado financeiro em produtos de baixo risco que ofereçam segurança quanto à permanência do principal e, simultaneamente, que sejam rentáveis ao fundo e estrutura adequada de governança, garantido transparência no acompanhamento e fiscalização do investimento  e destinação dos recursos captados.

A expectativa era de que houvesse isenção fiscal das doações realizadas para os fundos patrimoniais, assim como para a rentabilidade auferida pelos fundos patrimoniais que beneficiassem organizações que trabalhem em beneficio de causas de interesse público, independentemente de essas instituições serem públicas ou privadas. No entanto, o trecho da norma que tratava desse benefício acabou sendo vetado pela equipe econômica do atual Presidente, sendo mantido apenas o benefício para projetos culturais, o que gerou grande frustração no mercado. No entanto, a nova legislação é um alento aos produtores culturais, que identificam nesse modelo uma aproximação do formato de captação de recursos destinados a atividades culturais largamente adotado na Europa e nos Estados Unidos.

A nova lei é uma importante contribuição para o desenvolvimento do terceiro setor em nosso País, pois além de oferecer segurança jurídica ao mecanismo do endowment, que até então não era regulado no Brasil, gera uma grande perspectiva ao segmento cultural nacional nesse delicado momento de críticas da sociedade em geral às leis de renúncia fiscal (lei Rouanet, especialmente).  Vale mencionar que na França – País cuja legislação de endowments serviu de inspiração para a Lei 13.800/19 - foram criados mais de 200 endowments no ano de promulgação da legislação sobre o tema!

Conclui-se, assim, que a lei dos fundos patrimoniais promove um ambiente ainda mais favorável à profissionalização do terceiro setor e à instituição de regras de governança e de controles financeiros mais transparentes nas entidades sem fins lucrativos, o que sem dúvida atrairá mais capital para proteção de relevantes e cada vez mais sustentáveis causas sociais, ambientais e culturais.





Monroe Fabrício Olsen - Sócio do Marins Bertoldi Advogados



Rachel de O. Sampaio de Andrade - Advogada da Área de Negócios de Impacto do Marins Bertoldi Advogados


Exame médico periódico protege trabalhadores e empresas




Recentemente Exame médico periódico protege trabalhadores e empresas Antigamente o trabalhador era apenas um número dentro das empresas que em muitos casos não estavam nem interessadas com a saúde de seu quadro de funcionários. Quanta diferença para os dias atuais...

A preocupação com a saúde é tamanha que foi criado o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (ou PCMSO) através da Portaria 3.214/78 NR nº 7 do Ministério do Trabalho. Esta Norma Regulamentadora adota a premissa de garantir a redução dos riscos ocupacionais bem como a promoção e a preservação da saúde dos seus empregados por meio da execução de diversas normas que envolvem saúde, higiene e segurança do trabalho.

Anderson Leal, analista de rotinas trabalhistas da RH NOSSA, conta que realizar o exame médico periódico no trabalho é fundamental para trabalhadores para a prevenção de doenças e tem como objetivo orientar o trabalhador contra possíveis danos laborais: "É através deste exame periódico que se identifica possíveis doenças. Em caso de incapacidade, o trabalhador receberá por parte da empresa todas as orientações e os encaminhamentos necessários".

Leal explica que os exames podem ser semestrais ou anuais, conforme for especificado pelo médico do trabalho dentro do PCMCO dependendo muito da função exercida. "O PCMCO deve fazer parte do conjunto de iniciativas que preservam a saúde dos trabalhadores nas empresas. Somente com esta Norma Regulamentadora é possível agir na antecipação de doenças, sejam as relacionadas com o trabalho ou com as da vida doméstica. É vantagem tanto para o trabalhador quanto para o empregador, que protege o seu negócio" completa o especialista.

São condições essenciais para o PCMSO: conhecimento das atividades desenvolvidas na empresa; familiarização com as patologias ocupacionais e suas causas; conhecimento das condições de trabalho; especificar quais são os respectivos riscos ocupacionais.




Imagem:
Flickr



Márcio Cabral de Moura


Intercâmbio: experiência internacional potencializa o currículo, aponta especialista


Mercado brasileiro de educação estrangeira cresceu 23% em 2017 e alcançou a marca inédita de 302 mil estudantes


A globalização abriu portas profissionais que antes pareciam ser inalcançáveis. É crescente o número de brasileiros que tem a oportunidade de fazer um intercâmbio no exterior. A ascensão do mercado de educação estrangeira é apresentada em números. Em uma marca inédita, mais de 302 mil estudantes brasileiros já viveram uma experiência no exterior, de acordo com pesquisa divulgada no último ano pela Selo Belta, da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta).

A expectativa é que o setor continue em crescimento. O especialista em educação Márcio Dornellas enfatiza que o intercâmbio pode trazer resultados permanentes para o estudante e refletir no mercado de trabalho. "Ter esta experiência fora do país, saindo da zona de conforto, pode se tornar um benefício a longo prazo. Muitas empresas dão preferência aos candidatos que tiveram esta oportunidade. Não somente pela habilidade subentendida com outro idioma, mas pelo contato com outras culturas e o desenvolvimento da autoconfiança", associa o educador que tem mais de duas décadas de experiência.

O levantamento mostrou ainda que o investimento para um curso no exterior aumentou 12%, atingindo a média de USD 9.989. Os cursos de idiomas ainda são os mais procurados, principalmente o inglês, mas o que surpreendeu é que a procura por mestrado e doutorado surgiram entre os dez mais requisitados, mesmo com a queda de investimento público. 

De acordo com Dornellas, ser fluente em outro idioma ainda é visto como um diferencial no currículo, por isso vale a pena investir. Em um ranking de 70 países, organizado pela EF Education First, empresa de educação internacional especializada em intercâmbio, o Brasil ocupa a 41ª colocação em nível de inglês. 

"O domínio de outra língua é requisito fundamental para alguns postos de trabalho. Quem tem este diferencial pode conquistar cargos altos e em renomadas empresas. As organizações projetam neste perfil várias possibilidades de interação e negócios, principalmente com outros países", ressalta.

Uma pesquisa do site de empregos Catho revelou que a diferença salarial entre um profissional com e sem domínio do idioma pode chegar a 70%. Quando o assunto é o espanhol, chega a 40%.


INTERNACIONALIZAÇÃO DE CARREIRAS 

Trabalhar no exterior também é um desejo do brasileiro. Estados Unidos, Canadá e Portugal são os destinos mais desejados. Para o jornalista brasileiro, Rodrigo Lins, que ganhou o sonhado 'Green Card', a internacionalização de carreiras é uma forma de 'entrar pela porta da frente' nos Estados Unidos com reconhecimento do mérito intelectual do profissional. Os vistos Eb-1 A, Eb-2 e O garantem possibilidades imigratórias para profissionais brasileiros que queiram levar suas carreiras para os Estados Unidos como especialistas em diferentes áreas.

O jornalista brasileiro escreveu um livro para contar sua experiência e consolidar uma espécie de 'manual de internacionalização de carreiras profissionais para os EUA'. O livro explica desde os principais tipos de visto imigrantes e não imigrantes, até metodologias para aplicação e tramitação do processo.


Se você deseja internacionalizar sua carreira, atenção aos tópicos a seguir:

- Especialize-se o máximo que puder em sua área de atuação, seu currículo é seu cartão de visita. Seus diferenciais intelectuais poderão ser determinantes para sua estadia profissional em outro país;

- Domine outros idiomas. Esta exigência é quase obrigatória. Alguns profissionais estão indo muito além do inglês e espanhol, e procurando dominar novos idiomas, como o mandarim, por exemplo;

- Antes de escolher para qual país deseja migrar sua carreira, informe-se sobre o mercado e a oferta de vagas em sua área;

- Tenha apoio profissional. Cada país possui sua política imigratória e para que você se adeque a todas as condições legais, o apoio jurídico é fundamental;

- Por fim, mas não menos importante, o psicológico também precisa de preparo. Mudar de país, se afastar dos ciclos sociais, viver uma em uma imersão cultural diferente da sua, além de fatores externos como adaptação a um novo clima, devem ser considerados.






Márcio Dornellas - formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) em licenciatura matemática. Acumula experiência de mais de duas décadas na área educacional. Desenvolveu projetos, lecionou aulas, dirigiu e coordenou instituições. Atuou no desenvolvimento de iniciativas pioneiras que unem tecnologia e educação. 




Rodrigo Lins - jornalista, CEO da empresa Multinacional Onevox Creative Solutions, mestre em comunicação e escritor. Teve a carreira profissional considerada extraordinária pelo Governo americano e reside nos Estados Unidos. Está no Brasil para lançamento do seu livro: "Internacionalize-se com parâmetros para trabalhar legalmente nos EUA".




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