Em se tratando de pontos em
que se deve ter máxima atenção e cuidado, a área de finanças das empresas
talvez seja aquela que mais se destaca. Isso porque ela dita tudo o que se
pode, ou mesmo deve ou não, ser feito.
O problema é que muitas vezes
o dinheiro da empresa está “escoando pelo ralo” sem que o empresário entenda o
tamanho deste ralo ou onde ele está. A empresa quer investir, mas as contas não
fecham. Os cálculos, quando existentes, mostram tempos difíceis em um mês e
tranquilos em outro, mesmo sem grandes mudanças.
Nesse momento o administrador
busca entender o que está errado, e por vezes acha, mas o problema volta a se
repetir, e ele não entende porque sempre incorre nesse tipo de situação. Isso
porque falta a ele implementar rotinas de medição, análise e melhoria.
Muitas vezes conversei com
empresários que estavam com sérios problemas por conta da ausência de uma única
ação: medir a Margem de Contribuição da empresa. Ela nada mais é do que o
resultado da Receita menos os Custos Variáveis da empresa.
Ocorre que a grande maioria
dos empresários acredita que sabe a diferença entre Custo Variável e Custo
Fixo, mas na prática seus relatórios mostram que não, pois 100% das empresas
que já assessorei tinham estes custos classificados de forma errada, ou sem software
ou em planilha. O conceito é simples, porém há mais confusão que acerto.
Obtendo o Custo Variável e
calculando a Margem de Contribuição é possível saber o Ponto de Equilíbrio do
negócio. Uma coisa leva a outra, e para entender isso não basta ver o que você
compra todo mês e o que compra só em alguns meses. Custos fixos podem não ser
mensais, mas serem fixos.
Com os custos e as margens se
calcula o Ponto de Equilíbrio. Ele é o ponto onde a receita encontra a despesa
no zero e todo valor acima dele é lucro. Sem saber esse Ponto, não é possível
saber o quanto se investe em vendas, se é preciso mudar abordagens ou se a
empresa está perdendo dinheiro com custos dispensáveis. Infelizmente, se a
classificação dos custos estiver errada o ponto de equilíbrio também estará e
toda gestão de vendas também.
Sem estes parâmetros medidos e
analisados a empresa não tem como saber onde colocará seu foco, ou se o fizer,
terá, muito provavelmente problemas de caixa. E caixa é o que na maioria das
vezes destrói uma empresa.
Os conceitos são simples, mas
precisam de atenção e análises periódicas. Também de disciplina e de processos
bem estabelecidos e práticos. Falhar aqui não é uma alternativa, pois podem
custar caro. O empresário precisa estar consciente em buscar ajuda, se for
necessário, pois ninguém nasceu sabendo. Se não há resultados, então é preciso
olhar para fora.
Marcos
Guglielmi - empresário e sócio fundador
da ActionCOACH São Paulo.