Pesquisar no Blog

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Tiques transitórios podem afetar até 20% das crianças em idade escolar



Pigarrear, balançar a perna, piscar ou emitir sons fora do contexto. Estes são alguns exemplos do Transtorno do Tique, caracterizado por movimentos involuntários, súbitos, rápidos, recorrentes, não rítmicos e esterotipados, que também podem aparecer na forma de vocalizações.

Os tiques são muito comuns na infância e na adolescência. Estima-se que os tiques transitórios afetam de 11 a 20% das crianças em idade escolar.  Além disso, os tiques são três a quatro vezes mais comuns nos meninos que nas meninas.

A boa notícia é que na maior parte dos casos, os tiques desaparecem na fase adulta. Entretanto, segundo a neuropediatra, Dra. Andrea Weinmann, do Centro Neurológico Weinmann, as crianças afetadas pelo Transtorno do Tique podem sofrer prejuízos acadêmicos, assim como passar por situações de constrangimento na escola ou com os amigos. Por isso, é importante abordar o assunto para derrubar alguns mitos”.
 

Classificação
 
As três principais formas de Tique, segundo o DSM-V são: Transtorno de Tique Provisório que consiste em tiques motores, vocais ou mistos que duram menos de um ano; o Transtorno de Tique Persistente que consiste na presença de tiques motores ou vocais (que não podem acontecer ao mesmo tempo) e que duram mais de um ano. E, finalmente, a Síndrome de Tourette ou Transtorno de Tourette que se caracteriza por múltiplos tiques motores e pelo menos um tique vocal com duração maior de um ano, sendo esta a forma mais grave de todas.


Premonição e alívio
 
Os movimentos relacionados ao Transtorno do Tique podem ocorrer de forma contínua ou em acessos. “Geralmente, os pacientes relatam uma sensação desconfortável antes do tique surgir, chamada de sensação premonitória. Além disso, após realizar o movimento ou som, é relatada a sensação de alívio. Vale lembrar que durante o sono ou atividades que exijam concentração, é comum que os tiques não aconteçam. Porém, em situações de estresse, cansaço, ansiedade ou excitação eles podem piorar”, explica Dra. Andrea.  


Tiques motores e vocais
 
Os tiques motores podem envolver apenas um músculo, um grupo muscular inteiro ou vários músculos ao mesmo tempo. Por isso, são classificados em simples e complexos.

“Nos simples temos o pestanejo (piscar os olhos), movimentar o nariz ou fazer caretas. Já nos complexos são exemplos girar os membros (braços e pernas), bater repetidamente com o pé no chão, bater os dedos na mesa, dar de ombros, entre outros. Nos casos mais graves, temos a copropraxia, que é realização de movimentos súbitos com carácter obsceno”, diz Dra. Andrea. 

Os tiques vocais ou fônicos podem ter ou não significado linguístico. Por isso, também são classificados como simples ou complexos. Fungar, pigarrear, repetir sons, palavras ou frases (ecolalia), repetir o último som ou palavra dita (palilália) e, por último, a coprolalia (repetir palavras de carácter obsceno ou não aceitas socialmente).


Relação dos Tiques com TDAH e TOC
 
O Transtorno do Tique costuma surgir, em média, aos sete anos de idade. “Há crianças que desenvolvem mais precocemente e outras mais tardiamente. Mas, como critério para o diagnóstico é preciso que o tique tenha se desenvolvido antes dos 18 anos de idade e não esteja relacionado a nenhuma outra patologia”, comenta a neuropediatra.

Outro ponto importante é que a associação do Transtorno de Tique com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e com dificuldades de aprendizagem é frequente. Estima-se que 10% das crianças com TDAH apresentam tiques e 50% das crianças e adolescentes com Síndrome de Tourette também apresentam TDAH.
 

Como o Tique é tratado?
 
O diagnóstico é clínico. O médico pode solicitar alguns exames apenas para descartar outras patologias. “Em relação ao tratamento, há medicamentos que podem ser prescritos quando os tiques interferem muito no dia a dia. Em outros casos, quando há outras patologias associadas, também pode ser feita terapia medicamentosa, mas cada caso é avaliado individualmente”, afirma Dra. Andrea.

Como o estresse é um importante fator desencadeante dos tiques, é importante contar com apoio de um psiquiatra e de um psicólogo também, além de estimular atividades que induzam ao relaxamento.


O Tique tem cura?
 
"A história do Tique nos mostra que melhoras e pioras fazem parte do quadro, independente do tipo de tratamento feito. Na maioria dos casos há melhora durante a adolescência e fase adulta. Entretanto, em cerca de 30% dos pacientes o quadro persiste durante a vida toda", finaliza a neurologista infantil.






Como uma criança se transforma em atleta profissional



Apesar de ser minoria o universo de atletas pagos com salários astronômicos, são muitos os pais que idealizam o sucesso de seus filhos no esporte. Para esses, é preciso saber, contudo, que o caminho de transformação de uma criança em atleta profissional é longo, árduo e exige intensa dedicação desde os primeiros anos de vida.

São vários os fatores que influenciam a transformação de uma pessoa em atleta profissional. Entre eles, está a questão de treinamento e especialização, que, para um possível sucesso, devem começar logo cedo, nos primeiros anos de vida, de forma a obter total domínio do conjunto de habilidades e soluções motoras demandadas pela modalidade esportiva escolhida.

O que, então, pais que imaginam um dia fazer de seus filhos atletas precisam saber?

Independentemente da modalidade esportiva, o contato com a mesma deve acontecer desde muito jovem. Grande parte dos profissionais bem sucedidos no esporte tiveram contato com ele logo aos três, quatro anos de vida e, desde essa idade, treinaram e se especializaram. Nesse sentido, é necessário destacar que essa tarefa exige dedicação altíssima, e que é dada de um jeito completamente diferente de como o esporte ou atividade física é promovido para as crianças como um todo, voltado para a saúde.

Para a saúde, inclusive, fazemos com que a criança experimente, vivencie diversas modalidades sem grandes preocupações técnicas, isso desde os primeiros anos de vida até aproximadamente os dez anos de idade. E aí sim, ela terá condições de escolher a atividade que mais se sente atraída para dar sequência como prática regular para ganhos e manutenção de saúde.

Porém, quando se trata da criação de um atleta, a história é bem diferente. É um outro tipo de vivência e de treinamento no esporte e que, obviamente, não é o ideal em termos de saúde. No esporte ocorre a especialização, que alguns estudiosos da saúde qualificam como precoce, ao se pensar na qualidade de vida e no melhor cenário de desenvolvimento físico ou mesmo social. Essa especialização envolve o treinamento no qual ao invés de oferecer todo o leque de habilidades para a criança, as especializamos, e isso precisa acontecer logo nesses anos iniciais de vida, fazendo ela treinar, aprender e evoluir as técnicas envolvidas naquela atividade esportiva de forma muito mais séria, longe de fazer parte de uma atividade lúdica ou de uma simples brincadeira.

O início de treinamento precoce não é sem motivo. Estudos mostram que para o aprendizado e desenvolvimento de cada habilidade acontecer, independentemente do esporte, é preciso que seja repetida pelo menos por dez mil vezes. Ou seja, no futebol, por exemplo, para se aprender cada comando como chutar uma bola parada, chutar uma bola nos mais diversos movimentos e dos mais diferentes jeitos, é preciso realizar esse grande volume de repetições em cada uma dessas situações. Ou seja, para se tornar um grande esportista, capaz de figurar entre os vencedores da profissão que receberão bons salários, é necessário muito tempo, treino e sacrifícios, que acabam tirando a criança do melhor ambiente de desenvolvimento saudável em todos os aspectos.

Dessa forma, com todo esse tempo dedicado ao desenvolvimento motor desde os primeiros anos de vida, ao alcançar seus vinte anos e o auge de sua capacidade e rendimento físico, o jovem já terá muito controle das habilidades treinadas exaustivamente e poderá se diferenciar e despontar como atleta profissional.

Agora, aos pais interessados em transformar seus filhos em atleta cabe um importante alerta: inserir uma criança no esporte para competição demanda que ela abdique diversos aspectos da vida, como o lado social, o lúdico, a alimentação menos radical, tudo para especializá-la e treiná-la para o desenvolvimento técnico de habilidades e de formação física necessárias para o esporte.

Esse empenho todo, vale dizer, não se traduz numa vida saudável. Ao contrário. 
Significa abrir mão de várias etapas da infância e da vida, e incluir as dores e o estresse físico e mental como algo a se conviver. É muito mais que a atividade em si. É a formação e preparação de um trabalhador profissional no esporte.

Se ainda com esses obstáculos, haja interesse dos pais em transformá-la em atleta profissional, para que ela aconteça com menor estresse possível, é fundamental ainda outros dois aspectos: que a criança seja apaixonada pela modalidade que pratica; e que tenha a genética perfeita para a determinada modalidade. Nesse quesito, não há o que se fazer. É nato. Já com relação ao amor pelo que se faz, esse deve ser a grande mola propulsora, principalmente para que a criança tenha dedicação fora do comum ao esporte. Sem ele, nada terá efeito ou resultado esperado.






Cristiano Parente - professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness. É CEO da Koatch Academia e do World Top Trainers Certification, primeira certificação mundial para a atividade de educador físico.





Problemas de visão dobram entre crianças



Falta de óculos e aumento da miopia são as principais causas.
Aprenda checar como seu filho enxerga para garantir o aprendizado


Dados epidemiológicos do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) mostram que nos últimos dez anos o número de crianças que precisa usar óculos de grau passou de 10%¨para 20%. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier e membro do CBO, um mutirão realizado pelo hospital no ano passado mostra que a miopia, dificuldade de enxergar à distância é hoje o vício de refração mais frequente na infância. Só para ter ideia, dos 583 participantes que precisavam usar óculos, mais de 4 em cada 10, 44%, eram míopes. “Há dez anos, a hipermetropia, dificuldade de enxergar próximo, era o problema de visão mais encontrado nas crianças”, observa. Para ele o que tem impulsionado o crescimento da miopia é o esforço para enxergar de perto imposto pelo uso precoce da tecnologia. “O olho da criança está em desenvolvimento até os 8 anos e os músculos ciliares que movimentam nosso cristalino para frente e para trás se acomodam”, explica. É por isso, pondera, que diversos estudos internacionais incentivam as atividades ao ar livre para conter a miopia.


Falta de óculos pode cegar

Queiroz Neto afirma que vício refrativo não é doença. Por isso a miopia, hipermetropia e astigmatismo não têm cura.  Ainda assim precisam ser corrigidos. A falta de lentes corretivas, salienta, pode levar ao estrabismo ou olho torto, devido ao excesso de esforço para enxergar. Até 8 anos também pode causar ambliopia ou olho preguiçoso, porque o cérebro faz a criança usar só o olho melhor o  que leva à perda da visão no outro. 

Como se não bastasse, relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) baseado no Global Vision Databases, banco de dados que analisou a saúde visual de 188 países, revela que a falta de óculos responde por 53% da deficiência visual no mundo contra 25% da catarata não operada, maior causa de cegueira evitável entre adultos.

Queiroz Neto conta que o relatório também mostra que os vícios de refração respondem por 63% dos problemas de visão em crianças. Na opinião dele os óculos deverima fazer patê do uniforme. Isso porque, a visão compromete o aprendizado e  57% das crianças com problemas visuais são desatentas e agitadas.


Identificando problemas na visão

As dicas do especialista para pais e professores de crianças com até 2 anos são observar se  tem falta de interesse pelo ambiente e pessoas, olhos vermelhos, secreção ou lacrimejamento constante, pupila muito grande, com reflexo, cor acinzentada ou opaca.

Nas crianças a partir de 3 anos os sinais de problemas na visão são:  tombamento da cabeça para um dos lados, dor frequente de cabeça ou no globo ocular , olhos desviados para o nariz ou para fora, esfregar os olhos após esforço visual e fechar um dos olhos em locais ensolarados. 

Em crianças alfabetizadas os problemas visuais fazem com que  aproximem ou afastam muito o rosto da TV, livros ou caderno.

Uma primeira avaliação pode ser feita em casa através de um teste de visão autoexplicativo, disponível no site www.penidoburnier.com.br
Este teste não substitui a consulta médica. Por isso, se a criança tiver dificuldade antes da linha 8 da tabela a recomendação é consultar um oftalmologista.





Posts mais acessados