Falta de óculos e aumento da miopia são as
principais causas.
Aprenda checar como seu filho enxerga para
garantir o aprendizado
Dados
epidemiológicos do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) mostram que nos
últimos dez anos o número de crianças que precisa usar óculos de grau passou de
10%¨para 20%. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente
do Instituto Penido Burnier e membro do CBO, um mutirão realizado pelo hospital
no ano passado mostra que a miopia, dificuldade de enxergar à distância é hoje
o vício de refração mais frequente na infância. Só para ter ideia, dos 583
participantes que precisavam usar óculos, mais de 4 em cada 10, 44%, eram
míopes. “Há dez anos, a hipermetropia, dificuldade de enxergar próximo, era o
problema de visão mais encontrado nas crianças”, observa. Para ele o que tem
impulsionado o crescimento da miopia é o esforço para enxergar de perto imposto
pelo uso precoce da tecnologia. “O olho da criança está em desenvolvimento até
os 8 anos e os músculos ciliares que movimentam nosso cristalino para frente e
para trás se acomodam”, explica. É por isso, pondera, que diversos estudos
internacionais incentivam as atividades ao ar livre para conter a miopia.
Falta de óculos pode cegar
Queiroz
Neto afirma que vício refrativo não é doença. Por isso a miopia, hipermetropia
e astigmatismo não têm cura. Ainda assim
precisam ser corrigidos. A falta de lentes corretivas, salienta, pode levar ao estrabismo ou olho torto, devido ao excesso de
esforço para enxergar. Até 8 anos também pode causar ambliopia ou olho
preguiçoso, porque o cérebro faz a criança usar só o olho melhor o que leva à perda da visão no outro.
Como
se não bastasse, relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) baseado no
Global Vision Databases, banco de dados que analisou a saúde visual de 188
países, revela que a falta de óculos responde por 53% da deficiência visual no
mundo contra 25% da catarata não operada, maior causa de cegueira evitável
entre adultos.
Queiroz
Neto conta que o relatório também mostra que os vícios de refração respondem
por 63% dos problemas de visão em crianças. Na opinião dele os óculos deverima
fazer patê do uniforme. Isso porque, a visão compromete o aprendizado e 57% das crianças com problemas
visuais são desatentas e agitadas.
Identificando problemas na visão
As
dicas do especialista para pais e professores de crianças com até 2 anos são
observar se tem falta de
interesse pelo ambiente e pessoas, olhos vermelhos, secreção ou lacrimejamento
constante, pupila muito grande, com reflexo, cor acinzentada ou opaca.
Nas crianças a partir de 3 anos os
sinais de problemas na visão são:
tombamento da cabeça para um dos lados, dor frequente de cabeça ou no
globo ocular , olhos desviados para o nariz ou para fora, esfregar os olhos
após esforço visual e fechar um dos olhos em locais ensolarados.
Em crianças alfabetizadas os
problemas visuais fazem com que
aproximem ou afastam muito o rosto da TV, livros ou caderno.
Uma primeira avaliação pode ser
feita em casa através de um teste de visão autoexplicativo, disponível no site www.penidoburnier.com.br
Este teste não substitui a consulta
médica. Por isso, se a criança tiver dificuldade antes da linha 8 da tabela a
recomendação é consultar um oftalmologista.
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