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quarta-feira, 14 de julho de 2021

A ampliação do teste do pezinho e os tratamentos não contemplados no SUS

Em 2021, foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o projeto de lei que amplia o número de doenças detectadas pelo teste do pezinho no SUS. O exame que é feito por meio da coleta de gotas de sangue dos pés de recém-nascidos e pode identificar mais de 50 doenças raras, as quais afetam o desenvolvimento neurológico, físico e motor. No Brasil, estima-se que 13 milhões de pessoas tenham alguma doença rara, sendo 75% delas crianças, por isso, identificar precocemente e utilizar os tratamentos adequados desde o início é essencial para se manter a qualidade de vida dos pequenos.

A ampliação da cobertura do teste do pezinho poderá ajudar diversas crianças no tratamento e controle de doenças, porém, o SUS neste momento, não apresenta terapia disponível para todas as enfermidades contempladas e, para as que há, as terapias são obsoletas e não mais praticadas no mundo todo. Um exemplo disso é a fenilcetonúria, também conhecida como PKU, caracterizada por ausência ou falha da enzima responsável pelo processamento do aminoácido fenilalanina. Com isso, ocorre o acúmulo dessa substância, que é tóxica ao sistema nervoso e pode causar lesões permanentes, tais como deficiência intelectual, sintomas comportamentais ou convulsões. Pacientes com fenilcetonúria necessitam de significativa restrição dietética, devendo evitar o consumo de leite e derivados, carnes, peixes, ovos, aves e grãos com elevado teor proteico, dieta que nem sempre é fácil de se seguir tanto pela aderência como pelo valor de compra dos alimentos. Embora a fenilcetonúria esteja contemplada no teste do pezinho há mais de vinte anos, o tratamento utilizado no Brasil é o mesmo de três décadas atrás.

Recentemente, a CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) analisou o pedido de expansão de utilização do dicloridrato de sapropterina para pacientes com fenilcetonúiria acima de 5 anos. Esta medicação, ajuda no controle da doença em aproximadamente 30%, quando bem indicada, e evita comprometimento das funções executivas que vem sendo observado mesmo nos pacientes tratados com a única terapia existente no Brasil, a restrição dietética. Tem sido observado que o uso da medicação pode também regredir o déficit de atenção, muito comum na população fenilcetonúrica, como estabilizar as alterações de humor e reduzir os quadros de depressão altamente incidente nesses pacientes, além de facilitar a restrição dietética, tendo grande impacto na qualidade de vida. Este tratamento já foi disponibilizado em 2018 no SUS; porém, exclusivamente para mulheres grávidas ou em período periconcepcional. Essa submissão da sapropterina para o tratamento da PKU na CONITEC teve parecer negativo para a incorporação no Sistema Único de Saúde, sendo esse resultado contraintuitivo, pois quando se descobre uma doença, o tratamento é o primeiro passo a se pensar, sendo incoerente disponibilizar um diagnóstico sem um recurso terapêutico eficiente.

A diretora da Associação Mães Metabólicas, Simone Arede, explica que o tratamento para fenilcetonúria embora recentemente submetido à CONITEC para revisão, não o atualizou no âmbito do SUS, rechaçando terapias mais modernas e eficazes para o controle da doença, como por exemplo, o uso do dicloridrato da sapropterina para pacientes responsivos à medicação, independentemente da idade, sexo ou outra condição.

Além disso, ela adverte sobre a falta do kit diagnóstico no teste do pezinho, pois em alguns estados do Brasil, os resultados dos exames estão sendo liberados muito além dos 30 dias de vida, período no qual já pode haver dano neurológico no bebê. Ela afirma ainda que a justificativa para não ter sido aprovada a incorporação do medicamento para os pacientes foi a falta de estudos e o seu custo elevado, porém, em se tratando de enfermidade rara, de forma geral, os estudos da literatura compreendem população pequena de pacientes, sendo impossível de se ter uma grande quantidade de evidências científicas como em outras doenças crônicas, tais como câncer ou diabetes que acometem grande parte da população.

Destaca ainda, que é um verdadeiro contrassenso o reconhecimento da eficácia do fármaco ao feto da gestante com fenilcetonúria, onde os estudos são mais escassos e o não reconhecimento das evidências nos demais pacientes que respondem ao dicloridrato de sapropterina. Simone conclui que, na verdade, a não incorporação do remédio não passa de uma opção política discriminatória e injusta com os demais afetados pela enfermidade, os quais para terem direito a terapia se vêm obrigados a recorrer ao sistema de justiça, o que impacta negativamente não só a vida da pessoa com fenilcetonúria e seus familiares como onera os cofres públicos com compras emergenciais e com custos às vezes estratosféricos, ao passo que com a incorporação o processo de compra passaria necessariamente pelo menor preço, como determina a lei de licitações.

A Covid-19 prejudicou ainda mais o seguimento dos pacientes com fenilcetonúria, conta Simone, pois com essa doença, as pessoas necessitam fazer exercícios físicos para diminuir a taxa da proteína circulante no sangue. Além do mais, o isolamento social corrobora com a falta de agendamento dos exames e consultas, além de comprometer a distribuição da fórmula metabólica fundamental para suprir as necessidades proteicas dos pacientes, que não podem consumir proteína natural.

Para Maitê Moreira, mãe da pequena Catarina, de 4 anos e portadora da fenilcetonúria, a utilização da medicação sapropterina, adquirida através de processo judicial, foi um divisor de águas e mudou totalmente a qualidade de vida da sua filha. Antes da medicação, toda alimentação era sempre minuciosamente calculada, principalmente para ela não se sentir diferente ou excluída socialmente. Maitê recebia o cardápio da escola e tentava fazer o uso de alimentos parecidos com os dos amigos, apesar do esforço, tinha momentos que não sabia o que seria oferecido, já que uma característica marcante da dieta desses pacientes é a monotonia. Quando Maitê conseguiu a medicação, a qualidade de vida da Catarina mudou totalmente. A tolerância à proteína de sua filha dobrou em 6 meses do uso da medicação, ela conseguiu introduzir farinha de trigo, ovos, leite, macarrão e pão e, principalmente, ainda mantendo o bom controle da fenilcetonúria, o que é importante para se evitar o dano neurológico ou manifestações psiquiátricas ao longo da vida. Todavia, Catarina é uma exceção, pois a maioria dos pacientes não consegue o acesso à esta medicação e nem mesmo a alimentação hipoproteica, a qual consiste em alimentos médicos específicos sem proteína, que são muito caros e precisam ser importados, pois não existe fabricação no Brasil.

Outro ponto que Simone nos informa que corroborou para a não aprovação da incorporação do medicamento para fenilcetonúria no SUS foi o seu preço elevado. Contudo, conversamos com a Dra. Tania Bachega, Presidente da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), que trabalha com o diagnóstico precoce de doenças endocrinológicas que resultam em graves complicações, nas quais, em fases iniciais, os sinais e sintomas não são francamente perceptíveis ao se examinar o bebê nos primeiros dias de vida. Ela nos cita o caso da Hiperplasia Adrenal Congênita, incorporada no Programa Nacional de Triagem Neonatal em 2012. Esta doença é caracterizada pela produção deficiente de hormônios essenciais à vida, o cortisol e a aldosterona. Bebês afetados com a forma mais grave apresentaram desidratação no primeiro mês de vida e aproximadamente 20 a 25% destes evoluirão para o óbito nas primeiras semanas de vida. Embora possa causar risco de vida, a maioria das pessoas com essa enfermidade pode levar uma vida normal com a utilização da medicação adequada. O tratamento necessário não é caro, porém, a hidrocortisona por ter baixo custo não é atrativa para a indústria produzir no Brasil. Por isso, os pacientes são obrigados a usarem medicamentos similares, que em longo prazo pode causar reações adversas. A Deficiência da Biotinidase é outra doença que foi inserida no Programa Nacional de Triagem Neonatal em 2012, que sem tratamento, pode evoluir para deficiência intelectual, convulsões, surdez, alterações neurológicas, dentre outras complicações. O tratamento desta doença é efetivo na prevenção das complicações e envolve a reposição de biotina, que também tem baixo custo; porém, até hoje a biotina não está sendo distribuída para todos os pacientes do SUS em todo o Brasil.

Dra. Tânia explica que o custo da inserção de uma medicação no SUS não deve ser avaliado de forma isolada, mas sim em conjunto ao custo do tratamento de complicações em pacientes sem o uso da medicação, o que frequentemente é ainda mais elevado, mesmo sem se avaliar o impacto na qualidade de vida dos pacientes, cujo valor é imensurável.

Em conversa com Denise, mãe do Gustavo de 9 anos e portador de Hiperplasia Adrenal Congênita, ela conta que manipula o acetato de cortisona, que é um medicamento que tem ação similar ao hormônio deficiente cortisol, mas que se ele tivesse remédio correto para a doença evitaria muitas preocupações futuras com a saúde. Ainda nos conta que alguns pacientes com melhor condição social e financeira importam do Uruguai, Argentina e Estados Unidos. Porém, na pandemia a exportação ficou suspensa e esses pacientes também precisaram recorrer a manipulação dos medicamentos.

Mesmo sem a medicação correta, Denise conta que o remédio similar proporcionou a vida para o filho dela, porque após o diagnóstico e a administração correta, ele ganhou peso, saiu do quadro de desidratação extrema com choque e teve reestabelecido seu desenvolvimento neuropsicomotor, o que permite ter a mesma qualidade de vida das crianças sem a doença. Com o teste do pezinho ampliado, diagnóstico precoce e garantido o uso das medicações corretas no tempo certo, não teremos história trágicas de bebês que perdem a vida por falta de tratamento adequado.


Adiamento de consultas oftalmológicas pode causar danos irreversíveis na visão

Pesquisa britânica mostra que 1 em cada 5 pessoas deixou de cuidar da saúde ocular durante a pandemia


Desde o início da pandemia, o comportamento da população em relação aos cuidados com a saúde mudou. Muitas pessoas adiaram consultas e tratamentos, principalmente, por medo de se contaminar. Outro motivo é que muitos procedimentos cirúrgicos eletivos foram cancelados durantes os lockdowns.  
 
Entretanto, esse adiamento de exames e consultas pode ser potencialmente grave para a saúde. Em relação às doenças oftalmológicas, por exemplo, postergar consultas ou tratamentos cirúrgicos, pode significar a perda definitiva da visão.
 
Segundo a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, especialista em glaucoma, a saúde ocular não deve ser negligenciada, especialmente quando já existe um diagnóstico como o do glaucoma.  
 
“O glaucoma é uma doença potencialmente grave e silenciosa, que pode levar à cegueira irreversível. O acompanhamento médico de um paciente com a doença deve ser frequente. Infelizmente, tivemos muitos casos de atrasos na rotina das consultas no último ano”.  
 
Uma pesquisa realizada pela
Fight for Sight, organização britânica dedicada à pesquisa oftalmológica, revelou que 1 em cada 5 pessoas no Reino Unido deixou de visitar um oftalmologista durante a pandemia. Além disso, o estudo mostrou que um terço dos adultos relatou deterioração da visão desde o início da pandemia.
 


Posso deixar de lado minha saúde ocular?


“Os cuidados com a visão são importantes desde cedo. Contudo, merecem mais atenção a partir dos 40 anos. A consulta de rotina nessa faixa etária é capaz de detectar, de forma precoce, condições que podem causar a perda da visão, como glaucoma, catarata, degeneração macular relaciona à idade (DMRI) e patologias da retina”.
 
Sem os devidos tratamentos para essas doenças, as consequências podem ser devastadoras. Isso porque são doenças crônicas, degenerativas e progressivas.

Ou seja, podem causar uma perda importante da visão. Apenas a catarata é reversível. O glaucoma, a DMRI e a retinopatia diabética, por exemplo, causam danos visuais irreversíveis.  


 
Quais condições oculares não podem esperar?

Embora uma consulta de rotina, quando não há nenhuma doença ocular pré-existente, possa ser adiada, é preciso ficar atento a sintomas oculares que demandam procurar um oftalmologista precocemente, ou até em um serviço de emergência, como:
 

  • Lesão ou trauma ocular
  • Dor aguda nos olhos
  • Sintomas de conjuntivite viral ou bacteriana
  • Mudança repentina no campo visual
  • Ardência e vermelhidão que não melhoram

 
Vale ressaltar que pacientes com diagnóstico de glaucoma, DMRI e retinopatia diabética, devem seguir, rigorosamente, suas rotinas de acompanhamento oftalmológico.


 
Telemedicina na oftalmologia
 
A telemedicina se tornou uma realidade desde o início da pandemia. Entretanto, nem todas as especialidades podem atender integralmente por telemedicina.
 
“Temos estudado uma forma de realizar os atendimentos de forma online. Para isso, é preciso que o paciente esteja conectado a um computador ou celular, com uma câmera de vídeo. Mas, nem todos dispõem desses equipamentos. Aliado a esse fato, o glaucoma costuma afetar, mais comumente, pessoas acima dos 50 ou 60 anos, muitas vezes menos adaptados à tecnologia”, cita Dra. Maria Beatriz.
 
“Nas consultas por telemedicina podemos avaliar exames de imagens, verificar se o paciente tem usado a medicação corretamente, se tem alguma dúvida em relação à horários e se apresenta algum efeito colateral relacionado aos medicamentos prescritos”, explica a oftalmologista”,


 
Autocontrole da pressão intraocular
 
O exame mais importante para prevenir o glaucoma, bem como para seu acompanhamento, é a medição da pressão intraocular (PIO). Embora existam equipamentos para o autocontrole dessa pressão, é uma tecnologia que ainda não chegou ao Brasil.
 
“Portanto, a PIO só pode ser aferida na consulta presencial. A detecção precoce e o tratamento do glaucoma não podem esperar”, reforça Dra. Maria Beatriz.


 
Consulta domiciliar

Uma outra forma de ajudar os pacientes é realizar a consulta médica domiciliar. Nesses casos, o oftalmologista leva um aparelho portátil para medir a pressão intraocular e examinar o fundo do olho.

“O desafio, aqui, é ampliar o acesso a esse tipo de serviço para mais pessoas”, comenta Dra. Maria Beatriz.


 
Boas perspectivas

Os profissionais da saúde foram os primeiros a serem vacinados no Brasil. Além disso, a população acima dos 50 anos também já recebeu, pelo menos, uma dose da vacina. Outro ponto positivo é que as cirurgias eletivas foram liberadas.
 
“Todos esses fatores são favoráveis à retomada das consultas presenciais de rotina, bem como dos tratamentos cirúrgicos para o glaucoma e outras doenças oftalmológicas mais graves.
 
“A recomendação é que a população retome a rotina de cuidados com a saúde em geral, inclusive a ocular”, finaliza Dra. Maria Beatriz.

 

5 dicas para aliviar os sintomas da rinite alérgica no inverno

É só o tempo esfriar que quem sofre com doenças respiratórias, como a rinite alérgica, percebe que as crises se intensificam. E isso não ocorre por acaso.


No inverno é comum passar mais tempo em ambientes fechados, o que deixa o organismo mais exposto ao contato de vários agentes alergênicos. Além disso, muitas vezes, existe uma diminuição considerável na umidade relativa do ar, aumentando os sintomas de alergia de uma maneira geral, explica a Dra. Brianna Nicoletti, médica alergista e imunologista pela USP.

Segundo a médica, crianças com alergias respiratórias, nesta época do ano, exatamente por piorarem da rinite, têm uma maior incidência de infecções de vias aéreas superiores (como as virais), e podem acarretar complicações como crises de asma. O mesmo acontece com os idosos.

"Os idosos com rinite alérgica persistente pioram principalmente pelo que chamamos de "hiperreatividade nasal" a fatores como mudanças bruscas de temperaturas, por exemplo. E assim como as crianças, também estão mais sujeitos nesta época do ano a infecções de vias aéreas superiores e até inferiores", acrescenta a Dra Brianna Nicoletti.

O que são alergias respiratórias e como acontecem?

De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), a rinite atinge 30% das pessoas. As principais alergias respiratórias são rinite e asma, seguida da conjuntivite alérgica.

A rinite é a inflamação crônica da mucosa de revestimento nasal, caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorreia, espirros, prurido e hiposmia.

"Os alérgenos inaláveis (mofo, poeira, ácaros, pelos de animais etc.) são uma das principais causas de desenvolvimento e agravamento destas doenças. Estas formas de alergia são hipersensibilidades que adquirimos por herança genética e questões ambientais, e as reações que provocam no nosso corpo são mediadas por uma imunoglobulina (anticorpo) chamada de IgE", explica a médica.

Para reduzir os sintomas da rinite alérgica nesta época do ano, a médica listou algumas dicas valiosas:

1 - Mantenha o organismo hidratado

O inverno costuma ser mais seco. Por isso, as pessoas com alergias respiratórias, como a rinite, devem aumentar o consumo de água e, também, usar soro fisiológico para hidratar o nariz.

2 - Limpe o ambiente, mas aposente a vassoura

Evitar o contato com ácaro e poeira é uma medida fundamental para reduzir as crises de rinite alérgica. Por isso, evite o uso de vassouras na hora da limpeza, pois elas ajudam a espalhar os fatores alergênicos na superfície. O ideal é usar panos úmidos e aspiradores de pó com filtro HEPA (Hight Efficiency Particulate Air).

3 - Use umidificadores com moderação

Para evitar a secura do clima, o uso de umidificadores é uma boa solução. Porém, quando em excesso, ele pode provocar o surgimento de mofos no ambiente. Para que isso não ocorra, recorra ao uso de bacias ou baldes com água nos cômodos.

4 - Lave as roupas de frio

Os casacos, blusas de lã e edredons passam a maior parte do ano guardados dentro de armários, por conta do nosso clima tropical. Porém, quando o frio chega, eles são os primeiros a serem usados. Para evitar contato com ácaros e poeira, fatores que podem desencadear a rinite alérgica, o ideal é lavar estas peças antes da chegada do inverno e guardá-las em sacos plásticos.

5 - Deixe o ar circular

Quando o tempo esfria, a tendência é fechar as janelas para aquecer o ambiente, certo? Embora a maioria das pessoas recorra a esta prática, o ideal é manter as janelas abertas, deixando o ar circular e diminuindo as crises de rinite alérgica. Faça isso pelo menos por um período do dia.

Prevenir ainda é a melhor maneira de tratar a rinite alérgica e outros tipos de alergias respiratórias. Mas ao sinal do aparecimento de sintomas, busque auxílio de um especialista.


8 coisas que o Médico de Família faz por você e talvez você não saiba

Pré-natal, tratamento distúrbios do sono e rastreio de câncer são algumas das atribuições dos especialistas que atuam com atenção primária à saúde

 

Tradicionalmente utilizada nos melhores sistemas de saúde mundo afora, mas ainda pouco valorizada no Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel fundamental na prevenção e promoção à saúde ao ter a equipe de saúde da família como figura central. Isso permite que o paciente seja avaliado de forma integral, sem a necessidade de ser acompanhado por demais especialistas. 

Adotar ações voltadas à APS não apenas reduz os gastos excessivos com consultas e exames, como garante um acompanhamento médico personalizado, permanente e favorece melhores desfechos clínicos. Na Amparo Saúde, healthtech pioneira em APS presencial e remota no Brasil, seus médicos acompanham os pacientes e resolvem, em média, 90% dos casos sem necessidade de encaminhamento para outro especialista. 

Mas o que de fato um médico de família pode fazer por você? Abaixo, estão algumas atribuições dos especialistas que atuam com atenção primária à saúde e que talvez você não conheça. 

 

  • Pré-Natal e acompanhamento do primeiro ano de vida do bebê 

Com a especialização em medicina de família, o profissional passa a ter propriedade para resolver cerca de 80% das demandas de ginecologia e obstetrícia, pré-natal e pediatria. “Na Amparo, fazemos orientação quanto ao planejamento familiar, acompanhamos o pré-natal e o primeiro ano da criança, colocamos DIU, rastreamos câncer de colo de útero e de mama. Quando nos deparamos com casos que necessitam de cuidados mais específicos, como endometriose, mioma uterino e doença pélvica inflamatória, encaminhamos para um especialista dar continuidade no caso, mas não deixamos de acompanhar também”, explica a Dra. Naiana Melo, Médica de Família da Amparo Saúde. 

 

  • Acompanhamento e controle de pacientes hipertensos 

A hipertensão é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que se tornaram ainda mais presentes no dia-a-dia devido ao sedentarismo e ao estresse causados pelo isolamento social. “Diversos outros fatores presentes na vida das pessoas, como má alimentação e tabagismo, colocam a saúde em risco e também podem levar a casos de AVC ou infarto. O médico de família, por conhecer todo o histórico do paciente e acompanhá-lo de perto, pode influenciar positivamente na decisão da mudança de rotina antes das complicações surgirem”, explica o Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Tabagismo 

O uso do tabaco continua sendo líder global entre as causas de mortes evitáveis, segundo inúmeras publicações recentes da Organização Mundial da Saúde - OMS. Dados da própria Organização mostram que, por ano, cerca de 6 milhões de adultos com idades a partir de 30 anos morrem no mundo em decorrência da exposição ao tabaco (fumantes e não fumantes). No Brasil, o tabagismo é responsável por cerca de 200 mil mortes por ano. “Se pensarmos na saúde, parar de fumar é muito importante. É necessário mudar hábitos e um médico de família, por acompanhar todo o seu histórico, consegue auxiliar o paciente nesse desafio”, explica Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Obesidade 

A causa da obesidade é o consumo calórico maior que o gasto calórico. Os fatores associados a esse desequilíbrio de energia incluem predisposição genética, dinâmicas comportamentais, distúrbios hormonais, influências culturais e circunstâncias ambientais. O Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde, diz que “a minoria dos indivíduos apresenta obesidade como resultado de uma doença ou síndrome endocrinológica, que pode variar de assintomática a uma apresentação complicada por múltiplas comorbidades clínicas. Além disso, a obesidade é um importante fator de risco cardiovascular, sendo essencial sua abordagem clínica com a finalidade de avaliação de riscos, prevenção e promoção de saúde.” 

 

  • Asma 

A asma é a principal causa de doença respiratória crônica no mundo. Estima-se que a asma seja responsável, no mundo, por cerca de 250.000 mortes por ano. No Brasil, apresenta uma alta taxa de mortalidade: cerca de 2 mil mortes anuais.

“A identificação correta e precoce de pacientes portadores de asma, bem como a implementação de tratamento adequado na atenção primária, pode reduzir muito a morbidade e mortalidade por asma no Brasil”, alerta o Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Prevenção e tratamento de Diabetes 

A Diabetes é uma doença crônica cada vez mais frequente na sociedade. O médico de família pode - e deve - cuidar do manejo da doença. “Quem tem Diabetes precisa de autocuidado diário para evitar complicações. E ter um médico de família e uma equipe de enfermagem que já conheçam todo o seu histórico de saúde, auxilia com um cuidado personalizado e oferece mais segurança no atendimento, pois há um vínculo maior entre paciente e profissional”, conta Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde. 

 

  • Distúrbios do Sono     

A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns, assim como apneia do sono, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas. O Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde, explica que “avaliar as causas e indicar o tratamento correto é uma das premissas da medicina de família.” 

 

  • Aliado na identificação e na prevenção de Câncer 

A atenção primária, via equipe de saúde de família, é o primeiro contato do paciente com o sistema de saúde. “Em suas consultas, essa equipe consegue orientar sobre ações preventivas, assim como identificar fatores de risco, como histórico familiar e atividades laborais de risco, de maneira a ajudar no diagnóstico precoce", finaliza o Dr. Moacyr Campos, Diretor Médico da Amparo Saúde.

 

 

Amparo Saúde


Clima seco e pandemia aumentam casos de olho seco

Julho Turquesa: Mês da Conscientização do Olho Seco, promovido pela Associação dos Portadores de Olho Seco - APOS, em parceria com Tear Film Ocular Surface Society - TFOS, e apoiado pela Alcon, líder global em cuidados com os olhos, faz alerta à população

 

Para conscientizar sobre o problema do Olho Seco, ou Síndrome do Olho Seco, ou ainda Doença do Olho Seco, a Associação dos Portadores de Olho Seco - APOS, em parceria com Tear Film Ocular Surface Society - TFOS com o apoio da Alcon, líder global em cuidados com os olhos, criam o Julho Turquesa: Mês da conscientização do Olho Seco para alertar a população. que atinge de 14 a 52% da população mundial e de 13 a 24% da população brasileira.

O problema é caracterizado pela diminuição da quantidade e/ou alteração da qualidade da lágrima, causando sintomas de ressecamento ocular, sensação de areia nos olhos, embaçamento visual, ardor e vermelhidão. No inverno, as características climáticas intensificam os sintomas, impactando no aumento dos casos da doença. E na pandemia, o uso incorreto das máscaras, também pode ser um agravante, junto com o uso excessivo dos dispositivos eletrônicos.

Segundo o Dr. José Alvaro Pereira Gomes, médico oftalmologista, Professor Adjunto Livre-docente do Depto. de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal de São Paulo, e diretor médico da Oftalmologia Pereira Gomes, teremos um inverno propício ao aumento dos casos de olho seco, uma vez que temos a reunião de diversos fatores de riscos juntos: um clima mais seco que o habitual, a exposição excessiva do uso das telas na pandemia e a própria máscara, que usada de forma inadequada, joga ar quente nos olhos, ajudando no ressecamento.

A meta do tratamento para os olhos secos é aliviar os sintomas, repor e/ou preservar a lágrima e manter a integridade da superfície ocular. "Tão importante quanto um diagnóstico correto é o tratamento adequado", comenta Dr. Gomes, lembrando que medidas simples como aumentar ingestão de água, piscar mais vezes ao longo do dia e adotar o uso de lágrimas artificiais, como o Systane® UL, que reduz o desconforto associado à doença, criando uma camada protetora na superfície ocular.

 

Seco e a COVID-19

Pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Magna Græcia (Catanzaro, Itália), feita com 107 pessoas, mostrou que 10,3% descreveram o aparecimento ou piora dos sintomas de desconforto ocular durante a pandemia da COVID-19 e 19,6% relataram a necessidade de uso diário de substituto lacrimal. A pontuação média do 57% dos pesquisados reportaram valores patológicos no Índice de Doença da Superfície Ocular.

Foi demonstrado que os sintomas oculares, incluindo olho seco, são relativamente comuns entre os pacientes com COVID-19 e podem aparecer antes do início da sintomatologia respiratória. E ainda que o uso incorreto da máscara facial, com encaixe incorreto, contribui para o vazamento de ar e ressecamento ocular.

Além disso, a pandemia também incentivou uma maior exposição dos indivíduos às telas de computadores, celulares, que em excesso podem determinar efeitos prejudiciais na superfície ocular.

 

O que causa o Olho Seco?

• Uso prolongado do computador: quando usamos o computador e outros recursos digitais como tablets e smartphones, diminuímos a frequência de piscadas, o que leva a evaporação do filme lacrimal podendo causar sintomas de Olho Seco.

• Idade e sexo: a síndrome do Olho Seco pode acometer qualquer idade, mas é mais prevalente nos indivíduos mais velhos, principalmente em mulheres.

• Lentes de contato: especialmente quando utilizadas incorretamente, pode alterar a lubrificação da córnea e causar intolerância ao seu uso.

• Ar-condicionado: locais com ar-condicionado proporcionam ambientes mais secos que levam a evaporação mais rápida das lágrimas.

• Outros fatores que estão associados ao Olho Seco: cigarro, medicações, como, por exemplo, antidepressivos, antialérgicos e anti-hipertensivos; algumas doenças sistêmicas como síndrome de Sjögren, alterações nas glândulas palpebrais, dentre outros.

 

Sintomas

• Os principais sintomas do Olho Seco são vermelhidão, queimação, coceira, ardência, irritação, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, desconforto e olhos cansados. A condição também pode provocar visão turva e embaçada.

 

Tratamento

• O tratamento depende primeiramente do reconhecimento do tipo e da gravidade do Olho Seco, o que deve ser feito pelo exame por um médico oftalmologista.

• Para aliviar esses sintomas recomenda-se que uso de lágrimas artificiais, como o Systane® UL, que ajuda a diminuir o desconforto associado à doença. Esses colírios atuam na reposição da lágrima natural, oferecendo melhora da lubrificação e proporcionando conforto imediato, protegendo, preservando e melhorando a superfície do olho. A higiene diária de pálpebras e cílios também é fundamental para evitar o acúmulo de sujeira.

• Adotar algumas medidas preventivas, como usar umidificadores de ar e aumentar a quantidade de ingestão de água ao longo do dia, principalmente nesta época mais seca, pode ajudar a evitar o Olho Seco e auxiliar no tratamento de quem já foi diagnosticado como o problema. Além de diminuir a exposição às telas, ou ao menos inserir intervalos para piscar mais vezes durante o uso.


 

Alcon

www.alcon.com


O caminho do cálcio na boca

Como esse mineral tão essencial para os ossos pode afetar a saúde dos dentes?


É sabido que uma dieta balanceada contribui para a saúde geral do corpo, pois é a forma mais concreta de oferecer ao organismo os nutrientes necessários para o seu perfeito funcionamento. Mas, ao falar em saúde bucal, logo se pensa nos alimentos que prejudicam os dentes, como os açúcares causadores de cárie, por exemplo, esquecendo-se daqueles que podem ajudar a manter o sorriso em dia.

Para o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), a alimentação é uma grande aliada no cuidado da saúde da boca e o principal agente observado nessa relação é o cálcio. O mineral encontrado em alimentos como leite, feijão e soja participa dos processos de formação, renovação e sustentação dos ossos e dentes, despertando a atenção dos cirurgiões-dentistas. 

“O cálcio é importante para a formação dos dentes, da gestação (momento em que se dá a estruturação da primeira dentição do bebê) até a adolescência, quando é concluída a dentição permanente. É ele que torna os dentes resistentes às agressões externas ao longo da vida, além de promover a renovação óssea e a sustentação da arcada”, explica a cirurgiã-dentista Denise Tibério, presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do CROSP.

As agressões citadas podem se dar de diferentes formas: por erosão, na ingestão de alimentos ácidos que levam ao desgaste e à desmineralização do esmalte presente nos dentes, podendo causar a cárie dentária; por atrição, quando há impacto físico ao roer unha ou ranger os dentes, por exemplo; ou por abrasão, quando a deterioração acontece por escovar os dentes com muita força ou por usar produtos com muitos abrasivos, como alguns cremes dentais. E já que 99% do cálcio do corpo está presente nos ossos e nos dentes, é ele quem garante a integridade desses elementos. 

Mas, o alerta que se acende é sobre o consumo do cálcio. Segundo o Ministério da Saúde, recomenda-se que adultos façam a ingestão de até 1.000 miligramas de cálcio por dia, enquanto as crianças de 7 a 10 anos devem consumir até 700 miligramas do mineral. Para as mulheres que já passaram pela menopausa, o indicado é de 1.300 miligramas diários, enquanto as grávidas ou lactantes devem consumir ainda mais. No entanto, um estudo de 2018 da Fundação Internacional de Osteoporose mostrou que o consumo diário de cálcio do brasileiro é, em média, de 505 mg na fase adulta. Ou seja, nem metade da quantidade considerada necessária para o equilíbrio funcional. 

“O tecido ósseo, depois de formado, se renova em média a cada 120 dias num indivíduo jovem. Essa dinâmica fisiológica depende de um mecanismo complexo que envolve sinalizadores, como os hormônios e os nutrientes, por isso a ingestão de cálcio é relativa às faixas etárias”, conta a odontogeriatra. “A deficiência dele, além de implicar em maior impacto das agressões externas, também afeta o osso de suporte dos dentes, dando abertura para o desenvolvimento de uma doença periodontal, que pode levar, por sua vez, à perda dentária”, completa. 

Como odontogeriatra, Denise estuda especialmente a saúde bucal dos pacientes idosos e observa que o envelhecimento compromete a absorção do cálcio pelo organismo. “Não há uma forma de repor o cálcio dos dentes, mas é natural que, com o envelhecimento biológico, o corpo absorva menos o mineral. Mas, existem manobras que podem minimizar o problema, como uma alimentação rica em cálcio, hábitos de higiene bucal e diminuição de estresse”, sugere. Para isso, é importante fazer o acompanhamento odontológico em todas as fases da vida, garantindo um sorriso bonito e com funcionalidade da infância à terceira idade. 

 


CRO-SP - Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


SBD divulga dez recomendações para dar mais segurança aos tratamentos dermatológicos no País por meio do projeto Choosing Wisely Brasil

Evitar a exposição do paciente a procedimentos desnecessários ou que podem causar danos à saúde e dar suporte aos médicos na escolha das opções terapêuticas para diferentes problemas de saúde que afetam a pele. Essa são os objetivos de uma série de dez recomendações que estão sendo divulgadas pelo projeto Choosing Wiley Brasil, que conta com o apoio e participação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

ACESSE AQUI O CONJUNTO DE RECOMENDAÇÕES

A campanha é uma iniciativa da American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation), dos Estados Unidos, que, desde 2012, já rendeu parcerias com entidades médicas de 25 países. Em 2020, a SBD foi convidada a analisar uma série de procedimentos e abordagens clínicas para identificar aquelas que podem representar risco nos tratamentos ou possuem baixo valor terapêutico.

O presidente da SBD, Mauro Enokihara, considera este projeto relevante ao divulgar de forma ampla critérios que ampliam a segurança e a eficácia nos cuidados oferecidos aos pacientes. "Além disso, fica fortalecido o papel de uma sociedade médica - como a de dermatologia - como fonte confiável de informação. Trata-se de uma contribuição para qualificar a assistência em saúde para a população", ressaltou.


Benefícios - Nesta primeira participação da SBD, o foco recaiu sobre tratamentos e condutas referentes à dermatologia clínica. Entre as recomendações estão: não prescrever antibióticos tópicos como monoterapia para o tratamento de acne e não usar antibiótico sistêmico para eritema e edema bilateral de membros inferiores sem evidência de infecção.

Além disso, há outras sugestões úteis à clínica dermatológica. Por exemplo, no caso da condução da acne, se necessário, o uso de antibiótico tópico deve ser associado a agentes como retinoides e peróxido de benzoíla, por curto período. Psoríase vulgar, hipovitaminose D, tínea do couro cabeludo, herpes zoster, rosácea e úlceras crônicas são outras doenças abordadas pelas recomendações da campanha.


Riscos - Para chegar à lista de dez recomendações, 13 especialistas convidados pela SBD se dedicaram nos últimos meses a avaliar os temas que compõem o relatório final a partir das percepções de médicos e pacientes sobre as práticas analisadas. O processo foi rigorosamente documentado, com prioridade a testes, procedimentos ou tratamentos utilizados com bastante frequência.

Na primeira fase do trabalho, o grupo de especialistas - que contou com dermatologistas de todo o país, bem como residentes dos Serviços de Dermatologia da Santa Casa de Curitiba e do Rio Grande do Sul - elaborou uma lista com 50 recomendações. Posteriormente, essa relação foi submetida à avaliação dos associados da SBD por meio de votação aberta, restando as dez que estão sendo divulgadas.

O grupo teve a coordenação do médico dermatologista Hélio Miot e participação dos seguintes especialistas: Andrea Ramos (Minas Gerais), Clívia Carneiro (Pará), Paulo Criado e Luciana Abbade (São Paulo), Caio Castro (Paraná), Magda Weber e Renan Bonamigo (Rio Grande do Sul), Mayra Ianhez (Goiás) e Pedro Dantas (Sergipe).

Também participaram os residentes Camila Saraiva Almeida, do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Paula Hitomi Sakiyama e Thiago Augusto Ferrari, ambos do Serviço de Dermatologia do Hospital Santa Casa de Curitiba.

"O trabalho foi feito com muito critério. Todos devem colaborar com este trabalho, divulgando as orientações entre médicos e pacientes. Desta forma, teremos uma melhor assistência para toda a população", concluiu Mauro Enokihara.

 


Covid 19: pediatra combate a desinformação sobre os tratamentos da doença nos pequenos

 

A médica Ana Paula Bletran Moschine Castro explica o que é fato e o que é fake sobre os reflexos da pandemia na saúde da criança


Do dia para a noite, a rotina das crianças virou de cabeça para baixo. Atividades comuns como ir à escola, brincar no parque, encontrar os amigos foram canceladas e as famílias precisaram adaptar-se à nova realidade atendendo às medidas de segurança impostas pela pandemia.

Desde o início da pandemia, hábitos como lavar as mãos, usar máscaras, álcool gel e manter o distanciamento físico, entraram no cronograma de novos comportamentos dos pequenos. As recomendações das principais autoridades no assunto, para promover a saúde, foram seguidas à risca por muitas famílias, mas há casos em que a preocupação de pais e mães para garantir a segurança dos filhos, foi além das orientações respaldadas por estudos. "A busca por informação é constante e é válida, mas é fundamental que ela venha de fontes confiáveis. Muito se falou sobre os impactos da doença nos pequenos, mas é preciso cautela com estes dados. Combater a desinformação se tornou a missão de todos", declarou a médica pediatra Ana Paula Beltran Moschione Castro, (CRM 69748 - SP).

No Brasil, onde a doença já tirou a vida de mais de 500 mil pessoas, os dados do da Sociedade Brasileira de Pediatria e Ministério da Saúde apontam entre março de 2020 e início de junho de 2021, 15 mil crianças foram internadas com Covid-19 e mais de 948 pacientes, de 0 a 9 anos, perderam a batalha contra a Covid-19.

Para entender melhor como a doença afeta pacientes desta faixa etária, convidamos a especialista que esclareceu algumas informações encontradas na internet:

 

1.É verdade que a Covid 19 afeta crianças de todas as idades?

Sim. Crianças de todas as idades podem ser contaminadas pelo Coronavírus. Em muitos casos, de forma assintomática. Em outros, há relatos de sintomas leves, como febre baixa, tosse e certa fadiga. Houve alguns casos considerados mais graves, mas em pouca quantidade. Crianças com problemas de saúde pré-existentes oferecem riscos maior de contrair a forma mais grave da doença.

 

2.Há vacinas disponíveis para crianças?

O Brasil oferece três tipos de vacinas contra a Covid-19. A Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan, a Oxford/Astrazeneca, envazada pela Fiocruz, e a vacina da Pfizer/ BioNTech, mas novas apresentações podem ser aprovadas pela ANVISA a qualquer momento. Recentemente, a ANVISA acenou coma aprovação em caráter emergencial da vacina produzida pela Jansen. Ainda mais recentemente, a ANVISA destacou que a vacina contra Covid-19 produzida pela Pfizer pode ser aplicada em crianças a partir dos 12 anos de idade. Nos EUA, a Moderna anunciou que já está fazendo estudos sobre a aplicação em crianças. O plano que também está na pauta da Johnson & Johnson. Esses estudos ajudam a confirmar se as vacinas são eficazes e identificar a dose ideal por faixa etária.

 

3.As crianças têm mais probabilidade de espalhar o vírus?

Não é bem assim. Acontece que as crianças infectadas, em muitos casos, não manifestam sintomas e acabam interagindo com um público mais suscetível à doença. Mas ainda não há uma base concreta de estudos que certifique o nível de contaminação carregado por esse público.

 

4.Estou grávida e pretendo amamentar. Posso tomar vacina contra a Covid-19? É arriscado para a criança?

Os estudos apresentados pelo Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia e Sociedade de Medicina Materno-Fetal indicaram que as vacinas de mRNA Covid-19, desenvolvidas pela Pfizer/Biontech e Moderna, podem ser administradas em grávidas e lactantes. Em ambos casos, a melhor opção é ouvir o médico que está acompanhado a gestação e saúde da mulher.

 

5.Qual o tratamento ideal para crianças com Covid 19?

Assim que diagnosticada a doença, o primeiro passo é iniciar o tratamento com as opções mais seguras. A indústria farmacêutica dispõe de um portfólio fundamental nesta jornada, como o ibuprofeno. A molécula tem 60 anos de mercado é a mais estudada da atualidade. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde incluiu o ibuprofeno, entre outros princípios ativos, como medicamentos a serem utilizados para o tratamento dos sintomas da Covid-19, como dor e febre, em adultos e crianças.

Clima frio e seco aumenta a incidência de problemas oculares

Conjuntivite viral, Síndrome do Olho Seco e alergias são as patologias oftalmológicas mais comuns neste período


O clima frio e seco proporciona melhor ambiente para vírus e bactérias. No ápice da secura, a conjuntivite pode até virar epidemia. A baixa umidade do ar resseca também a região ocular, causando a Síndrome do Olho Seco. Quem mais sofre são as pessoas alérgicas. A Organização Mundial de Saúde estima que 57 milhões de brasileiros tenham algum tipo de alergia. Em mais da metade dos casos, a doença se manifesta nos olhos.

 

De acordo com o oftalmologista Francisco Porfírio, um dos fatores para o crescimento de problemas oculares nessa época do ano é o aumento da poeira, causado pela queda nas temperaturas e na umidade do ar. "O tempo seco aumenta a concentração de poluentes no ar, um agravante para as alergias oculares. A redução da umidade do ar também diminui a lubrificação dos olhos", explica o médico.

 

Coçar os olhos é uma atitude quase que instantânea de quem está com a vista seca. Mas, segundo o médico, isso deveria ser a última coisa a ser feita, pois pode trazer problemas sérios. "Quando ao paciente coça o olho, expõe o globo ocular a um trauma constante e repetitivo", esclarece Porfírio.

 

A Síndrome do Olho Seco é caracterizada pela pouca ou má qualidade da lágrima, deixando a superfície dos olhos seca, facilitando o aparecimento de infecções e inflamações.O tratamento para os casos leves é feito com colírios lubrificantes. Os casos mais graves são tratados com géis lubrificantes oftalmológicos, corticoides e até mesmo cirurgias.

 

A melhor forma de se prevenir é lavar os olhos com soro fisiológico gelado quando sentir irritação, evitar coçar, usar colírios lubrificantes (prescritos por um oftalmologista) e usar óculos de sol com lentes UVA e UVB. "Mesmo com menor quantidade de luz solar, a luminosidade nesta época pode continuar alta, principalmente em Brasília", afirma o oftalmologista.

 

Neste período, a maior proliferação de vírus no ar favorece a transmissão da conjuntivite viral, que pode responder por aproximadamente 90% dos casos. A transmissão costuma ocorrer pelas mãos, por toalhas, cosméticos, uso prolongado de lentes de contato, entre outros. 

A conjuntivite é a inflamação da membrana externa do olho, chamada conjuntiva. Ela é responsável por produzir muco para proteger e lubrificar o olho. Na maioria dos casos, os sintomas e a doença desaparecem em até dez dias sem que seja necessário qualquer tipo de tratamento. Em algumas situações, no entanto, é preciso utilizar colírios ou pomadas.


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