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terça-feira, 3 de setembro de 2024

7 mitos e verdades sobre puberdade precoce

Diretor médico do Aché explica as principais dúvidas sobre puberdade precoce, uma condição rara que afeta crianças.


A puberdade é a fase de transição entre a infância e a vida adulta, marcada por mudanças no corpo devido ao aumento dos hormônios sexuais. Porém, esse amadurecimento sexual pode ocorrer antes da idade adequada, indicando uma possível puberdade precoce. Para esclarecer as dúvidas mais comuns dos pais ou cuidadores, Dr. Stevin Zung, diretor médico do Aché, explica os mitos e verdades sobre a doença:


1. Puberdade precoce afeta apenas meninas

Mito: Embora a doença seja mais comum em meninas antes dos 8 anos (podendo ocorrer de 10 a 23 vezes mais do que em meninos¹), a puberdade precoce também pode afetar meninos com menos de 9 anos. Do total de casos em meninos, 2/3 estão associados a anormalidades neurológicas. “Em geral, não conseguimos identificar a causa exata da puberdade precoce. Sabemos que pode haver uma predisposição genética, entretanto outros fatores podem contribuir com o surgimento da puberdade precoce, como obesidade, por exemplo. O mais importante é que as crianças mantenham o acompanhamento regular com o pediatra para identificar a puberdade precoce o mais rapidamente possível”, explica Stevin Zung, diretor médico do Aché.

 

2. O surgimento da puberdade precoce pode estar relacionado a condições genéticas, médicas e fatores socioeconômicos

Verdade: Além das condições genéticas, tumores, infecções, traumas no cérebro, hipotireoidismo grave, doenças das glândulas adrenais, tumores dos testículos, cistos ou tumores dos ovários, ganho excessivo de peso pelo sedentarismo, maior consumo de alimentos ultraprocessados, aumento da exposição a telas, estresse e ansiedade também podem contribuir para o desenvolvimento da puberdade precoce. Portanto, é fundamental que os pais ou cuidadores das crianças estejam atentos aos sintomas para que possa ser feita uma avaliação e posteriormente um tratamento adequado, se necessário. “Se você suspeita que sua filha ou seu filho esteja apresentando algum sinal de puberdade antes do tempo, é importante informar o pediatra para que ele avalie os sinais e sintomas e encaminhe sua criança para avaliação e acompanhamento com um endocrinologista pediátrico se necessário”, informa Zung.

 

3. Existe apenas um tipo de puberdade precoce

Mito: As crianças podem desenvolver a puberdade precoce central ou periférica. A primeira é causada pela ativação do sistema nervoso central, que começa a enviar sinais para o corpo crescer e se desenvolver mais cedo do que o normal. Nas meninas é comum o desenvolvimento de seios e pelos pubianos, e nos meninos, aumento dos testículos, crescimento do pênis e pelos pubianos. Já na puberdade precoce periférica², o corpo da criança começa a produzir hormônios sexuais mais cedo, mas sem a ativação do cérebro, podendo ser causado por problemas nas glândulas do corpo, exposição a hormônios externos, produção de hormônio devido a tumores, ou outras alterações nos ovários ou testículos.

 

4. Existem outros tratamentos além do medicamentoso para a puberdade precoce

Verdade: O tratamento hormonal não é indicado para todos os casos de puberdade precoce. Essa intervenção é reservada para casos de puberdade precoce central. Nos casos em que as glândulas do corpo iniciam o processo de desenvolvimento independentemente do cérebro, pode haver indicação de tratamento cirúrgico, conforme diagnostico realizado por meio de exames e consultas.

 

5. O efeito do tratamento é rápido

Mito: No tratamento da puberdade precoce central, os efeitos benéficos são mais evidentes de seis meses a um ano após o início do tratamento, resultando em uma desaceleração do crescimento e do amadurecimento sexual, ressalta o diretor médico do Aché, Stevin Zung. Nas meninas, os seios ficam mais flácidos e diminuem de tamanho e a menstruação é interrompida se já estiver ocorrendo. Nos meninos, o pênis e os testículos param de crescer. Quanto ao tratamento da puberdade precoce periférica, os efeitos dependerão da terapia adotada.


6. A puberdade precoce afeta o corpo e a saúde mental

Verdade: Além das mudanças físicas perceptíveis na criança, a puberdade precoce pode ter um impacto significativo no bem-estar emocional e social. As crianças com a doença podem aparentar ter mais idade e, por isso, podem se sentir envergonhadas por estarem diferentes dos seus pares. Isso pode levar a um retraimento social, bullying, baixa autoestima, depressão, transtornos alimentares, precocidade no início da atividade sexual ou mudanças emocionais antes do tempo devido aos hormônios. "Além do suporte psicológico para a criança, o suporte para os pais, professores e familiares é fundamental para auxiliar a criança a enfrentar esses desafios e a manter uma vida normal", enfatiza Zung.


7. Crianças com puberdade precoce serão mais baixas quando adultas

Mito: De acordo com o diretor médico do Aché, Stevin Zung, a interferência na altura está relacionada ao diagnóstico precoce. Quando o diagnóstico e o tratamento são realizados no momento adequado e não ocorre avanço da idade óssea, a altura final geralmente se mantém dentro do esperado. "Entretanto, caso o diagnóstico e tratamento da doença sejam atrasados, é possível que haja um comprometimento do crescimento, resultando em uma altura final abaixo do esperado."

 

Aché Laboratórios

Referências:
1. Puberdade Precoce Central. GOV, 2022. Disponível em: Link

2. Puberdade precoce. Sociedade de Pediatria de São Paulo, 2021. Disponível em: Link


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