Conselho destaca os riscos à saúde provocados pela poluição atmosférica e a importância do monitoramento constante
O Brasil tem enfrentado uma
proliferação de queimadas em diversas regiões, resultando em densas nuvens de fumaça
que se espalharam por várias cidades do país. Estados como São Paulo, Goiás e
Rondônia foram especialmente afetados, com a fuligem comprometendo severamente
a qualidade do ar. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
apontam que, apenas na última sexta-feira (23/8), foram registrados 4.928 focos
de calor como consequência das queimadas, sendo que 1.886 ocorreram no estado
de São Paulo, superando o número de incêndios registrados na Amazônia no mesmo
período.
A previsão é de que a fumaça leve
dias para se dissipar completamente, enquanto altas temperaturas previstas para
cidades como Manaus podem agravar a situação. As queimadas estão ocorrendo em
uma escala ampla, e biomas como o Cerrado, a Amazônia e a Mata Atlântica estão
entre os mais atingidos, contribuindo para a piora da qualidade do ar.
O Conselho Federal de Química
(CFQ) destaca a importância dos Profissionais da Química na análise e
monitoramento da qualidade do ar. Esses especialistas são responsáveis por
medir os índices de poluição e avaliar os impactos da fumaça na saúde pública e
no ambiente. O Índice de
Qualidade do Ar (IQA), por
exemplo, é um dos principais parâmetros utilizados para classificar a qualidade
do ar como boa, moderada, ruim, muito ruim ou péssima, dependendo da
concentração dos poluentes.
O analista químico e membro da
Ouvidoria-Geral do Conselho Federal de Química (CFQ), Diego Freitas, explica
que durante as queimadas ocorrem diversas fases, incluindo a eliminação de
água, a formação de carvão e a liberação de compostos voláteis que conferem à
fumaça seu odor característico. “A queima do carvão libera gases a temperaturas
acima de 600 graus. Dependendo da quantidade de oxigênio no ar, essa combustão
pode ser completa ou incompleta,” alerta.
Combate e prevenção da poluição atmosférica
A fumaça gerada pelas queimadas é
composta por uma série de poluentes que prejudicam a saúde humana e o meio
ambiente. Entre os principais componentes estão o material particulado (como o
MP₁₀ e o MP₂,₅), dióxido de enxofre (SO₂), óxidos de
nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO) e compostos orgânicos voláteis, como
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. A inalação desses poluentes pode
causar ou agravar doenças respiratórias e cardiovasculares e até mesmo aumentar
os riscos de câncer.
Os padrões de qualidade do ar externo
no Brasil são regulamentados pelo IBAMA e aprovados pelo Conselho Nacional de
Meio Ambiente (CONAMA), ao passo que a qualidade do ar interno é regulamentada
pela norma ABNT
NBR 17.037/2023.
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