Recentemente, a polêmica envolvendo o Twitter, agora conhecido como X, e a sua situação no Brasil trouxe à tona a discussão sobre alternativas descentralizadas para redes sociais. Alessandro Campos, diretor de marketing da TP-Link, empresa líder global em produtos de rede, faz a análise técnica
A
polêmica envolvendo a rede social X trouxe à tona a discussão sobre
alternativas descentralizadas para redes sociais. O protocolo AT (Authenticated
Transfer Protocol), conhecido como AT Proto, tem sido apontado como uma solução
para o cenário atual. O AT Proto é um protocolo federado projetado para
aplicações sociais distribuídas em larga escala. Diferente das redes sociais
centralizadas, onde todos os dados são controlados por uma única entidade, o AT
Proto permite a descentralização dos dados, distribuindo-os em repositórios de
dados pessoais. Isso possibilita que os usuários controlem suas informações,
tornando mais difícil a remoção de conteúdo por ordens judiciais, uma vez que
os dados não estão concentrados em um único servidor.
O
cenário atual apresenta um movimento de migração de usuários de plataformas
centralizadas para alternativas como o Blue Sky, que utiliza o AT Proto. Um dos
benefícios desse tipo de rede é a dificuldade em censurar ou remover conteúdo,
já que os dados estão distribuídos entre vários servidores.
A
descentralização, no entanto, traz desafios para os provedores de internet
(ISP) e autoridades que tentam bloquear o acesso a essas plataformas. Três
métodos principais podem ser utilizados:
O
ISP pode bloquear o domínio da plataforma, impedindo que o nome de domínio seja
convertido no endereço IP correspondente. No entanto, usuários podem contornar
esse bloqueio utilizando DNS over HTTP (DoH), que permite resolver o domínio de
forma segura e privada, dificultando o bloqueio.
Ao
invés de bloquear o domínio, o ISP pode bloquear diretamente o endereço IP da
plataforma. Porém, essa abordagem pode ser ineficaz se a plataforma usar vários
IPs ou rotacionar seus servidores frequentemente.
Uma
alternativa seria solicitar aos provedores de nuvem, como Google ou Amazon, que
interrompam a distribuição de conteúdo da plataforma em seus serviços de CDN
(Content Delivery Network). Isso, contudo, envolve negociações complexas e não
garante uma solução definitiva.
A
descentralização traz vantagens em termos de privacidade e controle para os
usuários, mas também complica as tentativas de bloqueio por parte de governos e
autoridades. As estratégias de bloqueio precisam ser cada vez mais sofisticadas
para lidar com a natureza distribuída dessas redes.
O
fato de alguns usuários ainda conseguirem utilizar o X é porque nem todos os
provedores de internet realizaram o bloqueio via DNS ou IP em seus
concentradores. Nesse site é possível visualizar alguns provedores que já
fizeram o bloqueio e alguns que ainda estão em pleno funcionamento com as
plataformas do X: Link
Como
o comunicado foi realizado na última sexta (30/08) nem todos tiveram tempo
hábil para fazer o procedimento, de acordo com alguns provedores de internet a
ANATEL recomendou algumas maneiras de realizar o bloqueio no comunicado, sendo
ele por IP e DNS os mais rápidos e práticos para que os provedores façam em
seus concentradores.
Em relação do uso do WI-FI corporativo ou residencial, não tem impacto no uso do X, em ambos pode ou não ter o uso da plataforma, dependendo se o provedor já realizou o bloqueio ou não.
O ideal é realizar o bloqueio
tanto por IP quanto por DNS, uma vez que se for realizado somente por DNS o
usuário pode contornar utilizando outro DNS que não tenha o domínio do X
listado em bloqueio, dessa forma a união das duas opções se torna mais
eficiente.
TP-Link
www.tp-link.com/br
Facebook: tplinkbr/
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