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segunda-feira, 26 de março de 2018

Protestos contra Lula marcaram a passagem do petista pelo Sul do país


As manifestações contra o ex-presidente Lula ganharam força e volume no Sul do país. Nos últimos dias, enquanto a caravana do petista passava em algumas cidades, moradores clamavam palavras de ordens e pediam a prisão do ex-presidente. Vídeos que circulam na internet mostram, inclusive, rajadas de ovos sendo atiradas pela população contra ônibus que transportavam a comitiva do Partido dos Trabalhadores.


No fim de semana, em Florianópolis-SC, manifestantes se reuniram na Avenida Beira-Mar Norte, e, munidos com bandeiras do Brasil e os famosos “pixulecos”- bonecos que fazem alusão a Lula na cadeia - organizaram um ato anti-Lula. Em Chapecó, a população também foi às ruas. O grupo, que carregava faixas com frases contra o ex-presidente, fez uma fila de carros com aproximadamente 3 km de extensão, em uma das principais estradas que dá acesso à cidade.

Já em Porto Alegre, capital do Rio grande do Sul, não foi diferente. Grupos contrários ao PT e ao ex-presidente também fizeram barulho em apoio à condenação de Lula.

Outra cidade gaúcha por onde a caravana passou foi São Leopoldo, na microrregião de Porto Alegre. Enquanto apoiadores aguardavam a chegada da comitiva, um avião passava carregando uma faixa onde estava escrito: "Lula o Brasil te quer em cana".


Passo Fundo foi outra cidade que a caravana de Lula não foi bem recebida por parte da população. No município de Bagé, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, produtores rurais e empresários locais também aproveitaram para criticar o ex-presidente. Com cartazes em mãos e aos gritos de “Lula ladrão”, os ruralistas fizeram menção à condenação judicial que pode acarretar na prisão do petista. O ato contou com tratores, cavalos e mais uma vez, com um boneco que representava Lula atrás das grades.


O presidente da Associação Rural Bagé, Rodrigo Moglia, foi um dos organizadores do protesto. Ele afirma que a manifestação é para que haja justiça. Segundo Moglia, “qualquer outro cidadão brasileiro que não disponha de bancas caríssimas de advogados, já estaria preso.”

No dia 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por unanimidade, confirmar a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Além disso, os desembargadores votaram pelo aumento da pena de nove para 12 anos e um mês de reclusão.

O caso em questão é o do apartamento tríplex, no Guarujá – SP. O imóvel atribuído a Lula, segundo o Ministério Público Federal (MPF), seria fruto de um esquema de corrupção entre o ex-presidente e a empreiteira OAS. Lula, de acordo com as investigações, teria recebido um total de R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas.





Marquezan Araújo

Fonte: Agência do Rádio Mais
 


Pesquisa revela que a maioria dos universitários precisam arcar ou contribuir com parte dos custos da educação


Segundo o levantamento, de cada 10 estudantes do país, 7 estão matriculados em instituições da iniciativa privada


Se antes a tradição era contar com o auxílio financeiro dos pais para bancar a faculdade, hoje esse cenário já é bem distante da realidade de boa parte dos brasileiros, especialmente depois da crise econômica que o país enfrentou nos últimos anos. Os estudantes agora, não só participam do orçamento familiar, como também pagam para estudar.

Dados da Companhia de Estágios – assessoria e consultoria especializada em vagas de estágio e trainee – revelam que, dos 74,4% de alunos que estudam em instituições particulares, apenas um quarto não tem qualquer gasto com educação, pois, os custos são pagos por terceiros, o restante precisa investir parte da renda para garantir os estudos.

O levantamento anual feito pela recrutadora identificou que esse tipo de despesa – faculdade e/ou cursos extracurriculares – compromete um terço da renda de 21% dos alunos, enquanto para outros 20%, os gastos consomem mais da metade do orçamento mensal. Contudo, os especialistas afirmam que, se o jovem quiser se destacar profissionalmente após a recuperação da economia do país, agora é a hora de investir.

Perfil econômico dos jovens em formação

De acordo com a pesquisa “O Perfil do candidato a vagas de estágio em 2018”, que contou com a participação de 5.410 estudantes de todas as regiões do Brasil, quase metade dos entrevistados (49,1%) possui uma renda familiar de até 3 salários mínimos, enquanto 32% dispõe de um orçamento familiar maior que esse valor e cerca de 18% conta apenas com o salário mínimo.

Dentre esses jovens, uma parcela de 59% afirma ter participação direta nas despesas do lar, desde arcar com toda ou boa parte das dívidas, até pagar alguma conta ocasionalmente. Já entre aqueles que cursam o nível superior, 22% revelam que os pais são os responsáveis pelo pagamento da faculdade, enquanto 21% paga os próprios estudos e 21% estuda em uma universidade pública. O restante possui algum tipo de bolsa ou financiamento.

Ensino superior no Brasil

Pagar para estudar é a realidade da maioria dos brasileiros que estão na faculdade. Segundo os últimos dados divulgados do Censo da Educação Superior de 2016, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), existem no Brasil, atualmente, 2.407 instituições de ensino superior, dessas apenas 298 são geridas pelo poder público, contra mais de 2,1 mil instituições particulares. Além de possuírem menos unidades, as estatais ainda contam com outra desvantagem: a forte concorrência. Por isso muitos jovens buscam outras alternativas que possam auxiliar nessa empreitada, já que o apoio financeiro dos pais anda comprometido devido aos percalços da economia. 

Os desafios depois da aprovação

Após a tensão do vestibular surgem novas responsabilidades na vida dos calouros e uma das principais é arcar com as mensalidades da graduação. Para isso alguns ainda podem contar com a ajuda financeira da família, já outros precisam recorrer a incentivos do governo, através de programas como o Financiamento do Ministério da Educação (Fies) – um empréstimo que o aluno só paga depois de formado –, ou o Programa Universidade para todos (Prouni) – voltado para alunos de baixa renda que fizeram o Ensino Médio em escolas públicas, que podem concorrer a bolsas de estudo integrais ou parciais.

Mas, para quem não é contemplado por esses benefícios, bancar a graduação pode se tornar um desafio cada vez maior, já que o valor é reajustado anualmente, especialmente em tempos de recessão econômica. Justamente por isso muitas instituições privadas oferecem também o crédito universitário, um convênio entre banco e faculdade, que garante empréstimos com juros menores, ou, há ainda programas de concessões de bolsas oferecidos pelas próprias faculdades para quem não tem condições de pagar o valor total.  

Estágio é alternativa mais atraente

Tudo isso ajuda, mas, para quem está em início de carreira e ainda não possui muita experiência no mercado, o cenário é ainda mais desafiador: muitos precisam contribuir com o orçamento familiar e ainda bancar os estudos, no entanto, conquistar uma vaga de emprego formal é cada vez mais difícil. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que os jovens entre 14 e 24 anos são os mais prejudicados pela recessão do país, o que acontece, justamente, devido à inexperiência e falta de qualificação desse grupo. O levantamento da Companhia de Estágios também demonstra que, além disso, boa parte dos estudantes afirma não estar preparada para encarar o mercado formal no momento e, portanto, enxerga no estágio uma oportunidade para ganhar experiência e segurança.

Diante dessas dificuldades, o estágio tem ganhado cada vez mais espaço e se destacado na preferência dos estudantes. De acordo com Tiago Mavichian, diretor da recrutadora, os números já refletem esse cenário: “Os programas de aprendizagem atraem cada vez mais candidatos, para se ter ideia, nossos dados internos registraram um aumento gradual desde o início da crise, em 2014. O número de candidatos nos processos seletivos de todo o país cresceu mais de 20%”.

Para o especialista as projeções futuras são ainda mais positivas: “Esse mercado vem recuperando as vagas suprimidas pela crise e tende a crescer ainda mais. O número de vagas subiu 19% somente no ano passado, mesmo período em que houve mais de 200 mil novos inscritos em nossa plataforma. E a pesquisa demonstra que, atualmente, 58% dos estudantes estão priorizando a busca por uma oportunidade de estágio em detrimento de vagas formais ou autônomas.

Investimento a longo prazo

O estudo revela que mais da metade dos estudantes conseguem fechar as contas do mês no azul, mas, em contrapartida, não sobra nenhuma quantia para poupar, inclusive, boa parte deixou de fazer algum curso complementar, justamente, por esse motivo. No entanto Mavichian alerta que o momento é crucial para quem quer construir uma carreira sólida e se estabelecer após a faculdade. O diretor da recrutadora afirma que, mesmo nos processos seletivos para estagiários, que não exigem experiência prévia, a concorrência está alta e aquele que investe em qualificação consegue se destacar dos demais: “Apesar da oferta de vagas ter acompanhado o crescimento da demanda, a disputa ainda é acirrada e os recrutadores são criteriosos, portanto, quem investir em uma formação complementar tem grandes chances de sair na frente e garantir a vaga” – acrescenta o especialista.







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