Liberdade é uma palavra poderosa, mas, para muitas mulheres, ainda parece distante. Entre as vítimas de violência doméstica, por exemplo, romper com o agressor nem sempre é simples.
Essa dificuldade pode estar relacionada a diversos
fatores, como medo, falta de apoio, dependência financeira e emocional. Além
disso, muitas violências começam de forma sutil, por meio de ações como
isolamento, manipulação e desvalorização, o que faz com que muitas mulheres não
percebam que estão sendo vítimas.
Mudar esse cenário é fundamental, e o
desenvolvimento pessoal e profissional tem um papel essencial nesse processo.
Quando uma mulher se conscientiza, fortalece sua autoestima, resgata sua
confiança e conquista independência econômica, ela não apenas se liberta, mas
também ganha segurança.
Além disso, desenvolver mulheres não é apenas importante,
mas também urgente. Isso porque os números da violência doméstica são cada vez
mais alarmantes. O último Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou que,
em 2023, mais de 258 mil casos de violência doméstica foram registrados, além
de 2.797 tentativas de feminicídio. Dessas, 1.467 mulheres foram assassinadas,
sendo que, em 63% dos casos, o agressor era um parceiro íntimo.
Felizmente, já existem iniciativas voltadas para
esse propósito. Casas de apoio à mulher oferecem cursos e oficinas em diversas
áreas, como Inteligência Emocional, Marketing Pessoal e capacitações práticas,
como costura, confeitaria e empreendedorismo. No entanto, esse trabalho precisa
ser intensificado.
Como especialista em Estratégias de Enfrentamento à Violência, reforço que essa luta não pode se limitar aos órgãos de proteção à mulher. As políticas públicas são essenciais, mas o envolvimento de toda a sociedade — incluindo famílias, escolas e empresas — é indispensável. Conscientizar, fortalecer redes de apoio e ampliar oportunidades são ações fundamentais para transformar realidades. Desenvolver mulheres é construir um futuro mais seguro, digno e livre para todos.
Angela Cristina Lessa - profissional de marketing e realiza palestras sobre desenvolvimento profissional das mulheres. Também é fundadora da ação “Vencendo a violência” e autora do livro “Os quadros de Elisa”
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