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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Cardiologista alerta que antes de praticar exercício físico precisa-se fazer uma avaliação médica

No verão a procura por exercício aumenta, mas é preciso verificar a saúde antes 

 

Com o verão, muitas pessoas que nunca praticaram exercícios físicos correram literalmente para as academias, praças e espaços públicos, a fim de recuperar o tempo perdido. 

Segundo o Doutor Claudio Catharina, Gestor de Cardiologia da Unidade Coronariana do Hospital Icaraí., as pessoas precisam primeiramente ter em mente que atividade física é diferente de exercício físico.  

Atividade física segundo o médico é qualquer atividade corporal produzida pelos músculos e que resulta no gasto de energia. Já o exercício físico é uma atividade física estruturada, repetitiva que tem como objetivo a manutenção ou melhoria do condicionamento físico ou da estética corporal ou da saúde.  

“Então praticamos exercício físico e não atividades físicas e quando não fazemos exercícios ficamos sedentários. Ou seja, quando há a completa ausência de um exercício físico regular ou algo que envolva gasto energético, seja para trabalhar, para o seu transporte pessoal ou seja para o seu lazer”, explica o médico.  

Cláudio exemplifica de forma hipotética uma pessoa que caminha todos os dias para o trabalho indo e voltando. Para o médico, essa pessoa está no nível 3 de padrão de exercício físico, caminhando a pé todos os dias, mais ou menos 1 a 2 KM, uma vez por dia, o que já representa sim um exercício físico.  

“Se o indivíduo por exemplo, já é uma pessoa que faz caminhadas semanais de 10 KM a 15 KM, ele já se encontra no padrão de exercício físico em torno do nível 4 e assim tem várias graduações. O padrão de exercício físico do esporte varia do nível 1 a 10, conforme a capacidade e condição clínica a qual a pessoa tem de fazer exercício”, explica o cardiologista.

 

Avaliação clínica é fundamental antes de se exercitar  

Antes de dar início a um exercício físico regular, Dr, Cláudio lembra que é necessário passar primeiramente por uma avaliação médica por qualquer médico clínico ou cardiologista que muitas vezes não precisará pedir exames complementares.  

“Se esse exercício físico não for competitivo, ou seja, se o indivíduo não vai praticar um esporte regular e for apenas para ele sair do sedentarismo ou para o seu bem-estar ou saúde, basta apenas uma autodeclaração de que ele não apresenta uma série de sintomas durante o exercício”, explica o médico lembrando que todas as academias são obrigadas a aplicar esse questionário canadense para que o aluno informe sobre dores durante os exercícios.  

“Se ele responder positivo para algumas dessas perguntas (se tem dor no peito, se sente cansaço, se desmaiou), ele deverá passar por uma avaliação médica. Através dessa avaliação, o médico vai detectar as dificuldades. Como os níveis dos exercícios variam de 1 a 10, o indivíduo pode praticar um exercício de nível 3 com segurança”, explica o médico. 

A solicitação de exames segundo Doutor Cláudio pode variar também e vai depender da avaliação clínica do médico, como por exemplo: um simples exame físico, uma dosagem de glicose, um hemograma, um eletrocardiograma, muito raramente haverá a necessidade de uma investigação mais profunda como um teste de esforço, um ecocardiograma e outros. 

“A não ser que o indivíduo tenha uma doença cardíaca estabelecida será necessário fazer outros exames”, conclui o médico. 

 

Tenho problema no coração, posso fazer exercícios? 

Se for constatado que a pessoa sedentária tenha problemas no coração ela poderá sim, segundo o cardiologista, praticar seu exercício físico. Porém, será a gravidade da doença que definirá se o exercício poderá ser feito dentro de uma academia comum ou em uma clínica de reabilitação cardíaca com a presença de um cardiologista, um fisioterapeuta, um nutricionista e outros profissionais que atendam pacientes com casos mais graves.  

“Dependendo da gravidade da doença, esse exercício precisa ser monitorado por uma equipe médica multidisciplinar. E geralmente esse grupo de paciente envolve pessoas com arritmias complexas, que apresentam angina ao fazer esforço, principalmente após terem feito cirurgia de ponto de safena, paciente com angioplastia, pacientes com doença estrutural do coração, doença de válvula grave entre outras,” explica.  

Cláudio lembra que a princípio, qualquer pessoa pode praticar exercício físico sendo que o médico consegue adaptar o tipo de exercício para a capacidade de cada indivíduo, o que inclui o tipo de exercício e sua intensidade. 

“O sedentarismo nunca é estimulado por nenhum médico a não ser em casos extremos em que o paciente esteja muito fragilizado”, conclui.

 

Entenda como a prevenção combinada pode reduzir os casos de HIV

Infectologista do CEJAM destaca que o uso de preservativos, a realização de testes regulares e a utilização de medicamentos como PrEP e PEP podem ser estratégias importantes para a prevenção 


Mesmo diante de avanços científicos e de intensas campanhas de conscientização, o diálogo em torno do HIV ainda se depara com obstáculos consideráveis no Brasil. O vírus da imunodeficiência humana, que compromete o organismo, tornando o indivíduo mais propenso a infecções e doenças, enfrenta barreiras em torno do diagnóstico precoce e da prevenção. 

De acordo com o último Boletim Epidemiológico HIV e Aids do Ministério da Saúde, entre 2007 e junho de 2023, o país notificou 489.594 casos de infecção por HIV, sendo 41,5% deles concentrados na região Sudeste. 

Um dos principais desafios encontrados atualmente é a evolução silenciosa do vírus, que pode permanecer anos no organismo sem apresentar sintomas e, assim, dificultar o diagnóstico precoce. 

"O ideal é que a detecção seja feita de maneira precoce, exatamente quando há essa ausência de sintomas. Começando o tratamento de forma rápida e correta, é possível evitar que o indivíduo tenha complicações de saúde relacionadas à progressão da doença e impedir que ele transmita o vírus para outras pessoas”, afirma o Dr. Paulo Antônio Friggi de Carvalho, infectologista do Hospital Estadual de Franco da Rocha, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. 

O especialista explica que os primeiros sinais, quando surgem, aparecem entre a segunda e a oitava semana após a entrada do vírus no corpo. Esses sintomas incluem febre, cefaleia, alterações na pele e aumento dos gânglios linfáticos, que, muitas vezes, acabam sendo confundidos com uma virose. Já em estágios mais avançados, perda de peso, febre persistente, sudorese noturna, diarreia e candidíase oral podem se manifestar, levantando um alerta. 

“Para evitar a propagação do HIV, é essencial adotar uma série de cuidados, entre eles o hábito de realizar a testagem regularmente. Esse exame deve ser incorporado à rotina de saúde de todas as pessoas sexualmente ativas. Indivíduos com múltiplas parcerias precisam realizar o teste ao menos uma vez ao ano ou sempre que vivenciem situações de risco”, destaca o médico. 

Os testes rápidos disponíveis nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) apresentam a vantagem de fornecer resultados em até 30 minutos. Além de analisarem casos de HIV, eles também detectam sífilis e hepatites B e C. Todo o atendimento ao paciente abrange acolhimento, aconselhamento e orientação. E, em caso de diagnóstico positivo, o encaminhamento para tratamento, que inclui medicamentos antirretrovirais. 

Hoje, o uso do preservativo continua sendo o método de barreira mais seguro para a prevenção do HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O SUS disponibiliza gratuitamente não apenas os testes e preservativos, mas também outros tratamentos preventivos, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). 

“A PrEP consiste no uso contínuo ou sob demanda de medicamentos, e é indicada para pessoas com manifestações frequentes de risco, funcionando como prevenção combinada a outros métodos. Já a PEP é um tratamento de 28 dias que visa prevenir a infecção pelo HIV após uma exposição de risco, podendo ser iniciada até 72 horas após a exposição”, relata o infectologista. 

Essas duas estratégias de prevenção estão disponíveis na maioria dos centros de saúde públicos especializados em HIV do país. Além disso, a PEP é oferecida em serviços de urgência e emergência. A PrEP, por sua vez, pode ser acessada também nos serviços de atenção primária à saúde. 

“Ao vivenciar qualquer situação de risco, é importante procurar um serviço de saúde mais próximo para realizar a testagem. Se existir tempo hábil, é possível recorrer à PEP. Nesse período, é fundamental evitar novas relações de risco”, aponta o médico. 

É importante lembrar que a transmissão do vírus HIV não é restrita apenas à prática de relações sexuais desprotegidas. O contágio ocorre ainda pelo compartilhamento de objetos perfurocortantes contaminados, como agulhas e alicates, e de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação, caso a mãe não esteja em tratamento.

  

CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
 @cejamoficial



Estomaterapia ajuda pacientes de câncer colorretal a terem mais qualidade de vida

Pesquisa indica que 46 mil novos casos de câncer colorretal irão surgir entre 2023 e 2025; entenda como a estomaterapia beneficia o tratamento

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil conta com mais de 400 mil pessoas estomizadas. Este quadro é resultado de condições que exigem a criação de um estoma, uma abertura cirúrgica que possibilita ao organismo eliminar resíduos.

Entre as causas principais estão as doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn e a Colite Ulcerativa, e o câncer colorretal, que demandam a remoção de partes afetadas do intestino para tratar a condição.

Uma estimativa feita pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) indica que entre 2023 e 2025 surgirão cerca de 46 mil novos casos de câncer colorretal, o que equivale a cerca de 10% do total de cânceres diagnosticados no Brasil, sem contar os casos câncer de pele não melanoma.

Por conta do estoma, diversos pacientes podem acabar passando pela estomaterapia, especialidade da enfermagem que oferece cuidados especializados a essas pessoas. O intuito da estomaterapia é auxiliar no processo de cicatrização de feridas complexas, reduzindo riscos de infecções.

"O estoma assegura que os resíduos corporais sejam eliminados adequadamente quando o intestino natural não é mais funcional ou seguro para essa tarefa. Ele previne complicações potencialmente graves, como infecções e obstruções intestinais, que podem ocorrer quando partes danificadas do intestino permanecem no corpo", explica Simone Sousa, enfermeira e estomaterapeuta do IBCC Oncologia, hospital especializado no tratamento de câncer localizado no bairro da Mooca em São Paulo.


Qual o foco da estomaterapia?

Na área da estomaterapia, um dos focos principais é assegurar que o estoma tenha uma cicatrização adequada para evitar complicações, como infecções, que podem levar a hospitalizações prolongadas. Assim como, a abordagem personalizada tem um papel importante também.

“A abordagem personalizada assegura que cada plano de estomaterapia seja adaptado às necessidades individuais dos pacientes. Isso inclui a escolha precisa dos dispositivos para coleta de resíduos, o que não só minimiza o desconforto, mas também aumenta a confiança dos pacientes em suas atividades cotidianas”, afirma Sousa.

Outro aspecto importante é o suporte emocional, afinal, viver com um estoma pode ser um desafio emocional significativo, e o estomaterapeuta pode oferecer um apoio psicológico mais específico com relação ao estoma, ajudando os pacientes na aceitação e adaptação a seu novo estilo de vida. 

“Este suporte é fundamental para melhorar não apenas a saúde física dos pacientes, mas também sua saúde mental e emocional, garantindo uma adaptação mais suave e bem-sucedida às novas circunstâncias, que podem ou não ser permanentes”, ressalta a enfermeira.

Além do aspecto médico, um estoma bem gerenciado, juntamente com suporte em estomaterapia, ajuda pacientes a recuperar uma sensação de normalidade em suas vidas diárias. "Cuidados especializados auxiliam os pacientes a se adaptarem a mudanças significativas em sua rotina. O processo envolve conselhos fundamentais sobre diversos aspectos práticos, como dieta e vestimenta, promovendo bem-estar físico e emocional", finaliza Sousa.

 


IBCC Oncologia
https://ibcc.org.br/


Por que ficamos cansados após as refeições?

Nutrólogo explica as causas e dá dicas para evitar o cansaço pós-refeição

 

Quem nunca sentiu aquela sensação de cansaço ou vontade de cochilar logo após uma refeição? Esse fenômeno, bastante comum, está relacionado a processos fisiológicos do corpo humano e aos hábitos alimentares, conforme explica o Dr. Daniel Magnoni, nutrólogo da Rede de Hospitais São Camilo. Embora a sonolência depois de comer não seja, em geral, motivo de preocupação, ela pode indicar a necessidade de ajustes na alimentação ou na rotina.


A fisiologia da digestão

Quando nos alimentamos, o corpo desvia uma grande parte do fluxo sanguíneo para o sistema digestivo, com o objetivo de processar os alimentos ingeridos. Esse aumento da circulação sanguínea na região abdominal pode levar a uma leve redução no fornecimento de sangue para o cérebro, contribuindo para a sensação de cansaço.

Além disso, o consumo de alimentos ricos em triptofano — aminoácido presente em proteínas como frango, peixe, queijo e ovos — estimula a produção de serotonina, um neurotransmissor associado ao relaxamento e ao sono. “A produção de serotonina pode deixar o corpo mais predisposto a descansar, especialmente quando combinada com refeições volumosas”, explica Magnoni.


Hábitos alimentares: vilões ou aliados

A composição e o tamanho das refeições desempenham um papel crucial no cansaço pós-refeição. Refeições grandes e ricas em gorduras, como frituras e pratos com queijos cremosos, demandam mais tempo e esforço do sistema digestivo, o que pode intensificar a sonolência.

“Alimentos gordurosos são mais difíceis de digerir porque suas moléculas são maiores e exigem mais trabalho enzimático”, afirma o nutrólogo. Por outro lado, refeições ricas em carboidratos simples, como pães brancos, doces ou alimentos processados, podem causar picos de glicose no sangue seguidos de quedas rápidas, gerando cansaço.

“Comer em excesso, independentemente do tipo de alimento, também sobrecarrega o corpo. Uma estratégia simples é reduzir o tamanho das porções e mastigar lentamente, permitindo que o corpo registre a saciedade antes que você coma mais do que precisa”, aconselha Magnoni.


O papel do álcool

O consumo de bebidas alcoólicas durante as refeições também pode agravar o quadro de cansaço. O álcool é um depressor do sistema nervoso central, o que significa que ele desacelera as funções do corpo, incluindo a atividade cerebral. Para quem sente muito sono após o almoço, evitar bebidas alcoólicas pode ser um passo importante.

“Mesmo uma taça de vinho ou uma cerveja pode contribuir para a sonolência, especialmente se combinada com refeições pesadas. O ideal é reservar o álcool para ocasiões específicas e priorizar uma hidratação adequada durante as refeições”, recomenda o especialista.


Quando se preocupar?

Embora a sonolência após comer seja comum, Magnoni alerta que o cansaço excessivo ou frequente pode estar relacionado a condições de saúde, como intolerâncias alimentares, apneia do sono ou problemas metabólicos. “Se o cansaço for extremo e persistente, é importante procurar um médico para investigar possíveis causas subjacentes”, orienta.


Como evitar o cansaço pós-refeição?

Adotar pequenas mudanças na rotina pode ajudar a reduzir a sensação de sonolência após comer:

    1. Faça refeições balanceadas: Combine proteínas, gorduras saudáveis e carboidratos complexos em porções moderadas.
    2. Evite alimentos ultraprocessados: Priorize alimentos in natura ou minimamente processados, que promovem uma liberação mais gradual de energia.
    3. Modere no álcool: Prefira sucos naturais, água ou chás durante as refeições.
    4. Mastigue devagar: Isso facilita a digestão e evita o consumo excessivo.
    5. Mexa-se após a refeição: Uma caminhada leve pode ajudar a combater o cansaço e estimular a digestão.

 

  • Mantenha-se hidratado: Beber água ao longo do dia, inclusive entre as refeições, ajuda a otimizar o metabolismo e melhora a circulação sanguínea;

Ao entender os mecanismos por trás do cansaço pós-refeição, é possível ajustar hábitos e aproveitar as refeições sem perder a energia para o restante do dia. “Comer é um momento de prazer, e pequenos cuidados podem fazer toda a diferença na qualidade de vida”, conclui Magnoni.

 

 Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


Especialista dá dicas de cuidados com a audição para evitar problemas de surdez

Brasil tem 10 milhões de pessoas com algum grau de surdez e metade dos casos poderia ser evitado ou minimizado com o tratamento adequado e formas simples de prevenção

 

A saúde auditiva é um fator muitas vezes negligenciado pela população em geral, mas essencial para a manutenção da qualidade de vida. Segundo dados recentes do IBGE, mais de 10 milhões de brasileiros têm algum grau de deficiência auditiva, com cerca de 2,7 milhões deles sofrendo de surdez profunda. O Ministério da Saúde ponta que o aumento da surdez no país está associado a fatores como o envelhecimento da população e a exposição inadequada a ruídos ao longo da vida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2050, 1 em cada 4 pessoas terá problemas auditivos no mundo, fato que poderia ser evitado, em grande parte dos casos, por meio da identificação precoce dos sintomas e com mudanças de hábitos simples ao longo da vida. 

De acordo com o médico Yasser Jebahi, otorrinolaringologista da Paraná Clínicas, um dos principais planos de saúde empresariais do país, a surdez pode ser causada por diversas razões, como fatores genéticos, problemas herdados ou ainda ligados a síndromes desde o nascimento, como infecções na gravidez, por meio de doenças como rubéola, sífilis e citomegalovírus, além de doenças e infecções, como meningite, otites ou até mesmo diabetes e hipertensão, além da exposição a ruídos e sons estrondosos, como música alta nos fones ou máquinas, que podem danificar a audição ao longo do tempo. Existe ainda o próprio envelhecimento natural, que diminui a capacidade auditiva no decorrer do tempo. 

Segundo o especialista, a identificação precoce de problemas auditivos é essencial para determinar a prevenção de casos mais graves de surdez e os sinais são bem específicos em cada fase da vida. “Bebês fazem o teste da orelhinha logo após o nascimento. Já para crianças, sinais como atraso na fala ou dificuldade em entender palavras devem ser investigados. No caso dos adultos, eles devem buscar avaliação médica se perceberem dificuldades em ouvir ou necessidade de aumentar o volume de aparelhos. Por último, os idosos precisam de exames regulares, já que a perda auditiva nessa fase é comum”, afirma. 

O doutor Jebahi explica ainda que existe uma relação direta entre o zumbido no ouvido e a surdez. O zumbido (ou tinnitus) pode ser um aviso de problemas auditivos. Ele acontece quando as células do ouvido interno estão danificadas, algo que também pode causar perda auditiva. Algumas condições como exposição a ruídos, envelhecimento e até doenças como a Doença de Ménière (que causa tontura e perda auditiva) podem trazer zumbido. “Embora nem sempre o zumbido signifique surdez, ele pode ser um alerta de algo maior e deve ser avaliado por um médico”, alerta o especialista.
 

Exames preventivos

Muitas pessoas têm, por hábito, procurar auxílio médico apenas quando os primeiros sinais da surdez já aparecem. Entretanto, os exames de prevenção são indicados em todas as fases da vida, mesmo em menor frequência. Em bebês, o teste da orelhinha é feito para identificar problemas congênitos. Nas crianças os exames, como a audiometria, devem ser realizados quando houver sinais de atraso na fala ou dificuldade na escola. Em adultos a audiometria tonal e vocal verifica a capacidade de ouvir sons e entender a fala. Se não houver queixas de problemas auditivos, o indicado é que os exames em crianças e jovens sejam feitos a cada dois ou três anos. Com queixas ou exposição a ruídos, exames anuais são recomendados. Já nos idosos, exames anuais são indicados, mesmo sem sintomas.
 

Como evitar a surdez?

A principal dica do médico para evitar a surdez é se proteger de ruídos, reduzindo o volume dos fones de ouvido, evitando exposição prolongada a sons altos e usando protetores auriculares em locais barulhentos. O tratamento rápido e adequado de infecções comuns de ouvido, como a otite, também ajuda a evitar problemas mais graves.

É importante, ainda, tomar cuidados com as medicações, pois alguns remédios podem afetar a audição. Por isso é recomendável sempre seguir a orientação médica e evitar a automedicação. Outra dica importante é manter a vacinação sempre em dia. Vacinar-se contra sarampo, rubéola, caxumba e meningite ajuda a evitar complicações que podem afetar a audição.

Por último, manter um estilo de vida saudável, controlando doenças como diabetes e hipertensão também protege os ouvidos. “A perda auditiva, além de um problema em si, pode ser um sinal de alerta para outras condições. Buscar ajuda cedo ajuda a evitar complicações maiores e melhora muito a qualidade de vida”, concluiu o especialista da Paraná Clínicas.
 

Confira abaixo cinco hábitos diários que podem influenciar sua saúde auditiva:

• Uso de fones de ouvido: o uso frequente e com volume alto é uma das principais causas de perda auditiva em jovens. Ao utilizar os fones, prefira volumes baixos e limite o uso a 1 hora por dia.

• Dieta alimentar: Alimentos ricos em antioxidantes (frutas, legumes, peixes) ajudam a proteger o ouvido. Evite muito sal, que pode piorar condições como a doença de Ménière.

• Tabagismo e álcool: o hábito de beber e fumar com frequência afeta a circulação no ouvido interno e pode prejudicar a audição.

• Estresse: pode aumentar o risco de zumbido ou piorar sua percepção.

• Atividade física: o hábito de praticar atividades físicas melhora a circulação sanguínea, protegendo o ouvido.


Dia Internacional das Pessoas com Deficiência: Conheça 5 alicerces de uma sociedade inclusiva

AACD compartilha os fatores que colaboram para autonomia, acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência
 

No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado em 03 de dezembro, a AACD levanta o debate para a construção de uma sociedade mais inclusiva em que todos os membros têm acesso à educação, emprego e outros direitos fundamentais. Com mais de 70 anos de atuação, a instituição é referência nacional em ortopedia e na reabilitação de pessoas com deficiência física.
 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2022, o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, o que corresponde a 8,9% da população. É importante compreender os mecanismos que colaboram para autonomia, acessibilidade e inclusão desta comunidade. A AACD destaca os 5 principais, abaixo:


  1. Saúde
    É primordial que todas as pessoas com deficiência tenham acesso a um processo de reabilitação de excelência. Além de um direito garantido em lei, é o ponto de partida para que possam exercer sua cidadania de forma plena;
     
  2. Infraestrutura
    Calçadas bem pavimentadas e sem obstáculos, rampas de acesso em locais públicos e privados são essenciais. Além do transporte público adaptado com veículos acessíveis, elevadores funcionais e banheiros públicos adaptados com espaço para cadeirantes;
     
  3. Comportamento
    O capacitismo é um tipo de discriminação que trata a pessoa com deficiência como incapaz ou inferior. É importante utilizar o termo “pessoa com deficiência” e evitar expressões ou atitudes preconceituosas que reduzam a pessoa à sua deficiência;
     
  4. Educação
    Estruturas escolares adaptadas com rampas e carteiras ajustáveis, além da capacitação de professores e orientação dos demais alunos para lidar com a diversidade são necessários. Ações que garantam a inclusão desde os primeiros anos de ensino, assim como apoio para acesso ao ensino superior e mercado de trabalho também são bons exemplos;
     
  5. Oportunidade
    Programas de capacitação para profissionais com deficiência, assim como ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos fazem a diferença. Flexibilidade na jornada de trabalho, com possibilidade de trabalho remoto, e conscientização dos colaboradores sobre a importância da inclusão são ótimas práticas.
           

AACD
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Descoberto gene que pode proteger contra a COVID-19

O gene IFIT3 codifica uma proteína de mesmo nome
 que se liga ao RNA do vírus, impossibilitando sua replicação
 (
imagem: Gerd Altmann/Pixabay)
Pesquisadores da USP analisaram células do sangue de seis casais sorodiscordantes – casos em que as mulheres se mostraram resistentes ao SARS-CoV-2 apesar do intenso contato com os maridos infectados. A superexpressão do gene IFIT3 nas voluntárias assintomáticas sugere que ele confere proteção e representa um alvo para novos antivirais

 

Durante a pandemia de COVID-19, um fato intrigou a profissional de saúde Maria Tereza Malheiros Sapienza. Seu marido, o médico Marcelo Sapienza, foi infectado duas vezes pelo SARS-CoV-2 – uma em abril de 2020 e outra em janeiro de 2022–, mas ela não apresentou nenhum sintoma da doença mesmo estando em contato direto com o companheiro nas duas ocasiões.

A curiosidade com o caso não era exclusividade do casal, que passou a integrar uma pesquisa conduzida no Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade de São Paulo (USP) – sobre “pares sorodiscordantes”, como foram chamados os casos em que apenas um dos cônjuges foi infectado e o outro permaneceu assintomático, apesar de compartilharem a mesma cama sem o uso de proteção especial.



Maria Tereza e Marcelo Sapienza, um dos casais sorodiscordantes que participaram da pesquisa (foto: acervo pessoal)

O trabalho analisou o material genético de 86 casais, sendo que apenas seis (entre eles Maria Tereza e Marcelo) continuaram sorodiscordantes ao longo da pandemia, com a infecção de um dos cônjuges mais de uma vez. Curiosamente, nos seis casos, só as mulheres permaneceram resistentes ao SARS-CoV-2. Os resultados foram publicados na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.

A partir da análise de células do sangue desses casais em experimentos in vitro, os pesquisadores descobriram que as mulheres resistentes ao vírus tinham expressão aumentada do gene IFIT3 (sigla em inglês para proteína induzida por interferon com repetições de tetratricoptídeo 3) em comparação com os maridos. Já a expressão desse mesmo gene entre mulheres que adquiriram infecções sintomáticas foi baixa, semelhante à do grupo dos maridos.

“Trata-se de um gene que faz parte da resposta antiviral. Ele já foi descrito em estudos anteriores como sendo relacionado à proteção contra outras doenças virais, entre elas dengue, hepatite B e adenovírus. Só que, em nosso trabalho, conseguimos pela primeira vez provar esse efeito protetor para além da teoria, pois é muito improvável que as seis mulheres não tenham sido expostas ao SARS-CoV-2 numa condição em que dividiram ambientes e cuidaram dos maridos infectados”, comenta Mateus Vidigal, primeiro autor do artigo, fruto de seu projeto de pós-doutorado apoiado pela FAPESP.

Como explica o pesquisador, o gene IFIT3 codifica uma proteína de mesmo nome que se liga ao RNA do vírus, impossibilitando sua replicação e impedindo que o patógeno invada novas células e a doença progrida.

“O vírus invade a célula, porém, todo aquele processo de se replicar para romper a membrana celular e invadir o maior número possível de outras células é interrompido logo no começo. A proteína IFIT3 se ‘gruda’ no RNA viral, impossibilitando sua replicação. Ou seja, não é que essas mulheres não tenham sido infectadas, elas foram. Mas o vírus mal se multiplicou dentro de suas células e, por isso, elas não tiveram a doença”, explicou.


Novo alvo

O estudo com casais sorodiscordantes começou em 2020, início da pandemia no Brasil. Na primeira fase, os pesquisadores analisaram o exoma – parte do genoma onde ficam os genes codificadores de proteína – de 86 casais e notaram que havia diferença em dois genes entre os parceiros resistentes e infectados. Essas variantes aparentemente diminuíam as células NK (natural killers), um dos tipos de linfócitos, apenas nos cônjuges infectados (leia mais em: agencia.fapesp.br/35752).

Ao longo da pandemia, houve vários casos de reinfecção no grupo de voluntários da pesquisa, sendo que apenas seis mulheres continuaram resistentes. Para investigar o mecanismo de proteção, os pesquisadores analisaram amostras de sangue desses casais em duas ocasiões: uma em 2020, logo após a primeira infecção dos homens, e outra em 2022, depois da segunda infecção (vale notar que nessa segunda ocasião os participantes já haviam recebido duas doses da vacina contra a COVID-19).

“Com essas amostras, isolamos as células mononucleares do sangue periférico, principalmente linfócitos e monócitos, e as estimulamos em laboratório com um agente viral sintético que mimetiza o SARS-CoV-2. Com esse experimento, pudemos notar que as células das mulheres resistentes apresentavam expressão aumentada do gene IFIT3 em comparação tanto com os maridos quanto com um grupo de cinco mulheres que desenvolveram COVID-19 [grupo-controle]”, conta Vidigal.

Além de responder a uma antiga curiosidade desde os primeiros meses da pandemia, o estudo traz desdobramentos importantes. O achado torna o IFIT3 um potencial alvo terapêutico para novas terapias antivirais, que supostamente poderiam potencializar a resposta imunológica inata contra o SARS-CoV-2 e outros patógenos – já que a proteção conferida pela superexpressão desse gene não é exclusiva contra o SARS-CoV-2.

“Sem dúvida o grande resultado dessa pesquisa é que encontramos um biomarcador de resistência ao vírus. O desenho do estudo nos permite ter certeza quase que absoluta de que as mulheres foram expostas ao vírus e apresentaram resistência. Também reproduzimos em laboratório o que pode ter acontecido em suas células quando entraram em contato com o SARS-CoV-2”, afirma Edecio Cunha Neto, professor da Faculdade de Medicina (FM-USP) e pesquisador do Instituto do Coração (InCor).

“Mas ainda precisamos nos aprofundar na biologia da resistência, entendendo quais mecanismos levam a maior expressão do IFIT3, por exemplo. Portanto, apesar de termos esse achado importante, o nosso estudo continua ainda com mais perguntas", completa Cunha Neto.

O artigo Potential protective role of interferon- induced protein with tetratricopeptide repeats 3 (IFIT3) in COVID-19 pode ser lido em: www.frontiersin.org/journals/cellular-and-infection-microbiology/articles/10.3389/fcimb.2024.1464581/full. 



Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/descoberto-gene-que-pode-proteger-contra-a-covid-19/53440


COMBATE À AIDS

Aumento de casos de HIV entre idosos evidencia a importância do combate à sorofobia 

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz destaca que conscientização, acesso à informação e enfrentamento do estigma são fundamentais para conter o avanço do vírus

 

No Dia Mundial de Combate à AIDS (comemorado em 1º de dezembro), dados do Ministério da Saúde destacam o aumento expressivo de casos de HIV entre pessoas com 60 anos ou mais no Brasil. Entre 2011 e 2021, foram registrados 12.686 diagnósticos nessa faixa etária, refletindo uma tendência preocupante. Em 2011, houve 360 casos confirmados, enquanto em 2021 o número saltou para 1.517, um aumento de 321%. 

Apesar disso, a taxa de detecção por 100 mil habitantes apresentou uma leve redução no mesmo período, o que pode ser atribuído ao envelhecimento demográfico e ao consequente crescimento da população idosa no Brasil. O volume elevado de diagnósticos ressalta a urgência de políticas públicas voltadas à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, considerando as mudanças no perfil epidemiológico causadas pelo envelhecimento da população. 

Globalmente, em 2023, 1,3 milhão de pessoas foram infectadas pelo HIV, totalizando 39,9 milhões de pessoas vivendo com o vírus, sendo 53% mulheres e meninas, de acordo com o UNAIDS. Além disso, 630 mil mortes relacionadas à AIDS foram registradas no mesmo período. Esse cenário evidencia a necessidade de ações mais robustas de prevenção e diagnóstico precoce, inclusive entre as pessoas idosas. 

A maior expectativa de vida, combinada com uma vida sexual mais ativa e o aumento do uso de medicamentos para disfunção erétil trouxe novos desafios para a saúde pública.
 

“Culturalmente, no Brasil, pessoas acima dos 60 anos não se consideram vulneráveis ao HIV, o que resulta em uma menor adesão ao uso de preservativos e menor busca por testagem”, afirma o Dr. Filipe Piastrelli, infectologista e coordenador do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 

Essa vulnerabilidade é agravada pela persistência da sorofobia, o preconceito contra pessoas vivendo com HIV, que ainda impede muitos de buscarem apoio médico e tratamento, além de causar sofrimento psicológico significativo. 

O preconceito relacionado ao HIV representa uma das maiores dificuldades no enfrentamento eficaz da doença. É fundamental promover ambientes inclusivos e acolhedores para estimular a realização de testes e o acesso ao tratamento, especialmente entre os idosos", ressalta Dr. Piastrelli, 

Uma das principais estratégias para enfrentar a situação é a ampliação do acesso à PrEP (profilaxia pré-exposição), disponível gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde). 

A PrEP, que consiste no uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas não infectadas, mas em risco de exposição ao vírus, tem se mostrado altamente eficaz na prevenção do HIV. Contudo, seu uso ainda é pouco disseminado entre pessoas idosas, em grande parte devido à falta de campanhas direcionadas para esse público e ao tabu em abordar questões de sexualidade nesta faixa etária. 

“A inclusão da terceira idade nas estratégias de prevenção, como a oferta da PrEP, e em campanhas educativas que abordem a sexualidade de forma aberta e sem preconceitos, é essencial para reduzir as infecções e o impacto social da sorofobia”, completa o médico.

 

Diagnóstico 

O diagnóstico precoce também desempenha um papel crucial na resposta ao HIV. Além de possibilitar o início imediato do tratamento, ele interrompe a cadeia de transmissão do vírus. Atualmente, o Brasil oferece medicamentos gratuitos pelo SUS, permitindo que pessoas vivendo com HIV alcancem a carga viral indetectável, o que elimina o risco de transmissão. No entanto, a discriminação ainda afasta muitos do acesso ao sistema de saúde e dificulta o enfrentamento do diagnóstico. 

O combate ao HIV exige mais do que medicamentos e testagem. É necessário enfrentar barreiras sociais e culturais que perpetuam preconceitos e dificultam o acesso à saúde. Profissionais de saúde devem atuar como agentes de mudança, promovendo um atendimento acolhedor e inclusivo. Além disso, é fundamental que a sociedade reconheça a importância de combater a sorofobia, pois o preconceito não apenas prejudica o indivíduo, mas também representa um obstáculo coletivo no enfrentamento da epidemia.



Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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Prof. Dr. Richard Voegels ensina como conviver com o tempo quente e seco cuidando do sistema respiratório

Nesses dias em que o calor assola São Paulo - e boa parte do nosso país - é necessário tomar cuidado com todo o sistema respiratório para manter a saúde (como um todo) em dia.

 

“O sistema respiratório humano é equipado com uma rede de defesas naturais, sendo a mucosa nasal uma das principais barreiras contra as impurezas, sejam elas vírus, bactérias ou todo tipo de sujeira que tenta entrar no nosso organismo”, explica Prof. Dr. Richard Voegels, professor associado livre Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor de Rinologia. 

Segundo ele, a mucosa do nariz e das cavidades nasais desempenham um papel extremamente importante na proteção do organismo criando uma defesa natural contra agentes patogênicos. “A mucosa nasal é revestida por um muco, produzido em grande quantidade, cerca de (...). Esse muco contém anticorpos e outros componentes de defesa, essenciais para a proteção do corpo. Quando o ar entra pelo nariz, ele não segue uma trajetória reta. Faz movimentos circulares dentro das cavidades nasais provocando que impurezas como vírus, bactérias e partículas de sujeira sejam capturadas pelo muco, impedindo que alcancem os pulmões”, explica Prof. Richard.

Depois dessa limpeza - a captura citada acima -, o muco é transportado através de cílios microscópicos na mucosa até a garganta, onde é engolido e chega ao estômago que, com seus ácidos, esteriliza esses materiais. “Essa é a nossa primeira linha de defesa contra as doenças respiratórias”, diz.

 

O ar seco e seu impacto nas defesas respiratórias

Quando o ar que respiramos está seco demais - como ocorre com frequência em São Paulo e outras regiões do país - a poluição aumenta muito, a maioria das pessoas esquece de se hidratar, a mucosa nasal fica ressecada, o muco perde a capacidade de se manter fluido e eficaz, comprometendo a defesa do sistema respiratório. 

“A desidratação do muco torna-o mais espesso, dificultando a retenção de impurezas. Esse ressecamento da mucosa prejudica o funcionamento do sistema de defesa, tornando nosso corpo mais vulnerável a infecções, vírus e outros patógenos. Em uma cidade como São Paulo, onde o ar seco e a poluição são problemas recorrentes, essa condição pode se agravar, criando um ciclo vicioso em que a poluição sobrecarrega um sistema respiratório já debilitado pela falta de umidade no ar”, continua o professor. 

Há cuidados especiais para ajudar a manter as vias respiratórias saudáveis e funcionando corretamente. “A hidratação é fundamental. Tanto a de cada um como a do ambiente. A do corpo sinaliza com urina clara - este é um sinal que o corpo está se protegendo adequadamente. Já para a casa, opte por umidificadores, em especial durante a noite, para evitar que o ar seco resseque a mucosa nasal. E, se não for possível, deixe uma vasilha com água no quarto. O importante é garantir que a umidade chegue ao sistema respiratório”, diz Voegels.


Lavagem nasal e consulta médica 

A lavagem nasal pode ajudar na limpeza das vias respiratórias e manter a mucosa lubrificada. “O ideal é usar uma solução isotônica ou hipertônica, pois a água com sal deve ser similar à concentração sanguínea para não causar desconforto. Já a hipotônica - menos concentrada - pode não ser eficaz e, em alguns casos, prejudicial”, ensina. 

Em casos de dificuldades respiratórias ou se o quadro se agravar, o importante é procurar orientação médica. “O ar seco e a poluição são fatores que sobrecarregam as defesas naturais do nosso sistema e é importante procurar orientação médica. Um otorrinolaringologista pode avaliar a situação e prescrever tratamentos específicos, como medicamentos para hidratar a mucosa ou controlar a inflamação nas vias respiratórias”, finaliza Prof. Dr. Richard Voegels.

 


Prof. Dr. Richard Voegels - preside o Congresso da Fundação Otorrinolaringologia, que acontece anualmente e tem o seu consultório na Rua Tenente Negrão, 140, cj 91, Itaim Bibi, São Paulo, telefone 11 9.8291-8651.



Pesquisa aponta que brasileiros acima dos 55 anos e millenials são os que mais se preocupam com o impacto da prática de atividade física na saúde mental

Levantamento encomendado pela Medley, em parceria com a ALS Perception, também avaliou aspectos como qualidade do sono e alimentação equilibrada como fatores que os brasileiros consideram importantes para a manutenção do bem-estar mental


Pesquisa mostra que 84% das pessoas da geração acima dos 55 anos, conhecida como baby boomers, e os millenials (81%), geração formada por quem nasceu entre 1981 e 1996, são as mais conscientes sobre os benefícios da prática de atividade física regular na redução dos sintomas de ansiedade e depressão, promovendo o bem-estar mental. É o que aponta a pesquisa realizada pela ALS Perception, a pedido da Medley, empresa de genéricos da Sanofi.


A pesquisa nacional buscou compreender a preocupação da população brasileira a respeito dos cuidados com a saúde mental e sua relação com a prática regular de esportes e atividade física. Além da relação direta entre prática de atividade física e equilíbrio da saúde mental, a qualidade do sono e da alimentação também são fatores relevantes para os brasileiros. 

Das ações realizadas com o objetivo de cuidar da saúde mental, a prática regular de atividade física aparece em primeiro lugar em todas as gerações (50%), seguida pela manutenção do hábito alimentar saudável (41%) e de estabelecer uma rotina de sono regular (37%). No recorte geracional, destaque para as pessoas da geração X nos três aspectos da pesquisa e para os millenials. Quase metade dessa geração (48%) considerou atividade física regular como opção para cuidar da saúde mental.

 

As 5 ações mais realizadas para cuidar da saúde mental: atividade física lidera em todas as gerações:


“Com base nesses dados, observamos que o acesso à informação tem gerado maior conscientização sobre a importância de cultivar bons hábitos. Isso reflete em uma maior valorização da atividade física, da alimentação equilibrada e de uma rotina de sono adequada, elementos fundamentais para uma abordagem mais integrada que chamamos de Medicina do Estilo de Vida, prática focada na prevenção, tratamento e reversão de doenças crônicas por meio de mudanças diárias no comportamento”, analisa o médico psiquiatra e diretor médico da Med.IQ, Dr. Luiz Dieckmann.
 

A prática de esportes e atividades físicas é associada a benefícios para a saúde mental entre diferentes gerações, como mostra a pesquisa da Medley. Um dos principais benefícios associados à prática de atividade física é a melhora do humor e da sensação de bem-estar, relatado por 85% das gerações baby boomer e Y (85% cada geração) e 82% da geração X. A qualidade do sono também é considerada impactada positivamente pelas três gerações pesquisadas, especialmente pelas gerações X (82%) e millenials (80%). A redução do estresse e da ansiedade, além do estímulo à liberação endorfina, neurotransmissores ligados à felicidade, aparecem como os benefícios percebidos mais relevantes entre os millenials, com 80% e 85% das respostas, respectivamente.

 

Os 5 principais benefícios do esporte e atividade física para a saúde mental:



“Neste recorte vemos um resultado mais positivo entre pessoas das gerações Y e baby boomer. Esses indivíduos parecem perceber melhor os benefícios que a prática de exercícios promove em diversos aspectos da nossa saúde. Eles reconhecem que pode impactar positivamente o humor, sono e na redução do estresse e sintomas ansiosos, que podem estar associados a transtornos mentais, como a depressão. Não à toa, cada vez mais os médicos orientam, além do acompanhamento com especialista, a atividade física como parte de um plano de melhora da qualidade de vida, que precisa envolver o cuidado com a saúde mental, além da saúde física”, explica o Dr, Luiz.

 

Falta de recursos financeiros é barreira que limita os cuidados com a saúde mental 

Apesar do reconhecimento da população brasileira de que a prática frequente de esportes e atividade física ajuda na redução do estresse e na melhoria da capacidade de lidar com situações desafiadoras no dia a dia, revelado na pesquisa por 98% e 93% dos entrevistados, respectivamente, ainda há barreiras para que a população priorize os cuidados regulares relacionados ao bem-estar mental. 

Entre os principais motivos mostrados na pesquisa que fazem com que a população não se aproprie do tratamento da saúde mental de maneira adequada está a falta de recursos financeiros ou de profissionais especializados (36%), falta de tempo (35%) e estresse excessivo no cotidiano (34%). No recorte por geração, as pessoas da geração X apontam a falta de tempo (44%) como o principal impeditivo no cuidado regular da saúde mental, enquanto a geração Y, ou millenials, dizem que o estresse excessivo (43%) e o acesso limitado a recursos financeiros (39%) são dificuldades encontradas no dia a dia que fazem com essas pessoas não cuidem adequadamente da saúde mental.

 

As três principais razões que dificultam o cuidado com a saúde mental:


“Aqui, a segmentação geracional também nos leva a refletir sobre estilo de vida de cada faixa etária, nos mostra a dificuldade em ‘equilibrar os vários pratinhos’ e como o ambiente em que estamos inseridos influencia nossa saúde mental e nossa capacidade de buscar apoio. A falta de acesso a recursos financeiros é um fator limitante relevante para a busca de cuidados especializados em saúde mental em todas as gerações entrevistadas”, afirma o médico.
 

Assim, é importante ressaltar que é possível cumprir as recomendações da OMS em relação a exercícios físicos sem gastos adicionais: a Organização Mundial de Saúde (OMS)¹ recomenda de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada por semana e dois dias de atividade de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior por semana. 

“Mais do que apenas recomendar que o paciente adote novos comportamentos para melhorar a saúde mental, é fundamental demonstrar isso em nossa própria rotina. Recentemente, completei o desafio de percorrer 150 km de bicicleta e essa experiência só reforçou a importância da prática da Medicina de Estilo de Vida. Outras atividades como acordar mais cedo para pedalar, trocar o elevador pelas escadas, são formas de materializar essa abordagem médica no cotidiano. Hoje, o médico precisa prescrever o autocuidado aos pacientes também, e dentre eles, está a prática de atividade física”, recomenda Dieckmann.

 

Medley fortalece a relação entre esporte e saúde mental 

A Medley mantém sua tradição de apoio ao esporte e é parceria do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) nesse ano histórico. O apoio ao COB sustenta a estratégia da marca baseada na tríade: saúde mental, esporte e eficácia, pois a marca acredita que saúde física e mental andam juntos e segundo estudo do Instituto Ipsos², saúde mental é o principal problema de saúde pública atualmente. 

Em 2023, a Medley lançou a assistente virtual de saúde mental Cássia, desenvolvida com o objetivo de ser um canal de acesso a uma série de informações e serviços disponibilizados pela Medley, de uma forma simples, acessível e com uma linguagem leve e acolhedora. Mais de 100 mil pedidos de apoio foram realizados via Cássia até o momento. Durante os jogos em Paris, os atletas medalhistas brasileiros ganharam a boneca Cássia durante passagem pela Casa Brasil, representando a força da saúde mental no alto rendimento.


Metodologia

A pesquisa foi realizada em junho de 2024 com 200 pessoas de 25 a 65 anos, das cinco regiões do país, das classes A, B, C, D/E, representando a população brasileira.

 


Medley

Sanofi



Referências:

1. Recomendações da OMS - World Health Organization - 9786500150216-por.pdf (who.int) 2. Hábitos e atitudes relacionados à saúde, IPSOS, 2022 - https://www.ipsos.com/pt-br/saude-mental-preocupa-mais-da-metade-da-populacao-brasileira

 

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