Indisciplina com
as recomendações médicas pode trazer de volta os quilos perdidos Pixabay
A cirurgia bariátrica é um dos procedimentos que
mais crescem no Brasil. Em 2023 foram realizadas 80.441 cirurgias, de acordo
com dados da ANS e DATASUS. Além de ser eficaz para o tratamento da obesidade,
os resultados conquistados combatem doenças associadas como diabetes tipo 2,
câncer e problemas cardiovasculares. No entanto, algo que vem preocupando
especialistas no assunto é o efeito rebote, que é quando a pessoa volta a
ganhar peso.
De acordo com o Dr. Marcelo Carneiro, cirurgião
bariátrico na Obesicenter e médico do reality Quilos Mortais Brasil, o rebote
pode ter causa metabólica, em que o próprio organismo não tolera o
emagrecimento. “Nesse caso, o paciente tem o efeito inverso e em vez de comer
menos, passa a comer mais”, destaca.
A condição metabólica pode ser um fator, mas são os
hábitos de vida pós-cirurgia que mais favorecem o reganho de peso. Para saber
como ter sucesso no tratamento e o que se deve evitar no processo, acompanhe a
lista das principais causas de rebote elencadas pelo médico:
1 - Sedentarismo: a cirurgia facilita a perda de peso, mas é o exercício físico que traz
os resultados e fortalece o corpo. A prática regular ajuda a equilibrar o gasto
calórico e a manter a massa magra, sendo essencial para o sucesso a longo
prazo.
2 - Consumo de alimentos
calóricos e ultraprocessados: se voltar a
consumir comidas ultraprocessadas, o paciente aumentará a ingestão de
calorias vazias, dificultando a manutenção do peso. Alimentos com alto teor de
açúcar e gordura também promoverão o ganho de números na balança.
3 - Ausência de suporte
psicológico: a pessoa que passou pela bariátrica precisa mudar
a mentalidade. A relação com a comida é complexa e, frequentemente, envolve
fatores emocionais. É por isso que o acompanhamento psicológico é tão
importante, pois ajuda a entender os gatilhos emocionais e a evitar
recaídas.
4 - Ingestão de pouca
proteína: após a cirurgia, o organismo necessita de mais
proteína para manter a massa magra. A carência desse nutriente pode gerar
descontrole na saciedade, levando ao consumo excessivo de outros
alimentos.
5 - Falta de consciência sobre
o processo: quando atingem o peso desejado, muitos pacientes
se distanciam das orientações médicas, esquecendo que a obesidade é uma doença
crônica e que a cirurgia exige um comprometimento vitalício. O acompanhamento
com o médico especialista no tratamento da obesidade e com o nutricionista deve
ser regular.
"A cirurgia é uma ferramenta extremamente eficaz para a perda de peso e melhoria da qualidade de vida, mas para sustentar os resultados é preciso um conjunto de ações que vão além do procedimento", finaliza Dr. Marcelo.
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